MayaQuando cheguei no final do corredor, encontrei-me de frente com Noberto. Ele sorriu para mim, mas logo o desfez ao notar meus olhos molhados pelo choro e a bolsa em minha mão.— O que houve, Maya? — perguntou entregando sua preocupação na voz.— Ele está com a esposa dele — respondi engolindo o choro que subia embolado por minha garganta.— Espere — pediu apoiando sua mão em meu ombro esquerdo. — Logo ele irá colocá-la para fora.— Vou ter que viver sempre com isso? Ela aparece, eu tenho que sair de cena e esperar que ele a coloque para fora?Noberto deu-me um olhar de consolo e curvou seus lábios em um sorriso mínimo de compaixão.— Eu vou para casa.— Eu a levo — disse pegando a bolsa da minha mão e caminhando ao meu lado.— Maya! — A voz fina e intolerável da Eliza, ecoou pelo corredor ao chamar por mim.Parei e virei-me para trás a vendo se aproximar a passos largos, batendo seus saltos finos no chão liso do hospital. Um tapa ardeu em meu rosto, fazendo-me virar a cabeça para
Maya— Eu escutei vocês falarem sobre uma Hanna, no escritório aquele dia. Quem é ela? Eliza me disse naquele jantar de negócios, que você agrediu uma garota e a mandou para o hospital. Não que eu acredite que isso seja verdade, porque eu não acredito.— Eu não a agredi! — afirmou furioso. — Ela foi minha submissa por alguns meses, cerca de um ano atrás. Eliza descobriu sobre ela e ficou enfurecida, foi atrás da garota com ameaças. Foi ela quem pagou um homem para agredir a Hanna. A menina foi parar no hospital e depois na delegacia, ameaçando prestar queixa contra mim por agressão física. Ela sabia que quem havia feito aquilo era a Eliza, mas mesmo assim usou o acontecido contra mim. Para a Hanna fechar a boca e ir embora, dei a ela a quantia em dinheiro que me exigiu e, desde então, ela sumiu no mundo e nunca mais a vi. No fim, Hanna não passava de uma vadia interesseira — disse com amargura na voz.— Eu sinto muito por tudo o que passou com seu primeiro casamento. Você não merece ta
MayaO céu já estava escurecendo e os pais colocavam seus filhos para dentro. Aproximei-me da bicicleta para pegá-la e ir devolvê-la, mas o filho do vizinho ao lado se ofereceu gentilmente para levá-la até a menina. Agradeci a ele e tomei o rumo de casa. Antes de atravessar a rua, olhei para a esquina e vi que havia um carro preto estacionado com o vidro do passageiro meio aberto. Segui em frente e, antes que eu pudesse entrar na varanda, uma luz fraca piscou em minha direção. Cravei meus pés no chão e olhei novamente para o carro, que fechava os vidros e dava partida no motor. Tentei não me assustar com isso, pensando apenas que poderia ser mais um paparazzo.Entrei em casa e subi direto para meu quarto, depois de trancar todas as portas e janelas. Tomei um banho relaxante na banheira e deitei-me na cama com o celular na mão, encarando seu visor na esperança de que Victor me ligasse, mas foi agarrada a ele e a essa esperança, que adormeci, mas acordei horas depois com o toque estriden
MayaQuando chegamos, ele me levou direto para o quarto e sentou-me na cama. Contei a ele tudo o que houve e ele consolou-me da melhor maneira possível. Primeiro, ele tomou um banho bem quente comigo na banheira e depois vestiu-me em uma camiseta sua, me levando para a cama. Ele se deitou agarrado a mim, permitindo que eu sentisse o seu cheiro. Fiquei mais calma no calor dos seus braços, que me davam uma sensação boa de proteção. Ele beijou meus lábios de forma lenta e carinhosa, acariciou meus cabelos e meu corpo, até que eu adormecesse aos seus cuidados.Acordei com beijos no pescoço e em meu rosto. Abri meus olhos preguiçosamente e enxerguei as portas abertas que levavam à varanda. Uma brisa fresca invadia o quarto, fazendo as cortinas flutuarem pelo ar.— Bom dia — sussurrou Victor em meu ouvido.— Bom dia. — Virei-me para ele.— Como está se sentindo?— Melhor. Como está o seu ombro? — perguntei acariciando de leve o local.— Cicatrizando sem dor — respondeu com um sorriso confian
