THOMAS
Peguei meu carro que estava na garagem e dirigi até Nova Orleans.
Assim que estacionei, olhei pela janela e vi uma menina que parecia ter acima de vinte anos, e ela parecia preocupada.
Eu subi até lá e bati na porta.
— Quem é? — ouvi a voz feminina suave do outro lado.
— Sou eu. — falei. Se ela fosse quem penso que é, reconheceria minha voz.
Ela abriu a porta rápido e quando me viu abriu os olhos mais do que podia.
— Tommy!? — gritou. Eu sorri e ela correu pra me abraçar.
Sandy já devia ter uns vinte e um anos. Era uma mulher. E lembrava de mim.
Ele ficou me abraçando por muito tempo e quando enfim soltou, me puxou pra dentro.
— Onde você esteve? Por que nunca ligou?
— Não podia deixar que soubessem de você. Já tinha Luke e Mandy em perigo. Proteger você também com a mãe sequelada que você tem, seria pior.
— Mas você está vivo. Isso basta!
— Então. Já é adulta. Parece que entrei em uma máquina do tempo.
— Por aqui o tempo não passou tão rápido. Mamãe e a tia Becky brigavam muito e quando começavam uma briga pareciam que nunca iam terminar.
— Pelo que elas brigavam?
— Ah, não sei. Por mim. Pela vida. Por você. Sempre as mesmas coisas.
— E onde elas estão agora?
— Tia Becky foi embora já tem uns anos. Ela ajuda a mamãe com a empresa de longe. Enquanto ficamos aqui. Ela está trabalhando agora.
— Por que não foram com ela? Por que ficaram aqui?
— Minha mãe ainda tinha esperança de que você voltasse. E queria estar em um lugar que você não tivesse dificuldade em nos encontrar.
— Eu sempre encontraria vocês.
— Eu sei, Tommy.
Sandy e eu conversamos por mais alguns minutos, até que eu decidi voltar para casa. E deixei um número novo para que me ligassem quando precisassem.
Assim que voltei, Samantha estava ao lado da lareira. Com o ombro encostado na parede e uma taça de vinho da mão. Ele encarava o chão pensativa. Estava com os cabelos ruivos agora. Ela mudava em cada fase da vida dela. E ficava bem com qualquer tipo de cabelo.
Ela não me notou chegar. Mas quando esbarrei na mesinha ao lado da porta ela sacou uma arma que eu não fazia ideia de onde havia surgido, e engatilhou em minha direção.
Eu levantei minhas mãos rapidamente, enquanto ela respirava fundo e percebia que não era nenhuma ameaça.
— Merda, Thomas, que susto! — falou ela abaixando a arma.
— Eles não vem agora. Ainda não notaram que não vamos mais voltar. — falei me servindo do vinho que ela estava bebendo. — Onde estão as crianças?
— Eles disseram que não são mais crianças. — disse ela sorrindo pra mim. — Dá pra acreditar que já estão desse tamanho?
Eu sorri de volta.
— Nunca pensei que viveria pra ver isso. — respondi.
— Eu também não. Mas aqui estamos nós.
Eu bebi um gole do vinho e ouvimos um grito feminino vir do quarto no segundo andar. Nós largamos as taças no chão e corremos com a supervelocidade até o quarto de onde havia vindo o barulho.
Samantha entrou na frente com a arma engatilhada. Eu nunca tinha costume de andar com a minha. Samantha já era mais familiarizada com armas por causa de seu treinamento quando mais jovem. Então usava como adereço.
Não vimos Amanda pelo quarto, então Sam me pediu pra esperar, e foi até o banheiro. A porta estava entreaberta, Samantha viu algo que a apavorou, ela desengatilhou a arma e jogou pro lado. Corri até o interior do banheiro e quando abri a porta eu pude ver Amanda caída no chão e uma poça de sangue em volta. Seus pulsos estavam cortados.
— Oh, meu deus, meu deus, meu deus!! — chorou Samantha.
Eu fiquei sem reação, minha respiração acelerou.
— Thomas! — gritou Samantha. — Thomas, por favor!
Eu não conseguia me mover. Minha filha estava no chão, dentro de uma poça de sangue. Quando ouvi a voz de Luke entrando pela porta e perguntando o que estava acontecendo, eu me coloquei em sua frente já que era maior do que ele.
— Volta pro seu quarto. — falei.
— Por que, pai? O que aconteceu? — perguntou preocupado enquanto ouvíamos o choro de Samantha no fundo.
— Por favor, filho. Volta pro seu quarto.
