Onde encontra coragem para levantar da cama, em plena segunda-feira as 07:00 horas da manhã?
Às vezes queria acordar com o bom humor da Abby. A bicha acorda cantando, não importa a hora que for!Cruzes, como ela consegue isso? — Levantou Heather? — Abby bateu na minha porta antes de poder entrar. — Pensei que teria que te jogar um balde de água gelada, para sair da cama! — Ela riu e eu revirei os olhos de insatisfação.— Para encarar o Ethan eu ia precisar do “iceberg” todo! — Me obriguei a sair da cama, antes que eu me atrasasse.Nem eu e nem meu chefe gostaria disso. Não estava com saco para mais uma discussão com ele, hoje não.Ethan é meu chefe a pouco mais de 2 anos, na cafeteriacoffee and prose, e me inferniza desde o primeiro dia.— Daria tudo para ver vocês dois se pegando... — Abby continuava rindo. — E descobrindo que esse ranço todo não passa de amor incubado. — Mostrei o dedo do meio para ela, que me mostrou a língua e saiu do quarto, balançando seus cabelos loiros curtos.Abby era minha amiga a mais de 3 anos, não dividíamos casa, mas era como se fosse. Ela passava mais tempo na minha do que na dela. Dizia ela que era mais perto do trabalho dela ir da minha casa do que da dela.Eu não questionava, mesmo sabendo ser mentira, já que ela trabalhava a 3 quadras do seu apartamento. Ela negava o verdadeiro motivo de sempre vim aqui está relacionado com o fato de estar transando com o vizinho do apartamento de cima.Eu fingia que não escutava os gemidos dela todas as noites. E ela fingia no dia seguinte que nada havia acontecido.
— Quando você vai admitir o verdadeiro motivo de vir para cá todas as noites? — Perguntei enquanto pegava uma xícara de café na cafeteira, para me juntar a ela no café da manhã.— Já te disse, aqui é mais rápido para chegar na loja... — Ela mentiu sem nem ao menos ficar vermelha.— Tudo bem. — Dei de ombros encerrando o assunto. — Pelo menos ganho carona para o serviço. — Puxei a manga da camisa branca para verificar as horas e dei um pulo da cadeira. — Puta merda! Estou atrasada. — Engoli o café quase todo, sem me lembrar estar quente demais. — Ai minha língua porra! — Abby caia no riso da minha catástrofe.— E lá vamos nós para mais um dia. — Ela desceu da banqueta e pegou a bolsa em cima do sofá. — Pronta para mais um dia Heat? — Ela me chamou pelo meu apelido, provavelmente tentando descontrair o momento.— Nenhum pouco. — Peguei o avental e a bolsa. — Que Deus me dê paciência para aguentar aquele homem mais um dia. — Acompanhei a Abby até a porta.— Eu queria era uma oportunidade de transar com aquele Deus, isso sim. — Seus lábios deram um estalo de contentamento.— Mas que perversão hein. — Tranquei a porta atrás de nós.— Vai me dizer que nunca pensou nisso? — Ela apoiou uma mão na cintura e tombou a cabeça de lado, me analisando.— Só ficaria com ele se valesse o meu emprego, do contrário? Nem que ele fosse o último homem na terra! — Retorci os lábios em tom de repulsa.— Cuidado com o que você fala. Vai que um dia isso realmente aconteça! — Ela riu enquanto descia as escadas.— Essa eu pago para ver!Se tem um melhor jeito de acordar que não seja com uma boa transa, eu desconheço!E é exatamente assim que eu costumo acordar diariamente. Minha cama tem o mais belo rodizio de mulheres que qualquer homem se quer ousaria sonhar, ou desejar. E eu tenho! Sou meu próprio gênio da lâmpada e realizo todos os desejos que quero. Com a diferença de não ter limitações de pedidos.Acorda cada dia com uma, e já experimentei as mais variadas paletas de cores que você possa imaginar. E hoje não é diferente.Para que ter uma só? Se você pode ter todas! Os cabelos ruivos e longos dela, bate em meu peito, enquanto admiro seu corpo subindo e descendo em cima de mim. Ela geme, grita, me arranha e súplica por mais.E eu dou! Do jeito que eu sei que todas elas gostam.— Ethan! — Ela exclama meu nome, enquanto a fodo mais fundo. Sinto seu corpo estremecer sob mim e eu sei que seu orgasmo está perto. Diminuo o ritmo de modo a tortura-la mais um pouco. — Filho da puta! — Mesmo me xingando, ela sorri. Ela g
