Capítulo 6
Natacha percebeu o que ele quis dizer e, por instinto, recuou em direção ao canto da cama.

No segundo seguinte, suas pernas foram agarradas com facilidade pelo homem e puxadas na direção dele.

Seu peso sobre ela era suficiente para deixar ela imobilizada.

Natacha só podia estender as mãos para empurrar os ombros dele, perguntando em pânico:

- Joaquim, o que você está tentando fazer?

- O que você acha? O que mais um homem e uma mulher podem fazer juntos? – Retrucou Joaquim.

A sua respiração fria atingiu como um animal feroz enquanto seus lábios caíam com força no pescoço de Natacha.

- Não! – Natacha se debateu assustada. – Joaquim, não faça isso, não me toque!

Isso fez ela lembrar daquela noite, quando aquele homem também foi grosso assim.

Natacha não queria mais lembrar disso. Se Joaquim continuasse assim, ela iria desmoronar.

A mulher sob ele estava chorando com tristeza, e mesmo que Joaquim fosse duro, ele não podia realmente punir ela daquela maneira.

Afinal, se isso fosse feito apenas por fazer, sem amor, então seria uma punição para qualquer um dos lados.

Ele não estava machucando ela de verdade, apenas ficou com as mãos apoiadas ao lado dela, se inclinando para olhar para aquela pobre e pequena mulher.

- Por que você está chorando? – Perguntou Joaquim, baixinho. – Se você não quer se divorciar, então não tente se manter pura para outros homens! Entenda, eu sou seu marido!

Ele nunca se incomodou em forçar mulheres, muito menos alguém como Natacha!

Uma mulher que já foi tocada por outros, uma mulher suja!

Joaquim pegou um cobertor e um travesseiro do armário, começando a arrumar um lugar no chão. Natacha se sentiu muito injustiçada e queria dizer a ele que não havia mais ninguém em seu coração, mas como explicar as pílulas anticoncepcionais?

Mesmo que dissesse a Joaquim que tinha sido abusada por um estranho, ele provavelmente pensaria que ela era ainda mais impura, não é?

...

Na manhã seguinte, Joaquim estava tão dolorido que mal conseguia se levantar.

Afinal, ele nunca havia dormido tão mal.

Quando os dois desceram para o café da manhã, Sr. Paulo já estava sentado à mesa.

Ao vê-los juntos, a expressão de Paulo relaxou um pouco.

Naquele momento, o celular de Joaquim tocou, era uma mensagem de Rafaela.

Natacha deu uma olhada, era uma foto, provavelmente do café da manhã que Rafaela havia preparado, parecia muito caprichado.

Joaquim olhou para a mensagem, não tocou na comida da mesa, e se levantou.

- Vovô, eu vou para a empresa agora.

- Mas já? – Disse Sr. Paulo, insatisfeito. – Você acha que estou velho demais para ser enganado?

- A empresa tem uma reunião hoje, estou com medo de ficar preso no trânsito. – Respondeu Joaquim.

Natacha deu um risinho frio em seu coração, isso não era medo de trânsito, era medo de desperdiçar o gesto de carinho de Rafaela, certo?

Sr. Paulo ordenou:

- Se sente e tome um bom café da manhã, depois leve Natacha para a escola e vá para a empresa. - Ordenou Sr. Paulo.

- Ela? – Joaquim parecia impaciente. – Ela tem um carro, não é?

- Querido, meu carro quebrou ontem e o levei para consertar. – Interveio Natacha, imediatamente.

Querido?

Ela chamou ele de querido novamente?

Constrangido pela presença de Paulo, Joaquim não pôde explodir e apenas cerrou os dentes, dizendo:

- Tudo bem, eu te levo.

Depois do café da manhã, Sr. Paulo perguntou de propósito:

- Se o carro da Natacha está quebrado, como ela vai voltar da escola à noite?

- Vovô, Joaquim virá me buscar. – Os olhos claros de Natacha se voltaram para Joaquim. – Não é mesmo, querido?

