Manuel não estava com cabeça para ouvir as provocações da mãe. Seu pensamento estava focado em Rosana. Ele se perguntava se ela não estaria tomando uma atitude impensada, considerando o estado de seu pai. Afinal, Diego, por mais que fosse um homem complicado, era o pai de Rosana, e Manuel conhecia o peso que ele tinha no coração dela.Ele se arrependeu de não ter conversado com a prisão naquela tarde, para evitar que fizessem Rosana passar por mais dificuldades.Enquanto Manuel se torturava com esses pensamentos, Rosana finalmente entrou em casa.Sra. Maria piscou para o filho e disse com um sorriso travesso:— Olha só, Rosana voltou. Você ficou só um pouquinho sem vê-la e já está sentindo falta, não é?Rosana estava completamente absorta em seus pensamentos, dominada pela preocupação com seu pai, e não percebeu as palavras da sogra.Quando ela começou a subir as escadas, Sra. Maria a chamou:— Rosana, querida, come ao menos um pedaço antes de subir. O jantar já está pronto e está te
Depois de pensar um pouco, Manuel foi até o escritório e ligou o computador.Ele navegou sem muito interesse por algumas pastas e pelo navegador, até que, de repente, percebeu várias pesquisas na barra de buscas.Quase todas estavam relacionadas a criminosos buscando autorização para tratamento médico fora da prisão. Também havia buscas sobre quais escritórios de advocacia na Cidade M tinham uma boa reputação.O olhar de Manuel escureceu. Era óbvio que Rosana não procuraria sua ajuda.Manuel pensou: "Embora Diego seja o assassino de meu pai, ele também é o pai de Rosana. Se ela precisar de ajuda, vou ajudá-la."Mas Manuel não entendia por que Rosana tinha escolhido não contar nada a ele e guardar esse segredo para si mesma.Talvez Rosana não quisesse colocá-lo em uma posição difícil.No entanto, essa atitude de Rosana deixou Manuel profundamente desapontado.Com um suspiro, Manuel desligou o computador e, tentando parecer calmo, voltou para o quarto.Naquele momento, Rosana já havia te
Agora, a situação estava nas mãos de Karen, e Rosana, sendo a parte passiva, não poderia simplesmente desmarcar ou adiar para outro horário.Enquanto Rosana se debatia entre as opções, seu celular tocou. Para sua surpresa, era uma mensagem de Dedé.Os olhos de Rosana brilharam ao ver a notificação, e ela rapidamente disse ao telefone:— Isabelly, vou desligar, a Karen me mandou uma mensagem, preciso dar uma olhada.Enquanto aguardava o sinal vermelho, Rosana abriu o WhatsApp. Dedé havia enviado a seguinte mensagem:[Srta. Rosana, peço desculpas, mas surgiu um imprevisto e eu preciso ir a outro lugar. Não estou mais na empresa. Se vocês ainda quiserem concluir a entrevista pela manhã, podem me encontrar. Vou te mandar o novo endereço.]Rosana suspirou aliviada, pensando consigo mesma: "Que sorte! Se eu chegasse atrasada daquele jeito e tivesse perdido a oportunidade, seria constrangedor. Agora, Dedé, que alterou o local, ainda por cima se desculpando."Diante da urgência de concluir a e
Dedé sorriu suavemente e, com um tom gentil, disse: — Claro que sim. Este escritório de advocacia tem parceria com a nossa empresa, e eu conheço todos os advogados aqui. Além disso, eles têm bastante experiência. — Depois disso, Dedé levou Rosana até o escritório de um advogado. — Este é o Sr. Dimitri, ele também é sócio deste escritório. Dedé se voltou para Rosana e falou: — Se tiver alguma dúvida, pode consultar ele. — E, se voltando para Dimitri, disse. — Dimitri, a Srta. Rosana é minha amiga. Se puder ajudá-la em qualquer coisa, fico muito grato. O Sr. Dimitri sorriu e respondeu: — Claro. Dedé, com a delicadeza de sempre, disse: — Srta. Rosana, eu vou indo agora. Fique à vontade para conversar com o Dimitri. Se tiver qualquer questão legal, pode perguntar sem problemas. Se precisar de algo mais, é só me ligar. Rosana acenou com a cabeça em agradecimento e disse: — Obrigada, Sr. Dedé. Depois que Dedé saiu, Rosana começou a conversar com o Sr. Dimitri sobre a ques
