♥Capítulo 4♥

Dominic Castellano.

19:50 - Castellano City.

Sexta-Feira.

O carro preto reluzente estava estacionado na entrada do cassino. Jack abriu a porta traseira para mim, entrei sem pressa, ajustando meu terno enquanto ele contornava o veículo para assumir o lugar de motorista.

A porta fechou suavemente, abafando os sons do cassino. No interior do carro, o silêncio era uma presença quase tangível, apenas interrompido pelo som do motor que rugia suavemente quando Jack engatou a marcha e começou a dirigir em direção à casa dos Carter.

— Relatórios, Jack. — Minha voz soou fria, autoritária, cortando o silêncio como uma lâmina.

Jack assentiu, os olhos fixos na estrada, mas sua mente claramente trabalhando rápido para compilar as informações necessárias.

— O tráfico de drogas está fluindo bem, senhor. As importações estão dentro do cronograma. Conseguimos passar a última remessa sem problemas nas fronteiras, graças aos contatos que temos nos portos. A distribuição local também está eficiente. Nossos homens nas ruas controlam as vendas, garantindo que nenhum centavo saia do radar.

Assenti lentamente. Um erro, por menor que fosse, poderia resultar em uma cadeia de problemas que eu não toleraria.

— E a lavagem de dinheiro? Os novos esquemas estão funcionando conforme o esperado?

Jack fez uma breve pausa antes de responder, organizando seus pensamentos.

— Sim, senhor. As novas empresas de fachada estão operando perfeitamente. Estamos desviando grandes quantias, e até agora, nenhuma suspeita foi levantada. Os bancos continuam sob nosso controle, o que facilita o processo.

— Bom. — Deixei a palavra pairar no ar, um reconhecimento frio de que, por enquanto, tudo estava sob controle.

O carro fez uma curva suave, as luzes da cidade refletindo nas janelas. Castellano City era minha, cada rua, prédio e negócio. Eu não permitia falhas. Jack sabia disso e sua eficiência era um reflexo direto dessa expectativa.

— Novas compras de armas? Como estão indo? E as vendas?

Jack respondeu prontamente, agora totalmente imerso no relatório.

— As novas aquisições foram feitas através de nossos fornecedores na Europa Oriental. O carregamento chegará em duas semanas. Quanto às vendas, estamos expandindo para novas organizações no norte. Eles estão famintos por armamento pesado, e nossos preços são inigualáveis. As negociações estão praticamente fechadas.

— Excelente. — Meu tom era gélido, mas havia um leve toque de aprovação. — Não quero imprevistos. Qualquer sinal de problema, elimine.

— Sim, senhor.

A casa dos Carter se aproximava, e minha mente já estava focada na próxima tarefa. Cobrança de dívidas não era apenas uma questão de dinheiro. Era sobre manter o medo vivo, lembrar a todos quem controlava essa cidade.

Jack estacionou suavemente em frente à residência. As luzes estavam acesas, iluminando a fachada modesta. Saí do carro com a calma de um predador, ajustando o paletó enquanto ele se posicionava atrás de mim, sua presença uma sombra constante. Caminhamos até a porta, onde ele deu duas batidas firmes.

Logo escutamos uma voz hesitante do outro lado.

— Já vai.

A ansiedade na voz feminina era palpável. Um pequeno sorriso surgiu no canto dos meus lábios. O medo se espalharia como uma mancha por aquela casa.

A porta se abriu devagar, revelando uma mulher de expressão cansada. Assim que seus olhos encontraram os meus, o pavor se tornou evidente. Isso me proporcionou uma satisfação fria.

— Podemos entrar, querida? — Perguntei suavemente, minha voz como seda, mas carregada de ameaça.

Ela tentou falar, mas nenhum som saiu. Apenas ficou ali, congelada. De dentro da casa, ouvi a voz do marido.

— Quem está na porta?

Sem esperar resposta, dei um passo à frente, obrigando-a a recuar. Ela tropeçou e caiu no chão. Entrei na casa, sentindo o poder que exercia sobre essas pessoas. Jack me seguiu de perto.

O marido, reconhecendo minha figura imediatamente, se levantou apressado. Seus olhos, cheios de pânico, fixaram-se em mim enquanto gaguejava.

— S-Senhor Castellano?

Não respondi. Apenas caminhei até o sofá e me sentei como um rei, cruzando as pernas com calma, intensificando o terror no ar. Retirei um cigarro do paletó e Jack, sempre atento, acendeu para mim. Traguei lentamente, deixando a fumaça escapar enquanto observava o casal.

O silêncio na sala era pesado, apenas interrompido pela respiração trêmula deles e o crepitar do cigarro. Descruzei as pernas e depois cruzei novamente, um movimento calculado. O casal Carter se ajoelhou na minha frente, um gesto de submissão desesperada. Permiti um momento para apreciar isso antes de falar, minha voz suave, mas carregada de autoridade.

