CAPÍTULO 2

Tony

Eu poderia dizer o quanto o Gaming Club estava lotado apenas pela quantidade de carros que havia no estacionamento. Avancei até a garagem privada e acionei o controle. A porta se ergueu e estacionei o meu Audi entre as vagas de Luca e Amadeo. Nós compartilhávamos o gosto pela dominação e, após alguns anos nos encontrando em outros clubes e festas privadas, decidimos montar o nosso próprio clube. 

Saí do carro e me apressei para a entrada, pois deveria entrar em cena em cerca de meia hora. Eu sabia que Beatrice estaria esperando. Ela foi sempre pontual todas as vezes que estivemos juntos, mas ela era uma boa submissa e não ousaria ligar para me apressar. Nós também não éramos exclusivos, embora eu poderia dizer que ela era com quem eu mais jogava nos últimos meses. Às vezes nós incluíamos uma ou outra parceira ou parceiro, mas na maioria das vezes éramos nós dois. 

Diante da porta, coloquei o dedo polegar sobre o leitor biométrico e a porta se abriu com um clique. Giulio, nosso chefe de segurança, me cumprimentou assim que me viu. Retribui com um aceno e me apressei para a minha sala privada. A batida lenta e sensual soava por toda parte, mas em um volume confortável. Liberei meu acesso à sala privada da mesma forma que entrei no clube. Segurança era uma preocupação constante. Nós prezávamos pela segurança e privacidade de todos e era por isso que o clube era muito exclusivo. Logo que entrei os sensores foram ativados e as luzes se acenderam. Havia minha cama de ferro fundido na cor dourado e lençóis de cetim pretos. Aliás, essas duas cores predominavam na decoração, sendo quebrados, por alguns apetrechos vermelhos. Havia também equipamentos em torno do quarto que formavam estações de prazer, como a cruz de Santo André e o balanço. Várias algemas, correntes, cordas e chicotes, assim como outros utensílios completavam a decoração e eram amplamente usados por mim. 

Atravessei o quarto até o closet e retirei meu terno, substituindo-o por uma das minhas calças jeans pretas. A campainha soou no quarto e eu olhei para o monitor que ficava sobre a porta. Era Amadeo. Fui até lá e abri – E aí? – fiz sinal para que ele entrasse. Ele fez e eu fechei a porta.

- Pronto?

- Sim. Beatrice?

- Ela está pronta. Coloquei-a no quarto de exposição. A casa está cheia hoje.

- Certo. Não vamos deixá-los esperando então. Luca?

- Ele ainda não chegou. Não sei se ele vem hoje de qualquer forma. – Ele caminhou de volta para porta e eu o segui por um corredor exclusivo até a sala onde Beatrice estava. Esse corredor acomodava o meu quarto, o de Amadeo e o de Luca. A casa era grande e havia muitas áreas comuns. Mas também, havia quartos reservados que eram alugados por aqueles que queriam alguma privacidade.  Assim como quartos como o que eu utilizaria esta noite, que possuíam uma parede de vidro que permitia a uma plateia assistir a tudo que fizéssemos no espaço.

- Vejo você mais tarde – despedi-me de Amadeo e entrei no quarto.

Beatrice vestia um roupão vermelho e estava sentada em uma cama – Tony – Saudou-me.

- Beatrice. Como está?

- Bem. Obrigada por perguntar.

- Está preparada? Gostaria de mais algum tempo.

 - Estou pronta.

- Ótimo. Você sabe o que tem que fazer. – Beatrice era uma analista de sistemas, muito bem sucedida e independente financeiramente. Ela adorava ser observada e dominada. Encontrou em nosso clube, sobretudo nessas apresentações que ocasionalmente fazíamos, uma maneira de se satisfazer sexualmente e com segurança. Eu sabia que apenas uns dois minutos de joelhos diante de olhos desejosos a deixava além de excitada.

- Sim, senhor. – Ela respondeu, já entrando no clima, e desamarrou lentamente seu roupão. Estendi a mão e ela me entregou. Caminhei até um pequeno gancho em uma das paredes e o pendurei lá. Ali mesmo acionei o botão que abria a cortina que a pouco nos isolava de todos lá fora. No mesmo instante Beatrice virou-se na minha direção, ou seja, ficando de lado para os espectadores, e deslizou sobre os seus joelhos, colocando as mãos espalmadas sobre as suas coxas e lentamente abaixando a cabeça. Meu pau saltou dentro da minha calça e eu o ajeitei. O quarto ela praticamente uma réplica do meu com todos os equipamentos e itens necessários. Caminhei para o pequeno armário e separei alguns itens. Uma régua de madeira, chicote de couro, plug anal, vibrador, máscara para os olhos, mordaça e algemas de couro. Havia um banco imobilizador em couro preto aos pés da cama. Beatrice adorava spanking, que é uma técmica de espancamento.

Fiz o meu caminho até ela ignorando a audiência. Toda a minha atenção estava voltada para a mulher de joelhos diante de mim. Era meu dever satisfazê-la, mas, sobretudo protege-la. Ela era forte e tinha que ir muito longe para que ela dissesse as palavras de segurança. Mas eu era cuidadoso e, mesmo que ela não pedisse para parar ou amenizar, eu fazia quando julgava necessário. Era meu dever fazer. Nesses momentos, eu estava em total sintonia com o seu corpo. Isso não era difícil já que temos um histórico de jogos em parceria. Eu sei exatamente como a seu corpo reage. 

