Penélope
Embora eu tivesse checado duas vezes o endereço, ainda não podia acreditar que era ali. Quando eu imaginei um clube BDSM eu tinha pensado numa boate com luzes na entrada, talvez uma placa ou banner com uma mulher vestida em couro e um cara com um chicote na mão, mas havia portões de ferro elegantes, uma discreta e requintada placa escrito simplesmente “Gaming Club” e uma câmera de segurança que falou comigo quando abaixei o vidro do carro.
- Boa noite. Identifique-se, por favor – disse a voz metálica.
- Sou Penélope Ferrara.
- Um momento... É a sua primeira vez aqui hoje, não é?
- Sim.
- Seja bem-vinda. Siga em frente e depois à esquerda. Você vai encontrar o estacionamento para visitantes. Em seguida vá para o primeiro prédio. Alguém vai recolher as suas impressões digitais e dar-lhe algumas instruções.
Uau! Sim. Eu estava mesmo impressionada com todo o esquema de segurança do lugar. O que me fazia questionar se eles eram muito sérios e preocupados com a segurança dos seus sócios ou se o que eles faziam era muito errado e precisavam ser cuidadosos. O que justificaria todo esse aparato. Segundo Isabel e Bruno, a alternativa correta era a número um. Ou seja, eles realmente prezavam pela segurança e privacidade das pessoas que frequentavam o clube. Os portões foram abertos e eu avancei até o dito estacionamento. Não havia muitos carros à vista e eu imaginei que era por causa do horário. Ainda era cedo e provavelmente os sócios chegariam mais tarde.
Havia uma porta de vidro no prédio principal. No entanto, o vidro era espelhado e eu não podia ver absolutamente nada do lado de dentro. Aproveitei para dar uma conferida no meu visual. Perguntei-me se eu não teria exagerado no look. Mas, de qualquer modo, não havia nada que eu pudesse fazer a respeito. Olhei em volta procurando uma campainha ou algo do tipo. Encontrei, mas a porta se abriu antes que eu pudesse apertar. Notei rapidamente que ao lado direito da porta, junto à parede, havia um leitor biométrico. Achei a coisa toda muito chic.
- Sra. Ferrara? – um armário humano estava parado após a porta de vidro. Atrás dele, tudo que eu podia ver era uma recepção como outra qualquer, exceto pelo fato dela ser preta do piso ao teto. Havia um sofá de dois lugares e duas poltronas de aproximação do lado direito e uma mesa onde estava uma elegante recepcionista e à frente dela, duas cadeiras.
- Sim, sou eu.
- Eu sou Giulio. Seja bem vinda.
- Obrigada.
- Essa é Jéssica. Ela poderia recolher as suas impressões digitais?
- Claro – fui até ela e me sentei na cadeira a sua frente, como ela havia indicado. Depois de colocar todos os meus dedos na máquina, ela me liberou e o tal Giulio gostosão assumiu.
- O Sr. Rizzardo irá recebê-la pessoalmente agora. Queira me acompanhar, por favor. – Isabel havia me falado sobre esse Sr. Rizzardo. Ele seria o único que autorizou a minha presença aqui esta noite. Giulio gostosão abriu uma porta, usando o seu polegar e indicou o caminho enquanto falava – Essa entrada que você utilizou foi apenas para o seu primeiro acesso. Caso se adeque ao clube e queira voltar no futuro, será liberado o seu acesso biométrico e a sua entrada será outra. Uma que vai levar direto às salas de jogos. Chegamos. – Ele parou diante de uma porta e bateu.
Ouviu-se um clic e a porta deslizou aberta. Um homem, aparentando ter em torno de quarenta anos de idade estava de pé com um sorriso simpático. Mas ele era de uma presença forte e eu não sei se eu estava sugestionada pelo local e todo esse papo BDSM que eu tive com Isabel, mas eu diria, sem medo de errar que ele é um dominador. – Sra. Ferrara. Seja bem vinda.
- Obrigada – falei, aceitando a mão estendida. Notei que aporta se fechou atrás de mim. Giulio se fora.
- Por favor, sente-se. Lamento não ter sido eu a recepcioná-la, mas espero que Giulio e Jéssica tenham sido acolhedores.
- Sim. Muito.
