♥Capítulo 3♥

Dominic Castellano.

18:50 - Cassino - Castellano City.

Sexta-Feira.

Coloco a camisa preta, abotoando-a com uma calma que contrasta brutalmente com o caos que acabara de ocorrer no quarto. O corpo sem vida da mulher está estendido sobre os lençóis amarrotados, os olhos ainda abertos em um terror congelado. A outra está encolhida no canto da cama, soluçando, tremendo como uma folha ao vento.

Pego a gravata, ajustando-a ao redor do colarinho com um movimento rápido e preciso. Sem desviar o olhar, lanço um maço de notas sobre a cama, espalhando-as ao redor dela.

— Se sua amiga não tivesse gritado tanto, ainda estaria viva. — Digo, com frieza cortante. Meu tom é implacável, sem vestígio de arrependimento ou empatia.

Ela soluça ainda mais alto, mas já perdi o interesse nela.

Com os últimos ajustes na roupa feitos, caminho até a porta, deixando para trás o som abafado de seus lamentos. No corredor, dois dos meus seguranças pessoais, fiéis escudeiros, estão de guarda, as expressões impassíveis como de costume.

Não trocamos palavras. Eles sabem que a missão deles é proteger, não perguntar.

Começo a andar pelo corredor do cassino, o som dos sapatos ressoando sobre o mármore polido. O ambiente está repleto do burburinho de apostas, risadas falsas e o tilintar de fichas.

Meu nome é Kim Taehyung, mas aqui, sou conhecido como Dominic Castellano. Um nome herdado do antigo líder da máfia Castellano. Tenho quarenta anos e sou asiático, mais especificamente, coreano. Com 2 metros e 15 centímetros de altura, minha presença é imponente, como se o próprio ar ao meu redor recuasse diante de mim. Nasci na Coreia do Sul, filho de pais que não mereciam o título. Viciados em drogas, me venderam para saciar seus próprios demônios. Felizmente ou infelizmente, fui colocado sob a tutela de Marcos Castellano, o antigo líder da máfia, de quem herdei o império.

A jornada para chegar onde estou hoje foi uma batalha constante. Cada dia era uma luta pela sobrevivência, matar ou ser morto. Meus companheiros eram tanto inimigos quanto aliados, e o único objetivo era continuar de pé. Meu corpo carrega as marcas dessa vida, cicatrizes que contam histórias de traição e violência.

Há dez anos, cobri essas cicatrizes com tatuagens. Minhas costas são dominadas por um enorme dragão dourado, símbolo de poder e resiliência. Nos braços, caveiras se entrelaçam, lembrança constante da morte que me cercou. No peito, uma águia em pleno voo, asas abertas como se estivesse prestes a atacar, um lembrete de que estou sempre pronto para lutar.

Não me importo com nada além do meu império. Este país é meu, cada rua, cada prédio, cada alma que respira sob meu domínio. Castellano City não é apenas um nome, é um legado construído com sangue e ferro. Nunca me apaixonei, nunca me deixei enfraquecer por algo tão inútil quanto o amor. Sentimentos são uma fraqueza, uma distração que não posso permitir.

Cinco anos atrás, um tolo na Itália tentou desafiar meu domínio. O líder da máfia italiana se deixou levar pelo amor por uma mulher fraca. Que erro patético. Sequestrá-la foi fácil, e o que veio depois foi apenas uma lição. Mantive-a cativa, a violentando por semanas, quebrando cada vestígio de esperança até que não restasse nada. Quando a matei diante dos olhos do líder, ele implorou por misericórdia que não veio.

A guerra que seguiu foi intensa, mas previsível. Durante três semanas, meu império e a Itália estavam em chamas. No final, fui eu quem ficou de pé. A máfia italiana agora me pertence, um troféu da minha vitória. Não há espaço para erros no meu mundo, e o amor é o maior de todos.

Sou arrancado dos pensamentos por uma gritaria que corta o ar pesado do cassino como uma lâmina. Me viro lentamente, os olhos caindo sobre a fonte do distúrbio: um homem furioso, provavelmente um jogador azarado que perdeu mais do que podia. Ele gesticula violentamente, as fichas espalhadas pelo chão, e seus gritos ecoam pelo ambiente.

— Eu não perdi tudo isso! Vocês estão me roubando! Quero meu dinheiro de volta! — Sua voz é áspera, carregada de desespero e raiva.

Caminho em sua direção, minha presença imponente silenciando parcialmente os murmúrios ao redor. Cada passo meu é uma promessa silenciosa de que o caos que ele está semeando terá consequências.

— Algum problema por aqui? — Pergunto, minha voz calma, mas cortante, sugerindo que a paciência é limitada.

O homem se vira para me encarar, os olhos dilatados de fúria. Sem hesitar, avança, o dedo indicador apontado diretamente para meu peito.

— Você é o dono desse maldito lugar? Quero meu dinheiro, seu filho da puta! — Ele cospe as palavras como se fossem veneno.

— Sim, sou o dono. — Respondo com um sorriso gélido. — E você está com muito mais problemas do que imagina.

