O jogo que Bruno mencionou definitivamente não era Truco, ele queria algo muito mais sombrio.Eu o encarei fixamente, enquanto seus olhos europeus se moviam entre mim e George:— A relação de vocês quatro é bem curiosa. — Ele disse, com um sorriso que exalava malícia. — Sebastião é o ex de Carolina, Carolina é o ex de George e Mirela é a sua atual, então estou curioso para saber qual de vocês realmente ama mais quem? — Nenhum de nós te ama, então não se meta. — Eu retruquei com dureza.— Isso não é me meter, é apenas fofocar. E eu tenho que admitir, vocês estão bem bagunçados. Quero ajudar a organizar um pouco. — Ele parecia realmente não se cansar de mexer na nossa vida.George, claramente sem paciência para as provocações de Bruno, cortou:— Se você tem algo a fazer, faça logo.Bruno apenas mordeu os lábios e disse:— Ah, quer que eu vá direto ao ponto? Então, vamos lá.Com isso, ele se levantou e se dirigiu para dentro da casa.Nem eu, nem George nos movemos. Mas imediatamente, um
Quando finalmente vi George novamente, já estava suspensa no ar, junto com Mirela, pendurada lado a lado.Abaixo de nós, uma enorme piscina se estendia. Se a corda fosse solta, eu cairia direto nela.No entanto, não estava apenas George que estava lá embaixo, mas também Sebastião.Eles estavam sendo mantidos à força pelos homens de Bruno, de pé na beira da piscina.Bruno estava sentado na borda da piscina, com uma calma desconcertante, acariciando algo em suas mãos. Eu estava tão nervosa que não consegui prestar atenção nos detalhes, e minha fobia de altura me impedia de olhar para baixo.— Garota do snooker, você já amou esses dois homens, não é? E eles também já te amaram, mas… ambos te traíram. Então hoje, eu quero fazer um teste. — Ele disse, com um sorriso frio. — Um teste para ver qual deles te ama mais. O que acha?Não era teste algum, ele estava simplesmente nos manipulando como marionetes.— Eu não quero saber disso, me solta! — Eu gritei, com raiva.Bruno ignorou completament
— Ah!Aquela sensação de queda me fez gritar de medo.— Carol!Eu também ouvi esse grito.Deve ter sido Sebastião, pois George só me chama de Carina.Em seguida, ouvi um som de impacto na água. Naquele momento, minha sensação foi de que eu havia caído na água.Mas não senti nenhum tipo de umidade. O que dominava meus ouvidos era o som da água agitada.Quando abri meus olhos, vi que ainda estava suspensa, mas Sebastião já estava na água, lutando com crocodilos.Então, no momento em que o perigo se aproximou, foi Sebastião quem se jogou para me salvar, enquanto George não fez nada.Meu coração, que já estava gelado, ficou ainda mais frio.Bruno tinha dito que seus crocodilos estavam com fome há dias, por isso Sebastião estava sendo atacado com mais força. Eu vi ele se esforçando para lutar contra crocodilos e isso me aterrorizou; comecei a chorar.Mas eu não podia fazer nada, além de xingar Bruno e chamar pelo nome de Sebastião:— Sebastião, Sebastião...— Agora você sabe quem te ama, ga
— Seja honesto, você já fez amor com Carolina?A voz rouca do homem se espalhou pelo vão da porta, fazendo com que eu, prestes a entrar, parasse meus passos. Através do vão, observei os lábios finos de Sebastião pressionados de leve.— Ela tentou, mas eu não estava interessado.— Sebastião, não humilhe a Carolina dessa maneira. Ela é uma das mais belas do nosso círculo social; muitos caras estão interessados nela.Quem falou isso foi Pedro Santos, amigo íntimo de Sebastião e testemunha dos nossos dez anos de relacionamento.— Estamos muito familiarizados, você entende? — Sebastião franziu as sobrancelhas.Quando eu tinha quatorze anos, fui enviada para a casa dos Martins, onde conheci Sebastião pela primeira vez. Desde então, todos me disseram que ele seria meu futuro marido. E assim vivemos juntos por dez anos.— Isso mesmo, vocês trabalham na mesma empresa durante o dia, veem um ao outro o tempo todo, e à noite vocês comem na mesma mesa. Devem se conhecer tão bem que até sabem quanta
Sebastião levantou a cabeça ao ouvir o som da porta, e seu olhar parou no meu rosto. Ele deve ter notado minha expressão.— Está se sentindo mal? — Ele franziu ligeiramente a testa.Caminhei silenciosamente até sua mesa, engolindo o amargor que subia em minha garganta, e falei: — Se você não quer casar comigo, posso falar com sua mãe.As rugas entre as sobrancelhas de Sebastião aprofundaram; ele percebeu que eu tinha ouvido sua conversa com Pedro.A amargura voltou à minha garganta, e eu continuei: — Nunca pensei que me tornaria uma pessoa com quem você se sente desconfortável em estar, Sebastião...— Para todos, já somos marido e mulher. — Sebastião me interrompeu.E daí? Ele quer casar comigo por causa dos outros? Eu queria que ele case comigo por me amar, por querer passar o resto da sua vida comigo.Com um clique suave, Sebastião fechou a caneta que segurava, seu olhar caiu sobre o documento em minhas mãos, e disse: — Vamos pegar a certidão de casamento na próxima quarta-feira.
