Cheguei em casa com o relógio batendo 19:00 horas cravadas. Tirei o tênis dos pés e coloquei na sapateira que tinha perto da porta. Passei a chave na porta e decidi ir tomar um banho antes de comer algo e fui tirando a roupa pelo caminho até chegar no banheiro. Deixei a água cair sob os ombros, tentando tirar todo o cansaço em que eu estava. Já estava quase desistindo de sair com a Abby, mas eu sabia que se eu fizesse isso, ela entrava aqui e me levava nem que fosse pelada.
Me enrolei na toalha e fui até o meu guarda-roupa, procurar algo decente para vestir. Optei por uma saia justa preta, um body de costa aberta da mesma cor e uma sandália de salto nos pés. Soltei os cabelos e resolvi deixa-los ao natural. Passei uma maquiagem que realçasse meus olhos azuis, marcando bem os olhos e caprichando no rímel e finalizei com um batom nude nos lábios. Admirei meu reflexo no espelho, gostando do que estava vendo e fui até a cozinha, preparar algo rápido para comer.Me sentei no sofá com um lanche de peito de peru e um suco de laranja no colo. Aproveitava o silêncio do ambiente enquanto comia. Meu apartamento era o local que eu mais gostava de ficar. Decoração simples, em tons pasteis e branco, com alguns detalhes no rosa. Decorá-lo foi a melhor parte para mim, cada mês me encarregava de arrumar um cômodo. Decorei cada cantinho com o meu coração e minha maior felicidade era vê-lo do jeito que eu sempre sonhei. Minha decoração era simples, já que meu salário não era lá aquelas coisas, mas me ajudava a me manter. O aluguel era bem mais baixo do que o habitual e agradecia isso ao fato da minha mãe conhecer o proprietário, o que me ajudou muito. Ele baixou quase na metade o valor, fazendo assim entrar no meu orçamento.
Terminei de comer e fui escovar os dentes, acabei tendo que retocar o batom. Ouvi a campainha tocar enquanto fazia isso, deduzi que fosse a Abby. Corri até a porta para abrir e deparar com uma loira dos olhos azuis linda e super bem vestida, que se denominava minha melhor amiga.— UAU! — Ela exclamou surpresa. — Como você está gata Heat! — Ela adentrou o apartamento.— Você também está linda Abby. — Ela estava com um vestido vermelho, tomara que caia, cheio de brilho e com uma fenda na lateral e um par de scarpin preto nos pés. Seus cabelos estavam presos de um lado com alguns grampos e solto do outro.— Obrigada. — Ela segurou na ponta do vestido e deu uma leve agachada, agradecendo. — Está pronta?— Calma ai! — Corri até o quarto e peguei meu perfume na estante. Espirrei um pouco do meu perfume nos pontos chaves do corpo, nas juntas dos cotovelos, nos pulsos, um pouco atrás da orelha e no meio do meu decote. — Agora estou pronta! — Fui em direção a Abby. — Vamos? — Ela concordou com a cabeça e saímos do apartamento, sem esquecer de trancar a porta.— Onde é a festa? — Perguntei enquanto descíamos as escadas. Eu morava no terceiro andar de um prédio de cinco andares. Era um daqueles prédios antigos, mas muito bem conservados.— No Queens. Na casa de um amigo meu. — Ela respondeu enquanto íamos em direção a portaria. Seu carro estava parado na frente do meu portão. Era um porshe panamera vermelho, modelo quase do ano e foi presente do pai dela para o seu aniversário.Até hoje me pergunto por que ela trabalhava? Abby vinha de uma família classe alta de Nova York, seu pai era dono de uma enorme rede de lojas de joias de alto padrão. Abby trabalhava numa filial que tinha próximo a Times Square.
