PennyO apartamento estava silencioso. Demorei um tempo para lembrar de que estava sozinha. Giovanna estava passando o final de semana em algum lugar com o irmão de Tony. Alcancei meu telefone no criado-mudo e fiz uma chamada pra ela. Ela não atendeu. Eu ligaria novamente mais tarde. Vi que era mais de meio-dia e eu tinha uma leve, porém persistente dor de cabeça. Fiz um esforço para me levantar, tomar um banho e tentei não pensar na merda que eu fiz na noite anterior. Foi difícil. Cada vez que eu lembrava das coisas que eu falei sentia a minha face queimar de constrangimento. Uma hora eu estou cheia de dedos em me submeter a um homem e, outra hora, eu estou praticamente implorando para que ele me foda sem sentido. Se minha vida fosse um filme, nesse momento os espectadores estariam perguntando: É isso mesmo, produção?Decidi fazer uma limpeza no apartamento. Não que estivesse precisando ou que eu fosse esse tipo de pessoa prendada. Não mesmo. Mas eu queria me ocupar com alguma coisa
Nas duas horas e meia que faltava para a chegada de Antony eu passei pelos estágios de birra (do tipo eu-não-vou-a-lugar-algum), indecisão (talvez-devesse-ir-e-ouvir-o-que-ele-tem-a-dizer) e indecisão de novo (com-que-roupa-eu-vou). Quando o porteiro interfonou avisando que Antony já havia chegado, eu dei uma última olhada no espelho e satisfeita com a minha escolha, deixei o apartamento para encontra-lo no lobby.Quando as portas do elevador se abriram, eu o vi de costas com as mãos no bolso. Vestia um terno cinza grafite elegante e seu cabelo estava um pouco bagunçado. O elevador quase se fechou pelo tempo que eu demorei o observando. Eu consegui me mover a tempo de sair e caminhar até ele. Meu salto fazia barulho sobre o piso e ele se virou de repente ao ouvir os meus passos. Seu olhar encontrou primeiro meus olhos, mas não se demorou neles, percorrendo todo o meu corpo e depois fazendo o caminho de volta. – Está linda.Uma onda de satisfação ameaçou vir à tona por agradá-lo, mas e
As mãos dele pousaram sobre a minha face, uma de cada lado, meu rosto preso entre as suas mãos. – Por favor, fique. – Pediu. Nenhuma outra resposta me ocorreu naquele instante e eu sabia, lá no fundo, que meu sim não era para passar uma noite, mas para o final de semana inteiro. Quiçá, um mês. Eu queria descobrir aquilo que aquele homem tinha a me oferecer e estava disposta a pagar o preço.- Sim – respondi e finalmente entendi o que Isabel e Tony haviam falado sobre sentir prazer em satisfazer alguém. Eu estava feliz por satisfazer a sua vontade. O quanto isso era ridículo? Eu não queria saber. Seu rosto não se dividiu em um sorriso. Pelo contrário, ele estava muito sério. Mas eu não estava lendo errado. A intensidade do seu olhar e a sua respiração ofegante me deixaram saber que ele estava muito feliz com a minha decisão.- Venha comigo –Tony me ajudou a ficar de pé e fez o mesmo, tomando minha mão em seguida e me levando através de um corredor. Havia uma série de portas de ambos os
Uma sensação deliciosa entre as minhas pernas. Era um sonho? A realidade aos poucos fez-se clara e eu fiquei ciente de onde eu estava. Não havia mais máscara em meu rosto e eu podia ver bem, apesar da penumbra do quarto, a cabeça de Tony entre as minhas pernas – Isso é tão bom – Falei sem pensar e ele riu sem tirar seu rosto de lá. Minhas mãos estavam livres, então eu agarrei os seus cabelos. Plantei os calcanhares em seu colchão e empurrei, esfregando minha boceta ainda mais contra a sua língua. Estava bom demais e eu estava quase lá quando ele parou. Frustração veio forte, mas eu a empurrei para longe quando o rosto dele ficou em frente ao meu e seu pau entrou lentamente em mim. – Sinto muito por acordá-la, mas eu não consegui mais vê-la tão bela em seu sono e fazer nada sobre isso. Preciso de você... Seja minha – Pediu. Seus olhos estavam em um tom acinzentado, tão intenso. Seus movimentos dentro de mim tão certos... eu quase disse sim. Mas eu não podia. Não ainda. Eu assisti Tony
