É desconcertante, tão incomodativo todos esses problemas estão se tornando em meu torno, que me faz respirar extremamente forte. Desejo imensamente é que esse dia de merda chegue ao seu fim e assim deitar meu corpo cansado em minha acolhedora cama. Porém, é impossível já que ao menos comecei minhas aulas e como uma boa cidadã americana, é uma necessidade obter um diploma para ter um emprego decente. Essa escola é gigantesca, um grande prédio com muitas turmas e meus horários. Tudo bem diferente agora. Esse colégio é bem mesclado, tanto em ensinos como em todo o restante. Não entendo por nenhum local que passo, por mais que leio o mapa demonstrando onde fica cada coisa.
— Suzana eu não entendo muito bem, mas pelo o que parece minha primeira aula é de biologia. E não é no laboratório. — Eu me estanco ao centro do corredor, tentando entender em que parte estamos. Leio as informações com uma interrogação em meu semblante.
— Que bom para você, porque vou começar com geografia hoje. Eles estudam o que lá em geografia? Os professores são brasileiros? — Ela perguntou e ao observá-la vejo um meio sorriso com certa tristeza.
— Eu não faço a mínima ideia.
— É uma pena estarmos separadas. — Aquele pequenino sorriso some e sua face endurece.
Não sei dizer se é desgosto ou pena. Pergunto a mim mesma o porquê de o destino separar nós duas em algumas aulas. Só que todo esforço é em vão e nada vem, se eu quiser saber o motivo terei que seguir em frente. É assim que as pessoas descobrem seu verdadeiro destino, porque para mim é metade metade, isso mesmo cérebro confuso, metade metade. Nosso destino é composto por metade de escolhas e a outra é Deus que a escreve, basta somente você seguir o caminho certo. Espero que eu esteja seguido o meu de forma correta.
Como não quero magoar Suzi mais do que ela já se encontra, decido dar uma resposta vaga.
— Sim e é melhor eu ir e você também. — Eu envolvo meus braços em torno dela em um abraço de despedida.
— Bia você sabe que é minha melhor amiga não é? — Ela devolve e sua voz é reprimida, fraca e suave.
— É claro que eu sei. — Digo-lhe buscando sua face.
— Boa sorte ta bom, nos vemos em 60 minutos. — Ela me olha por um momento, e nessa hora algo me toca.
Pode até parecer sem sentido, claro todos tem suas opiniões. No entanto para mim esse momento é crucial para alguma coisa ainda maior. Não sei por que, mas a intenção é algo que me persegue constantemente.
— Boa sorte para você também. Tchau Suzi.
— Tchau Bia e juízos.
— Nem tanto. — Ironizo.
Juízo é um fato que mais tenho dentro de mim e não concordo mais de usá-lo em forma gradativa assim. Larga de ser lesada e vamos achar sua sala. Meu cérebro me relembra. É estranho ter essa voz dentro da minha cabeça, mas pelo menos ela me lembra de coisas importantes como comer, dormir, escovar os dentes e alimentar o meu gato. Espera, eu nem tenho gato e muito menos gosto de um. Parece que meu crânio não está em 100 % hoje, nem sei se um dia esteve.
Leio rapidamente os dados à caça de minha classe, eu quero muito sentar minha bunda em uma carteira qualquer e prestar atenção nas aulas. Aqui diz 3° ano sala 14. Onde será? Pergunto-me quando bato em frente à porta de um armário. Meu fichário, folhas e anotações vão ao chão, deu bastante barulho, assim assustando o dono do armário, que logo veio me socorrer.
— Oh! Desculpe-me. — Peço-lhe, rosto totalmente vermelho e confiantemente apanho meus itens.
— Tudo bem? Precisa de ajuda? — Ele pergunta com suas mãos apressadas cursando os papéis soltos ao chão. E quando dou conta seus olhos castanhos estão sobre os meus.
