♥Capítulo 6♥

Asher Bennett.

21:15 - Balada - Castellano City.

Sexta-Feira.

O táxi parou na frente da balada e, assim que descemos, minha expressão se contorceu ao ver o tamanho da fila.

— Isso vai demorar. — Murmurei, olhando para o Nick, que parecia ainda mais nervoso ao encarar o grande número de pessoas.

— Acho que dá tempo de voltarmos e assistirmos um filme. — Ele brincou, mas apenas revirei os olhos.

Foi então que avistei Liam e os outros no meio da fila, acenando com as mãos.

— Nick, eles estão ali. Vamos. — Falei, puxando-o pelo braço, enquanto cortávamos caminho entre as pessoas. Algumas reclamaram baixinho, mas não dei atenção.

Chegamos aos meus amigos, e Liam abriu um sorriso largo.

— Até que enfim! E dizem que quem sempre chega atrasado sou eu. — Ele brincou, colocando as mãos na cintura com um tom exagerado de acusação.

— Engraçadinho. — Respondi, empurrando-o de leve no ombro, arrancando risadas dele.

Notei que Sophia estava estranhamente quieta, seus olhos fixos em Nick. Um sorriso discreto se formou no meu rosto enquanto dava um empurrão sutil em Nick, que ainda parecia um pouco nervoso.

— Pessoal, vocês se lembram do meu melhor amigo, Nick? — Disse, indicando-o. — Nick, esses são os meus colegas de trabalho: Liam, Jack e Sophia.

Nick cumprimentou Liam e Jack com apertos de mão firmes, mas quando chegou em Sophia, hesitou por um segundo. Seu nervosismo era quase palpável. Ele estendeu a mão para ela, e Sophia sorriu de volta, apertando-a com delicadeza.

— É bom finalmente conhecê-lo, Nick. — Ela disse, com um olhar que fez Nick engolir seco.

Não consegui evitar e soltei uma risada baixa, o que fez Nick me lançar um olhar de reprovação. Antes que ele pudesse dizer algo, a fila avançou e, em poucos minutos, já estávamos dentro da balada.

A música alta e as luzes pulsantes nos envolveram imediatamente. O lugar estava lotado, corpos se movendo ao ritmo da batida eletrônica.

— Está cheio mesmo! — Liam exclamou, já começando a dançar.

— Assim é melhor. — Jack respondeu, olhando ao redor com um sorriso malicioso. — Muitas opções.

Revirei os olhos, rindo, e seguimos até o bar. Empurramos algumas pessoas de leve para abrir espaço.

— Esse lugar é enorme. — Sophia comentou, tentando falar mais alto.

— Sim, e lotado. — Respondi, apoiando os cotovelos no balcão.

— Isso é bom. — Jack acrescentou, piscando para uma mulher que passava. — Mais diversão.

— Você é impossível. — Falei, rindo, enquanto chamávamos o barman.

Cada um fez seu pedido. Enquanto esperávamos, observei Nick e Sophia do canto do olho. Ele estava claramente tentando manter a calma, mas o jeito como olhava para ela era óbvio. E Sophia, bem… ela não parava de sorrir para ele. Meu sorrisinho se alargou.

— O que foi? — Sophia perguntou, arqueando uma sobrancelha.

— Nada, nada. — Respondi, balançando a cabeça, ainda me divertindo.

Quando o barman voltou com nossas bebidas, todos pegaram seus copos e ergueram um brinde improvisado.

— À diversão! — Liam gritou, puxando Jack para a pista de dança.

Peguei meu copo e me encostei no balcão. Foi então que percebi Sophia puxando a nuca de Nick e o beijando.

— Caralho! — Murmurei, soltando uma gargalhada ao ver o rosto dele ficar completamente vermelho. Mas, para minha surpresa, ele não recuou. Retribuiu o beijo, mesmo visivelmente nervoso.

— Essa Sophia tem coragem. — Sussurrei para mim mesmo, rindo enquanto desviava o olhar para dar privacidade ao "casal".

Foi então que Liam e Jack acenaram para mim, chamando-me para dançar. Terminei minha bebida em um gole e segui até eles, sentindo a música vibrar pelo meu corpo.

