Natacha olhou apressada para ele, se engasgando ao dizer: - Você precisa me ouvir, ontem eu... - Chega. – Joaquim interrompeu ela, seus olhos caindo nas marcas vermelhas em seu decote.Estava claro que eram marcas deixadas depois de transar com alguém. Sua voz era calma e cruel, continuando. – Eu também tenho responsabilidade por deixar você sozinha por esses dois anos. Não culpo você por fazer isso. Mas, Natacha, a família Camargo não pode aceitar uma mulher suja como matriarca.Natacha ficou atordoada, todas as suas explicações pareciam vazias agora.Era verdade que quem acreditaria em explicações para isso?Além disso, mesmo que ela provasse que foi tramada por Daniela e Marta, ela ainda estaria suja.Natacha forçou um sorriso amargo, dizendo: - Então, você quer dizer que... O divórcio?Joaquim concordou com calma: - Do lado do meu avô, eu espero que você seja clara sobre querer se divorciar. Posso dar a você uma última chance de manter sua dignidade, para que ele não saiba que
Quando Joaquim chegou em casa, já passava das onze da noite. A mansão estava estranhamente silenciosa, com apenas uma luz noturna acesa na sala de estar. Natacha estava sentada no sofá, parecendo estar esperando por ele o tempo todo. Joaquim tirou o casaco, afrouxou a gravata e falou com um leve tom de impaciência: - O divórcio não foi acordado ao meio-dia? Não vou te prejudicar no que diz respeito à propriedade. Você pode confiar nisso. Ele pensou que ela queria mais dinheiro. Natacha interrompeu ele, com uma voz rouca: - Joaquim, é por causa daquela mulher que você quer se divorciar de mim? Joaquim mudou sua expressão por um momento, mas logo voltou a sua calma de sempre. Ele não queria mais esconder isso dela, nem se dava ao trabalho de esconder. - Sim, tenho que dar a ela uma explicação, é o que devo a ela. – Admitiu Joaquim, com calma. - Só hoje percebi como você é hipócrita. Ao meio-dia, você se fez de vítima, me fez sentir culpada, me forçou a me divorciar. Talvez naqu
Quem deixou que ela chamasse ele assim?Antes que pudesse repreender ela, Natacha já tinha desligado a chamada.Ao ver a expressão nada agradável de Rafaela, Natacha finalmente sorriu satisfeita como nunca antes.- Srta. Rafaela, viu só? – Disse Natacha, enquanto balançou o celular na direção de Rafaela. – Meu marido vai me buscar. Seja eu a primeira ou a última, quem ele vai levar de volta para a Antiga Mansão da família Camargo, para sempre será eu, Natacha! – Com isso, ela se levantou, colocou duas notas de cem reais na mesa. – Srta. Rafaela, tome seu tempo para beber. Eu pago. Dito isso, Natacha saiu daquele café.Depois de um tempo, o carro de Joaquim chegou para buscar ela na Universidade da Cidade M.Afinal, como Sr. Paulo criou ele desde pequeno, Joaquim sempre respeitaria ele.Por causa disso, ele veio pessoalmente buscar ela para evitar desagradar Paulo.Ao vê-la entrar no carro, Joaquim falou com frieza: - Natacha, não me chame assim de novo.- Tudo bem. – Concordou Natach
Natacha percebeu o que ele quis dizer e, por instinto, recuou em direção ao canto da cama. No segundo seguinte, suas pernas foram agarradas com facilidade pelo homem e puxadas na direção dele. Seu peso sobre ela era suficiente para deixar ela imobilizada. Natacha só podia estender as mãos para empurrar os ombros dele, perguntando em pânico: - Joaquim, o que você está tentando fazer? - O que você acha? O que mais um homem e uma mulher podem fazer juntos? – Retrucou Joaquim.A sua respiração fria atingiu como um animal feroz enquanto seus lábios caíam com força no pescoço de Natacha. - Não! – Natacha se debateu assustada. – Joaquim, não faça isso, não me toque! Isso fez ela lembrar daquela noite, quando aquele homem também foi grosso assim. Natacha não queria mais lembrar disso. Se Joaquim continuasse assim, ela iria desmoronar. A mulher sob ele estava chorando com tristeza, e mesmo que Joaquim fosse duro, ele não podia realmente punir ela daquela maneira. Afinal, se isso foss
