Observando ele de perto assim eu retiro todas as más impressões que fiz de imediato, ele está revirando minha mente como um liquidificador batendo uma bebida proibida e quando ouço o nome “Suzana”, minha ficha cai na lata.
Estou sentindo ciúmes? Não! Deve ser algo bem desigual disso. Não posso estar enciumada por alguém que acabei de conhecer.
Mas, o que parece é que ele estar querendo ela. Também é o certo, já que ela se interessou nele em primeira vista.
— Ela ficou em outra sala. — Suspiro. Eu soltei muito rápido essa frase, em um fôlego só.
Para Bia! Esqueceu como respirar agora? Você pratica respiração desde o ventre de sua mãe.
— Entendo. — Ele segura fortemente a caneta e brinca com ela entre seus dedos.
— O que realmente você disse a ela? Suzana não estava bem quando conversei com ela aquele dia.
— Suponho que ela tenha dito a você. — Ele elevou suas sobrancelhas em forma sugestiva e busca uma investigativa.
Desvio o olhar para longe de sua face.
— Na verdade ela estava meio estranha sem falar coisa com coisa. — Argumento com precisão.
— Aí pode haver somente uma justaposição essa… Reação dela, não acha? — Sua expressão se fecha, escondendo seu rosto gentil.
— Não, conheço bem ela.
— Presumo que sim.
Como assim ele sabe?
— Como você sabe disso então?
— Deu parar notar por sua preocupação com ela, que são bem próximas.
— Somos sim. — Confirmo desconfiada.
— Você, Bianca se considera uma pessoa desconfiada? — A pergunta dele em voz angelical me fez o encarar absorta.
Minha garganta fica seca, o que me faz querer enterrar minha cabeça na terra como um avestruz.
— Que foi? Ficou sem falas? — Dylan me desafia, quase que presumindo o óbvio.
Raspo a faringe e respiro fundo, — Na verdade me considero muitas coisas.
— Reparando de mais perto. — Ele faz uma pausa e me avalia atentamente. — Pressuponho ser do tipo pavio curto, corajosa e inteligente.
Sua revelação exata sobre mim deixa-me aguçada de receio. Medo talvez de ele for algum maníaco que estar atrás de mim e queira me matar. A forma que nos esbarramos na rua foi suspeita sim. Na verdade nem me surpreendo depois de tudo que se passou desde que me mudei para essa cidade. Mas, algo lá no fundo me força a perguntar coisas para saber mais e assim definir mais opções em questão dessa conversa sobre ele.
— Você tem quantos anos? — Eu digo ainda com dificuldade, mas deixo minhas mãos impacientes ao estojo.
— Hum-m dezoito. — Ele disse meio apreensivo.
Claro! Parece que não gosta de falar sobre a idade.
— Você mora aqui há quanto tempo? — Ele me perguntou espantando o assunto.
Haha não Dylan, esse joguinho dois podem jogar.
— A um par de semanas e você? — Aposto ser vazia nas palavras.
— A tempo de mais para me lembrar. — Entristece.
Aparenta que algo relacionado no fato de morar aqui há muito tempo deixa ele triste de algum jeito. Isso me coloca para baixo e me sinto uma idiota paranóica. Ele é só um garoto normal em seu primeiro dia de aula, não quero ficar magoando as pessoas só porque não tive um dia razoável. Nesse momento me lembro de que estava perdendo vinte minutos de aula, porque a babaca aqui ficou interrogando os outros.
— Sem apreensões Bianca. Se houver a possibilidade de eu ajudá-la, eu posso fazer isso e deliberar a questão da matéria que perdemos enquanto conversávamos. — Ele murmurou me tirando de meus devaneios.
Eu e minha boca… Espera, mente esperta. Só eu dizer que o menino é normal que parece que ele leu minha mente.
— Sim eu agradeço, mas como você sabe disso?
— Disso o quê? — Ele franze a testa em inegável indiferença.
— Nada, obrigada pela ajuda, mas posso fazê-lo sozinha.
— Tudo bem se assim que você deseja, respeito sua humilde decisão.
Tenho que prender meus pensamentos, alguém pode estar lendo eles. Fixo meus olhos ao professor, Dylan ri de alguma coisa insólita e faço uma leve careta de rejeição. Às vezes o pego olhando para mim e ele não faz nenhum esforço para disfarçar. O que o deixa realmente mais atraente e eu mais carmesim.
Não! Não!
Fico repetindo isso na minha mente. Não posso achar ele bonito e gostoso posso? Não claro que não. Suzana gostou dele primeiro e ela é como uma irmã para mim, eu nunca faria isso.
Foi complicada essa aula com ele me secando com seu olhar intenso. Ainda que, tudo passou bem lentamente, como se aquele momento fosse somente nosso, ou talvez dele. Depois que acabou, tive que buscar minha próxima sala. Assim eu veria Suzana e poderia contar tudo que senti de diferente em relação ao Dylan, também deixaria claro que estávamos fazendo biologia juntos. Não demorei em achar ela, já que é bem sociável estava conversando com alguns alunos nos corredores. Conto brevemente alguns fatos sem muitos detalhes e ela paralisa para me ouvir.