Tamires mordeu o lábio, com um olhar um pouco magoado, e disse, cheia de ressentimento:— Manuel, é porque você e a tia ainda guardam rancor do meu pai? Por causa dele, vocês também não gostam de mim e querem se afastar de mim?Manuel, com o rosto impassível, respondeu:— Seu pai é seu pai, você é você. Nunca enxerguei você como ele. Mas a situação dos meus sentimentos agora realmente não permite que tenhamos mais qualquer tipo de relação.Nos olhos de Tamires, uma sombra de resistência apareceu. Ela, com a voz baixa, perguntou:— Mas, a relação entre você e a Srta. Rosana é realmente boa? Ela gosta de você?Manuel sorriu de leve e, com um tom sarcástico, rebateu:— O que você acha? Se ela não gostasse de mim, por que estaríamos juntos?Tamires, visivelmente insatisfeita, murmurou baixinho:— Você gosta da Srta. Rosana, mas ela talvez não goste de você.Manuel apertou os olhos, sua voz agora carregada de uma ameaça sutil:— O que você quer dizer com isso?Tamires, com calma, respondeu:
Nesse momento, Sra. Maria pareceu se lembrar de algo e, com um sorriso misterioso, se aproximou de Manuel, dizendo:— Ah, é verdade, você já se recuperou e saiu do hospital. Quando for hora de jantar, aproveita e fala para a Rosana. Vocês dois já estão juntos há tanto tempo, escolham uma data e se casem logo! Pulam a etapa do noivado e vão direto para o casamento. Quero muito que vocês me deem um neto logo, tá bom?Manuel respirou fundo, sem demonstrar nenhum tipo de alegria. Seu rosto estava sério quando respondeu:— Não há pressa com isso, mãe. E sobre o jantar, pode deixar, eu não vou comer. Rosana também não vai.— Como assim? — Sra. Maria olhou para ele, claramente confusa. — Eu disse algo errado? Por que está tão sério assim? A Rosana passou a noite inteira cozinhando seus pratos preferidos, e você ainda está assim? Se não vai aproveitar, não sei o que dizer! Manuel, com paciência, respondeu:— Mãe, a situação entre mim e a Rosana não é algo que você entenda, e eu prefiro que nã
Rosana, assustada, deu alguns passos para trás. Ela, apressada, tentou se explicar:— Eu não procurei o Dedé para pedir ajuda de propósito, eu só... Depois da entrevista, eu perguntei a ele por acaso.— Cala a boca! — Manuel interrompeu a fala de Rosana com raiva. — Rosana, não pense que sou um idiota. Desde que você voltou para o meu lado, percebi que algo havia mudado entre nós. Já não somos mais os mesmos! Você mudou muito, você já não é mais a mesma!Rosana escutava em silêncio a acusação de Manuel. Seus olhos estavam vermelhos, e nas suas pupilas claras brilhou uma leve umidade, enquanto ela, com a voz embargada, disse:— Desculpe.— Eu não quero ouvir desculpas! — Manuel, de repente, agarrou o pulso de Rosana com força, puxando ela para mais perto dele, e, entre dentes, continuou. — Rosana, na verdade, eu soube sobre o seu pai ontem. Eu estava esperando você vir falar comigo. Mas você não fez isso! Quando é que nos afastamos tanto? Algo tão grande aconteceu com você, e você seque
Rosana, na maior parte do tempo, só queria ficar sozinha, sem contato com ninguém, sem se comunicar com ninguém. — Fala alguma coisa, filha, você está me deixando desesperada! — Sra. Maria a apressou, com voz ansiosa. — Se você não me contar o que aconteceu, como eu vou poder te ajudar? Se foi culpa do Manuel, eu não vou protegê-lo, pode confiar. Rosana forçou um pequeno sorriso, quase imperceptível, e disse: — Eu só quero ficar em silêncio por um tempo. A Sra. Maria queria continuar perguntando, tentar entender a razão por trás de tanta dor, mas ao encontrar o olhar frio e vazio de Rosana, ela sentiu que nada mais poderia ser dito. Só lhe restou suspirar e sair. À meia-noite, Manuel ainda não havia voltado. Rosana, sozinha na cama, não conseguia dormir. Desde o dia em que a Sra. Sarah revelou a ela a verdade sobre a falência da família Coronado, Rosana vinha lutando contra a insônia. Não conseguia mais dormir direito, e seus cabelos estavam caindo em grandes quantidades. A