O dia todo, fiquei pensando sobre essa questão. Até à tarde, quando ele veio me chamar, eu ainda não tinha a resposta, mas o segui mesmo assim.O hábito era algo terrível. Em dez anos, me acostumei com ele e também a voltar para a casa dos Martins depois do trabalho.— Por que você não está falando? — No caminho de volta, Sebastião provavelmente percebeu que eu estava de mau humor e perguntou.Fiquei em silêncio por alguns segundos e, finalmente, comecei a falar: — Sebastião, e se nós...Antes que eu pudesse terminar a frase, o celular dele tocou. O viva-voz mostrou um número não identificado, mas eu vi claramente que Sebastião apertou o volante com força. Ele estava nervoso, algo raro.Instintivamente, olhei para o rosto dele, mas ele já tinha desligado o viva-voz e atendido com o Bluetooth: — Alô... Ok, estou indo agora.A ligação foi curta. Ele desligou o telefone e olhou para mim. — Lina, tenho uma urgência para resolver e não vou poder se levar para casa.Na verdade, antes mesm
Nunca imaginei que um dia na minha vida acabaria indo para a delegacia por uma acusação de assédio.Derrubei um adolescente, que tinha apenas 17 anos e ainda era menor de idade. Ele insistiu que eu tinha más intenções com ele. Mesmo que eu negasse, ele continuava a afirmar que eu o tinha tocado.— Onde ela te tocou? — O policial perguntou com bastante detalhamento.O nome do adolescente era Augusto Reis. Ele olhou para mim, apontou primeiro para o próprio peito e depois para baixo da cintura. — Aqui, aqui... Ela tocou em tudo.Besteira! Quase gritei. Sebastião, que é um homem tão bonito, eu nunca toquei, então por que tocaria nesse pirralho que nem barba tinha?O policial olhou de volta para mim, e antes que ele pudesse perguntar, eu já neguei: — Eu não o toquei, apenas esbarrei nele sem querer.— Você bebeu? — O policial me olhou com um semblante sugestivo.Nesta sociedade, é normal os homens se entregarem ao álcool, mas quando uma mulher bebe um pouco, geralmente é vista como desre
Minha mão estava doendo de tanto que ele apertava, claramente estava bravo.Isso era ciúmes?Mal surgiu esse pensamento, Sebastião soltou minha mão, com o olhar frio:— Carolina, só porque eu disse aquilo, você vai se vingar assim?Fiquei surpresa; não esperava que ele pensasse assim.— Eu não fiz isso, eu... — Comecei a explicar, mas fui interrompida.— Você tocou onde nele? Você realmente tocou naquela parte? — O maxilar de Sebastião estava tenso, seus olhos estavam ameaçadores.Ele raramente ficava assim, claramente estava com ciúmes.Naquele momento, minha frustração diminuiu consideravelmente, ele ainda se importava comigo. Se ele apenas me visse como uma irmã ou amiga, não se importaria se eu tocasse em outro homem.— Não. — Neguei novamente.Então, Augusto saiu de dentro e assobiou para mim:— Pervertida, como assim está flertando com meu cunhado de novo?A expressão "Da boca de um cachorro não sai uma palavra boa" se encaixava perfeitamente.Olhando para Augusto com aquele jeit