- Não sei exatamente o que Bruno lhe falou, mas de qualquer maneira irei dizer tudo o que você precisa saber antes de atravessar as portas ao final do corredor. Sobretudo levando em conta o fato de você não ser uma adepta desse estilo de vida, Segundo me foi informado, mas estar apenas curiosa a respeito. O que eu respeito. A maioria das pessoas prefere julgar antes de conhecer o que fazemos aqui. – Não sabe ele que a carapuça meio que me servia até pouco tempo. Mas no que dependesse de mim, ele continuaria sem saber – O Gaming Club é um lugar onde os amantes do BDSM podem realizar as suas fantasias de maneira livre e responsável. Você deve ter notado que somos muito rigorosos no que diz respeito à segurança e privacidade dos nossos clientes.
- Sim. A segurança aqui é impressionante.
- Obrigado. Isso é uma prioridade para nós. Um ensinamento básico são as três consoantes SSC, que querem dizer São, Seguro e Consensual, por isso levamos a segurança muito a sério em todos os sentidos. Bem, temos aqui perfis diferenciados de clientes. Desde aqueles experientes e atuantes, que participam de diversos jogos, até aqueles que só querem assistir sem qualquer tipo de envolvimento. Para isso, criamos uma identificação, para que você não seja constrangida a ter que dizer não a todo instante a qualquer um que perguntar. Pelo que eu pude entender você quer apenas assistir, está correto.
- Exatamente. Eu não estou aqui para... você sabe... não quero fazer sexo com ninguém. Estou apenas tentando abrir a minha mente e entender o que levam as pessoas a fazerem... isso.
- Entendo.
- Eu não estou julgando...
- Eu sei. Então, nesse caso... – ele abriu uma gaveta e pegou uma pulseira adesiva cor de laranja – eu sugiro que use isso. Vai manter qualquer um afastado. Essa pulseira diz exatamente que você é uma visitante e não está no jogo. Permita-me.
Eu ofereci o braço e ele colocou a pulseira – Vou leva-la até a recepção dos sócios e lá você pode deixar o seu casaco e seus pertences. Os clientes não podem entrar com absolutamente nada. Tudo que trouxer será devolvido na saída. As bebidas estão incluídas na mensalidade de cada cliente, assim, não tem que se preocupar com dinheiro aqui dentro e, no seu caso, essa visita é por nossa conta, então usufrua dos nossos serviços à vontade. Ah, só um detalhe. Bebidas alcoólicas são extremamente limitadas aqui. Apenas dois drinks alcoólicos por noite. Mas as bebidas não alcoólicas são ilimitadas. Essa é apenas mais uma medida de segurança. Não queremos que ninguém aja induzido pelo álcool. Temos seguranças espalhados por todo lugar. Eles se vestem como Giulio e são facilmente identificáveis. Cada ambiente é monitorado por câmeras e as pessoas que trabalham aqui entram e saem sem levar nada também. Então, não se preocupe com a sua imagem.
- Certo. – eu estava ansiosa pra entrar logo e se ele me desse qualquer merda pra eu assinar e acabar logo com todo esse mistério, eu o faria. Ele falou mais algumas coisas e, como imaginei, deu-me alguns papéis para eu assinar. Eu li rapidamente e vi que não discordava de nada. Eram declarações sobre estar ciente das regras, não ter nenhuma doença sexualmente transmissível (apesar de ter enviado meus exames logo cedo) e outras coisas reconhecidamente importantes. Superada essa etapa ele, finalmente, levou-me até a tal recepção dos sócios. Eu fiquei um pouco indecisa sobre o meu casaco, pois estava com um vestido minúsculo em couro preto por baixo, e botas que iam até o joelho. Era muito indecente e mesmo eu, que adorava uma exibição de pele, não estava habituada a tanta nudez. Em um instante de coragem, tirei o sobretudo e entreguei a jovem simpática. Fiz o mesmo com a minha bolsa. Percebi que o tal Sr. Rizzardo estava tendo um tempo difícil em disfarçar a sua admiração, mas ele foi o mais discreto possível. Eu mesma queria me comer naquele instante e em seguida ri com o pensamento.
