- Então?
- Oh! Pelo amor de Deus, eu já falei tudo que eu tinha pra falar nos últimos cinco dias. – ela continuou me olhando e eu falei – Eu meio que entendi seu ponto, certo? Quando eu estava lá não parecia mais tão absurdo assim o que vocês fazem. Deu pra ver que as pessoas realmente podem sentir prazer com... tudo aquilo que acontece lá...
- Eu não estou me referindo a isso. Como você mesma explicou, isso é o que você me diz nos últimos dias, o que eu quero saber é o que aconteceu que você não está me contando. Você teve uma experiência com alguém?
- Não.
- Você me diria se tivesse?
- Claro.
- Ok. Então eu vou parar de te encher o saco sobre isso. Só quero que saiba que se você quiser falar sobre qualquer coisa eu estou aqui, ok?
- Certo. Terei isso em mente. Obrigada. Agora eu preciso ir. Tenho uma reunião com Ugo Lopes, na Mazza Telecom.
- Mazza Telecom? Tá falando sério?
- Eu também não estou acreditando e também não quero que crie expectativas, mas eu recebi um convite para uma reunião a respeito de um produto novo que eles querem lançar no mercado. Eu estranhei, porque eles têm o seu próprio Departamento de Publicidade e Propaganda, então eu realmente não tenho ideia de qual é a razão para eles estarem chamando empresas para isso. De qualquer modo, essa é uma oportunidade que eu não vou deixar passar. Um cliente desse porte é o que eu venho buscando nos últimos dois anos e pode abrir muitas portas para nós.
- É só você nessa reunião?
- Não, outras empresas foram convidadas e é por isso que eu não quero criar expectativas. Esta é uma reunião de apresentação. Eles vão dizer o que eles querem e nós vamos decidir se vamos participar ou não, é uma espécie de concorrência, pelo que entendi.
- Por isso você veio vestida para matar?
- Exatamente por isso. Quero causar uma boa impressão. – Levantei-me e recolhi minha pasta onde estava meu notebook e meu portfólio físico. Eu havia preparado uma apresentação sobre campanhas que nós desenvolvemos ao longo do tempo apenas para o caso de precisar fazer alguma exposição.
- Boa sorte, então. Eu tenho que receber o pessoal da Corps.
- Neste caso, boa sorte para você – brinquei, já que o representante da Corps, uma das nossas empresas-clientes, era simplesmente apaixonado por Isabel e não perdia cada oportunidade de estar com ela.
A Ferrara Planejamento e Marketing ficava em um empresarial moderno no centro de Milão. Apenas a algumas quadras da Mazza Telecom. Embora eu estivesse tentada a ir caminhando, tendo em vista a proximidade, eu não queria chegar lá toda despenteada, suada e ofegante. Era só o que me faltava. Não, eu queria passar uma boa imagem e comprometimento. Estudei o meu reflexo no espelho do elevador a caminho do térreo, eu estava vestindo uma saia lápis preta e uma blusa branca de botão e manga longa. Por cima, um casaco preto que harmonizava com a minha saia. Meu salto era altíssimo e meus cabelos estavam presos em um rabo-de-cavalo na minha nuca, nenhum fio fora do lugar. Fui cuidadosa com a maquiagem, optando apenas por um pouco de gloss labial e um delineador. Nenhuma sombra, nenhum blush, nada mais.
O prédio da Mazza Telecon era verdadeiramente imponente e foi impossível não se sentir um pouco intimidada com tudo. No entanto, eu estava longe de deixar transparecer isso para quem quer que fosse. Em geral, eu era muito desinibida nas reuniões com os meus clientes, mas essa empresa é a melhor coisa que me aconteceu. Ok, não a melhor coisa que me aconteceu, mas a melhor que pode vir a acontecer. Conseguir esse contrato é como subir dois degraus em um pódio e isso me deixa nervosa. Nos últimos anos, tentei chegar à Mazza de todas as maneiras possíveis e imagináveis, mas o fato dela ter uma diretoria específica de marketing dificultou as coisas. Eu não queria me inserir em uma equipe, queria trazer a minha própria equipe para desempenhar o trabalho.
Após estacionar no local indicado para visitantes e me identificar na recepção, fui direcionada ao elevador. A reunião seria na cobertura, andar da presidência, e o tempo que se passou até que eu atingisse o último andar pareceu uma eternidade. Saindo do elevador, uma porta dupla de vidro abriu automaticamente e uma mulher em um terninho me recebeu com um sorriso profissional – Senhorita Ferrara?
- Sim.
- Seja bem- vinda – disse ao sair de trás do longo balcão de mármore e se posicionar diante de mim. Vou acomodá-la na sala de reunião. O senhor Ugo estará com vocês em breve. – Eu a acompanhei até uma imponente sala de reunião. Acho que essa única sala era o tamanho de toda a minha empresa. Afastei o pensamento e prestei atenção aos dois homens que já estavam no local. Eu conhecia um deles e, após cumprimentar a ambos, iniciamos uma conversa tranquila. Duas mulheres e mais um homem chegaram depois. Eram representantes de outras três empresas e, no total, seis empresas estavam na sala. Instantes depois, Ugo entrou e cumprimentou a cada um de nós.
