CAPÍTULO 4

Penny

- Como você pode não me falar que Antony Mazza era dono do Gaming Club.

- Eu juro que eu não sabia. E sim, eu conhecia Amadeo, mas não tinha ideia de que ele trabalhava na Mazza Telecom. Além disso, eu te disse que estamos frequentando este clube a pouquíssimo tempo, eu não conheço todo mundo ainda. Na verdade, Bruno é o único que conhece as pessoas. Mas, honestamente, eu não vejo razão para você ficar preocupada. Amadeo é muito profissional...

- Não é com ele que eu estou preocupada.

- Então com quem é? Você chegou a encontrar Antony Mazza no clube? Ele se lembrou de você? Eu não acho que ele falaria alguma coisa para constrangê-la. Não é como as pessoas de lá agem.

- Eu não acho que ele tenha me reconhecido e, sim, eu o encontrei lá, mas na ocasião não o reconheci. Ele fez uma apresentação no salão principal e eu assisti. Jesus! Você tem ideia do quanto isso é constrangedor? 

- Olha, se ele não te reconheceu não vejo por que você está preocupada.

- Quer saber do que mais? Você está certa. Eu vou tentar esquecer que eu estive naquele lugar e concentrar as minhas energias nesse projeto. Se nós conseguirmos essa conta vai ser... surreal. Vamos nos reunir aqui no primeiro horário e eu vou repassar os detalhes.

Isabel saiu e eu demorei um pouco para conseguir me concentrar no trabalho. Minha mente estava sendo bombardeada por imagens de Antony Mazza fodendo sem piedade aquela mulher no clube e outras dele completamente sério naquela sala de reunião. Não que ele não tivesse sério no clube, pelo contrário. Mas era como se fossem duas pessoas totalmente diferentes. Era estranho participar de um momento tão íntimo como o orgasmo de alguém e no outro instante ele é um completo estranho para você. Eventualmente, eu consegui me concentrar e algumas ideias surgiram para serem discutidas com Isabel e Dino na manhã seguinte. Além disso, anotei algumas dúvidas que precisaria tirar com Amadeo ou Ugo sobre o funcionamento do aparelho. Uma das coisas que eu aprendi, era que você precisa conhecer muito bem o produto que você quer vender e a empresa que o está vendendo. Alcancei meu telefone em cima da mesa e fiz uma chamada para a Mazza Telecom. Após o cumprimento profissional da atendente eu me identifiquei e pedi para falar com o Sr. Rizzardo. A chamada foi transferida para a sua secretária e em seguida para ele próprio – Penélope, em que posso ajudá-la.

- Amadeo, desculpe incomodá-lo. Mas tendo em vista o curto prazo que temos para trabalhar nesse projeto eu decidi que não posso deixar nada para amanhã. Para que eu desenvolva algo mais convincente, tão real a ponto de convencer os investidores e clientes, eu preciso conhecer efetivamente o produto. O que eu gostaria é das especificações técnicas detalhadas, uma demonstração. Eu quero fazer uso do produto e tirar as minhas próprias conclusões sobre ele.

- Isso... bem isso é surpreendente. Pode me dar um minuto. – Ele demorou bem mais do que isso – Penélope, eu gostaria de dizer que, tanto eu como Antony, estamos impressionados com a sua perspicácia. Por questões de segurança, nenhum produto nem as informações pertinentes a ele podem deixar esse prédio. Você como uma profissional da área sabe que espionagem empresarial existe e causa sérios danos a grandes empresas. Um vazamento antes do lançamento seria terrível para os negócios.

- Como podemos fazer então? Eu não vejo como posso vender algo que eu não conheço, por melhor que eu seja. Eu posso incrementar as qualidades do produto, fazer uma apresentação convincente, convencer o cliente, mas eu preciso conhecer o produto para fazer uso da melhor estratégia.

- Claro. Nós estamos de acordo. É por isso que nós estamos disponibilizando a nossa estrutura para que você e a sua equipe possam trabalhar aqui na empresa. 

- Mas... eu tenho a minha própria empresa.

- Nós podemos conseguir qualquer coisa que você precisa. Não há nada na sua empresa que você não possa conseguir aqui. Nós acabamos de demitir boa parte do departamento de marketing, de modo que falta de espaço não é um problema. São apenas duas semanas.

- Apenas no caso de eu concordar com isso, quando eu poderia começar aí?

- Quando você quiser. Estou providenciando tudo agora.

- Ok. Vou chamar de volta. Obrigada.

*****

- Vai precisar de mim ainda hoje? – Isabel falou da porta despertando minha atenção. Olhei para o relógio e me surpreendi com a hora.

- Nossa! Já passa das 18h00. Distraí-me completamente. Eu não vou precisar de nada. Estarei indo em seguida.

- Ok. Já avisei a Dino sobre a reunião. Benito ligou perguntando se você estava por aqui. Ele ligou para você, mas estava desligado.

- Droga! Acho que descarregou. Eu saí completamente do ar..

- Você está preocupada...

- É um projeto importante. Não quero perder essa oportunidade.

- Entendo. Vejo você amanhã. Bruno está chegando para me buscar.

Ela saiu e com a menção do nome de Bruno, outro dominador voltou a ocupar os meus pensamentos e eu não consegui me livrar dele depois disso. De modo que eu resolvi ir embora, já que não seria mais produtiva naquele momento. Peguei as minhas coisas e apaguei a luz da minha sala. A empresa se resumia a poucas salas. Havia a minha que era a segunda maior, perdendo apenas para a sala de reunião. Mesmo assim, nenhuma se comparava a sala que eu visitei hoje na Mazza Telecom. Havia também duas salas menores: uma de Isabel e outra de Dino. Uma recepção e uma pequena copa para nossas refeições. Enquanto saíam apaguei mais algumas luzes e desliguei uns equipamentos que foram esquecidos ligados. Apesar de ser uma empresa pequena, a preocupação com a segurança das informações dos nossos clientes era muito grande. Por isso eu tive o cuidado de me certificar que o alarme fora acionado devidamente. Quando deixei o prédio e caminhei em direção ao meu carro, surpreendi-me ao encontrar Benito me esperando encostado nele. Dei um sorriso, não deixando de notar o quanto era bonito. Nós não éramos namorados, mas saíamos algumas vezes. O sexo era bom, embora... agora eu não esteja tão certa.

- Aí está você.

- Estava à minha procura?

- Sempre. Isabel me disse que a encontraria aqui. Resolvi esperar aqui embaixo para não atrapalhar o seu trabalho.

- Sim. Eu estava de saída.

- Quer beber alguma coisa?

- Não sei. Amanhã tenho uma reunião e tenho que trabalhar ainda esta noite. – Ele deu um passo à frente e segurou a minha cintura, puxando-me contra ele. Ele depositou um beijo no meu pescoço, causando um arrepio por todo o meu corpo.

- Você já comeu?

- Na verdade não.

- Então vamos comer alguma coisa e depois eu te deixo ir. – Sua boca estava bem próxima ao meu ouvido e ele deslizou o seu nariz pela minha pele. - Prometo que não vou sequestrá-la, embora esta seja a minha vontade. – Ele era uma provocação e também uma ótima companhia. 

- Você j**a muito sujo.

- Não sabia que tinha regras. – Deu um sorriso brilhante – Vamos lá.

- Ok. Vamos até a cantina da esquina.

- É isso aí – eu abri o meu carro e deixei a minha pasta, levando apenas a minha bolsa de ombro e nós seguimos para uma cantina muito charmosa que ficava há poucos metros. Sua mão sempre firme na minha cintura.

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