- Esse é o bar, onde as pessoas se reúnem para tomar uma bebida, conversar, se conhecer. Como você pode ver, é um bar como outro qualquer – ele estava certo. Tudo era preto, havia pouca iluminação, muitas mesas em volta, bancos altos em torno do balcão. Três pessoas trabalhavam atrás do balcão e outras circulavam com bandejas. Já havia pessoas ali, mas poucas. – Ah, antes que eu me esqueça. Eu sugeri a Isabel que ela e Bruno não viessem hoje, ou pelo menos, não tão cedo. Para que você pudesse ficar à vontade para interagir se quiser. Pode ser meio constrangedor, para quem não está habituado, ver tudo em companhia de alguém conhecido do mundo externo, pessoas que trabalham conosco, por exemplo – acenei em concordância, embora eu não tivesse ainda entendido o que de tão constrangedor eu poderia ver. Ele me mostrou o salão principal onde as pessoas se reuniam e onde logo haveria uma cena com um casal e me levou para a primeira sala onde eu iria entender o porquê dele ter pedido a Isabel para não vir comigo.
- Mantenha uma mente aberta para o que vai encontrar atrás dessas portas.
- O que eu vou encontrar?
- Qualquer coisa – Com isso, ele caminhou e abriu a primeira porta. Gemidos, gritos e sussurros ecoaram e, por um instante, eu congelei em meu lugar insegura sobre o que eu encontraria, mas ao mesmo tempo curiosa. Ora, diabos! O que eu poderia ver afinal? Pessoas fodendo? Bem, a ideia não era essa? Amadeo estudava o meu rosto, pacientemente esperando. Respirei fundo e caminhei até ele. Os gemidos ficando cada vez mais audíveis.
Meu guia colocou-se de lado para que eu tivesse acesso à sala e a primeira coisa que eu vi não fui capaz de identificar à princípio. Resumindo: era um acúmulo de corpos. Estudei melhor a cena e, aos poucos, entendi do que se tratava. Na parede oposta à entrada havia uma imensa cama redonda. E quando eu digo imensa, eu realmente quis dizer isso. Uma mulher estava deitada no centro da cama, seus braços e pernas estavam amarrados nas extremidades da cama o que fazia com que estivesse aberta e vulnerável. Havia duas outras mulheres de bruços, uma de cada lado do seu corpo e cada uma chupava um de seus seios, enquanto eram penetradas por dois homens. Um terceiro homem tinha a cabeça enterrada entre as pernas da primeira mulher, ao mesmo tempo em que um quarto homem o penetrava por trás.
Nunca, no auge da minha perversão eu poderia ter imaginado uma cena dessas, pareciam peças de lego que foram sendo encaixadas. Agora, o mais absurdo que isso possa parecer, eu estava levemente excitada diante da visão. Não que eu quisesse estar ali no lugar de qualquer um deles, mas era tão errado e proibido, mas mesmo assim eles estavam ali, excitados, entregues, gemendo de prazer, se tocando e à vontade com tudo isso. Era impossível não pensar em todas as regras de convivência que válidas no mundo lá fora. Você já parou pra pensar se não existissem regras e você pudesse fazer qualquer coisa em qualquer lugar... era um sensação de liberdade incrível, mas ao mesmo tempo, assustava. Você não chegaria a um grupo qualquer, seja do trabalho ou parentes e dizia “Oi, como foi o seu dia? O meu foi ótimo: fui empalada por trás por um cara enquanto chupava os seios de uma mulher” Santo Deus! Era absurdo. Mas eu tenho certeza que essas pessoas, a julgar por todos os gemidos e sussurros de prazer e todos os rostos tensos de tesão, estão tendo um ótimo momento.
O que mais me incomodava nesse instante era estar na presença de Amadeo Rizzardo. Sim, era um pouco constrangedor e eu silenciosamente fui grata por não ser Isabel ou Bruno. Amadeo, porém, não parecia ter o seu comportamento alterado. Era como se tudo fosse muito natural. Como estar diante de uma cena de teatro. Desviei meu olhar dele para voltar a estudar a sala. Havia mais algumas peças de mobiliário, como uma chaise vermelha onde um casal fodia como coelhos enquanto contemplava a cena da cama redonda, claramente excitados por assistir e havia também alguns bancos e poltronas. – Como você deve ter percebido, essa sala é mais utilizada para o sexo em grupo, troca de casais. Você vai encontrar a maioria das salas vazias a esta hora. Eles ficam bem mais interessantes mais tarde depois da apresentação no salão.
- Bem, essa aqui me parece bastante cheia. – falei, para descontrair. Ele sorriu.
- Sim, você tem razão. Gostaria de prosseguir?
- Por favor.