— Não, não precisa. — Há irritação de minha parte, não era assim que imaginei minha entrada.
— Deixa eu te ajudar, a culpa é minha. Estou atrasado, se não fosse isso não teria um armário aberto na sua cara. — Ele muda o curso da sua voz deixando-a mais divertida, o que me faz dar um leve sorriso. Eu espio brevemente sua face e posso ver certa animação.
— A culpa não é de nenhum de nós dois. — Sorrio sem graça.
Quando minha mão esta prestes a alcançar a última folha, o rapaz a pega em minha frente. Esse ato me deixa ainda mais com vergonha e decido me levantar rapidamente.
— Obrigada. — Agradeço ajeitando tudo sobre um dos meus braços.
— De nada, você parece bem distraída hoje.
— Bom… Acho que você me pegou. — Tento descontrair.
— Chamo Antony Jenkins e você?
— Ah! Chamo Bianca Bryant, mas todos meus amigos me chamam de Bia.
— Considere-me um amigo a partir de agora. — Ele me entrega a folha com um sorriso bonito.
Pego de sua mão e nossas peles se pendem por um segundo. Isso me faz não parar de observar seu rosto e corpo, além de ser muito simpático, é alto, pele bronzeada, olhos castanhos claros e cabelos curtos e lisos. Pelo menos foi o que analisei com o tanto de roupas que ele vestia.
— E então Bia, precisa de mais alguma coisa? — Ele perguntou quebrando minha reflexão de sua aparência.
Minhas bochechas ardem, porque não achei mesmo que ele levaria sério de me chamar só de Bia, mas parece que ele levou de fato a sério.
— É sim, você sabe onde fica o 3°ano sala…
Qual é o número da sala mesmo?
— Sala 14? — Ele chuta certeiro.
— Sim isso a 14.
— Sei sim. É a sala do Salles, tenho aula lá agora. Vem eu te levo. — Ele aponta com a cabeça para acompanhá-lo.
— Obrigada.
— O prazer é meu.
— Como sabia? — Pergunto enquanto caminhamos.
Ele se mantém quieto o que me assusta um pouco. Acho que meu corpo não necessita mais de altas emoções por hoje.
— Hein? — Volto a perguntar.
— Estava escrito na sua folha, uma das quais deixou voar por cima de minha cabeça.
— Aí Antony, sério me desculpa. Não sei explicar. Só que hoje… Não estou bem.
— Relaxa todo mundo acorda com o pé esquerdo de vez em quando.
Infelizmente subimos um lance de escadas. Porém ele é muito extrovertido e me fez rir muito com suas curtas histórias, piadas engraçadas e caretas tolas. Enfim, chegamos rapidinho.
— Estar entregue. — Ele diz me fazendo soltar mais uma última risada antes dele abrir a maçaneta.
— Sim.
— Oi Rupert, aqui eis uma aluna nova hoje.
Corro meus olhos e logo a falação dar um stop para contemplar minha chegada. Todos me encaram, olhos curiosos e eu faço o mesmo, devolvendo uma ampla olhadela por entorno da turma. Eu não esperava que a sala estivesse assim tão cheia, também o queria já que a secretária disse não ter salas suficientes de biologia.
— Pessoal aqui está a Srta.? — O professor pergunta em tom moderado.
— Bianca Bryant. — Eu respondo voltando minha atenção ao Sr. Salles.
— Pode se sentar ali. — Ele apanha a folha de minha mão para assinar algo e em seguida indica um lugar para me acomodar.
Olá! Espero que esteja apreciando a leitura. Estou somente passando para alertar; que o livro conterá capítulos especiais. Estes que, são narrados por outros personagens. Até mais, beijos...
