THOMAS
Eu fui pro meu quarto e tomei um banho. Sam disse pra eu falar com Amanda, mas já tentei tantas vezes que não sabia por onde começar dessa vez.
Porém, se eu não continuasse tentando, nossa relação de pai e filha nunca evoluiria. Então eu fui até o quarto dela.
Assim que bati à porta ela disse pra entrar sem saber quem era. Eu entrei como mandado.
Quando ela viu que era eu, colocou fones de ouvido e ligou uma música bem alta.
Não sei como ela conseguia, tendo ouvidos sensíveis de lobisomem. Essa menina gostava de se torturar.
— Amanda — eu tentei falar, mas ela não me deu ouvidos. — Mandy…
Depois de chamá-la várias vezes e não ter respostas, eu cansei de bancar o pai bonzinho que tenta se aproximar de maneira calma. Arranquei o fone de ouvido da cabeça dela, e amassei com a mão, quebrando em pedaços.
Ela me olhou chocada.
— Vai me ouvir agora, ou não? — falei jogando o que sobrou do fone no chão.
— O que você quer?! — perguntou irritada.
— Que você se comunique comigo, Amanda. Não é obvio?
— Eu não quero me comunicar com você. Não é óbvio?
— Okay. — eu sentei em sua cama. — Me diga qual o problema. Porque você não trata sua mãe assim, e ela e eu ficamos o mesmo tempo longes de você e do seu irmão. Por que não fala comigo?!
— Você não é meu pai. Eu não tenho que falar com você se não quiser. — disse se levantando da cama.
— Quem é o seu pai, então, Mandy? Tyler? Jim? Charles? Sabe o que seu progenitor fez com a sua mãe? Com Sandy e a mãe dela também? Você sabe quem é esse pai que você tanto adora?
— Eu sou como ele, não tenho nada de você!
— Do que diabos está falando? De ter a mesma cor do cabelo? De ser um lobisomem? Amanda, pelo amor de deus. Você não tem que se agarrar nisso. Não é porque certas pessoas nos colocam no mundo que você deve a elas sua lealdade. Progenitores nem sempre fazem papel de pais.
— Ele não fez porque vocês não deixaram!! — ela gritou.
— Mandy, vou te contar uma coisa. Uma coisa que nem a sua mãe sabe sobre o Charles. Quando eu a levei, alguns meses depois, no dia em que vocês nasceram. Charles veio até a maternidade ver vocês. Sabe o que ele me disse?
Ela negou com a cabeça e os olhos curiosos.
— "Ótima família, parceiro. Aproveite. Aquele que tiver o meu gene é inútil. Quem sabe eu não volto pra pegar o outro depois?"
Vi uma lágrima cair do olho de Amanda.
— Sabe o que significa isso? Sabe por quê ele queria o que não tinha o gene dele? Porque o sangue do seu irmão faz híbridos como eu. Aqueles que eram lobisomens e beberam o sangue de um Calerva, como seu irmão e sua mãe são. Charles achou que Luke seria útil pra ele, pois assim ele seria imortal como eu. Ele desistiu de vocês bem antes de vocês nascerem. Mas sua mãe e eu sempre estivemos lá. E todas as vezes, que eu precisei estar ausente, foi pra proteger vocês. Porque eu amo vocês. Mandy, eu vi você sair de dentro da sua mãe. Eu fui a primeira pessoa a te segurar nos braços e acalmar seu choro. Eu estava lá todo dia. Escolhi seus nomes. Dei banho, troquei fralda, brinquei, faltei trabalho pra ficar com vocês, Mandy eu sou o seu pai. Não o Tyler, não o Jim, não o Charles. Eu.
— Por que nos abandonou?! — ela gritou entre lágrimas.
— Eu não abandonei, amor. Eu sempre estive por perto. O tempo que ficamos longe, tivemos que escolher, entre a morte da sua mãe, ou nunca mais ver vocês de novo. Com Samantha viva poderíamos bolar um plano e voltar pra casa um dia.
