Sobrevindo pela porta da minha casa na hora sinto-me mais aliviada. É agradável estar em um ambiente familiar onde ficamos mais confortáveis e pacíficos. Eu realizei o que mais desejava desde cedo, deitei-me na minha cama e somente refleti tudo o que aconteceu. Mas, me sinto perturbada. Pois, a exatamente uma semana atrás eu e Suzana éramos amigas e agora ela me encara como um cão raivoso.
Estar aqui observando meu teto e com as pernas sobre minha cabeceira, eu me deixo esvair. Sair essa raiva que também sinto juntamente com a agonia de estar nessa situação.
Se eu gosto dele e ela também… Formamos um triangulo amoroso?
Nem sei o que idealizar desse pensamento estúpido, somente reconheço que não estou inteiramente em posição errada. Sou orgulhosa e muito, mas não quero abalar minha amizade por um garoto que por acaso apareceu em meu primeiro dia de aula. Eu preciso pelo menos tentar uma conversa com ela, esclarecer meus pontos e rever o
O quê? Eu tenho a mente em rodopios. Eu tentei acertar as coisas e agora eu sou errada? Suzana observa seu braço com cara de: Olhem bem! Não vê que ela me machucou? Eu dou passos para longe daquela estranha e permaneço sem raciocinar. Não imagino algo decente para argumentar em minha defesa pessoal. Eu me vejo, as encaro em silêncio, mas eu não ouvia nada mais que o som acelerado de minha respiração. Com isso tornando-me uma paisagem ali no meio do corredor. Que somente serve para ser alvo de olhares reprovadores e amargura. — Que história é essa? Suzana, você parece estar exagerando. — Amélia em seu sondar em sua filha, me fita com olhar doce e eu permaneço sem me protestar. — Você enxerga tia? Eu falei o que está acontecendo e minha mãe nem se preocupa comigo. — Suzana diz com feição inocente que faz minha mãe se sentir meio atordoada. — Somente eu acho que essa história está muito mal cont
— Não é bem assim mãe. — Reviro os olhos — Disse a ela que não quero brigar por causa disso. Aceitei minha ruína e percebi o interesse dele em Suzi. Só que tem algo que não deixa essas informações entrar na cabeça dela. — Sabe que Suzana é assim, isso vai passar. Porém, ela precisa saber que se você quiser ter uma relação com ele, será uma escolha não só sua e também do tal rapaz. — Ela clarificou com esperança no olhar, mas eu não a tinha da mesma forma. Meus sentimentos estavam destruídos já com o começo dessa história e não aguentaria para ver o final. — Verdade mãe, mas o nome dele é Dylan. — É! É esse aí mesmo. — Sua frase nos faz entrar em risos. Sinto-me bem melhor ao conversar com minha mãe, ela me entende muito mesmo com todos meus maus pensamentos. — Obrigada mãe, a senhora é a melhor. — Agradeço imediatamente e deposito meu copo na mesa de centro. — Você é meu maior tesouro filha, fico feliz de não me esconder
Ao abrir os olhos pela manhã eu sentia diferente e eu logo entendi que era o meu humor em seus piores dias. Eu ainda pensei que a noite iria me deixar melhor do que ontem. Mas, estou um caco quebrado e o sono não foi tão renovador assim. Sem esquecer que minha cabeça latejava fortemente, pode haver vários conflitos internos que queiram rodear meus pensamentos agora. Porém, aproveito que meu corpo está lento, assim meus processamentos não estão a todo vapor ainda e consigo ignorar por alguns instantes. Eu levantei desanimada e logo me joguei abaixo do jato quente da ducha. A fim de ao menos eu sentir uma melhora considerável e a vontade de faltar às aulas se dissipassem. Depois de soltar meus cabelos, vestir um jeans em lavagem escura e camiseta básica, eu desço para tomar um café. Não vi o meu pai o que demonstrava que ele havia ido, George andava muito ocupado com seu novo negocio, mas o bom que mamãe e tia Amélia trabalham em casa. Ambas possuem sociedade em um site online