Caminho lentamente de cabeça erguida e olhos baixos. Como gosto de viajar em pensamentos escolho o lugar perto da janela e começo a ajeitar minhas coisas. — Pessoas novas como a Bianca, eu me chamo Rupert Salles professor de biologia e geografia dessa sala. — E já faz muito tempo hein! — Antony faz um comentário piscando um olho na minha direção. — Você é muito bobo. — Sussurro para ele entre duas mesas. — Eu sei. — Responde baixinho. Foi simplesmente algo sem planejamento ter esbarrado nele lá no corredor, só que foi divertido já que ele me arrancou várias risadas em poucos minutos da minha vida. — Pior que é verdade senhor Jenkins. — Rupert se anima junto com os alunos. O professor que é bem alto. É aparentemente legal e ligado nas modernidades dos adolescentes. Foi o que vi até agora, espero que ele continue assim até o final do ano letivo. Não preciso de mais notas baixas em meu histórico escolar, apesar de eu
Observando ele de perto assim eu retiro todas as más impressões que fiz de imediato, ele está revirando minha mente como um liquidificador batendo uma bebida proibida e quando ouço o nome “Suzana”, minha ficha cai na lata. Estou sentindo ciúmes? Não! Deve ser algo bem desigual disso. Não posso estar enciumada por alguém que acabei de conhecer. Mas, o que parece é que ele estar querendo ela. Também é o certo, já que ela se interessou nele em primeira vista. — Ela ficou em outra sala. — Suspiro. Eu soltei muito rápido essa frase, em um fôlego só. Para Bia!Esqueceu como respirar agora? Você pratica respiração desde o ventre de sua mãe. — Entendo. — Ele segura fortemente a caneta e brinca com ela entre seus dedos. — O que realmente você disse a ela? Suzana não estava bem quando conversei com ela aquele dia. — Suponho que ela tenha dito a você. — Ele elevou suas sobrancelhas em forma suge
— Com licença Dylan, posso falar com a Suzana por um minuto? — Claro.— Ele faz uma varredura por todo meu rosto. Somente com seus olhos sobre mim ele parece me dissecar inteira. Essa pressão me faz suspirar e molhar os lábios em certa excitação desconhecida, com isso Dylan sorri calorosamente fazendo-me derreter mais um pouco. Respiro fundo e distancio meu olhar do seu e tento esfriar minha temperatura — Pode falar Bia. — Ela diz com olhos fixos em Dylan. — Pode ir até a biblioteca comigo? — Por que não chama o nosso novo amigo Antony? — Suzana faz questão de responder sem me dar muita bola. Dylan esconde um sorriso através de seu dedo indicador e não para de me observar, deixando o clima ainda mais pesado. Gente o que ele tem para mexer assim comigo? — Ele precisou revolver algo. — Engulo em seco ao ver Dylan franzir sua testa. Ela não gosta muito da ideia, mas levanta de sua cadeir
Sobrevindo pela porta da minha casa na hora sinto-me mais aliviada. É agradável estar em um ambiente familiar onde ficamos mais confortáveis e pacíficos. Eu realizei o que mais desejava desde cedo, deitei-me na minha cama e somente refleti tudo o que aconteceu. Mas, me sinto perturbada. Pois, a exatamente uma semana atrás eu e Suzana éramos amigas e agora ela me encara como um cão raivoso. Estar aqui observando meu teto e com as pernas sobre minha cabeceira, eu me deixo esvair. Sair essa raiva que também sinto juntamente com a agonia de estar nessa situação. Se eu gosto dele e ela também… Formamos um triangulo amoroso? Nem sei o que idealizar desse pensamento estúpido, somente reconheço que não estou inteiramente em posição errada. Sou orgulhosa e muito, mas não quero abalar minha amizade por um garoto que por acaso apareceu em meu primeiro dia de aula. Eu preciso pelo menos tentar uma conversa com ela, esclarecer meus pontos e rever o
