SAMANTHA
Quando cheguei no meu quarto, Patch já estava lá. Ele era rápido. — pensei.
— Não disse que não ia voltar? — perguntei enquanto tirava meu sobretudo e jogava pelo chão.
— Eu tentei. Você não me merece. Mas eu quero você. — disse ele se aproximando de mim.
— Falando assim, parece que sou uma pessoa fria, sem coração, que não liga pra nada. — dizendo essas palavras, eu tomei ciência que depois de dez anos, eu era realmente assim.
— Você é assim, Samantha. Eu queria saber coisas da sua vida, queria saber como virou uma híbrida, e o que fez pra vir parar aqui. Mas você simplesmente não se abre.
— Patch, não é porque você gosta de falar sobre suas aventuras que eu tenho que fazer o mesmo. Você é um vampiro muito mais antigo do que eu, mas você é feliz sendo um, eu não. Eu nunca desejei isso, fui obrigada. Não quero dividir minha vida com você nem com ninguém. Quero ela toda pra mim. Ou o que restou dela.
— Tudo bem. Me desculpa. Não quero mais falar. Vem cá… — ele estendeu a mão pra mim.
Patch tinha uma aparência irresistível. Era um recém-chegado. Aquele que todos ficavam de olho, mas ele quis a mim, foi uma atração mútua.
Ele tinha um cabelo louro que caía sobre os ombros, uma boca carnuda e tinha aparência de bom menino, mas de bom menino não tinha nada. Eu me sentia bem com ele, mas não a ponto de o querer só pra mim, não me importava que ficasse com outras mulheres, assim como gostava da minha liberdade.
Ele era bem mais alto do que eu, tinha os braços largos e musculosos, os olhos castanhos combinavam com sua aparência de bonzinho.
Eu toquei a mão dele, e sorri maliciosamente. Patch me puxou com força, e eu bati meu corpo em seu peitoral, ele levantou meu rosto com dois dedos devagar, e depois virou minha cabeça de lado, passou a língua sobre meu pescoço, bem na jugular.
— Morde… — murmurei excitada.
Eu senti sua respiração ficar acelerada e ofegante. Seu volume dentro da calça já machucava minha barriga devido à diferença de altura porque ainda estávamos em pé.
Ouvi os dentes de Patch aumentarem de tamanho, e ele mordeu meu pescoço, me fazendo gemer.
— Oh deus… Seu sangue… — disse ainda com a boca em mim.
— Sabe que não pode beber muito. — falei.
Ele parou na mesma hora.
Todos sabíamos que o sangue de uma calerva deixava vampiros fracos. Mas era o mais gostoso de todos, e Patch não conseguia evitar. Era igual com Thomas. Quando bebíamos um do outro, ele bebia menos do meu. Pra não perder sua força. Mas gostava. Não tanto.
Patch lambeu o sangue que escorria no meu pescoço para limpar, e abriu minha blusa. Eu o ajudei a tirar a dele de pressa, enquanto ele tirava o resto da minha. Pulamos juntos na cama, e como de costume, eu dei um tapa em sua cara. Ele gostava da violência, e eu gostava de infringir dor. Ele riu com o canto da boca e colocou as mãos ao redor do meu pescoço, o apertando, enquanto me penetrava. Eu tentei gemer, mas estava sem fôlego. Até que ele soltou e eu retomei o ar, ofegante.
Eu fiz um movimentou rápido que fiquei por cima, enquanto ele estava deitado na cama e eu o cavalgava, eu bati de novo em seu rosto, o fazendo virar a cabeça e gemer, dando uma risadinha perversa. Puxei uma faca pequena que ficava em um suporte na minha perna, Patch me olhou com desejo.
Eu coloquei a ponta da faca em seu peito, e fiz um caminho… Um corte não tão profundo, mas longo. E chupei seu sangue. Fiz de novo do outro lado, ainda cavalgando. Enquanto ele fazia barulhos de prazer, e eu sentia o máximo de excitação que podia. Os cortes cicatrizavam quase que imediatamente.