Dou uma última tragada no cigarro, o apagando em seguida no cinzeiro e deixando somente o filtro no lugar. Caminho novamente até a sala enquanto termino de tomar o café, deixo a xícara em cima da bancada e pego minha roupa, a colocando ali mesmo.Calça preta e camisa social branca, era esse o traje composto da cafeteria. Dobro as mangas até os cotovelos, para não ser cozido pelo sol que está lá fora. Coloco celular no bolso e pego as chaves do carro em cima da mesa, sigo até a porta e antes de trancá-la verifico se não falta nada.— Carteira? — Bato as mãos no bolso da calça. — Droga viu! — Entro novamente no apartamento e bato o olho em cima dos móveis procurando a carteira, a encontro em cima do sofá. Coloco no bolso e sigo novamente para a porta e dessa vez a tranco, descendo as escadas em seguida.— Bom dia senhor Carter. — Dona Abigail me cumprimenta como em todas as manhãs.— Bom dia Abigail. Como vai? — Dou um beijo leve em sua bochecha, a fazendo corar. Abigail era a mais anti
Amarrei meu cabelo num coque, enquanto Abby acelerava o carro sentido a Manhattan. Do Brooklyn para lá levava cerca de 50 minutos de transporte público e 40 de carro. Mas considerando a velocidade que Abby estava, chegaríamos em menos de 35 minutos. E eu estava torcendo para isso. Eu morava mais necessariamente em Crown Heights, na Albany Ave com a Eastern Parkway.— Ethan vai arrancar meu fígado e comer na minha frente, por mais um atraso... Merda! — Me repreendi enquanto terminava de passar maquiagem no rosto.— Eu queria que ele comesse outra coisa minha... — Abby deu um estalo com a boca de excitação. — Ver aquele homem todo tatuado em cima de mim... Meu sonho de piranha safada.— Ele é todo seu... — Torci o nariz em repulsa. — Não fico com aquele homem nem se minha vida dependesse disso.— Aham... — Ela riu. — Vocês vão acabar transando. E ainda aquele sexo selvagem, de deixar marca e ataque cardíaco no fim. — Mostrei o dedo do meio para ela.— Deus me livre. Corajosa são as mulh
Continuei arrumando as prateleiras em silêncio. Alguns minutos depois entraram os primeiros clientes. O Dom não contava, ele já tinha se transformado em cliente da casa. — Heat... — Ethan não precisou terminar de pronunciar meu nome, eu já estava indo até as clientes. — Bom dia! Bem-vindas na Coffee and prose, o que desejam? — Dei o meu melhor sorriso enquanto pegava o pedido delas. Ambas olhavam para o Ethan, que estava adorando toda aquela atenção. Mais uma para sua lista interminável de mulheres! Enquanto terminava de pegar os pedidos das duas garotas, entraram mais duas. Uma loira toda sorridente e uma morena com a cara fechada. Passei os pedidos para o Ethan, que geralmente ficava responsável em prepara-los enquanto atendia as outras clientes. — Caralho! — Ele falou baixo o bastante para as clientes não ouvirem. — Que gostosa essas duas! — não me contive e revirei os olhos. — Bom dia! O que vão pedir? — nunca vi às duas por aqui. Geralmente boa parte dos nossos clientes são
