Guerra.
A guerra sempre leva inocentes. E não importa o quanto você lute nunca há vencedores. Todos sempre perdem algo ou alguém.
Foi o que eu aprendi, pois foi por isso que perdi meus pais.Mesmo que você lute cada dia de sua vida e vença todas as batalhas, uma escolha errada, apenas uma escolha errada, pode te tirar tudo pelo qual você lutou.
Lute, sim, lute. Lute pelos motivos corretos. Não contra alguém, mas contra as circunstâncias que assolam esse mundo.
Lute contra a miséria. Lute contra o desrespeito. Lute contra o preconceito. E lute por amor. Não por amor à uma pessoa só, mas por amor à humanidade.
Nesse mundo de pessoas falsas, lute contra a falsidade. Não a falsidade dos outros, mas a sua própria.
Lute contra a sua ganancia, a sua tristeza, o seu egoísmo e a sua falta de amor.
E ame sempre, ame muito, e nunca abandone aqueles que verdadeiramente amam você.
Eu morava em Rívales, uma cidade que ficava em um dos poucos países que ainda não havia se convertido à monarquia e um dos poucos países que ainda funcionava bem assim. Havia muitos anos que os presidentes haviam se tornado obsoletos em quase todos os países, onde sugiram reis e com eles a guerra em busca de poder. Em uma dessas guerras meus pais morreram, por isso eu fui criada por meus tios, que cuidaram de mim como uma filha, o que despertou ciúmes no verdadeiro filho deles, meu primo Felipe, que demonstrava seu desprezo por mim sempre que podia, mesmo que eu tentasse manter um relacionamento saudável e civilizado com ele. ... Acordei cedo e fui tomar meu café da manhã, como sempre, e Felipe já estava sentado à mesa enquanto mi
No dia seguinte, para a minha surpresa, Felipe pegou minha mochila mais uma vez e foi andando ao meu lado no caminho para a escola. Achei a atitude dele tão esquisita que nem soube como reagir. - Você não vai se encontrar com seus amigos hoje? - perguntei ao passarmos pela rua onde normalmente os amigos dele apareciam. - Não. - ele respondeu - Eu disse que não precisavam me esperar, então já devem ter ido. - Ah... - resmunguei. Andamos em silêncio por mais um momento. - Soube que você tirou dez na prova de matemática de novo, gênia. - ele comentou de repente. - Não é para tanto... - respondi sem graça. - Ta falando sério? Com as suas notas você consegue uma bolsa na faculdade facinho. - ele elogiou - Já sabe o que vai fazer? - Na verdade não faço ideia. E você? - Acho que quero ser policial igual ao meu pai. Ou talvez me aliste no exército. Afinal, as garotas gostam de homens em uniformes. - ele brincou e eu
Depois que eu apresentei Mateus aos meus tios tudo melhorou e eu estava muito feliz.Nós íamos para a escola juntos, voltávamos juntos e passávamos os fins de semana juntos.Mas eu nunca poderia imaginar o quanto tudo isso ia mudar logo.Um dia, depois da aula, eu convidei Mateus para passar a tarde na minha casa.Meus tios estavam trabalhando, então só seríamos eu, ele e meu primo Felipe - infelizmente.Felipe foi direto para o quarto, com uma cara emburrada, enquanto eu e Mateus ficamos na sala.Liguei a TV e coloquei um filme para nós dois assistirmos, me aconchegado ao lado
Eu fiquei horas no hospital, esperando para poder ver meu primo. Meus tios estavam preocupadíssimos, mas eu sabia que ele ficaria bem. Dois dos homens que haviam invadido a nossa casa também foram levados para o hospital, mas seriam presos assim que se recuperassem e o outro estava morto. Dei meu depoimento aos policiais e tive medo de que eu seria presa também, ou no mínimo julgada, mas Marcelo me garantiu que eu não precisava me preocupar, pois eu havia apenas me defendido e tudo já estava resolvido. Quando os médicos finalmente nos deixaram entrar para vê-lo fiquei surpresa que ele parecesse ainda melhor do que eu esperava. Felipe estava sentado na maca, e apesar de estar com o cabelo todo bagunçado, ele me parecia ótimo, apenas com o ombro enfaixado. Tive vontade de socá-lo por ele ter sido tão descuidado, mas no fundo eu estava grata, afinal ele salvou a minha vida. Meus tios o abraçaram e eu ri da careta de dor que ele fe
Assim que Felipe voltou do hospital nós começamos a nossa viagem.Pegamos um avião para a cidade de Ônix, que ficava em um país quase vizinho do nosso.Felipe se sentou ao meu lado no avião, e meus tios na frente.Eu tinha muitas perguntas a fazer, mas decidi deixa-las para depois da viagem, afinal não poderíamos conversar ali no avião.- Você está bem? - perguntei a Felipe.- Sim. Eu não gosto muito de voar, mas...- Eu estava me referindo ao seu ombro.- Ah... - ele riu.- Você tem medo de avião? - zombei.- Não. Não é medo. Eu só... não gosto de altura.Ri dele e voltei a minha atenção para a janela.Eu nunca havia voado de avião, pelo menos não que eu me lembrasse, mas eu estava tranquila.Assim que começamos a sentir o tremor da deco
Quando consegui pegar no sono já era quase de manhã.Acordei com batidas na minha porta, levantei lentamente para ver quem era e me surpreendi ao ver Felipe parado em frente ao meu quarto.- O que foi? - perguntei ainda meio dormindo.- Nada... Eu só queria ver se você estava bem. Já é tarde e você não saiu do quarto o dia todo.- Eu estou bem. Só fui dormir tarde ontem, só isso.Olhei bem para ele e só então percebi que aquilo parecia estranho. Felipe nunca havia se importado tanto comigo.- Por que está tão preocupado?
Nos próximos dias que se passaram eu evitei Felipe o máximo que consegui, pois não estava pronta para encará-lo depois do que aconteceu e também não tive coragem de falar com Mateus, nem sobre Felipe, nem sobre eu ser a herdeira de Solares. Eram assuntos que eu estava guardando para um momento adequado, assim como o possível término de namoro, afinal eu não achava que poderíamos continuar namorando, não depois de tudo o que eu havia descoberto sobre mim. Mateus tinha a vida dele e eu logo seria uma princesa de um reino distante. Não teria como dar certo, ou teria?Um dia, porém, enquanto eu estava sentada no meu quarto, rabiscando um papel qualquer, sem escrever nada de importante, ouvi meu celular tocando. Era Mateus mais uma vez, a segunda vez naquele dia.
Mais tarde, quando meus tios chegaram das compras que haviam feito, nós nos sentamos para almoçar. Eu não pretendia falar nada sobre Mateus, mas o que eu não esperava era que Felipe fosse me fazer falar. - Pai, você não vai adivinhar quem veio nos fazer uma visita hoje. - disse ele de repente. Eu o encarei numa pergunta silenciosa do por que ele estava dizendo aquilo, enquanto meu tio nos olhava, esperando uma resposta. - Mateus veio me visitar. - respondi com um suspiro - Ele disse que ia se mudar para a cidade. - Você disse à ele o nosso endereço? - É claro que disse, ele é... ele era o meu namorado.
Último capítulo