— Mas pai…
— Lucas! Volta pro seu quarto agora mesmo! — estremeci. Me arrependendo logo em seguida. Luke me olhou com medo, e correu pro quarto dele. Eu me virei imediatamente e corri até onde Samantha estava, me ajoelhando. Samantha estava com seus braços em volta de Amanda, chorando. Mas o coração dela ainda batia.
— Ela está viva, Sam. Está viva. As feridas vão curar. Ela não é humana. Está me ouvindo?
— Mesmo assim, ela é muito fraca, está muito fraca. — Sam ajeitou o cabelo atrás da orelha. — Filha, por que fez isso? Por que se machucou dessa forma?
Enquanto Samantha a balançava como um bebê nos braços, sentada no meio do sangue, eu observei suas feridas se curando, enquanto acariciava as duas.
— Vai ficar tudo bem… Vai ficar tudo bem… — sussurrei.
Alguns minutos depois os batimentos cardíacos de Amanda ficaram mais fortes. E a respiração mais acelerada. Lembrei de quando ouvi o coração deles bater a primeira vez, no dia em que peguei Samantha e levei para a Grécia. Quando descobrimos tudo. Era tão forte e saudável.
— Tom, você pode ir dizer ao Luke que está tudo bem, por favor? Eu vou limpá-la. — disse Samantha com a voz trêmula ainda.
Eu assenti, me levantei do chão e fui até o quarto de Luke. Bati na porta três vezes, ele demorou um pouco, mas abriu.
Não me olhou, mas abriu caminho pra que eu entrasse.
— Filho, me desculpe por gritar. Eu não queria que você visse aquilo…
— Ela se cortou de novo? — perguntou ele como se fosse algo normal.
— Como você sabe?
— Era por isso que a tia Clara não concordava em trazer ela pra casa. Amanda faz isso desde os quatorze anos. Ela corta os pulsos, e fica onde vamos encontrá-la. Tia Clara não aguentava mais aquilo. Por isso a mandou pra aquele lugar. — Luke começou a chorar. — Eu não queria que ela fosse. Mas ela estava se machucando muito e machucando outras pessoas.
— Vamos dar um jeito nisso. Tudo bem? Vai ficar tudo bem. Mandy vai ficar melhor.
Eu o abracei e ele respirou fundo.
Quando saí do quarto de Lucas, Samantha estava saindo do quarto de Amanda. Ele fechou a porta e se encostou nela por um momento. Quando viu que eu estava ali começou a chorar de novo, e eu fui até ela.
— Olha pra mim. — pedi. Ela negou. — Olha pra mim, por favor.
Sam olhou, com seus olhos borrados de maquiagem.
— Vamos consertar isso. Ela vai ficar bem. Vamos ficar bem.
— Eu não entendo por quê ela fez aquilo. Como alguém pode fazer isso consigo mesmo? Você viu o tanto de sangue que tinha lá dentro. Por que?
— Ela tem os motivos dela, amor. Não podemos questionar. Só… tentar ajudar.
— Pelo amor de deus, Thomas. Para de me chamar de amor. Já se passaram anos.
— Eu chamo todas de “amor”, Samantha. Sabe que é só uma coisa boba.
— Todas?
— Modo de falar.
— É, sei.
— Como estávamos dizendo, não meu amor. Ela vai ficar bem. Luke disse que não foi a primeira vez. Se não foi a primeira, não vai ser a última. Temos que nos preparar. Só, mantêm suas armas longe da vista dela. E lembre-se. Ela não é humana.
Samantha caminhou até seu quarto e entrou. Eu fui até o meu que ainda estava trancado e o abri com a chave. Minha roupa estava suja com o sangue de Amanda ainda. Fui direto pro banheiro e entrei no banho.
SAMANTHA
Ouvi alguém bater a minha porta. E me levantei pra abrir.
Era Patch do outro lado.
Deixei que ele entrasse e voltei pra minha cama.
— Como você está? — perguntou, preocupado.
— Péssima. — respondi.
— Lenore já começou a m****r pessoas atrás de nós. Estão vasculhando a cidade. Sabe que talvez tenha sido uma péssima ideia sairmos assim. — ele disse.
— Não tinha outro jeito. Ela nunca ia me deixar sair de la. — respondi. — Pelo menos aqui eu sei que estou salva. E meus filhos também.
— Agora eu entendo o porquê me afastava tanto.
— Patch, minha vida é uma bagunça. Sempre foi. Você vai se arrepender se envolvendo demais.