— Vocês sabem por que estou aqui. — Soltei a fumaça lentamente. — Não quero mal-entendidos.

A tensão na sala era sufocante. O medo deles era quase palpável.

Charles, o marido, ergueu a cabeça com esforço, olhos marejados.

— S-Senhor Castellano... p-por favor... ainda não temos o dinheiro. Eu... eu estou procurando trabalho... para pagar o mais rápido possível... — Engoliu seco, as mãos tremendo. — Só... só precisamos de mais alguns meses... p-por favor...

Uma gargalhada fria escapou dos meus lábios, ecoando pelo ambiente.

— Alguns meses? — Repeti, cheio de escárnio. — Dei um ano para me pagarem, Charles. Fui muito generoso porque... — Inclinei a cabeça, o sorriso cruel se aprofundando. — Gostei de vocês. Dei uma chance. E agora, vem me dizer que não tem dinheiro? Está brincando comigo?

— N-não, senhor... por favor... — Ele choramingou, soluçando. — Não estou brincando...

Levantei devagar, caminhando até ele. Passei a mão pelos cabelos, como se considerasse suas palavras. Então, meus olhos se estreitaram.

— Parece que terei que recuperar meu dinheiro de outra forma.

Antes que Charles pudesse responder, movi-me rápido, dando uma joelhada em seu rosto. O som do nariz quebrando ecoou pela sala. Ele gritou, as mãos voando para conter o sangue. Agarrei seu braço, torcendo-o até ouvir o estalo do osso se partindo. Seu grito reverberou pela casa, e apenas ri, um som macabro.

O choro da esposa fez minha irritação crescer. Bufei, caminhando até ela com passos firmes. Agarrei seus cabelos, puxando-a brutalmente para perto.

— Cala a boca. — Minha voz era fria e inescapável. — Sua voz me irrita.

Mas ela continuou chorando. Minha paciência se esgotou. Forcei sua cabeça contra o chão repetidamente, até o choro cessar e o sangue se espalhar. Soltei seu corpo inerte, o impacto reverberando pelo chão.

— Agora está melhor. — Sussurrei para mim mesmo.

Voltei para Charles, que se contorcia no chão. Abaixei-me, encarando-o com um sorriso falso.

  — Você vai se juntar a ela. — Minha voz saiu baixa, quase reconfortante, como se estivesse oferecendo um alívio, mas o verdadeiro terror estava no fato de que minhas palavras não eram uma ameaça, e sim uma sentença já decretada.

Charles arregalou os olhos, a expressão tomada por um terror esmagador. O desespero transformou-se em raiva, e ele gritou, a voz carregada de ódio e impotência.

— Seu monstro!

Soltei uma risada fria, cortante como uma lâmina.

— Eu sei.

Antes que pudesse reagir, agarrei seu pescoço com uma mão, sentindo sua pele quente e suada contra meus dedos. Pressionei com força, esmagando lentamente sua traqueia. Os olhos dele reviraram, o corpo debatendo-se em um último esforço patético para sobreviver. Com um movimento brusco, torci seu pescoço. O estalo ecoou pela sala como um trovão abafado.

O corpo dele caiu ao lado da esposa, sem vida, sem valor. Observei a cena por um instante, como um artista admirando sua obra-prima. O sangue formava poças sob seus corpos, uma moldura perfeita para minha punição.

Jack permaneceu impassível, como sempre. Ele já havia visto isso inúmeras vezes.

— Mande alguém recolher os corpos. Usem o que puderem para o mercado. — Ordenei.

Jack acenou com a cabeça, sacando o rádio do paletó para transmitir as instruções. Sua voz permaneceu fria, profissional.

— Vamos. Ainda temos mais uma dívida para cobrar. — Olhei para os cadáveres uma última vez antes de sair. O peso do sangue impregnava minhas roupas, o cheiro ferroso misturando-se ao ar viciado da casa.

Jack abriu a porta do carro para mim e entrei sem pressa, ajustando o paletó enquanto ele assumia o volante.

No interior do carro, peguei um lenço limpo e comecei a limpar os vestígios da noite em minhas mãos, o tecido branco absorvendo os resquícios do que acabara de fazer.

— Leandro Cooper está na balada principal esta noite. — Jack informou, sua voz firme enquanto dirigia pela cidade. — Nossos homens já receberam ordens para levá-lo à sala VIP.

Assenti com um leve aceno, um sorriso satisfeito surgindo em meus lábios.

— Perfeito. Vamos ensiná-lo o verdadeiro significado da palavra dívida.

A noite ainda estava longe de terminar.

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