- Sim. – Concordou Joaquim, forçando um sorriso.

Sr. Paulo sorriu de forma fofa, concordando:

- Isso mesmo! Na nossa época, antes do casamento, os casais mal se viam, e mesmo assim viveram felizes para sempre. E uma garota tão boa como a Natacha, você deve saber valorizar ela! Joaquim ouviu o sermão do avô, sua cabeça quase latejando.

Assim que chegaram à garagem, Joaquim parou e olhou para ela, dizendo com seriedade:

- Natacha, eu te avisei ontem, não me chame assim.

Natacha piscou, inocentemente, rebatendo:

- Ontem à noite você não disse que, enquanto não nos divorciarmos, você é meu marido? Então, chamar você assim, tem algum erro gramatical?

- Natacha! Você está tentando me irritar de propósito, não está? – Questionou Joaquim, enquanto franzia o cenho e beliscava as têmporas.

Natacha não queria mais se segurar. O que ela conseguiu sendo tão submissa?

Ela não conseguia conquistar o coração de Joaquim, em vez disso, permitia que ele menosprezasse ela com a amante!

Assim, Natacha entrou no carro dele sem cerimônia.

No caminho, Joaquim falou em tom sério:

- Natacha, não pense que pode agir assim só porque tem o respaldo do meu avô! É melhor você se conter um pouco, minha paciência tem limites!

- Bem, minha paciência também tem limites! – Natacha sorriu, dizendo palavra por palavra. – Querido, me deixe na esquina em frente à escola. À noite, se lembre de me buscar.

Joaquim freou bruscamente.

- Você não pode abusar da situação! Não tenho tempo à noite, você pode pegar um táxi de volta.

- Está bem, então vou ligar para o vovô e pedir para ele mandar o motorista me buscar. – Concordou ela.

...

A frase de Paulo realmente funcionou.

Às seis e meia da noite, quando Natacha saiu da escola, avistou imediatamente o carro vermelho chamativo dele.

Naquele momento, gritos de socorro ecoaram confusos.

- Alguém é médico? Alguém desmaiou aqui.

- Parece muito sério! Parece que ele não está respirando.

Como estudante de medicina, Natacha não pôde simplesmente ficar parada e assistir.

Ela se lançou na multidão.

Uma senhora idosa estava cercada por várias pessoas, caída no chão, com o rosto roxo e sem consciência.

Natacha imediatamente pediu para as pessoas ao redor se afastarem, abrindo espaço para ela. Enquanto dirigia a multidão a ligar para o 192, ela começou de imediato a realizar a ressuscitação cardiopulmonar na senhora.

- Alguém aqui tem asma? Alguém tem um spray para asma com eles? – Perguntou Natacha.

Baseada nos sintomas da senhora, ela concluiu que era um ataque de asma prolongado, resultando em falta de oxigênio no cérebro e parada cardíaca.

- Eu tenho, eu tenho!

Naquele momento, uma pessoa de bom coração entregou seu próprio medicamento para asma. Depois de dez minutos de compressões torácicas contínuas, juntamente com o efeito do medicamento para asma, a consciência e a cor do rosto da senhora finalmente começaram a se recuperar.

Naquele momento, a ambulância também chegou.

- Natacha, se não fosse por você agir rapidamente, a senhora idosa provavelmente não teria sobrevivido até a nossa chegada.

O médico que desceu da ambulância era um antigo professor de Natacha, que tinha ministrado aulas para ela anteriormente, e agora estava elogiando de forma generosa sua ação.

Ter um estudante como ela era motivo de orgulho para ele.

Enquanto os espectadores ao redor elogiavam o ato corajoso de Natacha, refletindo sobre a emocionante cena que havia acabado de ocorrer.

A multidão estava se dispersando, ela percebeu Joaquim parado não muito longe dali.

Natacha ficou um pouco surpresa ao encontrar seus olhares com os dela.

Ela nunca tinha visto um brilho tão suave nos olhos de Joaquim, como se tivessem adquirido calor, não mais frios como gelo.
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