— Chega assunto encerrado. — Aperto o cenho.
— Acho bom, agora vamos não é isso que tanto quer? — Ela diz expirando a certa sanha.
— Queria… — Afirmo e paraliso no corredor.
— Hã? — Ela pergunta me interrogando sem entender.
Seguro seus ombros e viro-a para a grande porta.
— Já chegamos ao nosso destino garota! — Debocho em tom morno.
— É, então deixa que eu bato. — Cochicha e seu corpo inteiro se estremece.
Abro um sorriso de orelha a orelha e quase não contenho a vontade de rir. Pelo o que se vê nossa querida e confiante Suzana esta se borrando de medo.
— Se vai bater, então bate logo. — Engulo o riso e tento permanecer séria.
— Não tem graça Bia, estou nervosa. — Seus braços se cruzam, mostrando seu pavor diante da porta.
Gente eu não sustento a seriedade e entro na gargalhada, rio tanto que lágrimas saem sem querer dos meus olhos.
— Você é hilária. — Respiro rápido por conta dos risos.
— É sério, para. — Ela me dá um, tapa no braço e fecha a cara.
— Nervosa, sei. — ergo uma sobrancelha. — Isso se chama medo.
Ela resmunga algo baixo e anda duro de um lado a outro. Acho que se eu não tomar uma atitude vamos ficar aqui até amanhã e sem saber nossas salas.
— Na hora de sair confiantemente atrás de rostos desconhecidos a senhora não se apavora não é mesmo? — Suspiro recuperando o fôlego.
— Mas aquilo foi diferente! — Suas pernas bambas a fazem parar ao meu lado.
— Ata sei!
— Para… — Ela pede.
— Eu bato sua medrosinha. Olha é só fazer assim, fechar a mãozinha e fazer Toc-toc. — Cerro o punho e levo minha mão em direção à porta.
Quando ia fazer alguns sinais de barulho. A porta se abre sozinha, mostrando um escritório bem moderno — uma proposta bem contradiria vindo da fachada da frente. Bem no meio está uma jovem mulher teclando em um computador sem perceber nossa presença.
— Podem entrar. — A voz feminina da mulher é doce e ecoa a sala chegando até nós.
Estamos empacadas na porta ainda sem entrar, pois isso foi muito advento. Pelo menos é uma diretora mulher, é por isso que Suzi estava com tanto medo. Ela não tem boas recordações da nossa antiga escola, onde era um diretor homem que comandava o local. Puta merda! O velho era uma mala e desgraçado. Bom, Suzana sempre diz: Quem melhor para entender as mulheres senão forem elas mesmas? Certo! Pior que ela tem razão.
— Venham meninas! Devem ser as novatas que tanto espero. Não se sintam nervosas, sentem-se. — Sua voz passível me alcança.
Adentramos calmamente e por um momento sinto um cheiro de alguma flor, um aroma doce tranquilizante. Um calor abrasador percorre meu corpo seguido por um frio de congelar. Seguidamente meus pelos se eriçam totalmente e uma paz sem sentido entrar por meus poros.
— Por que abriu a porta sem bater? — Ouço murmurinhos de Suzana.
— Shh… Não abri nada, ela abriu sozinha. — Respondo em tom baixo.
— Não se preocupem meninas, a porta se abre sozinha em alguns momentos. — Ela nos corta e eu salto mais uma vez surpresa.
Engulo em seco, respiro fundo e acomodo-me na poltrona em frente de sua mesa. Claro que Suzi faz mesmo, mas ainda está meio estranha com esses acontecimentos. Quando finalmente relaxo, encaro os olhos verdes da diretora o que me deixa relativamente ainda mais calma e tranquila.
— E vocês se chamam? — Pergunta calmamente.
— Eu me chamo Bianca Carter Bryant. — Respondo educadamente.
— E eu me chamo Suzana Russell. — Diz apreensiva.
— Bem, meninas para todos os problemas e propósitos eu me chamo Agnella Parker diretora dessa incrível escola. — Ela se apresenta gentilmente.
— Viu, Bia? Incrível. — Suzi esbarra sua mão na minha.
— Isso não quer dizer nada. — Argumento. — Desculpe senhora Parker, continue, por favor.