— Levaram dez anos. Dez anos, porra.
Eu me aproximei dela. E a puxei pra um abraço.
— Eu sei que não foi justo com vocês. Eu sei que não foi fácil. Me desculpe por isso. — eu a apertei nos braços enquanto ela soluçava.
— Não leve pra si nenhuma comparação que façam de você com seu progenitor. Você não é ele. Você não vai ser como ele. Você é melhor. Vocês dois têm o coração maravilhoso da sua mãe. São teimosos como ela, são corajosos como ela, amam intensamente como ela. E é por isso que eu amo vocês. É por isso que amei sua mãe. Vocês são puros não importa o que tenha acontecido no passado.
— Eu acabei com a vida do Ben. — disse ela ainda chorando.
— Não acabou. Ele está bem. Você não tinha controle, não era sua culpa. Mas eu posso te ajudar a ter controle. E você vai ficar bem de novo. Eu prometo. Sua mãe e eu não vamos a lugar nenhum.
— Me desculpa, papai… — ela me apertou forte e molhou minha blusa com suas lágrimas.
Ouvi-la me chamando de papai finalmente, me deixava nas nuvens.
—
Desci as escadas para a sala de jantar, estava na hora do almoço e Sam estava cozinhando.
Ela não era muito de fazer comida, sempre tínhamos alguém pra isso. Hoje veríamos como ela faz.
Patch já estava lá, a rondando e ajudando com algumas coisas.
— Precisava de ajuda? Por que não me chamou? — perguntei
— Está tudo bem, Patch já está me ajudando. Como foi a conversa com Mandy?
— Ela me chamou de "papai" no final. Ah, e estou devendo um fone de ouvido novo pra ela. O dela eu quebrei.
— Eu nem vou perguntar… — disse Sam, enquanto colocava um copo de água dentro da panela e subia a fumaça. — Fico feliz que tenham se acertado. — Sam sorriu, veio até mim, e me deu um abraço inesperado. Eu correspondi. Tentei não ficar muito tempo, mas lembrei do quanto esse abraço era bom. Eu não podia negar que Samantha ainda mexia comigo. Os anos se passaram e eu nunca encontrei uma mulher como ela. O que me deixava puto da vida, pois eu queria alguém que me fizesse sentir o que ela fazia. Mas acho que não existia no mundo inteiro. Teria que ser ela, e só ela. Sempre foi ela.
Ouvi Patch pigarrear, por mim ele poderia se engasgar com qualquer coisa que estivesse em sua garganta. Mas eu sabia que ele estava incomodado com o abraço demorado.
Então nos soltamos, e ela me olhou desconcertada.Patch não era nada disso que ele se mostrava ser pra Samantha. O motivo de termos nos distanciado no passado foi culpa dele. Ele era um vampiro viciado em sangue de lobisomem, mas foi viciado por muitas décadas. E ele se descontrolou uma vez perto de Rebecca. Agora me parece que ele não tem mais esse vício. Mas ainda não confio. Por isso sempre estou por perto. Mesmo sabendo que se ele tentar qualquer coisa com Amanda ou até ela mesma, ela saberá se defender.
— O que vamos comer hoje? — perguntei.
— Espero que seja alguma coisa que alimente. — ela disse
— Tem certeza que quer fazer isso? — perguntei pra ela.
— Ei, confie nos meus dotes culinários.
— Amor, você não tem dotes, você não cozinha.
— Bom, tem a sua primeira vez pra tudo.
— Tudo bem.
Eu me sentei próximo a lareira e a campainha tocou. Samantha rapidamente pegou uma arma que estava na liga da perna.
— Calma, mulher. É pra mim. Guarda isso. — falei tranquilizando-a.
Eu me levantei e fui até a porta. Assim que abri, Godoph estava do outro lado da porta. Eu o mandei vir ontem, comprei a passagem, e como estávamos sem cozinheiro ou empregados na casa, achei que seria bom ter ele de volta.