Tony Quando deixei a sala de reunião minha cabeça latejava e eu havia demitido a minha diretora de marketing. Remorso era algo que eu não sentia naquele momento. Fome? Sim. Dor de cabeça? Sim. Tensão? Sim. Mas remorso não.Atravessei o corredor até a minha sala, ignorando os cochichos enquanto eu passava por algumas salas e, ignorando na mesma medida, os olhares apavorados dos empregados que tinham a infelicidade de passar por mim. Para o bem deles, ao longo do tempo, adquiram a habilidade de identificar o meu humor e manter distância em momentos como esse.Jeanine, minha secretária, continuou sentada quando passei por sua mesa. Ela, mais do que qualquer outra pessoa tinha a habilidade necessária para lidar comigo. Ela era capaz de me dar uma péssima notícia em meu pior momento e ainda receber toda a minha carga de merda com uma cara de paisagem. Na sequência, ela apenas me daria a próxima notícia ou me atualizaria sobre a minha agenda como se nada tivesse acontecido. É claro que não
Penny- Certo. Isso é apenas meio louco. Não me leve a mal, eu respeito a sua opinião, mas não entendo como alguém consegue sentir prazer em ser espancada.- Não se trata de ser espancada. É tudo uma questão de conhecer os seus limites e se permitir. – Isabel disse seriamente. Não era a primeira vez que esse assunto vinha à tona. Ela estava explorando esse estilo de vida recentemente. Sim, antes disso ela era como eu. Pasmem! – Eu sei exatamente tudo o que você está pensando. Eu já estive aí cheia de preconceitos e ignorância. Mas quer saber? Eu me encontrei. Eu descobri um mundo de possibilidades de sentir prazer e estou satisfeita comigo mesma.Eu tomei um longo gole da minha cerveja e recoloquei a garrafa long neck sobre a mesa – E se você e Bruno terminarem?- Eu não estou fazendo isso por Bruno. Não mesmo. Eu estou fazendo isso por mim. Eu nunca me senti plenamente realizada sexualmente e, quando eu conheci Bruno nós começamos devagar. Ele se segurou comigo por que ele não queria
TonyEu poderia dizer o quanto o Gaming Club estava lotado apenas pela quantidade de carros que havia no estacionamento. Avancei até a garagem privada e acionei o controle. A porta se ergueu e estacionei o meu Audi entre as vagas de Luca e Amadeo. Nós compartilhávamos o gosto pela dominação e, após alguns anos nos encontrando em outros clubes e festas privadas, decidimos montar o nosso próprio clube. Saí do carro e me apressei para a entrada, pois deveria entrar em cena em cerca de meia hora. Eu sabia que Beatrice estaria esperando. Ela foi sempre pontual todas as vezes que estivemos juntos, mas ela era uma boa submissa e não ousaria ligar para me apressar. Nós também não éramos exclusivos, embora eu poderia dizer que ela era com quem eu mais jogava nos últimos meses. Às vezes nós incluíamos uma ou outra parceira ou parceiro, mas na maioria das vezes éramos nós dois. Diante da porta, coloquei o dedo polegar sobre o leitor biométrico e a porta se abriu com um clique. Giulio, nosso ch
PenélopeEmbora eu tivesse checado duas vezes o endereço, ainda não podia acreditar que era ali. Quando eu imaginei um clube BDSM eu tinha pensado numa boate com luzes na entrada, talvez uma placa ou banner com uma mulher vestida em couro e um cara com um chicote na mão, mas havia portões de ferro elegantes, uma discreta e requintada placa escrito simplesmente “Gaming Club” e uma câmera de segurança que falou comigo quando abaixei o vidro do carro.- Boa noite. Identifique-se, por favor – disse a voz metálica.- Sou Penélope Ferrara.- Um momento... É a sua primeira vez aqui hoje, não é?- Sim.- Seja bem-vinda. Siga em frente e depois à esquerda. Você vai encontrar o estacionamento para visitantes. Em seguida vá para o primeiro prédio. Alguém vai recolher as suas impressões digitais e dar-lhe algumas instruções. Uau! Sim. Eu estava mesmo impressionada com todo o esquema de segurança do lugar. O que me fazia questionar se eles eram muito sérios e preocupados com a segurança dos seus