Me entreguei ao ritmo, me movendo com leveza. Liam já estava completamente solto, enquanto Jack flertava com uma garota animada. Rimos, nos divertimos, e por um momento, esqueci qualquer preocupação.

Depois de alguns minutos, senti a necessidade inconfundível de ir ao banheiro.

— Droga. — Murmurei. — Vou ao banheiro! — Avisei, atravessando a multidão.

Vi uma escada ao fundo e subi, esperando encontrar o banheiro no andar de cima. O corredor era mais silencioso, mas não vi nenhuma placa indicando a direção.

Então, algo chamou minha atenção. Uma placa dourada iluminada por uma luz discreta: "VIP". Franzi a testa, surpreso por ter entrado em uma área reservada.

Curioso, continuei andando até ver uma porta entreaberta. Meu instinto dizia para seguir meu caminho, mas a curiosidade falou mais alto. Coloquei o rosto para espiar.

Dentro da sala, quatro homens. Um sentado, relaxado, como se fosse o dono do lugar. Outro ajoelhado, claramente em pânico, o rosto machucado. Dois estavam em pé e outro segurava o cara ajoelhado. Não consegui ouvir o que estavam dizendo, mas a tensão era palpável.

De repente, o homem sentado fez um sinal. Um som ensurdecedor ecoou pela sala.

Um tiro.

O homem ajoelhado caiu, sem vida. Meu coração disparou. Antes que pudesse reagir, minha mão bateu na porta. O som alto ecoou pelo corredor, chamando a atenção de todos dentro da sala.

Droga! Pensei, tentando correr, mas antes que pudesse dar um passo, senti mãos fortes me agarrando e me puxando para dentro da sala.

Fui jogado no chão com força, direto aos pés do homem sentado. Meus olhos não conseguiam desviar do cadáver a poucos metros de mim. O cheiro metálico do sangue parecia sufocante, e meu coração batia tão forte que parecia que iria explodir.

— Ora, ora, o que temos aqui? — Disse uma voz calma, mas cheia de autoridade e frieza. — Um bisbilhoteiro.

Tentei desviar o olhar do cadáver, mas não consegui. De repente, senti uma mão firme agarrar meu maxilar e me forçar a olhar para cima. O homem sentado era assustadoramente imponente. Asiático, cabelos escuros, olhos negros que pareciam atravessar minha alma. Muito alto, devia ter dois metros ou mais, e os ombros largos tornavam sua presença ainda mais intimidadora. Seu rosto triangular era ameaçador, mas era o olhar dele que me aterrorizava. Exalava poder e crueldade de uma maneira sufocante.

— P-Por favor... — Gaguejei, minha voz falhando completamente. — N-Não me mate... Eu não direi nada... Por favor...

Ele apertou meu maxilar com mais força, a dor era insuportável.

— Qual é o seu nome? — Perguntou, a voz firme como uma lâmina.

— A-Asher Bennett. — Respondi, gaguejando e tremendo de medo.

— Asher Bennett. — Ele repetiu lentamente, como se estivesse saboreando cada sílaba. Meu corpo se arrepiou e o medo tomou conta de mim por completo. Ele vai me matar? Foi tudo o que consegui pensar.

De repente, soltou meu maxilar, permitindo que eu respirasse um pouco melhor. Um pequeno sorriso se formou em seus lábios, mas não havia nada de caloroso nele.

— É melhor não dizer nada a ninguém, Sojung. — Sua voz era suave, mas a ameaça implícita era inconfundível. O que ele quis dizer com "Sojung"? Não sabia, mas isso pouco importava. O que importava era minha vida.

— S-sim, senhor... Eu... Eu prometo... — Tentei soar firme, mas minha voz tremia.

Ele cruzou as pernas como um rei no trono e deu um leve aceno com a cabeça.

— Pode ir. Mas logo nos veremos de novo.

Com as pernas bambas, levantei-me, quase tropeçando duas vezes, mas não me deixei parar. Corri o mais rápido que pude para fora daquela área, o som do meu coração martelando em meus ouvidos, abafando a música alta da balada. Assim que cheguei no meio da multidão, parei, tentando recuperar o fôlego. As luzes piscantes e as risadas das pessoas ao meu redor pareciam um contraste absurdo com o que acabara de presenciar.

