O semblante de Manuel estava frio, e ele disse, com voz baixa:— Vamos embora.— Vamos embora? — Rosana disse, visivelmente sem saber o que pensar. — Ela não disse que ia almoçar aqui? Hoje eu trouxe bastante comida, parece que tudo vai ser desperdiçado.Manuel franziu a testa, olhou para ela e perguntou:— Você não quer saber se eu e ela temos algum passado?Rosana serviu a comida e a colocou à sua frente, falando com calma:— A Tamires não disse que vocês cresceram juntos, estudaram juntos? Isso é normal.A paciência de Rosana fez com que Manuel se sentisse inexplicavelmente irritado e sufocado. Nos últimos tempos, Rosana parecia ter se transformado completamente. Ela estava tão cautelosa, tão submissa, fazendo tudo perfeitamente e cuidando dele com tanto zelo. Mas, a cada dia, Manuel sentia um peso enorme no coração, porque não via mais o sorriso de Rosana; ela só lhe dirigia aquela expressão cuidadosa e educada.Rosana estendeu o prato para Manuel e disse:— Coma logo, o médico di
Assim, Rosana segurava com força a barra de sua roupa, tentando controlar a ansiedade e o medo que lhe afligiam, enquanto erguia o rosto para suportar as exigências de Manuel. Manuel parecia ainda mais insatisfeito. Seus beijos ficaram mais rápidos, mais agressivos. Ele pegou as mãos de Rosana, apertando-as em sua palma, forçando ela a se segurar em seu pescoço. Rosana se entregava passivamente, enquanto suas roupas iam sendo retiradas uma a uma. No fim das contas, Rosana não conseguiu superar o bloqueio em seu coração, e, com a voz embargada, suplicou: — Manuel, você ainda não se recuperou totalmente, não pode fazer isso. O médico disse... Mas antes que Rosana pudesse terminar sua frase, ela foi interrompida pela voz firme e cortante de Manuel: — Foi o médico quem disse que não pode, ou é você que não quer? Manuel segurou o queixo de Rosana, forçando ela a olhar para ele. — Eu posso. O que você quiser, eu posso fazer. Rosana mordeu os lábios, e em seus olhos negros
Rosana sabia muito bem que a pessoa que ela havia sido, já não poderia mais voltar. No entanto, para agradar e fazer Manuel feliz, ela sorriu e disse:— Eu escuto você.Manuel acreditava que havia ajudado Rosana a superar seu dilema, e soltou um suspiro aliviado:— Rosa, eu prometo que daqui para frente vou te tratar bem.Era uma promessa doce, mas, para Rosana, aquelas palavras já não conseguiam mais tocar seu coração....No dia seguinte, Manuel insistiu para que fosse liberado do hospital. Apesar de Dona Maria ainda querer que ele ficasse mais um tempo internado, no final, não conseguiu convencer o filho.Porém, quando chegou o momento de sua alta, surgiu uma nova dúvida. Onde Manuel iria morar a partir de agora? E onde Rosana ficaria?Dona Maria comentou:— Já que vocês dois se entenderam, é hora de pensarem no próximo passo. Não vão continuar morando separados, como quando estavam brigados, não é?— Eu escuto o Manuel. — Rosana olhou para ele, como se aguardasse sua decisão.Ante
Rosana ficou paralisada, chocada, no mesmo lugar. No instante seguinte, se virou e correu na direção do Hospital Cidade M.Enquanto corria, suas lágrimas não paravam de cair.Embora o pai de Rosana tivesse cometido erros no passado, e para Manuel ele fosse considerado um homem ruim, Diego era o pai de Rosana, o homem que a criou, que a protegeu desde pequena de todas as sombras que surgiram em seu caminho.Rosana soubera a verdade de muitos acontecimentos passados, e, por isso, já o odiara e o culpava. Porém, quando soubera que a vida de seu pai estava em risco, o mundo dela parecia prestes a desmoronar.Ao finalmente chegar ao hospital, Rosana assinou imediatamente o termo de consentimento para a cirurgia.Do lado de fora, guardas prisionais faziam a vigilância, e, mesmo que não estivessem lá, Rosana sabia que não teria permissão para entrar na sala de operações e ao menos ver o rosto do pai.Mesmo querendo saber notícias sobre a situação dele, ninguém dava uma resposta a ela.Os guar