— Eu te amo. — disse ele, enquanto eu o chupava.
— Não diga isso. — pedi, sorrindo. — Sinta o momento, baby.
Ele segurou minha bunda com as duas mãos e apertou. Deu estocadas mais fortes, e chegamos juntos ao clímax.
Eu belisquei seu peitoral, enquanto sentia todo meu orgasmo que demorou uns cinco segundos.
— Filho da puta… — murmurei, enquanto tentava respirar. Era ótimo sentir alguma coisa que não fosse ódio.
—
THOMAS
Já fazia seis meses que eu estava em Michigan. Não aguentava mais essa porra de cidade ou essas porras de civis.
Aparentemente, neste lugar ninguém sabe da existência de vampiros, então Lenore me mandou para limpar a cidade.
Eu não entendo o porquê dela querer matar vampiros, se são nossa espécie. Tudo bem que esses estão passando dos limites, deixando corpos a céu aberto, mostrando que somos monstros e que devemos ser temidos, mas ela poderia só reabilitá-los. Mas não era da minha conta questionar, então decidi só fazer a porra do meu trabalho.
Já era hora de voltar. Peguei minha caminhonete e coloquei os equipamentos na traseira. Assim que entrei, dirigi até a cidade. De longe vi alguém familiar, estava bem mais velho, com uns cabelos brancos na lateral da cabeça, mas ainda inteiro.
Tyler. Mas o que faria por aqui?
Bom, ele tem uma vida. Tem uma vida de dez anos que desconhecemos.
Eu o observei andar pela calçada, e estacionei a caminhonete. Andei atrás dele devagar para ele não notar, queria saber onde ele iria. Até que uma mulher acenou pra ele, ela segurava um bebê nos braços, e uma criança corria em direção a ele e a abraçava.
A mulher era metade do tamanho dele, parecia bem magra, mas era bonita. O cabelo era loiro como o de Samantha quando a conheci. Ele pegou a criança grande no colo e foi a caminho da mulher a beijando na boca.
Ouvi a menina mais velha dizer.
— Papai, vamos comer sorvete hoje? — ela parecia ter uns seis ou sete anos.
— Sim, querida. Vamos depois do almoço. — com o sotaque caipira puxado.
Ele as levou para dentro do restaurante.
Eu o segui até a entrada, ele pegou uma mesa, se sentou com as crianças e a mulher, e fez o pedido. Eu entrei e me sentei distante deles. Talvez ele dissesse algo sobre Amanda e Lucas. Já fazia tanto tempo, eu precisava saber alguma coisa deles. Mas também não podia ser visto tendo contato com a família de Samantha.
Tyler se levantou e perguntou a atendente onde ficava o banheiro minutos depois ele sumiu.
Eu fiquei ouvindo a conversa da mulher com as criancinhas, mas não falaram nada demais.
De repente, Tyler se sentou na cadeira na frente da minha e sorriu.
— Estava esperando um convite pra falar comigo? — perguntou ele sorrindo.
— Você sorri. — ironizei.
— Então. Está vivo! E onde diabos está Samantha? — perguntou voltando com sua cara durona que eu conhecia.
— Sua família ali? Muito bonita.
Era isso que Samantha queria em sua vida. Sair pra almoçar com as crianças de tarde e tomar um sorvete. Era a vida que eu queria também. Pena que não aconteceu pra nenhum de nós dois. E nem pra nós dois juntos.
— O que está no colo é Samuel. — Ele parou um pouco. — o Sam. A mais velha é a Trish. E minha esposa Marion. Então, onde está a Samantha?
— Está bem. Está… Segura.
— E por que diabos ela não voltou?
— Samantha não pensa por si mais, Tyler. Foi o preço que pagamos pela vida dela. Não posso ficar muito tempo. Só queria saber notícias sobre as crianças. — eu ri ao dizer "crianças". Eles não eram tão pequenos mais.
— Lucas está com Clara ainda. É um bom garoto. Está no colégio ainda. Mas é bem teimoso, como a mãe. E andou usando magia.