— Ainda não sei por que você trabalha? — Perguntei enquanto entrava no carro.— Porque eu gosto ué. — Ela deu de ombros enquanto ligava o carro. — Gosto de ver meu salário caindo todo mês na conta e de fazer algo da minha vida. Por mais que meu salário seja pago pelo meu pai, eu gosto de merecer recebe-lo.— Gosta de se sentir útil. — Ela confirmou com a cabeça. — Justo!Chegamos na festa em torno das 22:00 horas. Haviam diversos carros parados em frente a uma enorme casa de 3 andares. Várias pessoas na frente, bebendo e rindo, alguns casais se beijando e outros quase transando ali mesmo, para todos verem. Abby estacionou um pouco mais distante da casa, por segurança para seu carro.Arrancamos alguns olhares e elogios assim que descemos do carro. Alguns homens me chamaram a atenção.— Pronta para a diversão? — Abby perguntou enquanto subíamos os degraus na frente da porta de entrada.
— Com toda certeza! — Assim que entramos pela porta, meus ouvidos foram inundados por várias vozes. A casa estava lotada de gente e ao fundo a música tocava alto.Segui a Abby até um cômodo que parecia ser a cozinha. O local era bastante amplo, tinha várias bebidas em cima da ilha, localizada bem no centro do local. Abby foi até elas e pegou algumas garrafas na mão procurando nos rótulos dela algo que a agradasse.— Achei! — Ela levantou uma garrafa com um líquido de cor marrom, que reconheci logo de cara. — Tequila! — Ela deu a volta na ilha, procurando os copos corretos para servir a bebida. Quando retornou ao meu lado estava com dois copos martelinhos nas mãos, limão e sal nas mãos também. Ela serviu cada um deles, até o topo, cortou o limão no meio, me deu uma parte e ficou com a outra. Abri o sal e coloquei um pouco na mão, entre o dedão e o indicador, ela fez o mesmo. — Pronta?— Com certeza! — Levantei o copo e comecei a pronunciar nosso mantra. — Arriba...— Abajo... — Ela prosseguiu, abaixamos um pouco os copos.
— Al centro... — Batemos um copo no outro, antes de finalizar a brincadeira. — Y adentro! — Falamos em simultâneo, antes de lamber o sal. Tomamos a tequila e finalizamos chupando o limão em seguida. — Eita porra! — Tremi o corpo todo a medida que sentia a garganta esquentar com o teor alcoólico da tequila. — Essa desceu queimando a garganta! — Abby sacudia as mãos dando risada.— Essa é das boas! — Ela pegou a garrafa nas mãos para olhar o rótulo. — Bora! Mais uma? — Concordei de imediato.E assim foram mais quatro doses de tequila. Me deixando totalmente solta e pronta para aproveitar a noite.Fomos seguindo o barulho da música, até chegar aos fundos da casa, com uma piscina e um enorme quintal, abarrotado de gente. Assim que entramos avistamos uma enorme caixa de som, a voz de algum cantor animado saia pelos altos falantes dela, cantando uma música dançante e perfeita para a ocasião. Sem perceber eu já tinha o quadril rebolando ao som da música, Abby me acompanhava na dança, com os olhos fechados como se cada nota musical pudesse penetrar sua pele.Eu rebolei até quase o chão, sem me importar com os olhares de ninguém. Nós duas dançávamos juntas, enquanto riamos sob efeito do álcool e da música. Até que um par de olhos me chamou atenção, ele me avaliava da cabeça aos pés, mordendo a ponta do lábio inferior e os braços cruzados, exibindo as tatuagens que eu já estava familiarizada.Meu irmão Dom era uma comédia, e ouvi-lo tagarelando de como eu e a Heather acabaríamos juntos, me fazia rir dessa possibilidade totalmente improvável. Não que eu não a achasse bonita, pelo contrário, ela tinha uma beleza maravilhosa. Assim que a vi entrando pela cafeteria, com seus cabelos castanho claro, reluzindo parecendo ouro e seus olhos azuis que pareciam espelhos do céu. Eu poderia dizer que me apaixonei de imediato. Mas eu sabia que não era homem para ela. Não vou negar que não a cantei, pois eu fiz muito isso por quase 1 ano completo. E em todas as minhas investidas ela negava, mesmo seu corpo dizendo totalmente o contrário, sua boca falava um não atrás do outro. Eu sabia o motivo, eu sou o tipo de homem que não fica com uma mulher só, tive alguns breves relacionamentos e nos poucos que eu me entreguei, eu sai machucado. Então preferi me entregar a vida de cachorro por completo e assumir o que eu sempre fui. Hoje vejo a Heather como funcionária e amiga, alguém do qual eu