Meu coração batia descontrolado, o medo era sufocante. A cena não saía da minha mente: o corpo morto no chão, o cheiro metálico do sangue impregnando o ar, e aquele homem cruel com olhos que pareciam enxergar minha alma. "Pode ir. Mas logo nos veremos de novo", foi o que ele disse. Sem perceber, senti lágrimas quentes escorrendo pelo meu rosto. A ideia de encontrar aquele homem novamente era aterrorizante.

Esbarrando nas pessoas, fui em direção ao caixa, tentando não parecer tão abalado. Limpei rapidamente as lágrimas com as costas das mãos, forçando um sorriso enquanto me aproximava.

— Gostaria de pagar a entrada e minha bebida. — Disse, tentando manter minha voz firme, mas sentia-a trêmula.

A atendente acenou, informando o valor. Paguei rapidamente, desviando o olhar para evitar qualquer conversa desnecessária. Assim que terminei, praticamente corri para fora da balada, meu coração ainda pesado com a lembrança do que acabara de acontecer.

Peguei o celular no bolso e, ainda com as mãos trêmulas, mandei uma mensagem para Nick.

"Ei, saí mais cedo. Conheci um cara e fui com ele. Não me espera. Boa sorte com a Sophia."

Era uma mentira descarada, mas não queria que ele percebesse o que realmente estava acontecendo. Precisava de um tempo para processar tudo sozinho.

Do lado de fora, avistei um táxi e acenei apressadamente. Assim que entrei no carro, passei o endereço do apartamento ao motorista, tentando não parecer tão abalado.

— Tudo bem com você? — Perguntou o taxista, lançando-me um olhar preocupado pelo espelho retrovisor.

— Sim, só estou cansado. — Respondi rapidamente, evitando mais perguntas.

O caminho até o apartamento pareceu mais curto do que o normal. Minha mente estava sobrecarregada, revivendo cada detalhe daquela sala, cada palavra daquele homem. Quando o táxi parou, paguei rapidamente, agradecendo antes de descer. Entrei no prédio e percebi que o elevador estava parado no térreo, uma sorte, já que não tinha forças para esperar.

Apertei o botão e as portas se abriram. Entrei, encostando-me na parede enquanto sentia o peso do medo e do cansaço me dominar. A vontade de chorar novamente era esmagadora, mas me segurei até chegar ao meu andar. Assim que as portas se abriram, caminhei até o apartamento e destranquei a porta.

Quando entrei, foi como se toda a minha força se esvaísse. Caí de joelhos no chão da sala, e o choro veio com força. As lágrimas transbordaram enquanto os soluços rasgavam minha garganta. Aquele homem sabia meu nome. Ele poderia descobrir tudo sobre mim. Será que iria me matar? Será que isso era apenas o começo de algo pior?

Chorei até não ter mais forças, até minha cabeça começar a latejar. Depois de um tempo, levantei-me, sentindo o corpo pesado e dolorido, e segui para o meu quarto. No banheiro, encarei meu reflexo no espelho. Minha expressão estava horrível: os olhos inchados e vermelhos, a pele pálida de tanto chorar. Foi então que notei o roxo em meu maxilar. A força que aquele homem usou para me segurar deixou marcas, como se eu precisasse de um lembrete físico de quão assustador ele era.

Retirei as roupas rapidamente, sentindo o cheiro de sangue impregnado nelas. A ideia de carregar esse cheiro era insuportável. Joguei tudo no cesto e entrei no box, ligando a água quente. O banho foi demorado, quase como se a água pudesse apagar o que havia acontecido. Mas, mesmo depois de esfregar a pele até ficar vermelha, o cheiro parecia estar preso em minhas narinas, como uma memória impossível de apagar.

Finalmente saí do banho, pegando a toalha para me secar. Ainda me sentia exausto, como se cada movimento fosse um esforço. Voltei para o quarto, vesti apenas uma cueca e me joguei na cama, deixando o peso do cansaço me dominar. Fechei os olhos, e as imagens do cadáver, do homem sentado e de seus olhos frios voltaram como um pesadelo.

Antes que pudesse afundar em mais pensamentos, o sono finalmente me venceu, arrastando-me para uma escuridão onde, pelo menos por algumas horas, eu não teria que lidar com o terror daquela noite.

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