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CAPÍTULO NOVE — Ethan Carter

Entrei pela porta igual cachorro farejando um cheiro conhecido, parei no batente da cozinha assim que avistei as duas. Abby preparava doses de tequila para ambas, Heather ria enquanto conversava com sua amiga. Ela estava vestindo uma saia, curta e justa que acabava menos de um palmo abaixo da sua bunda, um body preto de costas abertas e uma sandália de salto nos pés. Os cabelos estavam soltos e ainda úmidos, provavelmente devido ao banho recém tomado, seu rosto não carregava mais as feições leves de antes, agora estavam maquiadas, a deixando mais gostosa do que eu pensei que era. Ela estava com postura de mulher, uma mulher que eu nunca na vida imaginei que veria.

Pelo fato da diferença de idade entre eu e ela, de 8 anos, eu tendo 35 anos e ela 27 anos, nunca pensei que a veria sem as roupas básicas do serviço e vê-la assim, despertou algo desconhecido em mim.

Abby estava gostosa como sempre, vê-la de vestido vermelho e curto, me traziam lembranças muito boas sobre ela. Principalmente de nós dois pelados em cima da cama, no andar de cima do apartamento da Heather. O dono do apartamento era um conhecido meu e numa dessas idas até a casa dele para uma social básica, movida a bebida, mulheres e sexo, acabei esbarrando na Abby pelos corredores. E o restante já imaginam não é. Aquela loira faz coisas tenebrosas com a língua, de deixar qualquer um louco. Peter que o diga também, o dono do apartamento. Eles estavam se envolvendo, um pouco mais sério do que eu pensava. Deixando nossas transas somente nas lembranças.

Heather fazia caretas enquanto bebia a primeira dose de tequila, aos risos elas repetiram isso por mais quatro vezes, finalizando sempre com o limão. Ver a Heather com o limão entre os lábios, o chupando, acendeu um desejo dentro de mim. Desejo esse que percorreu meu corpo quase todo, parando no volume entre as minhas pernas. Passei os dedos pelos cabelos e resolvi me distanciar daquilo.

Eu não sabia o que estava acontecendo, mas iria acabar !

Dei a volta pela casa e encontrei a bagunça acontecendo nos fundos, onde estava a piscina. Tratei de ir em busca de uma bebida que tivesse o maior teor alcoólico dali.

 — Pensei que tinha desistido de vim... — senti a mão de alguém no meu ombro, me deixando tenso na hora. O rosto familiar aparecendo no meu campo de visão, fez meu corpo se tranquilizar. — Já bebeu algo maninho? — Dom estava com um copo grande nas mãos, devia ter quase 1 litro de alguma bebida colorida ali dentro. Neguei com a cabeça enquanto pegava sua bebida e tomava um generoso gole.

— Porra o que tem ai dentro? — a bebida desceu queimando a garganta até bater no meu estomago.

— Não sei... — Dom deu de ombros. — Acho que é uma mistura de tudo um pouco. A questão é que deixa bêbado e é o que importa. — ele riu já mostrando os efeitos do álcool ingerido. — Cara, o pessoal está pensando em brincar daquele jogo da garrafa, sabe? — ele falou próximo ao meu ouvido, pois o barulho estridente da caixa de som não nos permitia falar em uma entonação considerada normal.

— Quero não, obrigada. — virei mais um gole do copo, engolindo a bebida de uma vez, fazendo novamente tudo queimar por dentro, inclusive meus pensamentos impuros de segundos atrás. — Só quero ficar bêbado e talvez, quem sabe levar alguém do sexo feminino para casa. — dei de ombros.

— Para Ethan! — Dom me deu um leve tapa no ombro, me fazendo revirar os olhos. O Dominic quase bêbado era um porre.

Estou vendo que terei que ser babá de alguém hoje.

— Vamos nos divertir! — ele jogou os braços para cima, numa dança esquisita que me fez rir. — As meninas vão participar e eu sei que você gosta desses jogos com desafios e tudo mais.

Realmente eu gostava, sempre acabava me dando bem no final e ia pra casa acompanhado com alguém, as vezes mais de uma pessoa.

Eu era bom em jogos.

— Ta bom... — levantei os braços me rendendo. — Eu participo!

Enquanto Dom comemorava outra música começava a tocar nas caixas de som. Reconheci a voz de Daddy Yankee cantando Shaky Shaky. Várias pessoas foram dançar, algumas dentro da piscina e outras do lado de fora, era uma música contagiante. Eu prestava atenção no local, quando meus olhos foram atraídos para uma cena que me agradava muito.

Fui me aproximando a passos lentos daquilo que me interessava naquele momento, até chegar na porta que dava para entrada da cozinha. Encostei no batente e cruzei os braços, apreciando aquela cena dos Deuses. Heather e Abby dançavam juntas, sem pudor e vergonha nenhuma. Heather rebolava até quase o chão, sem se preocupar com os olhares dos lobos famintos que tinham ao seu redor. Ela remexia o quadril ao som da música e aquilo estava me deixando fora de órbita. Suas mãos passeavam pelo seu corpo enquanto seu quadril não parava de se mexer. Prendi o lábio entre os dentes, afim de abafar um pequeno gemido que teimava em escapar. Agradeci pelo fato de está com calça escura, combinando com a luz fraca, disfarçava minha ereção. Meu pênis latejava dentro da cueca e eu tentava controlar a respiração enquanto apreciava aquela visão dos céus a minha frente.

Meu corpo ficou tenso no exato momento em que seus olhos encontraram os meus. Ela gostou do que viu, o meio sorriso em seus lábios a entregava e eu não pude deixar de sorrir também.

O que estava acontecendo comigo?

Em passos lentos, sem deixar de requebrar o quadril, ela se aproximou de mim e apoiou suas mãos em meu ombro, mesmo de salto ainda ficava mais baixa que eu. Coloquei a mão livre no bolso, tentando controlar a vontade de preencher meus dedos com sua bunda.

— Você por aqui? — ela sussurrou e meus olhos desceram para seus lábios, ela passou a língua lentamente por eles. Isso me fez quase enlouquecer. Respirei fundo e olhei para cima por alguns segundos tentando reencontrar minha sensatez.

— Te faço a mesma pergunta... — sussurrei baixo em seu ouvido. Minha mão encostou levemente em seu antebraço, mas foi o bastante para ambos se arrepiarem. Era como uma enorme onda de choque, que passava do seu corpo e terminava no meu. Uma descarga elétrica que me obrigou a respirar fundo mais uma vez.

— Ethan! — a voz da Abby me fez voltar ao meu eixo e agradeci a ela mentalmente. — Você por aqui! Que coincidência. — ela me abraçou e retribui o gesto, sem tirar meus olhos da Heather que também mantinha o contato visual.

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