O resto do dia passou como um borrão, entrando um cliente atrás do outro, até o horário de fechamento da cafeteria. Quando o relógio bateu 18:00 horas cravadas a Heather quase arrancou o avental e se jogou na cadeira do salão principal, que ficava na frente do caixa. — Porra! Havia me esquecido o quanto era corrido em época de confraternização de fim de ano. — ela reclamava enquanto eu terminava de fechar o caixa. Contando nota por nota para ver se batia com o valor em sistema. Era a parte que eu menos gostava de fazer. Enquanto a respondia, senti seus olhos sob mim, me avaliando e eu daria tudo para saber o que se passava na cabeça dela. Não me imaginava me envolvendo com a Heather, por mais que as vezes batia aquela atração. Eu sabia que nosso envolvimento não daria certo, no fim ela sairia magoada e eu pediria demissão da cafeteria, pois não teria clima para continuar trabalhando no mesmo local. Ethan Carter não era homem de uma mulher só. Terminei de fechar o caixa e no camin
Assim que desliguei o carro e o barulho do motor cessou, apoiei a cabeça sob o volante e fechei os olhos. — Mas que porra que você está fazendo Ethan? — me recriminei pelos pensamentos que torturavam minha mente e nenhum deles eram sadios. Depois de alguns minutos tentando recompor minha sanidade mental, resolvi descer do carro e subir até meu apartamento. Assim que bati a porta, peguei o cigarro do bolso dianteiro da calça e o acendi. Dei uma tragada lentamente, soltando aos poucos a fumaça em formato redondo pela boca, eu adorava brincar com a fumaça dessa forma. Fui até a sacada e me sentei na cadeira de palha que tinha lá, apoiando os pés sob a mesinha de centro enquanto fumava meu cigarro. Assim que bati o filtro sob o cinzeiro senti meu celular vibrando, peguei-o do bolso e vi que era uma mensagem do Dom. “A festa começa as 20:00 horas! Vou te passar o endereço, é próximo da sua casa.” Com todo esse turbilhão de pensamentos havia me esquecido da festa. Eu estava realmente p
Entrei pela porta igual cachorro farejando um cheiro conhecido, parei no batente da cozinha assim que avistei as duas. Abby preparava doses de tequila para ambas, Heather ria enquanto conversava com sua amiga. Ela estava vestindo uma saia, curta e justa que acabava menos de um palmo abaixo da sua bunda, um body preto de costas abertas e uma sandália de salto nos pés. Os cabelos estavam soltos e ainda úmidos, provavelmente devido ao banho recém tomado, seu rosto não carregava mais as feições leves de antes, agora estavam maquiadas, a deixando mais gostosa do que eu pensei que era. Ela estava com postura de mulher, uma mulher que eu nunca na vida imaginei que veria. Pelo fato da diferença de idade entre eu e ela, de 8 anos, eu tendo 35 anos e ela 27 anos, nunca pensei que a veria sem as roupas básicas do serviço e vê-la assim, despertou algo desconhecido em mim. Abby estava gostosa como sempre, vê-la de vestido vermelho e curto, me traziam lembranças muito boas sobre ela. Principalmen
