Dominic Castellano.10:50 - Mansão do Dominic - Castellano City.Cinco dias depois. Quarta-Feira.Foram cinco longos dias desde que meus olhos encontraram aqueles castanhos claros, cheios de pavor. Desde que senti a pele quente e trêmula sob meus dedos. Desde que ouvi sua voz falha, implorando por sua vida.E, nesses cinco dias, minha paciência tem sido testada de todas as formas possíveis.As operações de drogas exigiram minha atenção constante, as importações e distribuições de armas precisavam de ajustes, e as casas de prostituição resolveram criar problemas, achando que tinham direito a algo além do que eu permito. Mantive-me ocupado, lidando com cada questão, controlando cada detalhe, porque nada nesse maldito país acontece sem que eu saiba.Mas, mesmo com todas essas distrações, minha mente sempre voltava para ele.Asher Bennett.Seu rosto tem me assombrado como uma droga viciante, impossível de ignorar. Nunca, em toda a minha vida, senti essa atração incontrolável. O fato de s
Asher Bennett.11:51 - Lanchonete- Castellano City.Quarta-Feira.O pano úmido deslizava sobre a superfície das mesas, limpando os últimos vestígios de migalhas do turno da manhã. O relógio na parede marcava poucos minutos para o meio-dia, e logo fecharíamos para o intervalo de almoço.Mesmo assim, minha mente estava longe dali.Por mais que repetisse inúmeras vezes que aquele homem não me encontraria, que tudo ficou no passado, o medo rastejava dentro de mim, corroendo pouco a pouco.Cada vez que alguém entrava pela porta da lanchonete, sentia o peito apertar e o corpo entrar em alerta. As mãos suavam, o coração disparava, e eu precisava de alguns segundos para lembrar que era apenas mais um cliente qualquer… e não ele.Mas o pior não era o medo.O pior era a lembrança.Aqueles olhos negros, frios e penetrantes. Mesmo com o terror correndo em minhas veias, havia algo profundamente perturbador naquela imagem. Meu corpo se lembrava do toque firme em meu maxilar, da voz grave chamando-m
Asher Bennett.Apertei as mãos contra a calça, suando frio. O pânico rastejava dentro de mim como uma serpente apertando meu peito.A voz saiu trêmula, mal conseguindo formar palavras coerentes.— V-Vai me matar? — Gaguejei, a garganta seca. — Eu juro… J-Juro que não contei nada a ninguém…Senti as lágrimas se formarem, o desespero tomando conta. Antes que pudesse processar qualquer coisa, uma mão firme agarrou meu maxilar.Engoli em seco, o coração martelando contra as costelas.Minha pele arrepiou ao perceber que ele havia retirado a luva. A mão quente e firme contrastava com o frio que me envolvia por dentro.Levantei os olhos lentamente, encontrando os dele. Negros, intensos, despindo-me camada por camada, sem piedade.Ele sorriu de leve, um sorriso sem qualquer traço de conforto.— Matar você? — A voz saiu suave, mas carregada de algo perigoso. — Está enganado, meu Sojung.Meu estômago revirou ao ouvi-lo dizer aquilo com tanta posse.— O motivo de eu estar aqui é para convidá-lo
Dominic Castellano.Assim que Asher saiu do carro, Jack e Sérgio entraram silenciosamente, fechando as portas com um clique suave. Jack não perdeu tempo e deu a partida, afastando-se calmamente da lanchonete.Senti seus olhares sobre mim, discretos, mas curiosos. No entanto, não me dei ao trabalho de oferecer explicações. Eles não precisavam saber de porra nenhuma.Peguei um cigarro do bolso interno do paletó e o acendi, tragando profundamente enquanto encostava a cabeça contra o couro macio do assento. A fumaça encheu meus pulmões, trazendo uma ilusão passageira de controle.Mas minha mente estava longe.Por que diabos eu disse meu verdadeiro nome para ele?Soltei a fumaça lentamente, observando-a se dissipar no ar. Não fazia sentido. Ninguém, além dos meus homens mais próximos, sabia meu nome real. Nunca permiti que me chamassem de outro nome além de Dominic Castellano. Um título herdado, forjado em sangue e medo, imposto pelo velho bastardo que um dia governou esta cidade com punho