MayaFazia sete dias que minha mãe só dormia, sem exibir nenhum reflexo. Outro médico agora era responsável pelo caso dela e assim como nós da família e nossos advogados, ele também achava bastante estranho que não tenha sido notado o inchaço no coração da minha mãe ou a diabetes descontrolada. O próprio acreditava ser negligência médica por parte do médico anterior e das três enfermeiras responsáveis por acompanhar minha mãe no último mês. Victor precisou voltar há dois dias para Houston, foi necessário por causa do seu trabalho que estava boa parte lá. Ele quis muito que eu fosse com ele, mas eu não podia deixar minha mãe e minha família. Todos os dias, tinha quinze minutos com ela na UTI e os aproveitava da melhor maneira. Lendo um capítulo do seu romance favorito: Guerra e Paz, de Tolstói.Meus dias estavam sendo cinzas e pesados, ainda mais depois que o médico nos disse que talvez ela nunca mais acordasse, ou acordasse hoje ou daqui a um mês, não dava para saber quando isso ia aco
MayaVictor saiu do quarto e eu sentei-me na cama. Eu queria ir com ele para Houston, mas minha consciência pesava em deixar minha família em um momento tão difícil.— Por que ainda está sentada? — perguntou Victor, parando na porta do quarto. — As malas já estão prontas? Porque elas não se arrumam sozinha — debochou, sentando-se ao meu lado.Arrumei minhas coisas e despedi-me de todos, principalmente da minha mãe, antes de voltar para Houston na manhã seguinte. Meu pai pediu gentilmente ao Victor que cuidasse bem de mim, já que ele não estava em plenas condições de fazer isso. Minha avó nos desejou uma boa viagem e disse que me ligaria todos os dias para dar notícias da minha mãe, mesmo que elas fossem as mesmas.Quando chegamos em Houston, Victor havia convidado Penny para passar uma tarde comigo em sua mansão. Ele sabia que eu estava morrendo de saudades dela e que também precisava da sua fiel amizade. Passamos o dia à beira da piscina e fazendo bagunça na cozinha, na tentativa de f
Maya— Não mandei você falar! — Bateu com força sua mão direita em minha coxa. — Tire a roupa! — mandou antes de sair do quarto.Despi-me deixando as peças jogadas ao chão, junto à parede e aproximei-me do balanço, tocando seu couro frio com as pontas dos dedos, admirando cada detalhe desde a linha da costura contínua, até marcas de textura do couro. Assustei-me com uma forte chicotada em minha bunda nua, causando ardência em minha pele. Virei-me para trás e encontrei um homem lindo de olhos verdes, completamente nu. Tive que me conter para não o tocar.— Sente-se! — mandou segurando uma das fitas que suspendia o balanço. Sentei-me e ele posicionou-se entre minhas pernas, agarrando meu punho esquerdo. — Vou prender seus punhos.Victor afivelou meus punhos separadamente em algema de couro, cravejadas por Spike prateados pontiagudos, para o alto e acima da minha cabeça. Estar assim era uma mistura de sensações que me recordou a noite na cruz. Senti-me vulnerável, mas isso era extremament
MayaDepois que me despedi do Victor, antes que ele partisse para sua viagem, senti-me com o coração já apertado de saudade. Penny chegou antes do almoço e trouxe com ela, guloseimas e filmes românticos para assistirmos durante toda a tarde. Quando a noite chegou, ela foi embora e fiquei só, deitada no quarto dele, agarrada ao seu travesseiro e sentindo seu cheiro.Já era tarde da noite, quando Victor me ligou. Nos falamos por poucos minutos e sempre tinha alguém no fundo da ligação, chamando por ele.O dia hoje estava quente e lindo, sem nenhuma nuvem no céu azul. Vesti um biquíni, passei bronzeador por todo o corpo e desci para a piscina. Fiquei toda a manhã por lá tomando sol sozinha, já que Penny ainda não havia dado as caras.Passava das duas da tarde quando ela finalmente chegou. Saímos para tomar um café no centro da cidade e depois pegamos uma sessão de cinema, de um filme de comédia que queríamos muito ver. Eram mais de sete da noite quando saímos de lá.Penny insistiu para qu