— O que aconteceu?
— Ele atraiu a porra dos lobos de Forest Lake para Darkvalle quando ele tinha apenas dez anos. Clara teve que fugir com as crianças. Usou feitiço de ocultação. Ela se separou do Jim. Está morando escondida em algum lugar de Darkvalle.
— Porque ela não saiu de lá?
— Eles seguiriam os traços dela por onde fosse. E se ela saísse do círculo de ocultação, saberiam onde estão. E ele não funciona em movimento.
— E Amanda?
Tyler fez uma pausa, ela não queria me contar, ou não sabia como contar.
— Fala!
— Mandy está no hospital. — ele olhou pro chão.
— O que houve? O que aconteceu com ela, a machucaram?
— Não esse tipo de hospital.
Eu o encarei confuso.
— Há um ano, ela acertou Ben, o filho da Clara tão forte, que o menino perdeu a visão do olho esquerdo. Atacou Clara, Luke, Jim, que foi embora. Clara e eu decidimos colocá-la em uma instituição.
— Mas que merda.
— Não tivemos outra escolha, Thomas. Ela estava fora de si. Não sei se herdou o gene do pai dela, mas ela não estava em sã consciência.
— Vou deixar meu telefone com você. Me mande o endereço de Clara e do hospital. Samantha e eu vamos dar um jeito, e fazer uma visita a eles. Amanda precisa de respostas. Sei como é ser uma jovem lobisomem, não deve estar fácil pra ela. E Tyler. Ela não tem nada do Charles. Não diga isso de novo.
Coloquei um papel com meu número em cima da mesa, me levantei.
— Tem notícia das Mistys? — perguntei.
— Foram embora há uns anos. Logo quando fez um ano que vocês não voltaram. Não sei onde estão.
— Tudo bem, Ty. Se cuida. Tem uma linda família.
Tyler agradeceu, e eu saí do restaurante.
Caminhei de volta até minha caminhonete, entrei e dirigi para o aeroporto.
—
SAMANTHA
Assim que cheguei ao meu quarto, tirei o sobretudo que sempre usava para caçar. Minha roupa apertada estava me sufocando, então a tirei também. Senti uma presença eletrificada em meu quarto, alguém não foi convidado. Mas eu só conhecia uma pessoa que me fazia sentir isso. Puxei a arma que estava em cima da cama e apontei diretamente para a cortina. Onde a luz não batia, mas eu sabia que estava lá.
— Apareça ou eu atiro. — falei com a arma já engatilhada.
A luz do abajur próximo a cortina se acendeu. Revelando Thomas ali, de pé.
Já fazia alguns meses que eu não o via. Lenore o mandou para uma missão em Michigan, e foi uma das longas.
Ele estava tão bonito quanto antes. Nunca deixou de me atrair. Mas não tínhamos mais nada um com o outro, a não ser decepções e frustrações.
— O que tá fazendo no meu quarto? — perguntei abaixando a arma.
— Vim dizer “olá”, amor. — falou com seu forte sotaque britânico.
— Eu sei que “amor” é uma coisa de vocês ingleses, mas gostaria que cortasse isso quando se referisse a mim, Thomas.
Peguei o roupão preto de cetim que estava sobre minha cama, e vesti. Escondendo minha quase nudez. Já que só vestia uma calcinha e um sutiã.
— Tenho notícias sobre Darkvalle. — falou ele se aproximando.
Meu coração acelerou e meu corpo gelou. Eu não tinha notícias deles há muitos anos. Entraram em feitiço de ocultação e sumiram. Mesmo eu sabendo que ainda estavam lá. A última vez que consegui os ver, Luke e Mandy tinha completado nove anos de idade. Os vi de longe, era só o que eu podia me permitir. Pois se me aproximasse demais Lenore saberia. E as coisas não acabariam bem pra ninguém.
— O que aconteceu? Eles estão bem?! — perguntei assustada.