— Foi difícil te encontrar hein, meu amigo. — falei apertando sua mão enquanto ele sorria. — Venha, entre.
— Sammy. Tudo está resolvido agora. — falei entrando na cozinha com God vindo atrás de mim.
Espantada ela abriu a boca mais do que era possível.
— GOD! Oh meu Deus! — disse histérica. Sam correu até ele e o abraçou. — Quanto tempo! Que saudade!
— Também senti saudades da senhora, Sra. Bart. — disse ele, sem saber do divórcio.
— É só Samantha agora, God.
— Oh, me desculpe.
— Não se desculpe, faça alguma comida que preste, porque eu não sei fritar um ovo. — brincou ela.
Fiquei aliviado por ela ter gostado da surpresa.
— O que é essa gritaria toda aqui? — perguntou Lucas descendo a escada.
— God, esse é o Luke. — ela disse.
— Está bem maior do que da última vez. — respondeu God.
— Agora ele tem dezesseis. Está na escola. Amanda está lá em cima. Mais tarde você a verá. — concluí.
—
Depois que Godoph fez sua comida maravilhosa. Nos sentamos na mesa. Patch não comia, pois era um vampiro. Então no lugar da comida, ele tinha uma bela taça de sangue fresco. Espero que não de Samantha.
Amanda e Lucas estavam bem-vestidos, Amanda usava maquiagem e gloss. Parecia que tinha comido algo gorduroso e não tinha limpado a boca. Mas a poupei de piadas, ela acabou de me aceitar como pai.
— Amanda, passou batom pra comer? — perguntou Lucas.
Ela o fitou com os olhos.
— Deixa ela, Lucas, come a sua comida. — falou Samantha sem paciência.
Amanda se levantou, deu a volta na mesa, e se aproximou de Lucas. Ela pegou o colarinho dele, e esfregou a boca. Limpando o batom.
— Garota, você é nojenta. — reclamou ele.
— Quer mais? — provocou ela.
— Eu me lembro que prendi os dois na parede e tive uma conversa bem franca sobre punições. Thomas, você se lembra? — perguntou Samantha se fazendo irônica.
— Sim, eu me lembro. — respondi colocando minha comida.
— Desculpa. — disseram os dois juntos.
— Bom, se desculparem mesmo. — disse ela comendo.
Nós comemos, e Patch ficou só na taça.
— Oh, namorado da minha mãe. Você não come? — perguntou Amanda.
Ele sorriu pra ela e mostrou os caninos de vampiro que colocou pra fora.
Ela o olhou como se fosse uma aberração.
— Meu organismo não aceita comida. — disse ele.
— E de quem é esse sangue aí? — perguntou ela curiosa.
— Mandy… — disse Samantha.
— Espero que não esteja saindo pra caçar, Patch. Sabendo que estamos em completo isolamento por conta do Clã. — falei.
— Não preciso sair quando tenho uma fonte bem aqui. — ele colocou a mão em cima da mão de Sam e a olhou maliciosamente com o canto dos olhos, que estava mexendo na blusa constrangida. e depois olhou pra mim e sorriu.
Eu engoli seco.
Ficava dizendo pra mim mesmo que ela não era mais minha, não era da minha conta e que eu não tinha que me envolver em nada disso. Mas porra, isso era tão pessoal.
— Ótimo. — falei tentando soar sincero, mas suspirando no final.
— Você o alimenta como um bebê, mãe? — disse Amanda. Deus, essa menina tem o temperamento da Clara!
— Amanda, chega. — falou Sam decidida em cortar o assunto.
— Ela não deve ter feito isso só comigo. — disse Patch. — Thomas também deve ter sido um bebê.
— Não, obrigada. Sangue de Calerva me enoja, prefiro as acompanhantes que tem o sangue normal. — falei, seco, mas dando um sorriso forçado no final, pra não parecer rude.
