MayaConfusa, sem saber o que estava havendo, abaixei-me ao seu lado, chamando por ele que não respondia.— Victor. Fala comigo. Fala comigo, por favor! — pedi desesperada, esfregando minha mão em seu peito, sentindo meus olhos ficarem marejados, deixando minha visão turva. — Amor... me responde! — gritei, ao vê-lo fechar seus olhos.Passei minha mão em seu rosto, dando leves t***s para acordá-lo e só então, vi que minha mão estava deixando marcas de sangue em sua face. Comecei a gritar por ajuda, ao mesmo tempo que procurava de onde vinha o sangue em seu corpo. Abri sua camisa com força, estourando seus botões, e vi que todo o sangue em minhas mãos vinha de um furo de bala um pouco abaixo do seu ombro.— Chamem uma ambulância! — berrei aos prantos, tentando estancar o sangue, fazendo pressão com minhas mãos.Um vizinho que saía de sua casa ao lado, nos viu sobre a calçada e correu de encontro a nós gritando por ajuda. Nesse momento as pessoas começaram a se dar conta do que estava aco
MayaSaíram com Victor por outra porta e eu não pude vê-lo. Uma enfermeira nos tirou da emergência e nos levou até a sala de espera, no andar da cirurgia. Ela indicou-me um banheiro, onde eu podia tentar limpar o sangue que estava em minhas mãos, antebraço direito e um pouco em meu vestido, em cima do seio direito. Minha avó me levou até lá e ajudou-me a me limpar o que foi possível. Quando saímos do banheiro, encontramos tia Jenna com uma bolsa nas mãos.— Disseram que vocês estavam aqui — disse ela ao aproximar de nós. — Trouxe umas roupas. Sei que vai precisar. — Estendeu-me a bolsa.— Vem — chamou minha avó pegando a bolsa da mão da tia Jenna. — Vou lhe ajudar a tirar esse vestido sujo de sangue.Voltamos ao banheiro e ela ajudou-me a trocar de roupa. Vesti uma calça e uma camiseta, calcei as mesmas botas de cano baixo e voltamos para a sala de espera, nos sentando e ficando no aguardo por mais notícias do Victor. Passaram-se longas horas era uma cirurgia simples, mas tinha consciê
Maya— Bom dia — disse o médico ao entrar no quarto. — Como passou a noite? — perguntou ao Victor pegando seu prontuário sobre a pequena mesa nos pés da cama.— Dormi a noite toda — respondeu Victor.— Ótimo. Sente dor?— Não.— Vou levá-lo para repetir os exames e se tudo estiver bem, vou liberá-lo amanhã para casa. E você, mocinha? — perguntou virando-se para mim. — Está mais calma?— Estou — respondi chegando mais perto da cama e pegando a mão do Victor.— Sua filha esteve bastante preocupada com você — disse o médico sorrindo para mim e depois olhou para Victor, que fechou seu semblante enrugando a testa.— Ela não é minha filha — disse Victor rude, entrelaçando nossos dedos.O médico arregalou os olhos surpreso e nos encarou sem graça. Seu olhar desceu para nossas mãos unidas e só então ele entendeu.— Desculpem-me, eu...— Tudo bem — interrompi-o. — Vou esperá-lo aqui — disse ao Victor curvando-me até seus lábios e os selando com um beijo delicado e demorado.Levaram-no e eu apro
Maya— Pensando em quê? — perguntou Victor ao sair do banheiro, tirando-me dos pensamentos.Olhei para ele e sorri ao vê-lo sem camiseta. Como pode um homem com sua idade ser tão bonito e ter um corpo tão invejável? Que delícia de homem.— Sente aqui comigo — chamei-o batendo a palma da mão, sutilmente sobre o assento no sofá, à minha esquerda.Victor caminhou até mim e sentou-se vagarosamente ao meu lado.— Acho que você precisa descansar, querida — disse segurando minha mão.— Vou descansar quando formos embora daqui. — Sorri para ele, entrelaçando nossos dedos.— Para Houston? — perguntou com um sorriso no rosto.Abaixei minha cabeça e encarei nossas mãos juntas, pensando em como começaria esta conversa.— Sobre Houston, eu...— Tudo bem se não quiser ir morar comigo agora, Maya — interrompeu-me. — Só a quero por perto todos os dias, independente de estarmos morando na mesma casa ou não. — Aproximei mais, juntando nossos corpos e nossos rostos.— Nós nos veremos todos os dias, se po