— Tirando o Thomas, sua família parece ser uma boa família. Toda família tem seus problemas.
— Isso porque você não sabe ainda quais foram nossos problemas nas últimas décadas. — falei.
Naquele dia nós não conversamos mais. Eu não gostava de ter conversas com Patch. Sempre preferia ocupar nosso tempo com prazer. E conversar com ele não era agradável.
Nós transamos de novo, e como sempre compartilhamos sangue. Aquilo me excitava muito antes, mas agora eu já não estava mais curtindo. Era como se eu estivesse fazendo algo errado.
—
Os dias se passaram devagar. Amanda parecia estar melhorando. Tínhamos nossa família reunida, tomávamos café da manhã juntos, almoçávamos juntos, jantávamos. Nossa vida estava boa, e até agora, nenhum dos vampiros de Lenore tinha aparecido em minha porta. Estávamos bem escondidos com uma magia de ocultação que fiz com a ajuda de Lucas. Estávamos treinando magia juntos desde então. Amanda ainda não aceitava Thomas cem por cento. Eu não sei o que se passava na cabeça dela. Mas tentava fazer com que ela o aceitasse. Não entendo como todas aquelas coisas foram parar na cabeça dela, não sei se fomos negligentes quando eles tinham quatro anos, ou se Clara e Tyler foram. Falando sobre Chuck e sobre Thomas ter me sequestrado. Alguma coisa não estava certa. Mas Thomas estava se esforçando pra tentar entendê-la também.
Ele diz que lobisomens tendem a ter um temperamento muito ruim, e personalidade forte. Como Mandy não teve um tutor, ela não conseguiu extravasar o suficiente para ter controle.
Então, forçadamente, Thomas estava tentando ensiná-la a ter controle. O que não estava sendo nada fácil.
Uma semana depois que estávamos alojados nessa casa de Thomas, eu fui até o jardim, e Thomas estava lá, treinando com Patch. Eles eram conhecidos de longa data. Muito longa mesmo. Mas Patch nunca soube de mim. Pois perderam contato por algo que um deles tinha feito e aborreceu o outro.
Levei dois copos com uísque pra eles no jardim.
Ambos estavam suados e sem blusa. Thomas vestia uma calça de pano fino, e Patch vestia uma bermuda, e os dois estavam descalços.
Eu tentava não olhar muito pro corpo de Thomas. Ele tinha ganhado peso, estava com mais musculos, e com o cabelo raspado como sempre. Mas dessa vez uma barba por fazer acompanhava o pacote. As vezes quando olhava pra ele, só imaginava todas as vezes que transamos. E eu me pegava quase gemendo sozinha por lembrar do quão bom era.
Mas Patch já fazia o que eu queria, ele estava aqui porque não tinha pra onde ir. Se fosse pego, o Clã daria um jeito de encontrar-nos e depois o mataria. Então ele era bem-vindo onde quer que fossemos, já que nos ajudou a fugir.
— Meninos, trouxe uma bebida. — falei erguendo os copos.
Eles pararam o treinamento, e vieram em minha direção.
— Obrigada, amor.
— Obrigada, amor.
Disseram juntos. Eu quis rir, mas segurei. Eles se entreolharam. E eu ignorei completamente o constrangimento. Ambos eram ingleses, e essa mania de me chamar de amor era uma coisa que já estava começando a me irritar. Pois era como Thomas me chamava quando eramos casados. E como ele chamava Amanda quando era pequena.
Os dois beberam de uma vez o uísque, e me entregaram o copo.
Eu me virei pra colocar os copos dentro de casa, e ouvi Patch me provocar.
— Está com um volume maravilhoso aí atrás, baby.
Incomodada, me virei pra ele e levantei a blusa que escondia duas armas em um cinto especial na minha cintura.
— Quer provar? — perguntei, me referindo ao tiro que eu daria nele se ele não me respeitasse.
Ele deu de ombro e vi Thomas prender uma gargalhada.
Eu estava andando igual uma policial dentro de casa. Meus poderes andaram falhando há um tempo. Não sei o que poderia ser, quando usava demais, eu ficava fraca e acabava hibernando. Então andava armada, caso usasse meus poderes todos. Minhas balas eram de madeira, o que direto no coração de um vampiro, mata. E Lenore não tem híbridos na Igreja Negra. Thomas e eu éramos os únicos.
Ainda não descobrimos uma forma de matar um híbrido. Então Thomas seguia sendo a criatura mais forte. Bruxas, mesmo com poderes esplendidos, não poderiam matá-lo. Não há magia pra isso.