A próxima sala tinha aparentemente as mesmas dimensões da primeira, mas o cenário era outro. Até o clima era diferente. Mais intenso... Enquanto na anterior havia mobiliários com os quais qualquer um está familiarizado: cama, sofás e grandes bancos acolchoados, esta segunda sala, porém, tinha alguns equipamentos que eu sabia que faziam parte do universo BDSM, mas que eu não tinha certeza sobre como seriam utilizados. Poucas pessoas se encontravam no lugar. Contei sete. Em um canto, uma espécie de mastro fora fixado. Nele, uma mulher estava nua, seus cabelos presos em uma trança e ela estava amarrada nos pulsos por uma corda com os braços para o alto. Atrás dela, um homem golpeava as suas costas com um chicote. Dois outros homens estavam em volta, contemplando a cena, como se esperassem o convite para se inserir na diversão. À direita, outra mulher fora curvada e amarrada de bruços sobre uma espécie de cavalete, enquanto um homem enchia a sua boca com o seu pênis e outro a penetrava por trás. Mesmo daqui eu poderia ver as marcas de mãos em sua pele alva. Os demais equipamentos estavam desocupados e eu não tinha ideia de para que serviam. O prazer era evidente em ambas as cenas, sobretudo no espancamento. E, não me leve a mal, eu tinha uma mente aberta para o sexo e tudo que o acompanhava, mas sempre que eu pensava sobre esse tipo de relacionamento, era assustador que uma mulher pudesse sentir prazer dessa forma. Porém, assistindo a essa cena em específico, vendo a maneira como seu corpo arqueava a cada chicotada, os gemidos claramente prazerosos que saíam da sua boca, a forma como a sua respiração ofegava sem que qualquer um a tivesse tocando diretamente, não parecia mais tão absurdo, mas também não era facilmente compreensível. Confuso, no mínimo.
- Você quer entender? – Amadeo questionou, como se lê-se a minha mente.
- Parecia inaceitável até eu estar aqui. Deixar um homem me tratar dessa maneira. Deixar que ele me machuque...
- Ela parece machucada pra você?
A verdade era que se eu esquecesse os golpes por um instante só veria prazer – Como é possível...
- Que ela sinta prazer? – acenei em concordância – ela quis estar ali. Foi uma escolha dela, não uma imposição. Ela tem o poder de fazer com que isso acabe com uma única palavra. Sim, ela está submissa, mas ela escolheu estar. Ela abraçou a dor e a transformou em prazer e não há nenhuma fraqueza nisso. Tem que ser muito forte e corajosa.
Era uma maneira de enxergar as coisas, mas apenas uma delas.
- Mas não dói? Meu questionamento não é sobre a sua posição de submissão, mas sobre o seu corpo responder com prazer a algo que deveria causar dor.
- A dor pode ser muito prazerosa. Como eu falei antes, ela canaliza a dor para o seu prazer.
- Como pode ser?
- Você só vai poder descobrir se algum dia experimentar. Mas não pode ser um desafio, tem que desejar isso. É muito mais um exercício mental do que qualquer outra coisa.
Eu não disse nada, primeiro por que eu ainda não conseguia entender e segundo por que definitivamente eu não desejava isso pra mim. Não. Eu era independente e jamais poderia estar naquele lugar. Eu rápida e mentalmente avaliei a minha visita até o momento: Está sendo uma boa experiência, mas se alguma vez eu imaginei me colocar nessa posição, o que eu não fiz, não havia dúvida de que isso não é para mim.
Ele me levou através de outras salas, inclusive salas privadas que estavam desocupadas. Sempre explicando tudo. Uma das mais interessantes foi a boate onde as pessoas se tocavam excessivamente enquanto dançavam. Acho que essa aqui meio que não me é tão estranha.
- Eu vou ter que deixá-la sozinha agora, pois preciso resolver algumas coisas sobre a apresentação. – Amadeo explicou – Mas basta se aproximar de qualquer um dos seguranças e eles me encontrarão no mesmo instante. Vou deixá-la no salão principal, onde teremos uma cena. Você pode assistir, tomar uma bebida e, quem sabe, fazer amigos. Aqui nós temos velhas amizades. Nem tudo tem que ter sexo envolvido.
- Terei isso em mente. Obrigada por tudo.
- Eu espero que encontre o que veio procurar aqui.
Eu não quis ser rude e dizer a ele que não estava procurando por nada especificamente.
Despedimo-nos no salão e eu estudei o espaço. Havia bem mais gente do que antes e todos conversavam animadamente entre si. Eu me dirigi ao bar e pedi um coquetel de frutas e prontamente fui servida.