— É, Misty era uma delas. — disse Samantha.
— Misty não era prostituta. Só a secretária de mesa e cama mesmo. — falei.
Samantha fechou a cara na hora. Não vou pagar o pato, não comecei essa competição estúpida.
Eu nunca traí Samantha com Victória, nem em pensamento, nunca cogitei. O que aconteceu uma vez, foi quando ela me mandou embora e ficou nos Estados Unidos com meus filhos por um mês, e eu achei que ela não voltaria mais. Então dormi com a Misty alguns dias, mas foi só. Ela pode pensar o que quiser com isso que acabei de falar. Não vou me explicar.
— Espero que tenha aproveitado bastante ela quando eu não estava por perto. — sussurrou ela bem baixo só pra eu escutar.
— É… Ela interagia mais do que muitas na cama. — provoquei mais ainda.
Antes desse circo continuar, eu me levantei.
— Com licença. — pedi.
Eu subi as escadas e fui pro quarto. Tirei a gravata, joguei por aí e comecei a desabotoar a blusa. Alguém bateu a minha porta. Resmungando eu fui abrir. Era Samantha, com uma expressão não muito boa do outro lado.
— “interagia mais do que muitas”? — perguntou furiosa entrando no meu quarto sem ser convidada.
Eu fechei a porta e cruzei meus braços.
— Eu não interagia? — perguntou ela.
— Não. Não foi o que eu quis dizer. Esquece isso. — falei, tentando evitar o máximo uma briga.
— Por quanto tempo ela ficou sendo sua secretária de mesa e cama?
— Por que quer saber disso agora, Samantha?
— Porque o assunto foi mencionado e eu quero saber.
— Por muito tempo, quando parei de ficar com a Rebecca, comecei a ficar com a Vick e ficamos por muitos anos.
— Quando parou?
Eu olhei pra ela pedindo pra que ela desistisse de perguntar.
— Fala, Thomas!
Eu respirei fundo.
— Até o dia do nascimento dos gêmeos. — falei. — A última vez foi quando você inventou toda aquela história, de que tinha me enganado pra fugir e voltar pra casa em Forest Lake e blablablá.
— Quantas vezes vocês ficaram nessa vez?
— Sam, para de querer saber dessas coisas.
— Não me machuca mais saber dessas coisas, não temos mais nada, eu só quero saber.
— Bom, então tudo bem. Ficamos a primeira vez no apartamento dela. Depois eu aluguei aquele apartamento lá e ela foi pra lá todos os dias, transamos todos os dias durante umas duas semanas, várias vezes por di…
— Ok. Para! — ela pediu.
Sua respiração estava ofegante e ela parecia chateada e com raiva.
— Você é um filho da puta.
— Sam, você pediu pra eu te contar. São coisas que aconteceram há anos. Eu nem me lembro mais como ela é na cama. Deus!
— Pelo que falou hoje, parecia que lembrava.
— Samantha, seu namorado está tentando fazer ciúmes em mim com você. Eu fui provocado e falei umas besteiras que eu não queria dizer. Mesmo separada você ainda tem essa coisa quando se fala da Vick, que eu nunca vou entender. Para. Nenhuma mulher no mundo significou tanto na minha vida como você. Nenhuma chegou perto disso. Ninguém me faz sentir como você me fazia. Nem antes de você e nem depois.
Ela me olhou com olhos diferentes, estavam brilhando e pareciam que abrigavam algumas lágrimas.
— Me desculpe se as coisas que eu falei lá embaixo magoaram você. Mas Patch sempre foi assim, ela diz coisas e faz você querer competir com ele. E nada daquilo que eu disse foi verdade. Você sabe que nunca bebi de prostitutas. A única mulher que eu bebia era ela, e quando não queria chamá-la eu bebia de bolsas de sangue. E seu sangue não me enoja, okay?
— Tom… — ela começou a falar, mas não terminou.