— Até que enfim você caiu em si Bia, ele é lindo mesmo. Mas, você sabe que gostei dele primeiro. — Ela desconfia de algo em seu olhar.
— Poxa Suzana, se eu não soubesse não viria te dizer essas porcarias. Somos amigas e queria que soubesse o que sinto também. — Eu lhe afirmo com firmeza e tristeza.
— Dylan vai escolher com quem ele vai andar a partir de hoje. — Ela se exalta e bate forte seu armário.
Nossa!
Ela é rápida no gatilho, já tem armário, livros e possui uma forte intuição de achar que manda em quem ele irá andar.
Como quero respirar mais aliviada, decido só concordar com a cabeça e aceitar o que ela disse. Os dois parece estarem bem interessados um no outro e se for para eu competir com Suzi, de fato eu já perdi. Tivemos mais aulas juntas, Dylan também estava nas mesmas salas que nós duas. No entanto, ele sentou com o que parece ser amigo dele.
Pelo menos passaram rápidas e trouxe o tão sonhado sinal do intervalo. Sério, eu precisava de ar puro, aquela tensão estava me enlouquecendo. A coisa boa é que Antony se encontrou comigo, fomos ao refeitório e me fez companhia, já que Suzana foi bem atrevida e sentou-se à mesa do Dylan. Ele por outro lado não estava tão interessado nos assuntos tratados entre eles, pois seus olhos estavam sobre mim a todo o momento. Como perdi um pouco da matéria de biologia e Suzi já havia pegado seus livros, decido a chamar para me acompanhar até a biblioteca. Assim, poderíamos conversar e esclarecer algumas coisas. Tento respirar fundo e controlar meus sentimentos aflorados e caminho até eles.
— Com licença Dylan, posso falar com a Suzana por um minuto? — Claro.— Ele faz uma varredura por todo meu rosto. Somente com seus olhos sobre mim ele parece me dissecar inteira. Essa pressão me faz suspirar e molhar os lábios em certa excitação desconhecida, com isso Dylan sorri calorosamente fazendo-me derreter mais um pouco. Respiro fundo e distancio meu olhar do seu e tento esfriar minha temperatura — Pode falar Bia. — Ela diz com olhos fixos em Dylan. — Pode ir até a biblioteca comigo? — Por que não chama o nosso novo amigo Antony? — Suzana faz questão de responder sem me dar muita bola. Dylan esconde um sorriso através de seu dedo indicador e não para de me observar, deixando o clima ainda mais pesado. Gente o que ele tem para mexer assim comigo? — Ele precisou revolver algo. — Engulo em seco ao ver Dylan franzir sua testa. Ela não gosta muito da ideia, mas levanta de sua cadeir
Sobrevindo pela porta da minha casa na hora sinto-me mais aliviada. É agradável estar em um ambiente familiar onde ficamos mais confortáveis e pacíficos. Eu realizei o que mais desejava desde cedo, deitei-me na minha cama e somente refleti tudo o que aconteceu. Mas, me sinto perturbada. Pois, a exatamente uma semana atrás eu e Suzana éramos amigas e agora ela me encara como um cão raivoso. Estar aqui observando meu teto e com as pernas sobre minha cabeceira, eu me deixo esvair. Sair essa raiva que também sinto juntamente com a agonia de estar nessa situação. Se eu gosto dele e ela também… Formamos um triangulo amoroso? Nem sei o que idealizar desse pensamento estúpido, somente reconheço que não estou inteiramente em posição errada. Sou orgulhosa e muito, mas não quero abalar minha amizade por um garoto que por acaso apareceu em meu primeiro dia de aula. Eu preciso pelo menos tentar uma conversa com ela, esclarecer meus pontos e rever o
O quê? Eu tenho a mente em rodopios. Eu tentei acertar as coisas e agora eu sou errada? Suzana observa seu braço com cara de: Olhem bem! Não vê que ela me machucou? Eu dou passos para longe daquela estranha e permaneço sem raciocinar. Não imagino algo decente para argumentar em minha defesa pessoal. Eu me vejo, as encaro em silêncio, mas eu não ouvia nada mais que o som acelerado de minha respiração. Com isso tornando-me uma paisagem ali no meio do corredor. Que somente serve para ser alvo de olhares reprovadores e amargura. — Que história é essa? Suzana, você parece estar exagerando. — Amélia em seu sondar em sua filha, me fita com olhar doce e eu permaneço sem me protestar. — Você enxerga tia? Eu falei o que está acontecendo e minha mãe nem se preocupa comigo. — Suzana diz com feição inocente que faz minha mãe se sentir meio atordoada. — Somente eu acho que essa história está muito mal cont