Ela foi a primeira a desviar, seguiu até um balcão de madeira com algumas bebidas e voltou com um copo cheio de algo cor de rosa, com um canudo de mesma cor dentro. — Veio sozinho? — Abby me tirou do meu foco de tentação. — Não... — balancei a cabeça discretamente, tentando recobrar o pouco de juízo que ainda tinha. — Na verdade vim... — Abby me olhava confusa. — Dom me convidou, mas eu vim sozinho de carro. Encontrei com ele depois aqui na festa. E você? Trouxe o Peter? — ergui uma sobrancelha para ela, que caiu na risada. — Claro que não! — ela me deu um tapa no braço. — Peter e eu não temos nada, não tem porque trazê-lo aqui. Vim com a Heather. Ela precisava sair um pouco, se divertir, beijar na boca e quem sabe transar... — essa última parte me pegou em cheio bem no ponto de mais desejo. — Entendi... — me aproximei do ouvido dela e sussurrei baixo. — Vocês vão brincar do jogo das garrafas? — assim que voltei a olhá-la, seus olhos brilharam. — Vão fazer aqui? — ela deu pequeno
A conversa com a Abby fluía de uma forma natural, ela é uma mulher extremamente cativante, engraçada e muito inteligente, com uma língua afiadíssima — para muitas coisas — nunca ficava por baixo em situações de estresse. E a melhor parte, ela lidava bem com o fato de nós dois sermos somente sexo um para o outro. — Então vamos jogar? — Dom chegou por trás, quase me deixando surdo. — O porra! — coloquei a mão livre no ouvido, tentando diminuir o zumbido deixado pelo seu grito. — Fala baixo caralho! — quando me virei o vi abraçado com a mesma mulher que eu peguei no começo da festa. Meu meio sorriso levantou, a fazendo rir e em seguida sorrir também. — Patrice, prazer! — ela esticou a mão para mim e eu apertei. — Ethan, o prazer é, meu... — ambos rimos novamente. — Dom arranjou uma gata para passar a noite. — deu um tapa com um pouco mais de força em seu ombro, afim de descontar minha quase surdez nele. — Milagres acontecem mesmo! — eu e as meninas rimos, e Dom me mostrou o dedo do m
Sentir os lábios dele nos meus, era como sentir o calor de um dia de verão. Me aquecia de dentro para fora. Entrelacei meus dedos em seus cabelos, nossos corpos se pressionavam um contra o outro. Pedindo, implorando por mais daquele toque. A cada toque da sua língua com a minha, eu me sentia mais familiarizada com seu beijo e ansiava por mais disso. Suas mãos desceram delicadamente até minha bunda e um arrepio percorreu cada centímetro de mim quando seus dedos tocaram a pele exposta da minha coxa. Soltei um gemido longo e sôfrego entre os lábios. Seus dedos cravaram nas minhas coxas, enquanto ele me levantava e pressionava meu corpo contra a parede do pequeno cômodo. Entrelacei minhas pernas em volta de sua cintura e já conseguia sentir sua ereção pressionando entre minhas pernas. Nossas respirações aceleradas e os batimentos desenfreados se misturavam junto com os gemidos roucos que ele soltava de segundo em segundo. Ele estava chegando ao delírio, junto comigo. Nosso beijo ficou m
Eu quase implorava mentalmente para que dessa vez ele me deixasse de fora disso. — Te desafio a pular na piscina só de cueca. — Ethan se levantou. — Eu topo! Se você pular junto... — Dom se levantou no mesmo instante. — Só se for agora! — todos se levantaram e o acompanharam até a área externa. A festa ainda rolava no mesmo alvoroço de antes. A área externa estava cheia, dando muita platéia para os dois. Coisa que o Ethan amava! Assim que os dois começaram a se despir, os gritos aumentaram, principalmente das mulheres. E era a primeira vez que eu via o Ethan quase pelado e confesso que as curvas de cada parte do seu corpo, me causaram um arrepio e uma quentura no meio das pernas. Olhei para cima e respirei fundo, tentando retomar meu auto controle novamente. — Pode babar mais amiga... Ele é gostoso né? — Abby deu uma batidinha em meu queixo, me fazendo fechar a boca que só notei que estava aberta naquele momento. — Disso você sabe muito bem né Abby? — levantei uma sobrancelha