Apesar de isolados pelo vidro, o sistema de som permitia que ouvíssemos tudo o que acontecia do lado de fora e eles a nós. Mas, naquele momento, a plateia estava silenciosa. Tão silenciosa que eu podia ouvir a respiração da mulher de joelhos a minha frente sem interrupções, exceto pela batida suave da música que ecoava no quarto. Coloquei os apetrechos sobre a cama e voltando para ela, com dois dedos sob o seu queixo, ergui sua cabeça para encontrar seus olhos. Seus lábios estavam entreabertos e suas bochechas rosadas. Não tão rosadas quanto ficaria a sua bunda em breve, mas, ainda assim, rosada. Não tinha absolutamente nada a ver com timidez ou constrangimento. Era excitação pura, como tantas vezes falamos a respeito. – Você está linda – elogiei. Ela sorriu discretamente, mas não falou. Deslizei os mesmos dois dedos pela sua face tão devagar quanto eu pude e parei quando encontrei a carne macia dos seus lábios. Eu já estava muito duro e, mesmo vestindo os meus jeans, qualquer um poderia atestar só pelo volume que eu exibia – toque-me. – ordenei e soltei seu rosto. Ela se manteve calada, pois não tinha permissão para falar. Ainda.

Erguendo as duas mãos, agarrou minha ereção através do tecido áspero e apertou levemente, acariciando. De modo gracioso e firme, suas mãos alcançaram o botão e o abriu. Meu pau saltou em resposta e ela deslizou a mão para cima e para baixo em seguida esfregou a ponta com o polegar. Ela lambia os lábios frequentemente me deixando saber que ela queria me levar em sua boca. Decidi satisfazê-la. Uma pequena concessão para o muito que eu tomaria dela esta noite – Chupe – ordenei.

Aproximando-se, colocou a língua na ponta bulbosa e saboreou com satisfação visível. Em seguida, sua mão se fixou na base do meu pênis e sua língua deslizou por todo o meu cumprimento. Eu não a estava tocando, ainda. Mas sabia o efeito que o meu toque tinha sobre ela. Não era o momento, porém. A ideia era prolongar o seu estado de excitação até que todo o seu corpo estivesse implorando por alívio. Ela chupou forte quase conseguindo arrancar de mim um suspiro e repetiu o gesto muitas e muitas vezes. Finalmente, agarrei seus longos cabelos escuros que caíam em torno do seu rosto e exerci pressão suficiente para fazê-la inclinar no ângulo perfeito de modo que ela pudesse engolir o máximo possível do meu cumprimento. Enfiei fundo em sua garganta e me mantive lá dentro até que a garganta dela se contraiu. Eu a estava sufocando com o meu pau. Então eu puxei de volta, saindo por completo para que ela respirasse e repeti o gesto uma e outras vezes, sempre a levando ao limite para só então deixa-la respirar. 

Retirando-me totalmente, acariciei seu rosto deixando-a saber que estava satisfeito com o seu desempenho, mas que era o suficiente. Em seguida, ofereci a minha mão para ajudá-la a se erguer. Afinal, não era minha intenção abreviar o nosso espetáculo. Eu a deixei de pé enquanto alcançava os itens sobre a cama. Selecionei os grampos de mamilo, a máscara para os olhos e uma mordaça. De volta aonde ela havia sido deixada, me aproximei por trás e acariciei seu seio com a minha mão livre, enquanto chupava a curva do seu pescoço. Belisquei seu mamilo entre os meus dedos fazendo com que ela estremecesse, deslizando a língua pela sua pele, sentindo seu gosto e o cheiro dos seus cabelos. Seu corpo cedeu contra o meu peito e eu me demorei na carícia, enquanto pequenos gemidos escapavam da sua boca. Dando a volta e me curvando diante dela, levei o bico intumescido em minha boca e chupei forte. Seus olhos castanhos estavam vidrados de luxúria.  Após uma longa tortura, retirei a minha boca apenas para substituir pelo grampo, este era um dos mais apertados, mas ela não protestou. Pelo contrário, abraçou a dor e gemeu de prazer. Repeti todo o procedimento com o outro seio.

O próximo passo foi amordaçá-la e vendá-la, fazendo tudo ritualmente, causando um efeito visual envolvente para os que estavam assistindo, embora, ainda que fôssemos apenas nós dois, seria do mesmo modo. Afastando-me, contemplei a obra de arte. Beatrice era uma coisa bela de se ver e, olhando pela primeira vez diretamente para a nossa plateia, encontrei dezenas de olhares vidrados. Alguns fixados nela, outros em mim. Alguns casais se acariciavam enquanto assistiam. Apesar de ser o salão principal, onde as pessoas geralmente bebiam e conversavam ainda vestidos e não iam muito longe, em noites de apresentação eles tendiam a ficar um pouco mais corajosos. A luz era fraca e a batida da música no ambiente era muito sensual.  

De repente meus olhos congelaram em algo. Ela era a visão mais fodidamente quente com um minúsculo vestido de couro preto sem alças e uma bota de cano longo que iam até o joelho. Mas não foi isso que me chamou atenção. Foi primeiro o fato de eu nunca tê-la visto. Sabendo que as pessoas só tinham acesso ao clube por indicação ou convite, ela só poderia ter vindo com alguém. Olhei em torno dela, mas ela parecia estar sozinha. Ops! O que temos aqui? Ela ostentava uma pulseira na cor laranja, o que significava que ela era apenas uma visitante. Seria uma curiosa? A segunda coisa que notei foi a maneira que ela revezava o seu olhar entre Beatrice e eu. Ela queria isso? Sim, ela queria. Eu podia reconhecer seu olhar de cobiça. Ok! Tínhamos alguém para impressionar esta noite. Fugindo da minha distração, caminhei de volta para Beatrice.

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