— Fala.
— Eu…
Fiquei aguardando, mas ela não dizia nada.
Até que ela apertou o passo pra cima de mim e me beijou.
Sam me beijou de uma maneira tão selvagem, que puxou minha blusa e os botões voaram pra longe. Ela tirou uma arma da liga na perna e jogou no chão. Tirou uma faca do suporte na outra perna e depois tirou minha blusa. Eu não contestei e nem a impedi. Sabia que ela estava em plena consciência do que estava fazendo. Então retribuí os beijos, por mais agressivos que estivessem.
Samantha tirou o resto da minha camisa e eu abri meu cinto, tirando o sapato e a calça com rapidez enquanto ela tirava a roupa dela.
Assim que estávamos ambos nus, eu a agarrei, e a beijei. A levei até a cama, onde assim que ela deitou, enroscou suas pernas na minha cintura e eu a penetrei. Quando percebi que ela ia gemer alto, tampei sua boca e ela me mordeu.
— Ai! — sussurrei. — Quer que eles te escutem?
Ela negou.
— Então não me morda.
Ela sorriu maliciosamente e fez silêncio.
Eu dei mais algumas estocadas e ela mostrou seus caninos. Parecia que ia me morder. Em um movimento brusco ela mudou a posição e ficou em cima de mim, e logo agarrou meu pescoço com suas presas. Eu tentei não gemer ou fazer nenhum barulho. Mas não era assim que eu gostava do nosso sexo.
— Para. — falei inquieto a empurrando.
Ela parou na mesma hora.
— O que? Qual o problema? — perguntou enquanto limpava o sangue no canto da boca.
— Não somos assim. Não é assim que fazemos. — falei me apoiando em meus cotovelos.
— Não queria a mordida? Pode me morder também, não tem problema. — disse ela como se fosse a coisa mais normal do mundo.
— Sam. Sabe que não pode oferecer seu sangue pras pessoas assim. Ele vicia, e além do mais, deixa as pessoas fracas. Dependendo da espécie.
— Thomas, você está aqui pra me foder, ou pra me dar uma lição de moral?
— Eu não estou te dando uma lição de moral, só não quero transar assim. Não quero mordidas, não quero sangue… Você mais do que ninguém sabe que eu odeio ser o que sou, nessa hora eu quero ser normal.
— Tudo bem, me desculpe. Isso não deveria ter acontecido mesmo.
Samantha saiu de cima de mim e se levantou da cama, coletando suas roupas no chão.
— Ei, qual o problema? Vamos continuar, só não quero as mordidas, não consegue ficar sem isso?
Samantha me olhou como se me odiasse e parou no meio do quarto. Ela me observou por alguns segundos, pensando em alguma coisa e depois voltou para a cama. Ela sentou no meu colo e segurou com força em meu pescoço. Assim que eu a penetrei novamente pude ver seus olhos revirarem. Ela estava em êxtase. Depois de muitas estocadas, eu alcancei o clímax, e ela veio junto. Assim que terminamos, ela não falou mais comigo. Vestiu sua roupa e saiu do quarto batendo a porta.
Que diabos?