O quê? Eu tenho a mente em rodopios. Eu tentei acertar as coisas e agora eu sou errada? Suzana observa seu braço com cara de: Olhem bem! Não vê que ela me machucou? Eu dou passos para longe daquela estranha e permaneço sem raciocinar. Não imagino algo decente para argumentar em minha defesa pessoal. Eu me vejo, as encaro em silêncio, mas eu não ouvia nada mais que o som acelerado de minha respiração. Com isso tornando-me uma paisagem ali no meio do corredor. Que somente serve para ser alvo de olhares reprovadores e amargura. — Que história é essa? Suzana, você parece estar exagerando. — Amélia em seu sondar em sua filha, me fita com olhar doce e eu permaneço sem me protestar. — Você enxerga tia? Eu falei o que está acontecendo e minha mãe nem se preocupa comigo. — Suzana diz com feição inocente que faz minha mãe se sentir meio atordoada. — Somente eu acho que essa história está muito mal cont
— Não é bem assim mãe. — Reviro os olhos — Disse a ela que não quero brigar por causa disso. Aceitei minha ruína e percebi o interesse dele em Suzi. Só que tem algo que não deixa essas informações entrar na cabeça dela. — Sabe que Suzana é assim, isso vai passar. Porém, ela precisa saber que se você quiser ter uma relação com ele, será uma escolha não só sua e também do tal rapaz. — Ela clarificou com esperança no olhar, mas eu não a tinha da mesma forma. Meus sentimentos estavam destruídos já com o começo dessa história e não aguentaria para ver o final. — Verdade mãe, mas o nome dele é Dylan. — É! É esse aí mesmo. — Sua frase nos faz entrar em risos. Sinto-me bem melhor ao conversar com minha mãe, ela me entende muito mesmo com todos meus maus pensamentos. — Obrigada mãe, a senhora é a melhor. — Agradeço imediatamente e deposito meu copo na mesa de centro. — Você é meu maior tesouro filha, fico feliz de não me esconder
Ao abrir os olhos pela manhã eu sentia diferente e eu logo entendi que era o meu humor em seus piores dias. Eu ainda pensei que a noite iria me deixar melhor do que ontem. Mas, estou um caco quebrado e o sono não foi tão renovador assim. Sem esquecer que minha cabeça latejava fortemente, pode haver vários conflitos internos que queiram rodear meus pensamentos agora. Porém, aproveito que meu corpo está lento, assim meus processamentos não estão a todo vapor ainda e consigo ignorar por alguns instantes. Eu levantei desanimada e logo me joguei abaixo do jato quente da ducha. A fim de ao menos eu sentir uma melhora considerável e a vontade de faltar às aulas se dissipassem. Depois de soltar meus cabelos, vestir um jeans em lavagem escura e camiseta básica, eu desço para tomar um café. Não vi o meu pai o que demonstrava que ele havia ido, George andava muito ocupado com seu novo negocio, mas o bom que mamãe e tia Amélia trabalham em casa. Ambas possuem sociedade em um site online
— Como tem tanta certeza? — Não tenho, mas sou capaz de fazer isso. Seria o melhor agora e se quero evitar Dylan, nada melhor do que sentar com meu novo amigo. Claro que foi o que eu fiz e mesmo com aquele idiota me secando a todo o momento. Tony me fez entrar em risos, Rupert quase o colocou para fora hoje, mas consegui reverter à situação. As horas passaram rápidas e logo o sinal soa anunciando o intervalo. — Fiquei sabendo que me trocou. — Tony brinca ao sairmos para o corredor. — Será que troquei? Se sim foi por quem? — Eu questiono. — Ué pela Julie, foi o que fiquei sabendo. — Ah, ela é muito linda, ganha de 10 a 0 sobre você. — Eu caçoei de sua cara e ele faz uma careta. — Também não é pra tanto, ela não pode te fazer rir como eu. — Ele esbarra seu ombro no meu todo brincalhão. — É, não pode. — Eu reviro os olhos em divertimento. — Sorte sua que ela é uma chegada minha. Vamos nos sentar