Antes que ele possa continuar, minha mão se move rápido, um tapa certeiro atinge sua bochecha com a força de um trovão. O impacto o j**a no chão, o nariz já começa a sangrar, mas não dou a ele o luxo da recuperação. Agarro seu cabelo, forçando-o a olhar para mim, o rosto agora é uma máscara de medo e dor.

— Quer seu dinheiro de volta? — Pergunto, sem piedade. — Muito bem.

Sem esperar resposta, levanto seu corpo parcialmente e começo a bater seu rosto contra a mesa de apostas com força implacável. O som surdo do osso contra a madeira ecoa, acompanhando o ritmo frenético do meu movimento. Os outros jogadores e funcionários olham, mas ninguém ousa intervir.

Finalmente, solto o homem, seu corpo inerte desaba no chão. Sua respiração é irregular, mas ele continua vivo, para meu desgosto.

— Tenho que te agradecer. — Sorrio, um gesto cruel que não chega aos olhos. — Seus órgãos vão render um bom dinheiro no mercado negro.

Sem pressa, levanto o pé e piso em seu rosto, esmagando o que resta de sua dignidade e, talvez, sua vida. Suspiro ao olhar para o sangue que mancha meus sapatos.

— Sujou meu sapato. — Resmungo enquanto tiro a carteira de cigarros do paletó.

Sérgio, meu fiel segurança, se aproxima silenciosamente com um isqueiro, acendendo meu cigarro. Dou uma longa tragada, deixando a fumaça preencher meus pulmões e acalmar meu sangue fervente.

— Você já sabe o que fazer, Sérgio. — Digo com um aceno de cabeça.

— Sim, senhor. — Ele responde com a eficiência de quem já fez isso muitas vezes antes.

Levanto a cabeça, deixando os olhos vagarem pelo cassino. Cada olhar que encontro está cheio de medo e horror. A cena que acabei de fazer está gravada nas mentes deles, o sangue no chão, uma lembrança clara do que acontece com aqueles que acham que podem me desafiar.

Dou um passo à frente, permitindo que meus olhos varram a multidão. O silêncio é tão pesado que quase posso ouvi-los respirando, esperando, temendo o que pode vir a seguir. Então, esboço um sorriso lento, um que faz o frio correr pela espinha de todos ao meu redor.

— Podem voltar ao jogo. — Digo calmamente, minha voz carregada de uma tranquilidade que é mais assustadora do que qualquer grito. — Apenas me ignorem.

A tensão no ar é palpável enquanto todos ao redor desviam rapidamente os olhos, alguns tentando esconder o tremor nas mãos enquanto retornam às suas mesas de apostas. O som das fichas se movendo e das cartas sendo distribuídas volta lentamente, mas o medo permanece. Eles sabem que o que viram hoje é um lembrete do poder absoluto que detenho.

Sérgio já está lidando com o corpo, eficiente como sempre. Dou mais uma tragada no cigarro, deixando a fumaça escapar lentamente enquanto saboreio o controle absoluto que exerço neste lugar.

Enquanto o ambiente volta gradualmente ao normal, Jack, outro dos meus fiéis seguranças, se aproxima com a postura de quem sabe que cada palavra precisa ser cuidadosamente escolhida.

— Meu senhor, hoje é o dia do pagamento da família Carter e do senhor Leandro Cooper. — Ele informa, a voz firme, mas respeitosa.

Um sorriso sem calor se forma nos meus lábios. Apago o cigarro no cinzeiro mais próximo, as cinzas caindo lentamente. Me viro para encará-lo, os olhos estreitados, brilhando com antecipação cruel.

— Vamos. — Digo, a voz carregada de satisfação sombria. — Faz tempo que eu mesmo não faço a cobrança.

Jack acena brevemente, compreendendo perfeitamente o que isso significa. A mera ideia de eu lidar pessoalmente com as cobranças já deve estar fazendo os Carter e Leandro Cooper tremerem, mesmo sem saberem o que está por vir. Dou um passo à frente, um sorriso perverso se espalhando no rosto, sentindo a expectativa de causar dor pulsar dentro de mim, quase incontrolável.

Mal posso esperar para machucar alguém. É delicioso ver o medo nos olhos das pessoas, ouvir seus gritos enquanto imploram por misericórdia que nunca virá. E hoje, sei que ninguém terá dinheiro para me pagar. Mesmo que tivessem, ainda assim eu teria o prazer de fazê-los sofrer.

A cruel satisfação de saber que o medo deles será real, que seus gritos ecoarão sem resposta, aquece meu sangue. Gosto de matar. Não sinto pena, remorso ou empatia. Para mim, matar é uma arte, um prazer indescritível. Não importa se é homem ou mulher, jovem ou velho. A morte, especialmente quando administrada da pior maneira possível, é um poder que poucos podem compreender. E eu vivo por isso.

Ver a vida se esvair de alguém, testemunhar o terror em seus olhos enquanto sua última esperança se desfaz, é um tipo de controle absoluto que me alimenta. E hoje, estou com fome.

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