THOMASNo dia seguinte, Amanda e eu começamos o treinamento no jardim. Ela tinha muito ódio dentro dela. E eu já podia sentir na minha própria pele, pois seus socos doíam.— Devagar… — falei quando ela me acertou no braço.— Acho que você tá ficando velho, pai. — disse ela, debochando.— Ou eu só não quero lutar sério e machucar minha garotinha.Amanda me acertou várias vezes e eu consegui me defender, até que ela pulou o corpo por cima de mim, escorando suas costas nas minhas e me pegando
SAMANTHAAs crianças chegaram do colégio, então eu desci para recebê-los, e na hora que abracei Lucas ele sentiu exatamente o que eu estava sentindo naquele momento, e quando olhei em seus olhos, ele estava confuso e preocupado.— Mãe… (?) — falou como uma pergunta. Como ele fazia isso? Ele sabia exatamente o que estava acontecendo.— Não conte pra sua irmã. Nem pra ninguém, até eu resolver tudo isso. Por favor. — pedi sussurrando.Ele assentiu, e subiu pro quarto.Lucas parecia ter mais poderes do que eu e ele era mu
SAMANTHA— Mãe, vai ter show de talentos na escola amanhã. Você e o pai vão? — perguntou Lucas depois de bater na porta do meu quarto e eu mandar abrir.— Oh, querido. Claro! O que vai apresentar?— Hm… Eu vou fazer um truque de mágica.— Não com magia de verdade, eu espero. — falei tensa.— Não. Claro que não. Eu sou um bom mágico além das minhas habilidades sobrenaturais.— Bom saber. E sua irmã, vai performar o que? — eu dei umas batidinhas na cama pra ele sair da porta e
Quando chegamos na escola dos meninos, os alunos e pais ficaram nos encarando. Acho que tínhamos uma má fama na cidade. Eu posso dizer por mim mesma que eu fiz muita bagunça por aqui com Chuck.Eu usava um vestido preto que cobria o joelho, e botas. Amanda usava uma calça jeans e uma blusa com jaqueta preta por cima. Ela não levava esse dia a sério mesmo. E Luke estava com suas roupas de mágico.Uma mãe se aproximou de nós. A única que não parecia nos olhar com medo ou desprezo.— Oi, você é a mãe do Lucas, não é?Amanda puxou todos para dentro do colégio e eu fiqu
SAMANTHANa manhã seguinte, Amanda estava tomando café com Lucas na cozinha. Era dia de escola, e eu estava completamente indisposta.— Bom dia. Onde está seu pai? — perguntei, colocando café na xícara.— No jardim. No telefone. — disse Lucas.Apurei meus ouvidos de vampira para ouvir com quem ele falava.— …E se você disser que vai fazer uma viagem? Não é por muito tempo, eu só estou com saudades. — disse uma voz feminina que eu nunca tinha escutado antes.—
SAMANTHAEu sentia que Thomas estava me afastando. Ele queria que eu o odiasse de alguma maneira, eu sentia isso. Ele parecia me querer distante e parecia querer se distanciar mais do que qualquer coisa. Esse não era o Thomas que eu conheci. Ele me disse uma vez que queria ser humano de novo, pra poder ter filhos, ser pai. Ter uma família, e agora que isso é possível, ele me afasta, como se nada disso fosse importante. O que me magoava bastante.Eu não sabia o que fazer pra tranquilizá-lo, dizer que tudo ficaria bem. Porque nem eu sabia se ficaria. Mas eu queria aproveitar esse momento com ele. E estava quase impossível de acontecer.God veio avisar a todos que o almoço j&aac
SAMANTHANa manhã seguinte quando acordei, Sam não estava mais na cama. Resolvi tomar um banho e descer pra tomar café. Já eram oito da manhã, as crianças deveriam estar saindo pra escola.Assim que desci, vi Lucas subindo a escada depressa. Parecia irritado. Ele passou por mim como um furacão.— Ei, ei, ei. — falei chamando-o. — O que foi?— Nada, pai. Nada. — ele continuou andando e foi direto pro quarto.Imaginei que fosse algum chilique adolescente e continuei descendo. Assim que cheguei na cozinha, Amanda estava puxando a moch
SAMANTHABruna havia me chamado para tomar um café. Eu a convidei para a minha casa. Assim ela saberia onde Karen vinha quando aparecia para visitar Lucas.— Você tem uma linda casa aqui. É bem aconchegante. — disse Bruna quando se sentou no sofá.Eu caminhei até a sala com uma bandeja com chá, e a coloquei em cima da mesa de centro.— É, Thomas gosta de casas antiquadas. — falei com um sorriso.— Então, como se conheceram? — perguntou ela.Essa não era uma