— Lucas estava tentando encontrar você. Usando feitiços. O que atraiu os Lobos de Forest Lake para Darkvalle. — disse Thomas.
— E o que isso quer dizer?
— Estão atrás dele. O feitiço de ocultação que alguém colocou neles se desfez. Luke está vulnerável. Ele acabou de fazer dezesseis anos, não sabe nada sobre magia, não foi orientado com nada. Estão atrás dele pelo sangue. O novo alfa quer o Sangue Calerva do nosso menino.
— Não! — um desespero passou por mim, sabendo que Lenore nunca me deixaria sair daqui viva. Nem para salvar meu filho.
— E Amanda? — perguntei.
Thomas me lançou um olhar preocupado. Antes de me dizer qualquer coisa. O que me preocupou.
— Fala, Thomas!
— Amanda quase matou Ben. Clara a internou numa clínica psiquiátrica. Ela já está lá há um ano.
— O que?!
Como Clara pôde fazer isso? Meu deus, o que tem de errado com essa família?
— Eu sei o que está pensando. Mas Mandy deixou uma marca muito feia no rosto de Ben. Ela estava fora de si. Clara não teve escolha.
— Thomas, temos que voltar. — sussurrei.
— Eles não vão deixar. — respondeu ele.
— Eu não ligo, os mato com minhas próprias mãos se for preciso. Eles precisam de nós.
— São muitos. E são mais fortes.
— Thomas, são nossos filhos!
— Eu sei! — exclamou. — Não estou pensando sobre, eu sei o que devemos fazer, mas precisamos de um plano.
THOMAS
Assim que saí do quarto dela, Patch estava caminhando no corredor. Ele contraiu o maxilar quando me viu sair de lá, provavelmente ficou com raiva. Mal sabia que não tinha nada com o que se preocupar. Mas dado o meu histórico com Samantha, qualquer namoradinho teria ciúmes. Compreendo. Mas não tem motivos para isso. Samantha e eu não somos mais um casal. Nem pensamos mais nisso. Bom, pelo menos eu sei que ela não pensa.
— Ora, ora… quem voltou… — disse Carmilla quando passei pelo corredor indo direto para a cozinha.
— Sentiu minha falta, gatinha? — perguntei irônico.
— Só da sua bundinha. — respondeu ela apertando minha bunda. — Vai no meu quarto mais tarde. Temos muito o que conversar.
— Tenho coisas pra fazer, Mila. Talvez amanhã. Estou cansado.
— Tudo bem.
Ela sumiu silenciosamente como um gato. E eu peguei o uísque que estava no armário.
Sam e eu precisávamos bolar um plano, para que conseguíssemos sair daqui.
Enviei uma mensagem para Samantha. As paredes desse lugar tinha olhos e ouvidos.
~Consegue colocar um feitiço de ocultação em nós dois? Até que cheguemos em Darkvalle?/Tom
~Não. Mas podemos ir durante uma caçada. Tenho uma amanhã com Patch. Ele vai nos dar cobertura./Sam
~Tudo bem. Boa noite./Tom
SAMANTHA
Na manhã seguinte, usei meus poderes pra entrar na mente de Patch, e mostrar o que precisávamos fazer. O mostrei lembranças sobre meus filhos, e minha última conversa com Thomas, sobre o que havia acontecido.
Talvez Thomas tivesse aparecido muito nas lembranças, o que claramente o deixou incomodado. Mas minhas lembranças com Lucas e Amanda sempre tinham Thomas junto. Não tinha como eu simplesmente apagá-lo por causa do amor platônico que Patch sentia por mim.
Ele aceitou nos ajudar. E como tínhamos uma caça hoje, ele estaria lá conosco.
Lenore me mandou com Patch, e Thomas foi na direção oposta de nós. Mas todos saímos juntos.
No caminho, mudamos a direção. Não podíamos ir até o aeroporto. Pois saberiam onde íamos.
Thomas já tinha tudo planejado. E conseguiu o jatinho dele. Que foi o meio que usamos para chegar até Forest Lake.