- Primeira vez? - a moça perguntou ao me entregar o drink.
- Está tão na cara assim?
- Na verdade não. Apenas tenho uma memória estupenda para rostos e o seu é novo para mim.
- Primeira vez sim.
- E o que está achando?
- Diferente.
- Espera só você ver a apresentação de Tony. Ele é apenas...Uau – Ela se abanou enquanto se afastava para atender outro cliente e eu me voltei para uma parede de vidro do outro lado da sala. O que quer que existisse ali estava encoberto por uma cortina que ficava por trás do vidro.
- Só visitando? – uma voz masculina chamou minha atenção e eu me virei na sua direção para encontrar um par de olhos escuros me fitando.
- Como você... – Parei lembrando da pulseira – Oh! Essa coisa. – levantei o braço, exibindo-a.
- Sim. – Surpreendentemente ele não estava me cantando. Estava apenas curioso sobre a minha curiosidade. Seu nome era Berto e nós entramos em um papo legal onde ele falou um pouco sobre a sua experiência com a coisa toda de BDSM. Após alguns minutos de uma agradável conversa, uma mulher se aproximou e eu me senti tensa de repente me questionando se estaria em apuros, mas a mulher tinha um sorriso cativante e conversamos bastante antes deles seguirem para uma das salas. Sozinha, continuei saboreando meu drink enquanto observava a tudo e a todos.
De repente a música foi substituída e, intuitivamente, me virei na direção da sala. As luzes diminuíram ainda mais enquanto a cortina se abria lentamente. A primeira coisa que observei foi uma mulher completamente nua de joelhos. Ela não estava de frente para o público mais de lado, mudei na direção do que ela deveria estar olhando e me deparei com um homem... Porra! Que homem. Ele vestia apenas uma calça jeans preta e nada mais. Seu peito era largo e musculoso, não daquele jeito halterofilista bad boy... Não. Era mais como magro sarado. Apenas bem dividido e forte. Ele não olhou para o público, mas caminhou lentamente em direção à mulher. Parecia um tigre com movimentos graciosos e ameaçadores em direção a sua presa. O silêncio do lugar não era algo leve, mas espesso. Senti um puxão entre as minhas pernas quando ele apenas ordenou que ela o chupasse. Ela parecia desesperada por isso. Deus! Eu estava. Se eu não iria chupá-lo, pelo menos eu poderia ver alguém fazer isso em meu lugar. Ok. Eu era ridícula.
Nos próximos minutos eu estava hipnotizada pelos seus movimentos. A mulher chupava como ninguém e ele estava quase lá, eu poderia dizer. De onde estava, não podia ver todos os detalhes do seu rosto. A iluminação era mínima dando aquele clima para uma boa foda, mas durante todo o tempo em que o assistia, tinha a sensação de conhecê-lo, mas não podia me lembrar de onde. Não era como se ele fosse um amigo ou alguém do meu convívio, pois se fosse eu lembraria sem dúvida. Eu apenas já o teria visto em algum lugar. Eventualmente ele a fez parar, vendou-a e amordaçou em instantes. Ela foi colocada de frente para nós para que claramente pudéssemos contemplar o belo trabalho que ele havia feito em contê-la.
O peito da mulher subia e descia de excitação, enquanto ele olhava em volta estudando, pela primeira vez, os presentes. Até que ele me viu e eu poderia dizer que ele me viu como nunca ninguém o fez. Senti o ar fugir dos meus pulmões. Desviei o olhar do seu para olhar para a mulher e, pela primeira vez na minha vida, eu queria estar naquela situação. Eu queria ser aquela mulher amarrada, vendada e amordaçada naquele quarto. Sendo vista por todas essas pessoas enquanto dava prazer aquele homem. Não a qualquer um, mas a ele. Seu olhar me fazia desejar isso. Cedo demais, ele voltou a se concentrar na mulher e a levou para um banco de couro que estava aos pés da enorme cama. Metodicamente, ele a ajudou a se posicionar em suas mãos e joelhos, sua bunda para o alto. Em seguida, deslizou as mãos pelo seu corpo algumas vezes até que enfiou os dedos entre as suas pernas. Algumas carícias mais tarde e ela ofegava e implorava por alívio.
