Capítulo 7
Seus lábios pareciam ter um sorriso leve quando ele se aproximou dela.

Então, ele se agachou e tirou um lenço umedecido com álcool, ajudando ela a limpar as manchas em seu joelho.

Natacha só então voltou à realidade.

Ela estava tão concentrada antes que nem percebeu esses detalhes.

Agora ela notou que seu joelho não só estava sujo, mas também arranhado.

- Está doendo... – Murmurou Natacha, baixinho. – Você poderia ser mais gentil.

- Aguente um pouco mais. – Respondeu Joaquim, em tom suave.

Olhando para o topo da cabeça escura dele, um sentimento estranho começou a surgir no coração de Natacha.

Seu joelho realmente doía, mas seu coração estava se aquecendo.

Depois de limpar a sujeira, Joaquim se levantou e perguntou:

- Seu joelho está machucado, quer ir ao hospital para enfaixar?

Natacha sorriu e disse de forma despreocupada:

- Não precisa, um curativo resolve. Vamos, vamos logo para casa, o vovô está nos esperando para o jantar!

Com isso, ela já estava indo na direção onde ele estacionou o carro.

Joaquim seguiu ela, pensando em silêncio: Se fosse Rafaela com essa ferida, provavelmente ela já estaria chorando em seus braços.

Lembrando da cena em que Natacha salvou a senhora mais cedo, Joaquim sentiu que estava vendo uma Natacha diferente.

Até mesmo sentiu um pouco de orgulho.

Afinal, Natacha ainda era sua esposa.

...

Durante o jantar, Natacha estava de bom humor e comeu bastante.

Naquele momento, os empregados trouxeram duas tigelas de sopa escura e fumegante para eles. Joaquim franziu o cenho ao sentir o forte cheiro de medicamentos, perguntando:

- Vovô, o que é isso?

- Vocês estão casados há dois anos e ainda não planejam me dar um bisneto? – Sr. Paulo sorriu e disse. – Esta é uma sopa medicinal feita por uma família de médicos renomada na Cidade M. É um fortificante. A partir de agora, cada um de vocês vai tomar essa sopa, até Natacha engravidar.

- O quê? – Exclamou Joaquim, enquanto olhou para sopa, atordoado, e depois para Natacha. Natacha também estava com uma expressão preocupada, sem saber o que fazer. Sr. Paulo pressionou:

- O que vocês estão olhando? Bebam!

Joaquim realmente não conseguia engolir aquilo, o cheiro era insuportável.

Natacha pensou por um momento e disse a Paulo:

- Vovô, nós somos tão jovens e não temos nenhum problema. É cedo demais para tomar essas coisas, não acha?

- É, não é como se tivéssemos problemas de infertilidade. Por que tomar isso agora? – Concordou Joaquim, logo.

- Burro! Do que você está falando? – Repreendeu Sr. Paulo.

Homens da família Camargo eram todos robustos, como poderia haver problemas de infertilidade? Para acalmar Paulo, Joaquim sugeriu:

- Vovô, e se tentarmos por conta própria primeiro? Se não funcionar, então podemos pensar em tomar a sopa.

Natacha olhou para ele com surpresa.

Tentar por conta própria?

Como ele iria fazer isso?

Depois de pensar por um momento, Paulo disse:

- É melhor você não ser desonesto. Se você ousar fazer Natacha sofrer na minha frente, deixar ela ser uma viúva, você sabe das consequências!

Joaquim ficou sem palavras novamente.

O que significa “deixar ela ser uma viúva”?

...

Voltando para o quarto, Joaquim começou a arrumar o colchão no chão novamente.

Ao ver isso, Natacha não pôde deixar de sentir pena.

Pensando em um CEO tão influente como ele, dormindo no chão à noite, parecia totalmente inadequado.

- Por que você não sobe para dormir? Esta cama é grande o suficiente, podemos manter uma distância segura. – Falou Natacha, baixinho.

Joaquim hesitou por um momento, olhou para ela e continuou estendendo o colchão no chão. Ele disse em tom suave:

- Você não precisa se preocupar com o que meu avô disse, não vou usar um filho para te prender, já que não posso te oferecer um futuro.

O brilho nos olhos de Natacha escureceu de repente, uma sensação de amargura se espalhando em seu coração.