Thomas já era um piloto nato. Aterrissou em um campo, onde ninguém encontraria o avião.
Estávamos em solo americano depois de dezesseis horas de viagem. Eu não sabia o que sentir. Os veria de novo após praticamente abandoná-los por dez anos. E sabíamos que assim que notassem nossa fuga, viriam atrás de nós. Precisávamos agir rápido.
— O que eu vou fazer? Como vou chegar lá? O que vou dizer pra eles? — perguntei nervosa e me tremendo.
Thomas se pôs em minha frente, segurou minhas mãos.
— Ei. Você é a mãe deles. Saberá o que fazer assim que os ver. Tudo que eles precisam é de você aqui, agora. E você está. — falou com a voz mais calma, me tranquilizando.
Eu respirei fundo, e Patch apareceu com um carro minutos depois.
— De onde você tirou esse carro? — perguntei.
— Estava parado na estrada. Só mexi na fiação. Vamos logo. Me mostre o caminho. — respondeu abrindo a porta do passageiro.
Eu entrei e Thomas entrou logo atrás. Ensinei o caminho até Darkvalle, já que era uma cidade que precisava passar por Forest Lake para chegar.
— Tom, você disse que eles não saíram de Darkvalle. Mas, onde estão?
— Vamos descer do carro. Esconda-o no mato, vamos subir a pé. — disse Thomas
O lugar não me era estranho. Já estive aqui antes.
— Alguém sabe que viríamos? — perguntei.
— Tyler. Mas não quando viríamos.
Continuamos subindo a colina, e de longe pude ver a casa vermelha. Onde eu havia ficado escondida de Thomas antes de conhecê-lo, a casa do Caleb. Eu sabia que ele era amigo de Chuck, não falei com ele desde o que aconteceu, mas se estava ajudando a minha família, estava tudo bem pra mim.
Nós continuamos subindo, e eu senti meus poderes sumindo, como se minha energia estivesse se esvaindo do meu corpo. Summer estava aqui também. Era ela que os estava mantendo seguros.
— Por que eu sinto como se fosse humano de novo? — perguntou Patch.
— Porque agora você é.
Patch me olhou confuso.
— É uma amiga. Ela tira nossa magia e poderes com sua presença. Você se acostuma.
— Como isso é possível?
— Do mesmo jeito que é possível existir criaturas como nós. — respondeu Thomas mau humorado.
Deixando de papo furado, continuamos caminhando até a casa vermelha. A porta da frente se abriu, e eu vi Tyler me encarando de longe. Ele estava com os cabelos brancos na lateral da cabeça. Dez anos o deixou bem velho. Mas ainda estava bonitão.
Ele não parecia acreditar no que estava vendo. Apesar de saber que viríamos.
Eu parei por um segundo, para acreditar que estava com minha família de novo. E corri em sua direção.
Tyler abriu os braços pra me receber, e me abraçou como um urso. Senti muito a falta disso.
Lágrimas caíram no meu rosto, enquanto eu ainda o abraçava.
— Você não envelheceu um dia. — disse ele.
— E você envelheceu bem. — respondi.
Tyler fez um sinal com a cabeça, cumprimentando Tom, e encarou Patch. Pois não o conhecia.
— Ta tudo bem. Ele é confiável. — falei, tranquilizando-o.
Tyler assentiu e saiu da frente da porta para que entrássemos.