Alcançando a cama ele pegou o que eu deduzi ser um plug anal, o que se confirmou quando ele, após lubrifica-lo na vagina dela, o enfiou em seu ânus. Seu corpo todo arqueou com o ataque, mas ele se demorou provocando-a. A sua mão livre deslizando para cima e para baixo no corpo da mulher a sua frente. Pegando uma espécie de régua, ele começou a golpear a sua bunda de um lado e de outro. Ele não parecia estar aliviando para ela, mas ela não estava reclamando em tudo. O pênis dele estava ereto, escapando pela calça jeans aberta e, embora eu não estivesse perto o suficiente para ver, eu tinha certeza que havia no mínimo uma gota de pré-gozo na sua ponta. Sim, eu estava completamente encharcada em assistir, então estava certa que ele estava quase lá. De onde eu estava poderia dizer que ele era enorme e estava muito excitado. Seus músculos do braço direito evidenciavam-se com o esforço e a mulher gemia de prazer com cada golpe. Então, ele olhou pra mim, eu tinha certeza. Eu não podia dizer sequer a cor dos seus olhos, mas eu sabia que eles estavam fixados em mim, enquanto deixava cair a régua no chão. Segurando seu pau e bombeando na mão algumas vezes, ele posicionou em sua entrada e, em um único golpe, penetrou-a. Estremeci como se fosse eu a ser penetrada naquele momento e a umidade entre as minhas pernas só aumentava. Ele apertava os quadris dela e, pela posição que eles estavam que era de lado em relação ao público, eu pude assistir cada golpe dele em seu interior. Eu via a umidade que surgia quando seu pau se retirava e a tensão eu seu maxilar quando ele a penetrava. Mas eu via, principalmente, os seus olhos. Apenas duas frestas, apertados de desejo, transferindo todo o prazer que ele estava sentido para mim. Meu corpo se arqueou no banco em que eu estava e eu desviei os olhos para ver algumas pessoas acariciando umas às outras e alguns simplesmente acariciando a si mesmos e eu pensei, por um instante, em fazer o mesmo desesperada por alívio. Mas voltando a olhar para ele, eu vi que não era uma opção. Ele parecia me repreender com o olhar...Por quê? Por que eu desviei meu olhar do dele? Por que eu pensei em me aliviar? Como era possível me sentir assim? Eu não sabia, mas eu sentia um desejo enorme de agradá-lo, então eu apenas fiquei ali, com uma onda de excitação enorme atravessando todo o meu corpo, enquanto ele fodia artisticamente a mulher diante de mim. De repente houve um urro forte e alto e ele puxou de dentro dela, bombeando o seu pau até que todo o sêmen estivesse lambuzado a bunda dela. Mas seus olhos estavam em mim, ainda.
A mulher tremia após o seu orgasmo, mas ele não parecia pensar em parar. Erguendo-a, ele a levou para a parede de vidro e empurrou a mulher contra ela, de modo que os seus seios estivessem pressionados e expostos para todos. O olhar no rosto dela era de plena satisfação e eu a invejei. Deus! Ele agarrou o cabelo dela entre as mãos e chupou o seu pescoço, mordei a sua orelha. Os seios dela ostentavam grampos que eu imaginei serem muito dolorosos, mas não havia sinais de sofrimento em seu rosto, só prazer. Muito prazer. Ela se manteve pressionada contra o vidro e ele chicoteou as suas costas por um longo tempo, arrancando gemidos dela. Sua bochecha rosada e seus seios amassados para nossa contemplação. Quando a virou de costas contra o vidro podíamos ver os vergões vermelhos em suas costas como as marcas rosadas em sua bunda. Ergueu-a e envolveu as pernas delas em torno dos seus quadris enquanto ele a fodia contra o vidro. Nossos olhos voltaram a se encontrar e se mantiveram fixos durante muito tempo. Quando ela deslizou de lado a sua cabeça e ele mordeu o seu ombro, eu me contorci no banco e surpreendentemente gozei, meu corpo se estremecendo, meus olhos fechados, as pessoas em volta esquecidas e, quando finalmente eu voltei a abrir os olhos, ele sussurrou “Linda” com a voz rouca, gozando em seguida, seus olhos semicerrados, mas sempre fixos em mim.
Não sei precisar quanto tempo se passou até que consegui me recuperar. Olhei em volta assustada com medo de que todos tivessem se dado conta do que estava acontecendo, mas ninguém parecia perceber. Todos estavam ocupados demais assistindo ao espetáculo.
