Naiara realmente não aguentava mais. Ela caminhou até a porta do quarto principal e bateu.Já era mais de uma hora da madrugada.Lorena, ainda dormindo, ouviu o som da batida na porta e imediatamente acordou.Ela provavelmente pensou que Naiara queria fazer alguma coisa.Duarte ficou ainda mais assustado, temendo o que Naiara poderia dizer.Ele logo percebeu que precisava mandar Naiara embora o quanto antes. Caso contrário, a convivência entre os três seria ainda mais assustadora do que viver com um inimigo.Duarte se levantou rapidamente, abriu a porta e franziu a testa, dizendo:— O que foi?Naiara, com as mãos sobre a barriga, disse com um tom de voz dócil:— Duarte, estou no meu período, meu ventre está doendo muito.Duarte olhou rapidamente para Lorena na cama, felizmente ela parecia estar dormindo profundamente.Ele murmurou em voz baixa:— Toma um remédio para a dor, deve ter aqui em casa.Mas os olhos de Naiara, com um brilho sedutor, a olharam intensamente, e ela respondeu:—
Enrico falou com uma expressão impassível: — O chefe disse que, se você não sair, nós vamos te levar à força para o novo apartamento. De qualquer forma, hoje você vai se mudar, não tem escapatória!Naiara respondeu, furiosa: — Isso é impossível! Duarte jamais agiria de forma tão cruel, ele sempre foi tão carinhoso comigo. Enrico, você é quem está instigando tudo isso, não é? Por que? Eu já fui para a cama com você, e ainda assim você quer me fazer isso?Naiara falou, e imediatamente, o rosto de Enrico se tornou ainda mais assustador: — Naiara, tem algumas coisas que eu preferiria não dizer tão claramente, e não quero que todos fiquem sem vergonha. — Enrico a encarou friamente. — Você só deu o seu corpo para mim? Ou aquela vez não passou de uma tentativa de me usar para conseguir o chefe? Não pense que eu não sei o que você fez naquela noite, quando a Srta. Lorena não estava por perto! Naiara se assustou e claramente ficou desconfortável. Se até Enrico deixasse de ajudar Naiara
Lorena voltou para casa daquela noite, depois de passar pela loja de instrumentos musicais, e soube que Naiara havia partido. De alguma forma, ela se sentiu um pouco desapontada.Lorena não esperava que Naiara, apesar de parecer ser tão difícil de lidar, tivesse tão pouca resistência. Em tão pouco tempo, ela já tinha sido afastada por Duarte.Não demorou muito para que Duarte voltasse, com um rosto claramente alegre.Foi então que Lorena entendeu.Na verdade, Duarte também tinha sentido a pressão da presença de Naiara, e isso o havia incomodado. Agora que ele finalmente havia afastado Naiara, parecia que um grande problema havia sido resolvido.— Rena, hoje à noite eu vou cozinhar. Vamos ter um jantar à luz de velas, o que acha? — Disse Duarte, caminhando em direção à cozinha, e pedindo para a nova empregada ir descansar.Lorena, instantaneamente, ficou irritada."Agora que não tem mais ninguém incomodando o Duarte, será que vou voltar àqueles dias em que ele me atormenta?"Jantar à lu
Duarte, antes relutante em tomar uma decisão devido aos altos riscos do procedimento, agora sentia que não havia mais alternativas. Ele perguntou:— Se eu concordar agora, quando o Domingos poderá fazer a cirurgia?Natacha suspirou e respondeu:— O doador de coração que tínhamos já foi destinado a outra pessoa. Agora, só podemos continuar aguardando por um doador compatível.Duarte, com o peso das preocupações em sua mente, voltou para o quarto de hospital. Lá, Lorena estava ao lado de Domingos, conversando com ele de maneira suave, enquanto Ademir já havia ido embora.Se sentindo culpado por não estar ao lado do filho, Duarte falou:— Domingos, à noite, eu fico aqui com você, tudo bem?Domingos, sem demonstrar muita alegria, respondeu baixinho:— Eu não quero você aqui. Eu quero a tia Lorena.O rosto de Duarte se fechou imediatamente.Porém, como Domingos estava doente, Duarte não teve coragem de repreendê-lo.Lorena, então, aceitou ficar à noite com Domingos.Isso porque, pouco ante
