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Capítulo 03 - Parte 01

É desconcertante, tão incomodativo todos esses problemas estão se tornando em meu torno, que me faz respirar extremamente forte. Desejo imensamente é que esse dia de merda chegue ao seu fim e assim deitar meu corpo cansado em minha acolhedora cama. Porém, é impossível já que ao menos comecei minhas aulas e como uma boa cidadã americana, é uma necessidade obter um diploma para ter um emprego decente. Essa escola é gigantesca, um grande prédio com muitas turmas e meus horários. Tudo bem diferente agora. Esse colégio é bem mesclado, tanto em ensinos como em todo o restante. Não entendo por nenhum local que passo, por mais que leio o mapa demonstrando onde fica cada coisa.

— Suzana eu não entendo muito bem, mas pelo o que parece minha primeira aula é de biologia. E não é no laboratório. — Eu me estanco ao centro do corredor, tentando entender em que parte estamos. Leio as informações com uma interrogação em meu semblante.

— Que bom para você, porque vou começar com geografia hoje. Eles estudam o que lá em geografia? Os professores são brasileiros? — Ela perguntou e ao observá-la vejo um meio sorriso com certa tristeza.

— Eu não faço a mínima ideia.

— É uma pena estarmos separadas. — Aquele pequenino sorriso some e sua face endurece.

  Não sei dizer se é desgosto ou pena. Pergunto a mim mesma o porquê de o destino separar nós duas em algumas aulas. Só que todo esforço é em vão e nada vem, se eu quiser saber o motivo terei que seguir em frente. É assim que as pessoas descobrem seu verdadeiro destino, porque para mim é metade metade, isso mesmo cérebro confuso, metade metade. Nosso destino é composto por metade de escolhas e a outra é Deus que a escreve, basta somente você seguir o caminho certo. Espero que eu esteja seguido o meu de forma correta.

  Como não quero magoar Suzi mais do que ela já se encontra, decido dar uma resposta vaga.

— Sim e é melhor eu ir e você também. — Eu envolvo meus braços em torno dela em um abraço de despedida.

— Bia você sabe que é minha melhor amiga não é? — Ela devolve e sua voz é reprimida, fraca e suave.

— É claro que eu sei. — Digo-lhe buscando sua face.

— Boa sorte ta bom, nos vemos em 60 minutos. — Ela me olha por um momento, e nessa hora algo me toca.

  Pode até parecer sem sentido, claro todos tem suas opiniões. No entanto para mim esse momento é crucial para alguma coisa ainda maior. Não sei por que, mas a intenção é algo que me persegue constantemente.

— Boa sorte para você também. Tchau Suzi.

— Tchau Bia e juízos.

— Nem tanto. — Ironizo.

  Juízo é um fato que mais tenho dentro de mim e não concordo mais de usá-lo em forma gradativa assim. Larga de ser lesada e vamos achar sua sala. Meu cérebro me relembra. É estranho ter essa voz dentro da minha cabeça, mas pelo menos ela me lembra de coisas importantes como comer, dormir, escovar os dentes e alimentar o meu gato. Espera, eu nem tenho gato e muito menos gosto de um. Parece que meu crânio não está em 100 % hoje, nem sei se um dia esteve.

  Leio rapidamente os dados à caça de minha classe, eu quero muito sentar minha bunda em uma carteira qualquer e prestar atenção nas aulas. Aqui diz 3° ano sala 14. Onde será? Pergunto-me quando bato em frente à porta de um armário. Meu fichário, folhas e anotações vão ao chão, deu bastante barulho, assim assustando o dono do armário, que logo veio me socorrer.

— Oh! Desculpe-me. — Peço-lhe, rosto totalmente vermelho e confiantemente apanho meus itens.

— Tudo bem? Precisa de ajuda? — Ele pergunta com suas mãos apressadas cursando os papéis soltos ao chão. E quando dou conta seus olhos castanhos estão sobre os meus.

— Não, não precisa. — Há irritação de minha parte, não era assim que imaginei minha entrada.

— Deixa eu te ajudar, a culpa é minha. Estou atrasado, se não fosse isso não teria um armário aberto na sua cara. — Ele muda o curso da sua voz deixando-a mais divertida, o que me faz dar um leve sorriso. Eu espio brevemente sua face e posso ver certa animação.

— A culpa não é de nenhum de nós dois. — Sorrio sem graça.

  Quando minha mão esta prestes a alcançar a última folha, o rapaz a pega em minha frente. Esse ato me deixa ainda mais com vergonha e decido me levantar rapidamente.

— Obrigada. — Agradeço ajeitando tudo sobre um dos meus braços.

— De nada, você parece bem distraída hoje.

— Bom… Acho que você me pegou. — Tento descontrair.

—  Chamo Antony Jenkins e você?

— Ah! Chamo Bianca Bryant, mas todos meus amigos me chamam de Bia.

— Considere-me um amigo a partir de agora. — Ele me entrega a folha com um sorriso bonito.

  Pego de sua mão e nossas peles se pendem por um segundo. Isso me faz não parar de observar seu rosto e corpo, além de ser muito simpático, é alto, pele bronzeada, olhos castanhos claros e cabelos curtos e lisos. Pelo menos foi o que analisei com o tanto de roupas que ele vestia.

— E então Bia, precisa de mais alguma coisa? — Ele perguntou quebrando minha reflexão de sua aparência.

  Minhas bochechas ardem, porque não achei mesmo que ele levaria sério de me chamar só de Bia, mas parece que ele levou de fato a sério.

— É sim, você sabe onde fica o 3°ano sala…

Qual é o número da sala mesmo?

— Sala 14? — Ele chuta certeiro.

— Sim isso a 14.

— Sei sim. É a sala do Salles, tenho aula lá agora. Vem eu te levo. — Ele aponta com a cabeça para acompanhá-lo.

— Obrigada.

— O prazer é meu. 

— Como sabia? — Pergunto enquanto caminhamos.

  Ele se mantém quieto o que me assusta um pouco. Acho que meu corpo não necessita mais de altas emoções por hoje.

— Hein? — Volto a perguntar.

— Estava escrito na sua folha, uma das quais deixou voar por cima de minha cabeça.

— Aí Antony, sério me desculpa. Não sei explicar. Só que hoje… Não estou bem.

— Relaxa todo mundo acorda com o pé esquerdo de vez em quando.

  Infelizmente subimos um lance de escadas. Porém ele é muito extrovertido e me fez rir muito com suas curtas histórias, piadas engraçadas e caretas tolas. Enfim, chegamos rapidinho.

— Estar entregue. — Ele diz me fazendo soltar mais uma última risada antes dele abrir a maçaneta.

— Sim.

— Oi Rupert, aqui eis uma aluna nova hoje.

  Corro meus olhos e logo a falação dar um stop para contemplar minha chegada.  Todos me encaram, olhos curiosos e eu faço o mesmo, devolvendo uma ampla olhadela por entorno da turma. Eu não esperava que a sala estivesse assim tão cheia, também o queria já que a secretária disse não ter salas suficientes de biologia.

— Pessoal aqui está a Srta.? — O professor pergunta em tom moderado.  

— Bianca Bryant. — Eu respondo voltando minha atenção ao Sr. Salles.

— Pode se sentar ali. — Ele apanha a folha de minha mão para assinar algo e em seguida indica um lugar para me acomodar.

V. Oliveira

Olá! Espero que esteja apreciando a leitura. Estou somente passando para alertar; que o livro conterá capítulos especiais. Estes que, são narrados por outros personagens. Até mais, beijos...

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