— Mãe. Acha que eu já posso voltar pra escola? — perguntou Luke se sentando na mesa da cozinha com uma tigela de cereais.
— Urgh, lá vem você de novo com esse papo de nerd. — resmungou Amanda abrindo a geladeira.
— Não acho uma boa ideia, filho. Não até confirmar se a barra tá limpa. — respondi.
— Já passou uma semana. Ninguém veio atrás de nós. — ele disse.
— Por causa do feitiço de ocultação que fizemos, se lembra? Se sair do círculo, vão saber onde estamos. — falei.
— Podemos fazer um na escola. Não é longe daqui.
— O que tem na escola que você tanto quer, hein? E não me diga que são os professores.
Ouvi Amanda rir pela primeira vez em nunca.
— Tem a Karen… — falou debochando.
— Quem é Karen? — perguntei pra ele sorrindo.
— Não é ninguém. É só uma amiga.
— Ela é filha de uma bruxa. Como nós. Também tem poderes e essas coisas. — disse Amanda.
— Amanda! — berrou ele a repreendendo. Enquanto ela pegava um sanduíche na geladeira e ia se sentar na mesa.
— Então… Era com ela que treinava magia? — perguntei preocupada.
— As vezes sim. Mas não muito. Tem muitas coisas que não conhecemos ainda.
— Querido… — eu me sentei ao seu lado na mesa. — Na magia, tem muitas coisas que eu desconheço. E faço isso há mais de dez anos. É perigoso.
— Eu sei, mãe. Não fizemos nada de errado.
— Exceto na vez que você usou magia negra pra descobrir sobre a mamãe e atraiu dezenas de lobisomens pra cidade. — disse Amanda dando uma mordida no sanduíche.
— Por que você tem que ser tão vadia as vezes, Amanda? — perguntou ele irritado.
— Ei. Olha a boca. Não é assim que se fala com uma mulher, muito menos com a sua irmã. — repreendi-o.
— Vá se foder, Luke. — respondeu Amanda jogando o tomate do sanduíche nele.
Luke se levantou da cadeira, puxou o pão da mão dela e jogou na lata do lixo.
Amanda foi atrás dele e deu um peteleco em sua orelha. Os dois de repente entraram em uma luta corporal adolescente.
— Ei! Parem já com isso! — gritei me levantando da cadeira. Eles não obedeceram. — PARETE COLIER!
Quando usei o feitiço, ambos voaram e bateram cada um em um lado da parede. Ficaram agarrados e não conseguiam se mexer.
— Que diabos, mãe?! — perguntou Lucas.
— Querem ficar de castigo? Posso assegurar que meus castigos não envolvem tomar celular, ou proibir de sair. São bem piores. Por acaso vocês querem conhecer o jeito que eu castigo as pessoas?
— Não.
— Não.
Disseram juntos em uníssono com um fio de voz.
— Ótimo. Então comportem-se. Nada de briga nessa casa. Não quero você batendo no seu irmão. — falei para Amanda. — E muito menos você batendo na sua irmã. Os palavrões eu não preciso nem citar né, porra? — gritei. — Estamos entendidos?
— Sim, mãe. — responderam juntos.
— Sa mergem! — falei outro feitiço e ambos caíram das paredes no chão.
Eles reclamaram de dor, foi uma queda e tanto, mas sobreviveriam.
Quando virei pra trás, Thomas estava suado, com os braços cruzados olhando e sorrindo pra mim discretamente. Os meninos foram pro quarto.
— O que foi? — perguntei.
— Nada.
— E porque tá rindo?
— De todas as broncas que eu pensei em você dando neles. Usar um feitiço pra prendê-los na parede não era uma delas.
— Eles estavam se matando. O que queria que eu fizesse?
— Não estou reclamando. — ele gargalhou. E levantou as mãos rendido. — Só estou encantado.
— Bom, que ótimo. Agora, vai la no quarto e conversa com a sua filha. Vou fazer o almoço.
— Você? Vai fazer o almoço? — ele parecia debochado.
— E o que de incrível há nisso? — perguntei.
— Nada. Só estou ansioso pra ver o que vai sair.
Eu o fuzilei com os olhos, ele soltou uma gargalhada presa, se virou e foi atrás de Amanda.