SAMANTHAAssim que entrei, vi Clara, ela estava com o cabelo grande, agora num louro mais escuro. Não parecia ter envelhecido muito, mas estava diferente. Mais madura. E um pouco abatida.Do corredor, saiu Caleb e Summer. Caleb com a mesma carinha de dezoito anos, e Sammer também não tinha envelhecido nada, mas seu cabelo agora estava liso. Estavam de mãos dadas. Pelo menos o tempo fez algo bom. Da última vez que os vi, estavam separados.— Onde ele está? — perguntei me referindo a Lucas.Todos ficaram em silêncio me deixando aflita e preocupada, até que um garoto apareceu pelo corredor. Ele tinha o cabelo loi
THOMASPeguei meu carro que estava na garagem e dirigi até Nova Orleans.Assim que estacionei, olhei pela janela e vi uma menina que parecia ter acima de vinte anos, e ela parecia preocupada.Eu subi até lá e bati na porta.— Quem é? — ouvi a voz feminina suave do outro lado.— Sou eu. — falei. Se ela fosse quem penso que é, reconheceria minha voz.Ela abriu a porta rápido e quando me viu abriu os olhos mais do que podia.— THOMASEu fui pro meu quarto e tomei um banho. Sam disse pra eu falar com Amanda, mas já tentei tantas vezes que não sabia por onde começar dessa vez.Porém, se eu não continuasse tentando, nossa relação de pai e filha nunca evoluiria. Então eu fui até o quarto dela.Assim que bati à porta ela disse pra entrar sem saber quem era. Eu entrei como mandado.Quando ela viu que era eu, colocou fones de ouvido e ligou uma música bem alta.Não sei como ela conseguia, tendo ouvidos sensíveis de lobisomem. Essa menina gostava de se tor4 - Perdão
THOMASNo dia seguinte, Amanda e eu começamos o treinamento no jardim. Ela tinha muito ódio dentro dela. E eu já podia sentir na minha própria pele, pois seus socos doíam.— Devagar… — falei quando ela me acertou no braço.— Acho que você tá ficando velho, pai. — disse ela, debochando.— Ou eu só não quero lutar sério e machucar minha garotinha.Amanda me acertou várias vezes e eu consegui me defender, até que ela pulou o corpo por cima de mim, escorando suas costas nas minhas e me pegando
SAMANTHAAs crianças chegaram do colégio, então eu desci para recebê-los, e na hora que abracei Lucas ele sentiu exatamente o que eu estava sentindo naquele momento, e quando olhei em seus olhos, ele estava confuso e preocupado.— Mãe… (?) — falou como uma pergunta. Como ele fazia isso? Ele sabia exatamente o que estava acontecendo.— Não conte pra sua irmã. Nem pra ninguém, até eu resolver tudo isso. Por favor. — pedi sussurrando.Ele assentiu, e subiu pro quarto.Lucas parecia ter mais poderes do que eu e ele era mu
SAMANTHA— Mãe, vai ter show de talentos na escola amanhã. Você e o pai vão? — perguntou Lucas depois de bater na porta do meu quarto e eu mandar abrir.— Oh, querido. Claro! O que vai apresentar?— Hm… Eu vou fazer um truque de mágica.— Não com magia de verdade, eu espero. — falei tensa.— Não. Claro que não. Eu sou um bom mágico além das minhas habilidades sobrenaturais.— Bom saber. E sua irmã, vai performar o que? — eu dei umas batidinhas na cama pra ele sair da porta e
Quando chegamos na escola dos meninos, os alunos e pais ficaram nos encarando. Acho que tínhamos uma má fama na cidade. Eu posso dizer por mim mesma que eu fiz muita bagunça por aqui com Chuck.Eu usava um vestido preto que cobria o joelho, e botas. Amanda usava uma calça jeans e uma blusa com jaqueta preta por cima. Ela não levava esse dia a sério mesmo. E Luke estava com suas roupas de mágico.Uma mãe se aproximou de nós. A única que não parecia nos olhar com medo ou desprezo.— Oi, você é a mãe do Lucas, não é?Amanda puxou todos para dentro do colégio e eu fiqu
SAMANTHANa manhã seguinte, Amanda estava tomando café com Lucas na cozinha. Era dia de escola, e eu estava completamente indisposta.— Bom dia. Onde está seu pai? — perguntei, colocando café na xícara.— No jardim. No telefone. — disse Lucas.Apurei meus ouvidos de vampira para ouvir com quem ele falava.— …E se você disser que vai fazer uma viagem? Não é por muito tempo, eu só estou com saudades. — disse uma voz feminina que eu nunca tinha escutado antes.—