Manuel não estava com cabeça para ouvir as provocações da mãe. Seu pensamento estava focado em Rosana. Ele se perguntava se ela não estaria tomando uma atitude impensada, considerando o estado de seu pai. Afinal, Diego, por mais que fosse um homem complicado, era o pai de Rosana, e Manuel conhecia o peso que ele tinha no coração dela.Ele se arrependeu de não ter conversado com a prisão naquela tarde, para evitar que fizessem Rosana passar por mais dificuldades.Enquanto Manuel se torturava com esses pensamentos, Rosana finalmente entrou em casa.Sra. Maria piscou para o filho e disse com um sorriso travesso:— Olha só, Rosana voltou. Você ficou só um pouquinho sem vê-la e já está sentindo falta, não é?Rosana estava completamente absorta em seus pensamentos, dominada pela preocupação com seu pai, e não percebeu as palavras da sogra.Quando ela começou a subir as escadas, Sra. Maria a chamou:— Rosana, querida, come ao menos um pedaço antes de subir. O jantar já está pronto e está te
- Sra. Camargo, parece que o Sr. Joaquim não vai voltar esta noite. Que tal você ir dormir primeiro? – Sugeriu Dora, com gentileza, olhando para a luz ainda acesa no quarto.Um traço de decepção cruzou os olhos de Natacha Gonçalves.Naquele momento, o som do motor do carro ecoou no quintal.Natacha, sem sequer colocar os chinelos, correu para a janela para dar uma olhada.Era realmente o carro esportivo prateado de Joaquim Camargo que entrava na garagem.Ela respirou fundo e olhou para o seu conjunto de lingerie sexy, seu coração batendo de forma descontrolada como um tambor.Dois anos de casamento, ele sempre dormia no quarto de hóspedes e nunca tocou ela.Natacha sabia que o casamento deles foi arranjado pelo avô Paulo e não era a vontade de Joaquim.Mas já se passaram dois anos, eles não podiam continuar assim para sempre, certo?Será que Joaquim achava que ela era apenas uma universitária sem diploma, que não sabia de nada?Será que ele achava que ela era muito passiva?Com esses p
Joaquim já havia perdido completamente a razão.Não se sabia se foi a comida ou a bebida que estava batizada na festa naquele dia.Naquele momento, ele era impulsionado pelo desejo, incapaz de controlar seus sentimentos.Ao tocar a mulher macia e perfumada na cama.Seu desejo explodiu num instante como uma flecha disparada.A inocência e o choro impotente dela simplesmente enlouqueceram ele!Uma hora inteira se passou.O homem finalmente estava satisfeito e adormeceu.Natacha se sentiu como se todo o seu corpo tivesse sido esmagado até os ossos.Ela se levantou com dor, se vestiu às pressas e saiu do quarto às pressas.Entrou apressadamente no elevador e acabou esbarrando em uma jovem mulher.- Desculpe. – Murmurou Natacha.Ela estava pálida, entrou rapidamente no elevador e apertou o botão de fechar a porta.Rafaela Costa saiu do elevador e imediatamente olhou para trás.Ela não podia acreditar que estava vendo Natacha pela fresta do elevador.Aquela não era a esposa de Joaquim? A mul
Natacha olhou apressada para ele, se engasgando ao dizer: - Você precisa me ouvir, ontem eu... - Chega. – Joaquim interrompeu ela, seus olhos caindo nas marcas vermelhas em seu decote.Estava claro que eram marcas deixadas depois de transar com alguém. Sua voz era calma e cruel, continuando. – Eu também tenho responsabilidade por deixar você sozinha por esses dois anos. Não culpo você por fazer isso. Mas, Natacha, a família Camargo não pode aceitar uma mulher suja como matriarca.Natacha ficou atordoada, todas as suas explicações pareciam vazias agora.Era verdade que quem acreditaria em explicações para isso?Além disso, mesmo que ela provasse que foi tramada por Daniela e Marta, ela ainda estaria suja.Natacha forçou um sorriso amargo, dizendo: - Então, você quer dizer que... O divórcio?Joaquim concordou com calma: - Do lado do meu avô, eu espero que você seja clara sobre querer se divorciar. Posso dar a você uma última chance de manter sua dignidade, para que ele não saiba que