Ele a ergueu em seus braços e se virou, caminhando com ela em direção à cama, ainda empalado dentro dela. Aproveitei esse momento para escapar com um pouco de dignidade.
- Então?- Oh! Pelo amor de Deus, eu já falei tudo que eu tinha pra falar nos últimos cinco dias. – ela continuou me olhando e eu falei – Eu meio que entendi seu ponto, certo? Quando eu estava lá não parecia mais tão absurdo assim o que vocês fazem. Deu pra ver que as pessoas realmente podem sentir prazer com... tudo aquilo que acontece lá...- Eu não estou me referindo a isso. Como você mesma explicou, isso é o que você me diz nos últimos dias, o que eu quero saber é o que aconteceu que você não está me contando. Você teve uma experiência com alguém?- Não.- Você me diria se tivesse?- Claro.- Ok. Então eu vou parar de te encher o saco sobre isso. Só quero que saiba que se você quiser falar sobre qualquer coisa eu estou aqui, ok?- Certo. Terei isso em mente. Obrigada. Agora eu preciso ir. Tenho uma reunião com Ugo Lopes, na Mazza Telecom.- Mazza Telecom? Tá falando sério?- Eu também não estou acreditando e também não quero que crie expectativas, mas eu recebi um convite para uma
Eu estava silenciosamente rezando para que ele não me reconhecesse e se essa graça fosse atendida, que Amadeo não desse com a língua nos dentes. Enquanto eu estava em cólicas por todo o inferno interno que eu estava vivendo, ele apenas sentou-se em seu lugar e mexeu no seu smartphone enquanto Amadeo foi a cada um de nós apertar a mão e ser gentil – Srta. Ferrara – Disse ao se aproximar. – que bom revê-la.- Sr. Rizzardo, eu sinto... – ele me parou balançando discretamente a cabeça de um lado para o outro ao mesmo tempo em que sussurrou um “relaxe”. Eu, no auge do meu desespero, agarrei-me nisso para me acalmar. Ele não diria nada e o senhor “foda intergaláxica” não iria se lembrar de mim. Embora, francamente, o que fez com que eu cogitasse a possibilidade dele se lembrar? Eu estava em uma sala escura com dezenas de pessoas e não era como se o pau dele estivesse sendo inserido em mim. Eu honestamente já achava difícil que ele se lembrasse da mulher deslumbrante que ele estava fodendo,
Penny- Como você pode não me falar que Antony Mazza era dono do Gaming Club.- Eu juro que eu não sabia. E sim, eu conhecia Amadeo, mas não tinha ideia de que ele trabalhava na Mazza Telecom. Além disso, eu te disse que estamos frequentando este clube a pouquíssimo tempo, eu não conheço todo mundo ainda. Na verdade, Bruno é o único que conhece as pessoas. Mas, honestamente, eu não vejo razão para você ficar preocupada. Amadeo é muito profissional...- Não é com ele que eu estou preocupada.- Então com quem é? Você chegou a encontrar Antony Mazza no clube? Ele se lembrou de você? Eu não acho que ele falaria alguma coisa para constrangê-la. Não é como as pessoas de lá agem.- Eu não acho que ele tenha me reconhecido e, sim, eu o encontrei lá, mas na ocasião não o reconheci. Ele fez uma apresentação no salão principal e eu assisti. Jesus! Você tem ideia do quanto isso é constrangedor? - Olha, se ele não te reconheceu não vejo por que você está preocupada.- Quer saber do que mais? Você
Tony- Ela é esperta. Quantas equipes entraram em contato pedindo isso – Perguntei a Amadeo depois que ele encerrou a ligação com Penélope. Eu estava em seu escritório quando a sua secretária passou a ligação. Eu me vi eufórico quando ouvi o seu nome dito pela secretária no interfone.- Apenas ela. As outras queriam apenas tirar algumas dúvidas técnicas sobre o produto, mas solicitaram apenas uma reunião.- Dê-lhes apenas o que pedirem. Assim vamos medir o brilhantismo de cada um.- Ela é muito boa. Eu vi alguns dos seus trabalhos. Tão jovem e tão brilhante. Fala a verdade... você gostou dela.- Profissionalmente?- Não. Sexualmente.- Eu não fodi com ela...- E desde quando é preciso foder para gostar sexualmente. Algumas coisas a gente apenas sabe. Ela exala sexualidade, embora eu continue dizendo que ela não tem sequer um osso submisso em seu corpo. Ela é curiosa e isso é tudo.- Eu não estou interessado. Não mesmo. Ela é bonita e inteligente, mas eu não estou interessado.- Ahã.
