- Muito bem, Majestade. - elogiou Isis.
Ela estava me ensinando a dança tradicional de casamento que eu teria que dançar com Kevyn em nossa festa.
Era uma dança fácil, mas era preciso prestar muita atenção ao ritmo.
- Obrigada, mas acho que precisarei treinar muito mais até o casamento.
- Ainda temos uma semana. - ela me lembrou - E a senhorita está indo muito bem.
Sorri agradecida.
Quase duas semanas haviam se passado desde a minha noite com Kevyn e eu havia decidido que era melhor seguir em frente com o plano do casamento, ao menos por enquanto, então a data havia sido marcada para a próxima semana.
O dia do casamento chegou e eu estava pronta, porém muito nervosa. Seria aquele o dia em que eu uniria a minha vida com a de Kevyn... Para sempre, talvez. Julian veio me ver pouco depois do almoço, trazendo o meu vestido com ele, e eu o esperava apenas de lingerie branca e com um roupão também branco por cima. Me sentei numa cadeira para que ele pudesse me maquiar, fazer um penteado em meu cabelo e pintar as minhas unhas. No dia anterior eu já havia passado por uma seção de beleza completa, por isso não havia muito mais o que fazer além do básico. Tirei o roupão e deixei que Julian me ajudasse a colocar o vestido, fechando o zíper das costas enquanto eu me admirava no espelho.
Alice estava simplesmente incrível, mas eu poderia estar mais feliz com isso se não fosse o fato de ela estar se casando com outra pessoa. Observei enquanto ela entrava no salão com seu vestido branco decorado com flores vermelhas. Vi seus olhos buscarem os meus por entre as pessoas, e vi quando ela voltou a olhar para frente, para o seu futuro marido. Eu sabia que ela tinha razão e que aquela era a única solução, por enquanto. Se tivéssemos sorte o bebê que ela carregava nasceria ruivo e de olhos verdes e assim todos poderiam pensar que ele era o filho de Kevyn. De uma coisa eu sabia: Nosso futuro juntos estava acabado e eu me consolava dizendo que nunca havia realmente existido a possibilidade de um futuro para nós dois.
A vida é feita de uma série de escolhas e, às vezes por impulso de uma emoção, nós fazemos várias escolhas das quais nos arrependemos depois. Escolhas certas, escolhas erradas... Elas não definem quem somos, pois o que importa é o que escolhemos ser agora, afinal estamos todos em constante mudança. Minhas escolhas não foram as melhores, e elas me levaram a um caminho perigoso e sem volta. Eu seguia por uma trilha cheia de espinhos e pedregulhos, da qual eu com certeza sairia machucada, mas eu mesma havia me colocado ali e não poderia negar isso. A minha dúvida era se algum dia eu seria feliz. Finais felizes são para contos de fadas, a vida real nem sempre segue esse roteiro, mas
Guerra.A guerra sempre leva inocentes. E não importa o quanto você lute nunca há vencedores. Todos sempre perdem algo ou alguém.Foi o que eu aprendi, pois foi por isso que perdi meus pais.Mesmo que você lute cada dia de sua vida e vença todas as batalhas, uma escolha errada, apenas uma escolha errada, pode te tirar tudo pelo qual você lutou.Lute, sim, lute. Lute pelos motivos corretos. Não contra alguém, mas contra as circunstâncias que assolam esse mundo.Lute contra a miséria. Lute contra o desrespeito. Lute contra o preconceito. E lute por amor. Não por amor à uma pessoa só, mas por amor à humanidade.
Eu morava em Rívales, uma cidade que ficava em um dos poucos países que ainda não havia se convertido à monarquia e um dos poucos países que ainda funcionava bem assim. Havia muitos anos que os presidentes haviam se tornado obsoletos em quase todos os países, onde sugiram reis e com eles a guerra em busca de poder. Em uma dessas guerras meus pais morreram, por isso eu fui criada por meus tios, que cuidaram de mim como uma filha, o que despertou ciúmes no verdadeiro filho deles, meu primo Felipe, que demonstrava seu desprezo por mim sempre que podia, mesmo que eu tentasse manter um relacionamento saudável e civilizado com ele. ... Acordei cedo e fui tomar meu café da manhã, como sempre, e Felipe já estava sentado à mesa enquanto mi
No dia seguinte, para a minha surpresa, Felipe pegou minha mochila mais uma vez e foi andando ao meu lado no caminho para a escola. Achei a atitude dele tão esquisita que nem soube como reagir. - Você não vai se encontrar com seus amigos hoje? - perguntei ao passarmos pela rua onde normalmente os amigos dele apareciam. - Não. - ele respondeu - Eu disse que não precisavam me esperar, então já devem ter ido. - Ah... - resmunguei. Andamos em silêncio por mais um momento. - Soube que você tirou dez na prova de matemática de novo, gênia. - ele comentou de repente. - Não é para tanto... - respondi sem graça. - Ta falando sério? Com as suas notas você consegue uma bolsa na faculdade facinho. - ele elogiou - Já sabe o que vai fazer? - Na verdade não faço ideia. E você? - Acho que quero ser policial igual ao meu pai. Ou talvez me aliste no exército. Afinal, as garotas gostam de homens em uniformes. - ele brincou e eu
Depois que eu apresentei Mateus aos meus tios tudo melhorou e eu estava muito feliz.Nós íamos para a escola juntos, voltávamos juntos e passávamos os fins de semana juntos.Mas eu nunca poderia imaginar o quanto tudo isso ia mudar logo.Um dia, depois da aula, eu convidei Mateus para passar a tarde na minha casa.Meus tios estavam trabalhando, então só seríamos eu, ele e meu primo Felipe - infelizmente.Felipe foi direto para o quarto, com uma cara emburrada, enquanto eu e Mateus ficamos na sala.Liguei a TV e coloquei um filme para nós dois assistirmos, me aconchegado ao lado
Eu fiquei horas no hospital, esperando para poder ver meu primo. Meus tios estavam preocupadíssimos, mas eu sabia que ele ficaria bem. Dois dos homens que haviam invadido a nossa casa também foram levados para o hospital, mas seriam presos assim que se recuperassem e o outro estava morto. Dei meu depoimento aos policiais e tive medo de que eu seria presa também, ou no mínimo julgada, mas Marcelo me garantiu que eu não precisava me preocupar, pois eu havia apenas me defendido e tudo já estava resolvido. Quando os médicos finalmente nos deixaram entrar para vê-lo fiquei surpresa que ele parecesse ainda melhor do que eu esperava. Felipe estava sentado na maca, e apesar de estar com o cabelo todo bagunçado, ele me parecia ótimo, apenas com o ombro enfaixado. Tive vontade de socá-lo por ele ter sido tão descuidado, mas no fundo eu estava grata, afinal ele salvou a minha vida. Meus tios o abraçaram e eu ri da careta de dor que ele fe