- Bom dia, Senhoras e Senhores. – Ele alcançou alguns documentos em sua pasta. – Isso são termos de confidencialidade. Vocês já devem estar familiarizados com esse tipo de coisa, não é mesmo? Vamos compartilhar algumas informações que não gostaríamos que saíssem daqui.
Eu li e assinei o documento. De fato era muito comum no nosso ramo de trabalho ter acesso a informações sobre produtos e serviços novos que seria um perigo cair nas mãos da concorrência. Ugo conversou um pouco, mas não deu nenhuma pista sobre a reunião, além do que já havia sido dito. Eu estava no meio de uma conversa agradável com todos os presentes quando a porta se abriu e dois homens entraram.
O primeiro tinha um olhar arrogante e respirava autoridade, o segundo... espera. Não pode ser. O segundo é Amadeo Rizzardo e o primeiro é o homem... o homem da apresentação. Droga! Não. Isso não pode estar acontecendo comigo. Isso não acontece na vida real. Esperei o momento exato em que seus olhos demostraria reconhecimento e a reprovação viria na sequência, mas seu olhar varreu a sala e não veio nada. Amadeo, no entanto. Deu um aceno discreto com a cabeça – Bom dia, senhoras e senhores. – Aquela voz soou e eu só conseguia associar ela a o “chupe” que ele rosnou para a mulher de joelhos diante dele.
Todos ficaram de pé e eu não sei como, mas consegui imitá-los. Sussurrando um bom dia incrédulo no fundo da minha garganta. Como eu pude não reconhecê-lo antes? Mas também, como eu iria imaginar que Antony Mazza, presidente da Mazza Telecom, era o único a foder em público em um club BDSM.
Eu estava silenciosamente rezando para que ele não me reconhecesse e se essa graça fosse atendida, que Amadeo não desse com a língua nos dentes. Enquanto eu estava em cólicas por todo o inferno interno que eu estava vivendo, ele apenas sentou-se em seu lugar e mexeu no seu smartphone enquanto Amadeo foi a cada um de nós apertar a mão e ser gentil – Srta. Ferrara – Disse ao se aproximar. – que bom revê-la.- Sr. Rizzardo, eu sinto... – ele me parou balançando discretamente a cabeça de um lado para o outro ao mesmo tempo em que sussurrou um “relaxe”. Eu, no auge do meu desespero, agarrei-me nisso para me acalmar. Ele não diria nada e o senhor “foda intergaláxica” não iria se lembrar de mim. Embora, francamente, o que fez com que eu cogitasse a possibilidade dele se lembrar? Eu estava em uma sala escura com dezenas de pessoas e não era como se o pau dele estivesse sendo inserido em mim. Eu honestamente já achava difícil que ele se lembrasse da mulher deslumbrante que ele estava fodendo,
Penny- Como você pode não me falar que Antony Mazza era dono do Gaming Club.- Eu juro que eu não sabia. E sim, eu conhecia Amadeo, mas não tinha ideia de que ele trabalhava na Mazza Telecom. Além disso, eu te disse que estamos frequentando este clube a pouquíssimo tempo, eu não conheço todo mundo ainda. Na verdade, Bruno é o único que conhece as pessoas. Mas, honestamente, eu não vejo razão para você ficar preocupada. Amadeo é muito profissional...- Não é com ele que eu estou preocupada.- Então com quem é? Você chegou a encontrar Antony Mazza no clube? Ele se lembrou de você? Eu não acho que ele falaria alguma coisa para constrangê-la. Não é como as pessoas de lá agem.- Eu não acho que ele tenha me reconhecido e, sim, eu o encontrei lá, mas na ocasião não o reconheci. Ele fez uma apresentação no salão principal e eu assisti. Jesus! Você tem ideia do quanto isso é constrangedor? - Olha, se ele não te reconheceu não vejo por que você está preocupada.- Quer saber do que mais? Você
Tony- Ela é esperta. Quantas equipes entraram em contato pedindo isso – Perguntei a Amadeo depois que ele encerrou a ligação com Penélope. Eu estava em seu escritório quando a sua secretária passou a ligação. Eu me vi eufórico quando ouvi o seu nome dito pela secretária no interfone.- Apenas ela. As outras queriam apenas tirar algumas dúvidas técnicas sobre o produto, mas solicitaram apenas uma reunião.- Dê-lhes apenas o que pedirem. Assim vamos medir o brilhantismo de cada um.- Ela é muito boa. Eu vi alguns dos seus trabalhos. Tão jovem e tão brilhante. Fala a verdade... você gostou dela.- Profissionalmente?- Não. Sexualmente.- Eu não fodi com ela...- E desde quando é preciso foder para gostar sexualmente. Algumas coisas a gente apenas sabe. Ela exala sexualidade, embora eu continue dizendo que ela não tem sequer um osso submisso em seu corpo. Ela é curiosa e isso é tudo.- Eu não estou interessado. Não mesmo. Ela é bonita e inteligente, mas eu não estou interessado.- Ahã.