— Como tem tanta certeza? — Não tenho, mas sou capaz de fazer isso. Seria o melhor agora e se quero evitar Dylan, nada melhor do que sentar com meu novo amigo. Claro que foi o que eu fiz e mesmo com aquele idiota me secando a todo o momento. Tony me fez entrar em risos, Rupert quase o colocou para fora hoje, mas consegui reverter à situação. As horas passaram rápidas e logo o sinal soa anunciando o intervalo. — Fiquei sabendo que me trocou. — Tony brinca ao sairmos para o corredor. — Será que troquei? Se sim foi por quem? — Eu questiono. — Ué pela Julie, foi o que fiquei sabendo. — Ah, ela é muito linda, ganha de 10 a 0 sobre você. — Eu caçoei de sua cara e ele faz uma careta. — Também não é pra tanto, ela não pode te fazer rir como eu. — Ele esbarra seu ombro no meu todo brincalhão. — É, não pode. — Eu reviro os olhos em divertimento. — Sorte sua que ela é uma chegada minha. Vamos nos sentar
— Não foi com seus amigos. Tem certeza que não comerá algo? — Ele pergunta, sua voz falecidamente calma. — Sim! — Eu me levanto da mesa e estou fervendo de ódio. — É extremamente teimosa. — Ele diz ao se levantar também. — O que você tem com isso? — Pergunto-lhe repugnada. — Mais do que imagina… — Sua voz se torna mais tranquilizante. Uma tontura me faz desequilibrar e por a mão na mesa procurando apoio. Estou me sentindo fraca e sinto meu coração bater de forma irreconhecível dentro de mim. — Ei! Está bem? — Dylan chega bem veloz em mim, foi tão rápido demais que aquilo me deixou ainda mais atordoada. A mão dele enlaça a linha de minha cintura, minha respiração foge de meu controle, meu corpo ascende e não tenho como me manter em pé perto de sua presença. Eu cravo minhas unhas em seu braço procurando estabilidade, mas eu me desloco em direção para o chão. — Não… Sei… — Meus olhos se fecham sem eu
— Sim. — Digo-lhe secamente. — Antes que você jogue tudo de novo na minha cara, me deixa explicar tudo. — Estou ouvindo. — Ok, maninha. Confesso que não estava em meu juízo imperfeito. — Imperfeito? — Pergunto levantando as sobrancelhas. — Sim imperfeito, meu juízo doido de sempre. — Ela disse tentando se desculpar. — Ah entendo. — Não sei dizer o que fez pensar aquelas loucuras sobre o Dylan. Acho que um impulso e… — ela faz uma pausa — Ele nunca me deu atenção de verdade, nos tornamos amigos por gostar de uma coisa em especial. — E o que seria? — Eu soei curiosa. — Não posso contar Bia. Foi por isso que tornamos amigos e se trata de um segredo. — Não pode contar nem um pouquinho. — Faço carinha de pidona. — Não, mas entendi que ele não faz o meu tipo. Somente estava cega por motivos idiotas. É não rolou! Ela não vai abrir a boca. — Como você chegou a essa
Em meios a olhos precipitadamente cerrados, identifiquei a mais deleitável das lembranças. Aquela que me impelia ao lago do paraíso, e mesmo que ela me desfalecesse, eu permaneceria bem. A morte seria bem vinda se por executada em suas afetuosas mãos. O devanear desperto pode conter um sabor agridoce. Não obstante, ao abrir seus olhos a factualidade* perfura, esmaga a esperança de uma única alma. Contemplando declive de uma vegetação vicejante, a cor das luzes solares aperfeiçoarem a ilustre paisagem do pôr do sol. Esvaindo-se pausadamente pelos traços tortuosos das cordilheiras verdes da América do Sul. Buscava atrair a sorte ao meu lado, é indispensável de algum modo. Pois, deparo-me aqui afetado pelo vislumbre, pelo soar de par de asas de um beija flor alimentando-se logo adiante, com a brisa suave murmurando uma canção em meus ouvidos. Sentia-me vivo, mas não parte desse conjunto, dessa realidade. Eu carecia de uma consolação para essa amarga sobrevivência, não sup
Incessantes segundos passaram-se, e a estrada principiou uma liderada briga de pneus derrapando-se contra a camada fina de gelo. Eu atraquei meu pé brevemente no acelerador a fim de sair do lugar. Contudo, uma sensação entranhou em meus poros a força. Uma na qual, experimentei pouquíssimas vezes. Instantaneamente, pisei agressivamente ao freio. Incidiu-se em um impacto na traseira do meu carro. Eu sentir meu coração aumentando enlouquecidamente às palpitações. A respiração para mim, algo no qual, não me admite condições de quase morte. Estava me deixando no maior esforço de meus pulmões, não conseguia concentrar-me no aroma embrasador que adivinha de onde o sentimento vinha. Eu estava sem controle, a adrenalina pulsante em minhas veias me entorpecia. Era insólito, excêntrico, inacreditável. Minha boca secou-se, engoli duramente o pouco de saliva que consistia em minha língua. O que está havendo? Não estou com sede ou fome. Seria… Obviamente não… <