- Eu só queria que você dormisse melhor, você estava massageando o pescoço o tempo todo. – Murmurou Natacha, baixinho.

- Está tudo bem. – Joaquim voltou ao seu tom habitual de frieza. Depois de arrumar o colchão, ele entrou no banheiro. Não demorou muito para que o celular que estava ao lado do travesseiro começasse a tocar.

Como os seus celulares eram da mesma marca, o toque era o mesmo.

Natacha atendeu achando que era o seu.

Só quando ouviu a voz mimada de Rafaela do outro lado é que percebeu que tinha pegado o celular errado.

- Joaquim, onde você está? Estou com febre, me sinto tão mal... Sinto tanto a sua falta...

Natacha revirou os olhos, respondendo friamente:

- Sou eu.

- Você... – Rafaela ficou em silêncio por um momento, depois perguntou imediatamente. – Por que o celular do Joaquim está com você?

Natacha respondeu com desprezo:

- O celular do meu marido não está comigo, será que deveria estar com você? Sua ligação já atrapalhou nosso descanso. Se está com febre, vá ao médico, o Joaquim não vai cuidar de você! Ela deixou Rafaela sem palavras.

Natacha simplesmente desligou a chamada e o jogou de lado.

Depois que Joaquim terminou de tomar banho, Natacha entrou no banheiro para tomar o seu.

No entanto, quando saiu do banheiro, Joaquim parecia ter acabado de desligar a chamada.

Ele olhou para ela com uma expressão sombria e perguntou:

- Foi você quem atendeu meu telefone agora?

Natacha sabia que Rafaela não desistiria com facilidade.

Se não conseguisse encontrar Joaquim uma vez, definitivamente viria atrás dele novamente.

Ela olhou para ele, dizendo com serenidade:

- Sim, fui eu quem atendeu. Algum problema?

Joaquim disse com raiva:

- A avó da Rafinha morreu, e você, escondeu isso de mim. Natacha, hoje, quando te vi salvando aquela pessoa, pensei que você fosse uma boa pessoa. Mas eu não esperava que você fosse tão maligna, falando de maneira tão cruel com alguém que acabou de perder a avó!

- A avó dela morreu? – Disse Natacha, confusa. – Como eu poderia saber que a avó dela morreu? Ela só disse que estava com febre, nem mencionou a avó!

- Chega! – Interrompeu Joaquim, sem paciência, vestindo rapidamente sua roupa para sair.

Depois que ele saiu, Natacha sentiu que o ar do quarto ficou gelado.

A alegria de ter salvado uma vida naquele dia desapareceu neste momento.

Natacha deu um sorriso irônico consigo mesma enquanto guardava o colchão do chão.

Ele provavelmente não voltaria naquela noite.

...

No dia seguinte, Natacha foi para a escola sozinha.

Assim que chegou à sala de aula, percebeu que todos pareciam cochichar sobre ela, e não sabia sobre o que estavam conversando.

- Olha só! Não é a nossa grande heroína, Natacha?

Uma colega mordaz se aproximou dela, cheia de sarcasmo.

Natacha lançou um olhar de desprezo para Isadora, irritada com sua provocação. Ela respondeu indiferente:

- Me desculpe, este ano ganhei o concurso de habilidades clínicas novamente, e parece que você vai ficar em segundo lugar outra vez.

Isadora ficou furiosa e rangeu os dentes, lançando um olhar feroz a ela.

A família Gonçalves era nova no dinheiro, e Natacha sempre deixava ela louca de inveja com seu estilo de vida confortável.

Desde criança, ela sabia que sua família não tinha boas condições financeiras e sempre se esforçou muito. Antes da universidade, ela sempre foi a primeira da classe.

No entanto, desde que entrou na faculdade, estava sempre sendo superada por Natacha.

Por que tantos benefícios eram sempre para Natacha?

Isadora deu um sorriso frio e disse:

- Natacha, quanto tempo você acha que vai continuar se gabando? Acho que você não terá a chance de participar do próximo concurso de habilidades!

Natacha ficou surpresa com as palavras de Isadora, embora não estivesse com medo dela, ainda se sentia um pouco insegura com o que ela disse.

As palavras de Isadora eram apenas um blefe?

Naquele momento, o líder de classe entrou na sala, avisando:

- Natacha, o orientador quer falar com você no escritório.

Natacha então percebeu que algo estava acontecendo.
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