THOMASEu fui pro meu quarto e tomei um banho. Sam disse pra eu falar com Amanda, mas já tentei tantas vezes que não sabia por onde começar dessa vez.Porém, se eu não continuasse tentando, nossa relação de pai e filha nunca evoluiria. Então eu fui até o quarto dela.Assim que bati à porta ela disse pra entrar sem saber quem era. Eu entrei como mandado.Quando ela viu que era eu, colocou fones de ouvido e ligou uma música bem alta.Não sei como ela conseguia, tendo ouvidos sensíveis de lobisomem. Essa menina gostava de se tor
THOMASNo dia seguinte, Amanda e eu começamos o treinamento no jardim. Ela tinha muito ódio dentro dela. E eu já podia sentir na minha própria pele, pois seus socos doíam.— Devagar… — falei quando ela me acertou no braço.— Acho que você tá ficando velho, pai. — disse ela, debochando.— Ou eu só não quero lutar sério e machucar minha garotinha.Amanda me acertou várias vezes e eu consegui me defender, até que ela pulou o corpo por cima de mim, escorando suas costas nas minhas e me pegando
SAMANTHAAs crianças chegaram do colégio, então eu desci para recebê-los, e na hora que abracei Lucas ele sentiu exatamente o que eu estava sentindo naquele momento, e quando olhei em seus olhos, ele estava confuso e preocupado.— Mãe… (?) — falou como uma pergunta. Como ele fazia isso? Ele sabia exatamente o que estava acontecendo.— Não conte pra sua irmã. Nem pra ninguém, até eu resolver tudo isso. Por favor. — pedi sussurrando.Ele assentiu, e subiu pro quarto.Lucas parecia ter mais poderes do que eu e ele era mu
SAMANTHA— Mãe, vai ter show de talentos na escola amanhã. Você e o pai vão? — perguntou Lucas depois de bater na porta do meu quarto e eu mandar abrir.— Oh, querido. Claro! O que vai apresentar?— Hm… Eu vou fazer um truque de mágica.— Não com magia de verdade, eu espero. — falei tensa.— Não. Claro que não. Eu sou um bom mágico além das minhas habilidades sobrenaturais.— Bom saber. E sua irmã, vai performar o que? — eu dei umas batidinhas na cama pra ele sair da porta e
Quando chegamos na escola dos meninos, os alunos e pais ficaram nos encarando. Acho que tínhamos uma má fama na cidade. Eu posso dizer por mim mesma que eu fiz muita bagunça por aqui com Chuck.Eu usava um vestido preto que cobria o joelho, e botas. Amanda usava uma calça jeans e uma blusa com jaqueta preta por cima. Ela não levava esse dia a sério mesmo. E Luke estava com suas roupas de mágico.Uma mãe se aproximou de nós. A única que não parecia nos olhar com medo ou desprezo.— Oi, você é a mãe do Lucas, não é?Amanda puxou todos para dentro do colégio e eu fiqu
SAMANTHANa manhã seguinte, Amanda estava tomando café com Lucas na cozinha. Era dia de escola, e eu estava completamente indisposta.— Bom dia. Onde está seu pai? — perguntei, colocando café na xícara.— No jardim. No telefone. — disse Lucas.Apurei meus ouvidos de vampira para ouvir com quem ele falava.— …E se você disser que vai fazer uma viagem? Não é por muito tempo, eu só estou com saudades. — disse uma voz feminina que eu nunca tinha escutado antes.—
SAMANTHAEu sentia que Thomas estava me afastando. Ele queria que eu o odiasse de alguma maneira, eu sentia isso. Ele parecia me querer distante e parecia querer se distanciar mais do que qualquer coisa. Esse não era o Thomas que eu conheci. Ele me disse uma vez que queria ser humano de novo, pra poder ter filhos, ser pai. Ter uma família, e agora que isso é possível, ele me afasta, como se nada disso fosse importante. O que me magoava bastante.Eu não sabia o que fazer pra tranquilizá-lo, dizer que tudo ficaria bem. Porque nem eu sabia se ficaria. Mas eu queria aproveitar esse momento com ele. E estava quase impossível de acontecer.God veio avisar a todos que o almoço j&aac
SAMANTHANa manhã seguinte quando acordei, Sam não estava mais na cama. Resolvi tomar um banho e descer pra tomar café. Já eram oito da manhã, as crianças deveriam estar saindo pra escola.Assim que desci, vi Lucas subindo a escada depressa. Parecia irritado. Ele passou por mim como um furacão.— Ei, ei, ei. — falei chamando-o. — O que foi?— Nada, pai. Nada. — ele continuou andando e foi direto pro quarto.Imaginei que fosse algum chilique adolescente e continuei descendo. Assim que cheguei na cozinha, Amanda estava puxando a moch