Ademir tinha medo de que Lorena, ao procurá-lo dessa maneira, fizesse Duarte suspeitar.Lorena parecia ter percebido a preocupação de Ademir e explicou com leveza:— Os seguranças dele já foram embora, está tudo bem.Ao ouvir isso, Ademir imediatamente se virou e deixou Lorena entrar.A porta da sala de plantão se fechou, e Lorena sentiu como se finalmente tivesse chegado a um lugar seguro.Sobre a mesa da sala de plantão, havia um notebook, e Ademir parecia estar lendo artigos médicos.No entanto, quando o computador ficou bloqueado após um longo período de inatividade, Lorena notou que a imagem de bloqueio era uma foto dela tocando piano de perfil.Lorena ficou um pouco surpresa, parecia ser da última vez em que ela havia tocado piano na loja de instrumentos, usando um vestido de malha.Ela nem sabia quando Ademir havia tirado essa foto.O mais curioso era que Duarte, de alguma forma, havia escolhido essa imagem como papel de parede.Ademir ficou um pouco desconcertado e rapidamente
Afinal, todos eram adultos.Ademir sabia muito bem o que poderia acontecer ao seguir uma pessoa como Duarte. Não era algo que ele não entendesse.Por isso, Lorena temia que Ademir a desprezasse. Ela temia que, ao recordar essa fase de sua vida, ele se sentisse desconfortável, repulsado.Ao ver a expressão hesitante de Lorena, Ademir sentiu um profundo pesar e compaixão.Com seriedade, Ademir disse:— Srta. Lorena, nunca, jamais, eu te desprezaria. O problema não está em você, você é a vítima. Somente o homem mais incapaz de todos é aquele que, em vez de condenar o agressor, acaba despejando sua raiva sobre a vítima.As palavras de Ademir fizeram os olhos de Lorena se encherem de lágrimas.Porque Ademir a fez entender que o que ela havia se tornado, não era culpa dela.Aquele doutor aliviou a autocrítica e a culpa que Lorena carregava por tanto tempo.Ele se aproximou, se agachou diante de Lorena, e, com sua postura imponente, segurou suavemente sua mão.Com sua voz grave, mas cheia de
Duarte soltou um riso frio e disse:— Esse policial, eu nem ia dar muita atenção a ele. Achei que fosse só um desses tipos querendo se destacar e fazer algo para alcançar algum cargo. Mas, já que Teodoro insiste em me confrontar, não posso mais ser tão gente boa!Enrico perguntou:— O senhor está planejando atingir a família dele...?Duarte ficou pensativo. Embora ele fosse alguém do submundo, até mesmo seus inimigos, Duarte nunca havia tocado nas famílias deles. Esse era um princípio que ele ainda respeitava.Portanto, Duarte respondeu:— Ainda não chegamos a esse ponto. Tenho um compromisso esta noite, então, se prepare. Traga o que precisa, e não se esqueça de trazer algumas garrafas das minhas melhores bebidas....No dia seguinte, Teodoro recebeu uma ordem interna da polícia. Ele seria transferido para uma cidade sob a jurisdição da Cidade M, e nem sequer informaram quando ele poderia voltar.Teodoro foi perguntar ao seu superior, mas a resposta foi vaga: era uma ordem de cima, e
- Sra. Camargo, parece que o Sr. Joaquim não vai voltar esta noite. Que tal você ir dormir primeiro? – Sugeriu Dora, com gentileza, olhando para a luz ainda acesa no quarto.Um traço de decepção cruzou os olhos de Natacha Gonçalves.Naquele momento, o som do motor do carro ecoou no quintal.Natacha, sem sequer colocar os chinelos, correu para a janela para dar uma olhada.Era realmente o carro esportivo prateado de Joaquim Camargo que entrava na garagem.Ela respirou fundo e olhou para o seu conjunto de lingerie sexy, seu coração batendo de forma descontrolada como um tambor.Dois anos de casamento, ele sempre dormia no quarto de hóspedes e nunca tocou ela.Natacha sabia que o casamento deles foi arranjado pelo avô Paulo e não era a vontade de Joaquim.Mas já se passaram dois anos, eles não podiam continuar assim para sempre, certo?Será que Joaquim achava que ela era apenas uma universitária sem diploma, que não sabia de nada?Será que ele achava que ela era muito passiva?Com esses p