Seus lábios pareciam ter um sorriso leve quando ele se aproximou dela. Então, ele se agachou e tirou um lenço umedecido com álcool, ajudando ela a limpar as manchas em seu joelho. Natacha só então voltou à realidade. Ela estava tão concentrada antes que nem percebeu esses detalhes. Agora ela notou que seu joelho não só estava sujo, mas também arranhado. - Está doendo... – Murmurou Natacha, baixinho. – Você poderia ser mais gentil. - Aguente um pouco mais. – Respondeu Joaquim, em tom suave.Olhando para o topo da cabeça escura dele, um sentimento estranho começou a surgir no coração de Natacha. Seu joelho realmente doía, mas seu coração estava se aquecendo. Depois de limpar a sujeira, Joaquim se levantou e perguntou: - Seu joelho está machucado, quer ir ao hospital para enfaixar?Natacha sorriu e disse de forma despreocupada: - Não precisa, um curativo resolve. Vamos, vamos logo para casa, o vovô está nos esperando para o jantar! Com isso, ela já estava indo na direção onde
Ela se levantou e foi em direção ao escritório do orientador.- Natacha, foi você quem salvou uma senhora em frente à escola ontem à tarde, certo? – Perguntou o orientador, em tom sério.Natacha ficou surpresa. Embora não estivesse buscando reconhecimento por seu ato, ela não esperava essa atitude do orientador.- Sim, fui eu quem a salvou. – Assentiu Natacha.O orientador falou com tom de reprovação: - Agora, aquela senhora faleceu e os familiares questionam se suas ações e uso de medicamentos estavam de acordo com os protocolos, o que teria atrasado o atendimento. Além disso, você é apenas uma estudante e não tem licença médica.- A senhora não sobreviveu mesmo depois de ser levada para o hospital? Mas, senhor, quando salvei ela, ela já havia recuperado a consciência. Se não tivesse ajudado, ela teria morrido naquele momento. – Respondeu Natacha, chocada.- O que adianta falar isso agora? – Disse o orientador, com descontentamento. – Eu já disse a vocês para não se excederem durant
Natacha segurou suas lágrimas, as mantendo no lugar. - Me deixe limpar primeiro, essa situação não pode ser explicada em poucas palavras. - Espere, eu tenho uma pergunta para você. – Disse Joaquim, segurando com firmeza seu pulso, causando dor em Natacha. – Ontem à noite, a pessoa que você salvou era a avó de Rafaela. Ela morreu quando chegou ao hospital. Natacha, você sabia da relação entre aquela senhora e Rafaela?Seu olhar frio e cheio de suspeita.Natacha ficou chocada, arregalando os olhos e olhando para ele incrédula. A senhora que ela salvou era a avó de Rafaela? E as palavras de Joaquim questionam ela, a fim de se vingar de Rafaela por ter matado a avó de Rafaela sob o pretexto de salvar sua vida.Naquele momento, Natacha sentiu como se estivesse caindo em um abismo de gelo, uma desolação mais profunda do que ser mal interpretada e acusada por todos. Ela riu com frieza, sem admitir ou negar, apenas perguntou: - O que você quer? Ou melhor, o que ela quer? Joaquim, ao ver
Finalmente, o carro chegou ao velório.No centro, estava exposta a foto da avó de Rafaela.O velório estava cheio de pessoas, inclusive as duas mulheres que agrediram Natacha de manhã.Elas choravam alto, desesperadas.A aparência desleixada e o comportamento selvagem dessas pessoas eram completamente opostos a Rafaela.Ao lado do incensário, Rafaela, vestida de branco, se ajoelhava queimando papel.Ela derramava lágrimas silenciosas, comovente de se ver.Natacha observava tudo com indiferença, mesmo com a avó de Rafaela falecida, ela não sentia nem um pouco de simpatia.Joaquim fez um gesto para ela seguir ele.Ele entrou na capela primeiro e foi até Rafaela, ajudando ela a se levantar.- Rafinha, eu trouxe a Natacha. – Disse Joaquim com um tom extremamente gentil e carinhoso. – Espero que você possa aceitar as desculpas dela. Rafaela lançou um olhar furtivo para Natacha antes de erguer seus olhos marejados de lágrimas e se engasgar: - Joaquim, eu nunca quis competir por nada, mas p