LucaO beco atrás da boate estava completamente vazio. Um contraste com a entrada principal, onde havia uma não muito pequena fila de jovens ansiosos para entrar nas dependências da boate. Demétrius estacionou o carro e eu pulei sem esperar que ele abrisse a porta. Eu não estava preocupado. Apesar de estarmos em uma área pública, as câmeras de segurança instaladas nas paredes do prédio que abrigava a boate eram monitoradas pelos meus homens. Prova disso, foi que a porta logo foi aberta e a batida estridente se misturou ao barulho do tráfego a nossa volta. Enquanto no piso inferior funcionava uma boate como qualquer outra, onde as pessoas bebiam e dançavam, a parte de cima abrigava um clube onde as nossas mulheres entretinham desde os machos que fazem parte da Família até políticos influentes – Olá, chefe – cumprimentou-me Greg, que havia aberto a porta.- E aí cara?- Eles já estão aqui. Estão na área vip.- Vamos ver o que ele quer.Entrei no ambiente escuro com luzes intermitentes e
Andressa- Você é uma vergonha – meu pai berrou para o meu irmão que estava caído no chão após levar o terceiro soco do meu pai. Nas duas primeiras vezes ele até que se levantou, mas agora estava lá, prostrado. Sem nenhuma condição de erguer-se sozinho. Meus primos estavam a um canto observando sem se intrometer, esperando o comando do meu pai. O cheiro de álcool podia ser sentido à distância – O que você tinha que falar com Luca Sartori? Eu por acaso estou reclamando de dinheiro pra você. Quem deu autorização para agir em meu nome.- Eu não agi em seu nome.- Por mais que eu odeie isso, você é um Barbieri e o que você faz é em meu nome.- Eu não sou obrigado a me submeter aos Sartori.- Que merda você está falando? Juan Carlo Sartori é o Capo e mesmo quem não faz parte da Família se submete a ele. Quem você pensa que é?- Sou um Barbieri de verdade e não vou aceitar isso. Com todo respeito Papà, se o senhor não teve pulso para acabar com eles eu o terei.- Você só vai me envergonhar
PennyDefinitivamente eu não era uma madrugadora, então eu devia considerar um milagre a minha animação as sete da manhã para trabalhar no projeto Mazza, quando eu tinha ido para a cama depois da meia-noite. O fato é que eu estava realmente empolgada e encarando isso como um verdadeiro desafio. Mas uma coisa estava me incomodando em tudo. Era a necessidade de trabalhar no prédio da Mazza Telecom e eu não estou dizendo isso pela possibilidade de ver Antony Mazza. Tenho certeza de que poucos mortais têm acesso a ele e provavelmente eu devo ficar muito longe. Mas eu receava a própria dinâmica de trabalho, de estar fora do meu ambiente, com pessoas estranhas à minha volta. Enviar Dino ou Isabel também não era uma opção. Eu confiava plenamente na capacidade deles, mas ambos estavam com um número grande de projetos em execução. Sem falar que eu não delegaria esse projeto para ninguém.Depois de um banho e escolher uma roupa adequada para enfrentar o dia de trabalho, fui para a cozinha encon
TonyEu devo estar louco, porque qualquer coisa que diz respeito a essa mulher tem o poder de me deixar instantaneamente duro. A forma como ela pronunciou as palavras causou uma contração no meu pau, que já em ascensão depois de me deparar com a sua bunda paralisada na minha recepção. Inevitavelmente uma cena dela ontem sendo tocada por aquele homem tão intimamente fez o meu sangue ferver e eu queria puni-la por isso. Sim, se eu pudesse, eu a levaria para a minha sala e espancaria até a sua bunda está rosada. Sem seguida eu a curvaria sobre a mesa e foderia a sua bunda com força para que ela soubesse que ela me pertence e que homem nenhum pode tocá-la daquela maneira.- Eu... fiz alguma coisa errada?Porra! será que eu falei em voz alta? – por que pergunta isso?- É que o Senhor me olhou... de um jeito... achei que estivesse aborrecido com alguma coisa. - Não. Venha até a minha sala. Gostaria de falar com você um minuto.- Claro – ela me seguiu até o meu escritório – tem uma bela sal
Penny Uma semana se passou desde que eu me instalei no prédio da Mazza Telecom e foi melhor do que eu esperava. O aparelho era realmente muito bom, com uma série de recursos e eu me vi apaixonada por ele. Eu estava certa de que a primeira apresentação deveria ser um vídeo curto mostrando algumas facilidades que o aparelho traria para o dia-a-dia das pessoas, mas focando no diferencial. E eu até tinha conseguido criar um roteiro para ele. Encontrei algumas pessoas realmente competentes no que dizia respeito as suas áreas técnicas na equipe de marketing da própria empresa, porém eles precisavam de condução. Eu selecionei três deles para me auxiliar nessa nova etapa e marquei uma reunião com eles, Dino e Isabel.Eu estava saindo do elevador no andar da presidência quando me deparei com Antony Mazza. Quase não o havia visto na última semana, exceto em encontros furtivos nos corredores onde murmurávamos um cumprimento. A grande surpresa, porém, não era ele, mas de quem ele estava acompanh