LucaO beco atrás da boate estava completamente vazio. Um contraste com a entrada principal, onde havia uma não muito pequena fila de jovens ansiosos para entrar nas dependências da boate. Demétrius estacionou o carro e eu pulei sem esperar que ele abrisse a porta. Eu não estava preocupado. Apesar de estarmos em uma área pública, as câmeras de segurança instaladas nas paredes do prédio que abrigava a boate eram monitoradas pelos meus homens. Prova disso, foi que a porta logo foi aberta e a batida estridente se misturou ao barulho do tráfego a nossa volta. Enquanto no piso inferior funcionava uma boate como qualquer outra, onde as pessoas bebiam e dançavam, a parte de cima abrigava um clube onde as nossas mulheres entretinham desde os machos que fazem parte da Família até políticos influentes – Olá, chefe – cumprimentou-me Greg, que havia aberto a porta.- E aí cara?- Eles já estão aqui. Estão na área vip.- Vamos ver o que ele quer.Entrei no ambiente escuro com luzes intermitentes e
Andressa- Você é uma vergonha – meu pai berrou para o meu irmão que estava caído no chão após levar o terceiro soco do meu pai. Nas duas primeiras vezes ele até que se levantou, mas agora estava lá, prostrado. Sem nenhuma condição de erguer-se sozinho. Meus primos estavam a um canto observando sem se intrometer, esperando o comando do meu pai. O cheiro de álcool podia ser sentido à distância – O que você tinha que falar com Luca Sartori? Eu por acaso estou reclamando de dinheiro pra você. Quem deu autorização para agir em meu nome.- Eu não agi em seu nome.- Por mais que eu odeie isso, você é um Barbieri e o que você faz é em meu nome.- Eu não sou obrigado a me submeter aos Sartori.- Que merda você está falando? Juan Carlo Sartori é o Capo e mesmo quem não faz parte da Família se submete a ele. Quem você pensa que é?- Sou um Barbieri de verdade e não vou aceitar isso. Com todo respeito Papà, se o senhor não teve pulso para acabar com eles eu o terei.- Você só vai me envergonhar
PennyDefinitivamente eu não era uma madrugadora, então eu devia considerar um milagre a minha animação as sete da manhã para trabalhar no projeto Mazza, quando eu tinha ido para a cama depois da meia-noite. O fato é que eu estava realmente empolgada e encarando isso como um verdadeiro desafio. Mas uma coisa estava me incomodando em tudo. Era a necessidade de trabalhar no prédio da Mazza Telecom e eu não estou dizendo isso pela possibilidade de ver Antony Mazza. Tenho certeza de que poucos mortais têm acesso a ele e provavelmente eu devo ficar muito longe. Mas eu receava a própria dinâmica de trabalho, de estar fora do meu ambiente, com pessoas estranhas à minha volta. Enviar Dino ou Isabel também não era uma opção. Eu confiava plenamente na capacidade deles, mas ambos estavam com um número grande de projetos em execução. Sem falar que eu não delegaria esse projeto para ninguém.Depois de um banho e escolher uma roupa adequada para enfrentar o dia de trabalho, fui para a cozinha encon
TonyEu devo estar louco, porque qualquer coisa que diz respeito a essa mulher tem o poder de me deixar instantaneamente duro. A forma como ela pronunciou as palavras causou uma contração no meu pau, que já em ascensão depois de me deparar com a sua bunda paralisada na minha recepção. Inevitavelmente uma cena dela ontem sendo tocada por aquele homem tão intimamente fez o meu sangue ferver e eu queria puni-la por isso. Sim, se eu pudesse, eu a levaria para a minha sala e espancaria até a sua bunda está rosada. Sem seguida eu a curvaria sobre a mesa e foderia a sua bunda com força para que ela soubesse que ela me pertence e que homem nenhum pode tocá-la daquela maneira.- Eu... fiz alguma coisa errada?Porra! será que eu falei em voz alta? – por que pergunta isso?- É que o Senhor me olhou... de um jeito... achei que estivesse aborrecido com alguma coisa. - Não. Venha até a minha sala. Gostaria de falar com você um minuto.- Claro – ela me seguiu até o meu escritório – tem uma bela sal