— Claro, Bia. Bom, é um imenso prazer tê-las conosco nesse longo ano escolar. Do fundo do meu coração, eu não quero que me vejam somente como uma diretora carrasca e sim como uma amiga, confidente para todos os momentos, pois, prezo pela segurança de meus alunos. — Seus olhos se fixam nos meus demonstrando tal afirmativa. — Espero que estudem, deem o máximo de vocês para essa instituição e faremos o impossível para atender todas suas necessidades, façam amizades e constituam boas relações com os professores. — Diz remexendo alguns papéis.
Fico observando-a com certa curiosidade e meus olhos param em suas mãos. Tudo normal até eu ver seu pequeno e delicado anel brilhar intensamente. Ponho as mãos nos olhos para tampar a forte luz e recompor minha visão.
— Srta. Bryant está tudo bem? — Pergunta ajeitando seu anel.
— Sim, somente uma dor de cabeça que vai passar em instantes. — Deixo claro ao esfregar meus olhos.
— Qualquer piora vá diretamente à enfermaria. — Sua voz é firme e preocupada.
— Sim, senhora Parker.
Bom, claro que não está tudo bem. Entretanto, fingirei não ter visto nada.
Ela faz algumas anotações na folha e me observa.
— Efetivamente darei as autorizações de pedido de horários para começarem as suas aulas brevemente. Aqui também obtém uma lista de regras bem explicativa. Podem se sentirem a vontade para questionar qualquer dúvida. Espero ter sido clara. — Ela deposita as folhas sobre a mesa.
— É! Senhora Parker, posso perguntar uma coisa? — Pergunto pegando os papéis que ela acabou de entregar.
— Sim, claro! — Diz me avaliando através de seus óculos.
Noto que ela parece ser bem nova para ser diretora, é loira com cabelos cacheados e longos, alta, magra, e não posso deixar de encarar seu olhar esmeralda.
Não me reprimo e pergunto: — Suzana poderia ficar comigo em todas as aulas? Eu me sentiria mais confortável. Ela é a única que conheço aqui. — Tenho esperança nas palavras.
— Sim se a Srta. Russell assim desejar. — Ela afirma com olhos sobre Suzi.
Viro meu rosto para Suzi e aguardo sua resposta. Espero que o nervosismo não a faça dizer besteiras.
— Ah! Claro que sim diretora. — Suzana adverte.
— Sendo assim vou inserir uma observação em sua folha de autorização.
— Obrigada diretora. — Alargo um sorriso contente de sua fala.
— Não há de quê. — Comenta com um sorriso que não chega aos seus olhos.
Depois de fazer o que pedi, ela nos aconselhou para irmos para a secretária e assim pegar nossos horários. Enfim, vamos logo estudar, para isso que viemos parar aqui.
— De alguma forma, gostei da diretora. Ela parece ser bem compreensível, amável, educada e atende nossas necessidades. — Descontraio enquanto caminhamos juntas.
— Verdade. Estou até mais calma e obrigada por falar por mim. — Ela suspira acalmada.
Também me sinto agradecida por criar coragem, sou assim corajosa quando é preciso. Suzi sempre gosta de falar com as pessoas para treinar seu espírito de repórter, mas dessa vez a situação não saiu como esperado e não aconteceu como ela imaginava.
— De nada. Com licença aqui é a secretaria? — Pergunto através do balcão.
A moça faz um gesto com o dedo indicando para esperarmos. Dessa forma, encostamo-nos à parede e ficamos esperando a moça voltar. Sentamo-nos em umas poltronas confortáveis da sala. Não tem nada de mais nesse local, é uma secretária como todas as outras.
Depois de uns minutos ela diz: — Em que posso ajudá-las?
— Somos novatas e acabamos de sair da sala da senhora Parker. Ela deixou uma autorização com a gente para o pedido de horário das aulas. — Levanto-me e os entrego através da bancada.
— Ah! Sim Bianca e Suzana correto? — Ela pede colocando seus óculos na cabeça.
— Sim! — Suzana diz avaliando ela.
— Sou Marie, fiz a matrícula de vocês. Sentem-se, volto em um momento.
Após alguns minutos, Marie retorna com rugas de preocupação. Não entendo o porquê dessa expressão, mas espero que não, seja algo muito grave.
— Garotas, eu não trouxe boas notícias. — Elas nos dar às folhas de horários.
— O quê? Tem algo errado? — Temo o pior.