Dominic Castellano.18:50 - Mansão de Dominic - Castellano CityO carro deslizou silenciosamente pelos portões imponentes da mansão, adentrando a longa alameda iluminada que levava à entrada principal. As luzes suaves projetavam sombras contra as paredes de pedra, destacando os detalhes da arquitetura clássica misturada ao moderno.Traguei lentamente o cigarro, deixando a fumaça escapar pelos lábios. Meus olhos acompanharam o movimento familiar dos serviçais apressados, assumindo suas posições antes mesmo de minha chegada.Assim que o carro parou, Sérgio saiu rapidamente e abriu a porta para mim.Joguei o cigarro fora antes de sair, ajustando o sobretudo, e caminhei em direção à entrada.O mordomo já me aguardava, postura impecável, olhos baixos. Como deveria ser.— O jantar será servido às oito horas, meu senhor. As cozinheiras já estão preparando os pratos conforme suas instruções. O vinho escolhido foi o Chateau Margaux, e a mesa está sendo montada com porcelanas italianas.Sua voz
Olá, leitor(a)Antes de tudo, quero agradecer por dedicar seu tempo a esta história. Você escolheu mergulhar em uma narrativa sombria, intensa e completamente sem moralidade, e por isso, sou imensamente grata.Este livro é um romance gay dark, e isso significa que ele é pesado. Aqui, não há heróis para salvar o dia, e o amor pode ser tão destrutivo quanto a obsessão. A relação explorada nesta história é marcada por posse, controle e um desejo distorcido.A manipulação é um dos pilares desta narrativa. Ela está presente em cada escolha, em cada palavra e em cada olhar. Nada aqui é puro ou inocente. Além disso, quero reforçar que a cidade e os eventos descritos são completamente fictícios, criados pela autora para construir um mundo onde a moralidade não existe e a corrupção domina. Apesar de muitos elementos parecerem reais, esta é apenas uma obra de ficção.Quanto à escrita, peço desculpas antecipadamente por qualquer erro ortográfico.Todos somos humanos, e cada livro é uma jornada d
Asher BennettAs ruas de Nova York estavam quietas, banhadas pela luz suave do início da manhã. O sol ainda não estava totalmente alto, andava com as mãos no bolso da jaqueta, sentindo uma leve brisa fria. Era sábado, finalmente um dia sem aula, estava a caminho da casa de Douglas. Precisávamos conversar.Nos últimos meses, ele estava diferente, distante. As mensagens que antes eram constantes se tornaram raras. E quando eu mandava algo, a resposta quando vinha, era curta e fria. Nosso relacionamento de dois anos parecia estar pendurado por um fio invisível, e não entendia por quê.Olhei para o céu, tentando afastar os pensamentos ruins. — Talvez ele só esteja estressado. — Murmurei para mim mesmo, tentando encontrar uma desculpa para o comportamento dele. — Hoje, nós vamos conversar e resolver tudo.Cheguei à casa dele e algo imediatamente pareceu fora do lugar. A porta da frente estava entreaberta, algo que Douglas nunca faria. Franzi a testa, hesitando por um momento, antes de em
Asher Bennett.Já faz cinco anos desde que cheguei a Elyssia, um pequeno país que se tornou meu lar, ainda que, a princípio, não parecesse. Quando Nick e eu desembarcamos aqui, não conhecíamos ninguém, nem sequer falávamos bem a língua. Cada dia era uma luta para encontrar trabalho, para entender as placas nas ruas, para não nos perder em meio a uma cidade indiferente aos nossos problemas. Mas, como tudo na vida, as coisas foram se ajustando.Hoje, aos vinte e cinco anos, olho para Castellano City e quase posso chamar este lugar de lar. Uma cidade peculiar, que combina o antigo e o novo de uma maneira única. Os prédios no centro possuem uma arquitetura clássica, com fachadas ornamentadas que contam histórias de outra era, enquanto os arranha-céus de vidro e aço ao redor lembram que o progresso nunca para.As ruas largas e bem pavimentadas são margeadas por árvores que mudam de cor conforme as estações. No verão, o verde vibrante contrasta com o azul do céu, e no outono, a cidade intei