Cheguei em casa com o relógio batendo 19:00 horas cravadas. Tirei o tênis dos pés e coloquei na sapateira que tinha perto da porta. Passei a chave na porta e decidi ir tomar um banho antes de comer algo e fui tirando a roupa pelo caminho até chegar no banheiro. Deixei a água cair sob os ombros, tentando tirar todo o cansaço em que eu estava. Já estava quase desistindo de sair com a Abby, mas eu sabia que se eu fizesse isso, ela entrava aqui e me levava nem que fosse pelada. Me enrolei na toalha e fui até o meu guarda-roupa, procurar algo decente para vestir. Optei por uma saia justa preta, um body de costa aberta da mesma cor e uma sandália de salto nos pés. Soltei os cabelos e resolvi deixa-los ao natural. Passei uma maquiagem que realçasse meus olhos azuis, marcando bem os olhos e caprichando no rímel e finalizei com um batom nude nos lábios. Admirei meu reflexo no espelho, gostando do que estava vendo e fui até a cozinha, preparar algo rápido para comer.Me sentei no sofá com um l
Meu irmão Dom era uma comédia, e ouvi-lo tagarelando de como eu e a Heather acabaríamos juntos, me fazia rir dessa possibilidade totalmente improvável. Não que eu não a achasse bonita, pelo contrário, ela tinha uma beleza maravilhosa. Assim que a vi entrando pela cafeteria, com seus cabelos castanho claro, reluzindo parecendo ouro e seus olhos azuis que pareciam espelhos do céu. Eu poderia dizer que me apaixonei de imediato. Mas eu sabia que não era homem para ela. Não vou negar que não a cantei, pois eu fiz muito isso por quase 1 ano completo. E em todas as minhas investidas ela negava, mesmo seu corpo dizendo totalmente o contrário, sua boca falava um não atrás do outro. Eu sabia o motivo, eu sou o tipo de homem que não fica com uma mulher só, tive alguns breves relacionamentos e nos poucos que eu me entreguei, eu sai machucado. Então preferi me entregar a vida de cachorro por completo e assumir o que eu sempre fui. Hoje vejo a Heather como funcionária e amiga, alguém do qual eu
O resto do dia passou como um borrão, entrando um cliente atrás do outro, até o horário de fechamento da cafeteria. Quando o relógio bateu 18:00 horas cravadas a Heather quase arrancou o avental e se jogou na cadeira do salão principal, que ficava na frente do caixa. — Porra! Havia me esquecido o quanto era corrido em época de confraternização de fim de ano. — ela reclamava enquanto eu terminava de fechar o caixa. Contando nota por nota para ver se batia com o valor em sistema. Era a parte que eu menos gostava de fazer. Enquanto a respondia, senti seus olhos sob mim, me avaliando e eu daria tudo para saber o que se passava na cabeça dela. Não me imaginava me envolvendo com a Heather, por mais que as vezes batia aquela atração. Eu sabia que nosso envolvimento não daria certo, no fim ela sairia magoada e eu pediria demissão da cafeteria, pois não teria clima para continuar trabalhando no mesmo local. Ethan Carter não era homem de uma mulher só. Terminei de fechar o caixa e no camin
Assim que desliguei o carro e o barulho do motor cessou, apoiei a cabeça sob o volante e fechei os olhos. — Mas que porra que você está fazendo Ethan? — me recriminei pelos pensamentos que torturavam minha mente e nenhum deles eram sadios. Depois de alguns minutos tentando recompor minha sanidade mental, resolvi descer do carro e subir até meu apartamento. Assim que bati a porta, peguei o cigarro do bolso dianteiro da calça e o acendi. Dei uma tragada lentamente, soltando aos poucos a fumaça em formato redondo pela boca, eu adorava brincar com a fumaça dessa forma. Fui até a sacada e me sentei na cadeira de palha que tinha lá, apoiando os pés sob a mesinha de centro enquanto fumava meu cigarro. Assim que bati o filtro sob o cinzeiro senti meu celular vibrando, peguei-o do bolso e vi que era uma mensagem do Dom. “A festa começa as 20:00 horas! Vou te passar o endereço, é próximo da sua casa.” Com todo esse turbilhão de pensamentos havia me esquecido da festa. Eu estava realmente p