— As aulas de geografia e biologia serão em salas separadas. — Sua feição é triste.
— Tudo bem Marie, sei que fez o melhor por nós. Pelo menos são somente duas. — Tento ser um pouco positiva.
— Sim e boas aulas. — Ela nos concebe um sorriso agradável.
— Obrigada. — Suzi e eu falamos ao mesmo tempo, e saímos dali.
Sou uma tola, porque em certo momento achei que as coisas estariam normais. As escolas eram para serem habituais, não é? Contudo, quando pus os pés no colégio tudo parece ter ficado ainda mais bizarro. Pensando bem, hoje o dia está muito esquisito. Não me sinto bem e sim diferente dos outros dias. Parece estar tudo de forma incomum. Espero que pelos menos as aulas sejam normais como nas demais escolas.
É desconcertante, tão incomodativo todos esses problemas estão se tornando em meu torno, que me faz respirar extremamente forte. Desejo imensamente é que esse dia de merda chegue ao seu fim e assim deitar meu corpo cansado em minha acolhedora cama. Porém, é impossível já que ao menos comecei minhas aulas e como uma boa cidadã americana, é uma necessidade obter um diploma para ter um emprego decente. Essa escola é gigantesca, um grande prédio com muitas turmas e meus horários. Tudo bem diferente agora. Esse colégio é bem mesclado, tanto em ensinos como em todo o restante. Não entendo por nenhum local que passo, por mais que leio o mapa demonstrando onde fica cada coisa. — Suzana eu não entendo muito bem, mas pelo o que parece minha primeira aula é de biologia. E não é no laboratório. — Eu me estanco ao centro do corredor, tentando entender em que parte estamos. Leio as informações com uma interrogação em meu semblante. — Que bom para você, porque vou começar com geogr
Caminho lentamente de cabeça erguida e olhos baixos. Como gosto de viajar em pensamentos escolho o lugar perto da janela e começo a ajeitar minhas coisas. — Pessoas novas como a Bianca, eu me chamo Rupert Salles professor de biologia e geografia dessa sala. — E já faz muito tempo hein! — Antony faz um comentário piscando um olho na minha direção. — Você é muito bobo. — Sussurro para ele entre duas mesas. — Eu sei. — Responde baixinho. Foi simplesmente algo sem planejamento ter esbarrado nele lá no corredor, só que foi divertido já que ele me arrancou várias risadas em poucos minutos da minha vida. — Pior que é verdade senhor Jenkins. — Rupert se anima junto com os alunos. O professor que é bem alto. É aparentemente legal e ligado nas modernidades dos adolescentes. Foi o que vi até agora, espero que ele continue assim até o final do ano letivo. Não preciso de mais notas baixas em meu histórico escolar, apesar de eu
Observando ele de perto assim eu retiro todas as más impressões que fiz de imediato, ele está revirando minha mente como um liquidificador batendo uma bebida proibida e quando ouço o nome “Suzana”, minha ficha cai na lata. Estou sentindo ciúmes? Não! Deve ser algo bem desigual disso. Não posso estar enciumada por alguém que acabei de conhecer. Mas, o que parece é que ele estar querendo ela. Também é o certo, já que ela se interessou nele em primeira vista. — Ela ficou em outra sala. — Suspiro. Eu soltei muito rápido essa frase, em um fôlego só. Para Bia!Esqueceu como respirar agora? Você pratica respiração desde o ventre de sua mãe. — Entendo. — Ele segura fortemente a caneta e brinca com ela entre seus dedos. — O que realmente você disse a ela? Suzana não estava bem quando conversei com ela aquele dia. — Suponho que ela tenha dito a você. — Ele elevou suas sobrancelhas em forma suge
— Com licença Dylan, posso falar com a Suzana por um minuto? — Claro.— Ele faz uma varredura por todo meu rosto. Somente com seus olhos sobre mim ele parece me dissecar inteira. Essa pressão me faz suspirar e molhar os lábios em certa excitação desconhecida, com isso Dylan sorri calorosamente fazendo-me derreter mais um pouco. Respiro fundo e distancio meu olhar do seu e tento esfriar minha temperatura — Pode falar Bia. — Ela diz com olhos fixos em Dylan. — Pode ir até a biblioteca comigo? — Por que não chama o nosso novo amigo Antony? — Suzana faz questão de responder sem me dar muita bola. Dylan esconde um sorriso através de seu dedo indicador e não para de me observar, deixando o clima ainda mais pesado. Gente o que ele tem para mexer assim comigo? — Ele precisou revolver algo. — Engulo em seco ao ver Dylan franzir sua testa. Ela não gosta muito da ideia, mas levanta de sua cadeir