MayaQuando cheguei no final do corredor, encontrei-me de frente com Noberto. Ele sorriu para mim, mas logo o desfez ao notar meus olhos molhados pelo choro e a bolsa em minha mão.— O que houve, Maya? — perguntou entregando sua preocupação na voz.— Ele está com a esposa dele — respondi engolindo o choro que subia embolado por minha garganta.— Espere — pediu apoiando sua mão em meu ombro esquerdo. — Logo ele irá colocá-la para fora.— Vou ter que viver sempre com isso? Ela aparece, eu tenho que sair de cena e esperar que ele a coloque para fora?Noberto deu-me um olhar de consolo e curvou seus lábios em um sorriso mínimo de compaixão.— Eu vou para casa.— Eu a levo — disse pegando a bolsa da minha mão e caminhando ao meu lado.— Maya! — A voz fina e intolerável da Eliza, ecoou pelo corredor ao chamar por mim.Parei e virei-me para trás a vendo se aproximar a passos largos, batendo seus saltos finos no chão liso do hospital. Um tapa ardeu em meu rosto, fazendo-me virar a cabeça para
Maya— Eu escutei vocês falarem sobre uma Hanna, no escritório aquele dia. Quem é ela? Eliza me disse naquele jantar de negócios, que você agrediu uma garota e a mandou para o hospital. Não que eu acredite que isso seja verdade, porque eu não acredito.— Eu não a agredi! — afirmou furioso. — Ela foi minha submissa por alguns meses, cerca de um ano atrás. Eliza descobriu sobre ela e ficou enfurecida, foi atrás da garota com ameaças. Foi ela quem pagou um homem para agredir a Hanna. A menina foi parar no hospital e depois na delegacia, ameaçando prestar queixa contra mim por agressão física. Ela sabia que quem havia feito aquilo era a Eliza, mas mesmo assim usou o acontecido contra mim. Para a Hanna fechar a boca e ir embora, dei a ela a quantia em dinheiro que me exigiu e, desde então, ela sumiu no mundo e nunca mais a vi. No fim, Hanna não passava de uma vadia interesseira — disse com amargura na voz.— Eu sinto muito por tudo o que passou com seu primeiro casamento. Você não merece ta
MayaO céu já estava escurecendo e os pais colocavam seus filhos para dentro. Aproximei-me da bicicleta para pegá-la e ir devolvê-la, mas o filho do vizinho ao lado se ofereceu gentilmente para levá-la até a menina. Agradeci a ele e tomei o rumo de casa. Antes de atravessar a rua, olhei para a esquina e vi que havia um carro preto estacionado com o vidro do passageiro meio aberto. Segui em frente e, antes que eu pudesse entrar na varanda, uma luz fraca piscou em minha direção. Cravei meus pés no chão e olhei novamente para o carro, que fechava os vidros e dava partida no motor. Tentei não me assustar com isso, pensando apenas que poderia ser mais um paparazzo.Entrei em casa e subi direto para meu quarto, depois de trancar todas as portas e janelas. Tomei um banho relaxante na banheira e deitei-me na cama com o celular na mão, encarando seu visor na esperança de que Victor me ligasse, mas foi agarrada a ele e a essa esperança, que adormeci, mas acordei horas depois com o toque estriden
MayaQuando chegamos, ele me levou direto para o quarto e sentou-me na cama. Contei a ele tudo o que houve e ele consolou-me da melhor maneira possível. Primeiro, ele tomou um banho bem quente comigo na banheira e depois vestiu-me em uma camiseta sua, me levando para a cama. Ele se deitou agarrado a mim, permitindo que eu sentisse o seu cheiro. Fiquei mais calma no calor dos seus braços, que me davam uma sensação boa de proteção. Ele beijou meus lábios de forma lenta e carinhosa, acariciou meus cabelos e meu corpo, até que eu adormecesse aos seus cuidados.Acordei com beijos no pescoço e em meu rosto. Abri meus olhos preguiçosamente e enxerguei as portas abertas que levavam à varanda. Uma brisa fresca invadia o quarto, fazendo as cortinas flutuarem pelo ar.— Bom dia — sussurrou Victor em meu ouvido.— Bom dia. — Virei-me para ele.— Como está se sentindo?— Melhor. Como está o seu ombro? — perguntei acariciando de leve o local.— Cicatrizando sem dor — respondeu com um sorriso confian