— Não é bem assim mãe. — Reviro os olhos — Disse a ela que não quero brigar por causa disso. Aceitei minha ruína e percebi o interesse dele em Suzi. Só que tem algo que não deixa essas informações entrar na cabeça dela. — Sabe que Suzana é assim, isso vai passar. Porém, ela precisa saber que se você quiser ter uma relação com ele, será uma escolha não só sua e também do tal rapaz. — Ela clarificou com esperança no olhar, mas eu não a tinha da mesma forma. Meus sentimentos estavam destruídos já com o começo dessa história e não aguentaria para ver o final. — Verdade mãe, mas o nome dele é Dylan. — É! É esse aí mesmo. — Sua frase nos faz entrar em risos. Sinto-me bem melhor ao conversar com minha mãe, ela me entende muito mesmo com todos meus maus pensamentos. — Obrigada mãe, a senhora é a melhor. — Agradeço imediatamente e deposito meu copo na mesa de centro. — Você é meu maior tesouro filha, fico feliz de não me esconder
Ao abrir os olhos pela manhã eu sentia diferente e eu logo entendi que era o meu humor em seus piores dias. Eu ainda pensei que a noite iria me deixar melhor do que ontem. Mas, estou um caco quebrado e o sono não foi tão renovador assim. Sem esquecer que minha cabeça latejava fortemente, pode haver vários conflitos internos que queiram rodear meus pensamentos agora. Porém, aproveito que meu corpo está lento, assim meus processamentos não estão a todo vapor ainda e consigo ignorar por alguns instantes. Eu levantei desanimada e logo me joguei abaixo do jato quente da ducha. A fim de ao menos eu sentir uma melhora considerável e a vontade de faltar às aulas se dissipassem. Depois de soltar meus cabelos, vestir um jeans em lavagem escura e camiseta básica, eu desço para tomar um café. Não vi o meu pai o que demonstrava que ele havia ido, George andava muito ocupado com seu novo negocio, mas o bom que mamãe e tia Amélia trabalham em casa. Ambas possuem sociedade em um site online
— Como tem tanta certeza? — Não tenho, mas sou capaz de fazer isso. Seria o melhor agora e se quero evitar Dylan, nada melhor do que sentar com meu novo amigo. Claro que foi o que eu fiz e mesmo com aquele idiota me secando a todo o momento. Tony me fez entrar em risos, Rupert quase o colocou para fora hoje, mas consegui reverter à situação. As horas passaram rápidas e logo o sinal soa anunciando o intervalo. — Fiquei sabendo que me trocou. — Tony brinca ao sairmos para o corredor. — Será que troquei? Se sim foi por quem? — Eu questiono. — Ué pela Julie, foi o que fiquei sabendo. — Ah, ela é muito linda, ganha de 10 a 0 sobre você. — Eu caçoei de sua cara e ele faz uma careta. — Também não é pra tanto, ela não pode te fazer rir como eu. — Ele esbarra seu ombro no meu todo brincalhão. — É, não pode. — Eu reviro os olhos em divertimento. — Sorte sua que ela é uma chegada minha. Vamos nos sentar
— Não foi com seus amigos. Tem certeza que não comerá algo? — Ele pergunta, sua voz falecidamente calma. — Sim! — Eu me levanto da mesa e estou fervendo de ódio. — É extremamente teimosa. — Ele diz ao se levantar também. — O que você tem com isso? — Pergunto-lhe repugnada. — Mais do que imagina… — Sua voz se torna mais tranquilizante. Uma tontura me faz desequilibrar e por a mão na mesa procurando apoio. Estou me sentindo fraca e sinto meu coração bater de forma irreconhecível dentro de mim. — Ei! Está bem? — Dylan chega bem veloz em mim, foi tão rápido demais que aquilo me deixou ainda mais atordoada. A mão dele enlaça a linha de minha cintura, minha respiração foge de meu controle, meu corpo ascende e não tenho como me manter em pé perto de sua presença. Eu cravo minhas unhas em seu braço procurando estabilidade, mas eu me desloco em direção para o chão. — Não… Sei… — Meus olhos se fecham sem eu
— Sim. — Digo-lhe secamente. — Antes que você jogue tudo de novo na minha cara, me deixa explicar tudo. — Estou ouvindo. — Ok, maninha. Confesso que não estava em meu juízo imperfeito. — Imperfeito? — Pergunto levantando as sobrancelhas. — Sim imperfeito, meu juízo doido de sempre. — Ela disse tentando se desculpar. — Ah entendo. — Não sei dizer o que fez pensar aquelas loucuras sobre o Dylan. Acho que um impulso e… — ela faz uma pausa — Ele nunca me deu atenção de verdade, nos tornamos amigos por gostar de uma coisa em especial. — E o que seria? — Eu soei curiosa. — Não posso contar Bia. Foi por isso que tornamos amigos e se trata de um segredo. — Não pode contar nem um pouquinho. — Faço carinha de pidona. — Não, mas entendi que ele não faz o meu tipo. Somente estava cega por motivos idiotas. É não rolou! Ela não vai abrir a boca. — Como você chegou a essa