Sobrevindo pela porta da minha casa na hora sinto-me mais aliviada. É agradável estar em um ambiente familiar onde ficamos mais confortáveis e pacíficos. Eu realizei o que mais desejava desde cedo, deitei-me na minha cama e somente refleti tudo o que aconteceu. Mas, me sinto perturbada. Pois, a exatamente uma semana atrás eu e Suzana éramos amigas e agora ela me encara como um cão raivoso. Estar aqui observando meu teto e com as pernas sobre minha cabeceira, eu me deixo esvair. Sair essa raiva que também sinto juntamente com a agonia de estar nessa situação. Se eu gosto dele e ela também… Formamos um triangulo amoroso? Nem sei o que idealizar desse pensamento estúpido, somente reconheço que não estou inteiramente em posição errada. Sou orgulhosa e muito, mas não quero abalar minha amizade por um garoto que por acaso apareceu em meu primeiro dia de aula. Eu preciso pelo menos tentar uma conversa com ela, esclarecer meus pontos e rever o
O quê? Eu tenho a mente em rodopios. Eu tentei acertar as coisas e agora eu sou errada? Suzana observa seu braço com cara de: Olhem bem! Não vê que ela me machucou? Eu dou passos para longe daquela estranha e permaneço sem raciocinar. Não imagino algo decente para argumentar em minha defesa pessoal. Eu me vejo, as encaro em silêncio, mas eu não ouvia nada mais que o som acelerado de minha respiração. Com isso tornando-me uma paisagem ali no meio do corredor. Que somente serve para ser alvo de olhares reprovadores e amargura. — Que história é essa? Suzana, você parece estar exagerando. — Amélia em seu sondar em sua filha, me fita com olhar doce e eu permaneço sem me protestar. — Você enxerga tia? Eu falei o que está acontecendo e minha mãe nem se preocupa comigo. — Suzana diz com feição inocente que faz minha mãe se sentir meio atordoada. — Somente eu acho que essa história está muito mal cont
— Não é bem assim mãe. — Reviro os olhos — Disse a ela que não quero brigar por causa disso. Aceitei minha ruína e percebi o interesse dele em Suzi. Só que tem algo que não deixa essas informações entrar na cabeça dela. — Sabe que Suzana é assim, isso vai passar. Porém, ela precisa saber que se você quiser ter uma relação com ele, será uma escolha não só sua e também do tal rapaz. — Ela clarificou com esperança no olhar, mas eu não a tinha da mesma forma. Meus sentimentos estavam destruídos já com o começo dessa história e não aguentaria para ver o final. — Verdade mãe, mas o nome dele é Dylan. — É! É esse aí mesmo. — Sua frase nos faz entrar em risos. Sinto-me bem melhor ao conversar com minha mãe, ela me entende muito mesmo com todos meus maus pensamentos. — Obrigada mãe, a senhora é a melhor. — Agradeço imediatamente e deposito meu copo na mesa de centro. — Você é meu maior tesouro filha, fico feliz de não me esconder
Ao abrir os olhos pela manhã eu sentia diferente e eu logo entendi que era o meu humor em seus piores dias. Eu ainda pensei que a noite iria me deixar melhor do que ontem. Mas, estou um caco quebrado e o sono não foi tão renovador assim. Sem esquecer que minha cabeça latejava fortemente, pode haver vários conflitos internos que queiram rodear meus pensamentos agora. Porém, aproveito que meu corpo está lento, assim meus processamentos não estão a todo vapor ainda e consigo ignorar por alguns instantes. Eu levantei desanimada e logo me joguei abaixo do jato quente da ducha. A fim de ao menos eu sentir uma melhora considerável e a vontade de faltar às aulas se dissipassem. Depois de soltar meus cabelos, vestir um jeans em lavagem escura e camiseta básica, eu desço para tomar um café. Não vi o meu pai o que demonstrava que ele havia ido, George andava muito ocupado com seu novo negocio, mas o bom que mamãe e tia Amélia trabalham em casa. Ambas possuem sociedade em um site online