Dominic Castellano.
21:40 - Balada - Castellano City.
Sexta-Feira.
O caminho até a balada foi mais longo do que o esperado. O trânsito caótico nos forçou a parar em certos momentos, mas isso não abalou minha paciência. O silêncio dentro do carro era preenchido apenas pelos ruídos externos e pelos meus pensamentos sombrios, antecipando o próximo encontro.
Após alguns minutos, Jack encostou o carro em uma rua lateral para pegar Sérgio. Ele entrou rapidamente, ajustando-se no assento da frente sem dizer uma palavra. Sempre eficiente, entendia que agora não era hora para conversas desnecessárias.
Seguimos em direção à balada. À medida que nos aproximávamos, o ambiente se transformava: as luzes vibrantes piscavam ao longe e o som da música reverberava nas paredes. Jack estacionou com precisão na entrada lateral, uma área reservada para nossa equipe.
Ele saiu primeiro, abrindo a porta para mim com a mesma precisão de sempre.
— Já pegaram o Cooper. Ele está aguardando. — Informou, a voz firme e controlada.
Um sorriso se formou em meus lábios, carregado de um deleite cruel. Saí do carro, ajustando o paletó ainda manchado, mas sem me importar. Segui para a entrada, com Jack e Sérgio flanqueando-me como sombras leais.
O salão principal estava lotado, a música pulsante fazendo o ar vibrar. Mesmo sendo minha propriedade, nunca havia pisado ali. A quantidade de gente e o fluxo de dinheiro me trouxeram uma satisfação discreta, ao menos, era lucrativo.
Cruzamos o salão sem pressa. Meus olhos captavam cada detalhe, mas meu foco estava na sala VIP. Sérgio se adiantou e abriu a porta, permitindo que eu entrasse primeiro. A atmosfera mudou instantaneamente.
O ambiente era um contraste entre luxo e intimidação, com móveis de couro escuro e iluminação baixa criando sombras nas paredes. No centro, Leandro Cooper estava ajoelhado, segurado por um segurança. Ele tremia visivelmente. O medo irradiava de seu corpo, tão forte que quase se tornava palpável.
Sentei-me no sofá de couro, cruzando as pernas com uma calma calculada. Peguei um cigarro, e Jack, sempre atento, acendeu-o para mim sem que eu precisasse pedir.
Fumar antes de matar alguém era um ritual. Uma forma de preparar meu corpo para o que vinha a seguir.
— Leandro. — Chamei suavemente, tragando o cigarro antes de soltar a fumaça com lentidão. — Olhe para mim.
Ele hesitou, mas sabia que desobedecer seria pior. Levantou a cabeça, olhos arregalados de pavor, mãos trêmulas enquanto tentava manter uma postura digna.
— Você sabe por que estou aqui. — Continuei, a voz fria. — Espero que tenha algo mais interessante para me dizer além de desculpas.
O terror deu lugar à súplica desesperada.
— P-Por favor, meu senhor... M-Misericórdia... Eu irei pagar... Tenho cinco mil dólares... Trabalhei sem parar... Por favor...
Ele chorava, soluços engasgados, o corpo inteiro tremendo. Revirei os olhos, impaciente com o espetáculo patético diante de mim. Soltei a última tragada, jogando o cigarro no chão antes de pisá-lo.
Levantei-me suavemente, observando Leandro com frieza.
— Sabe o que eu amo fazer? — Minha voz era baixa, carregada de crueldade. — Amo matar. Ver a vida se esvaziar dos olhos de alguém é magnífico. Quanto mais você implora, mais excitado fico.
Ele ficou rígido, o pavor estampado em cada centímetro de seu corpo.
Agarrei seus cabelos com força, puxando sua cabeça para trás, obrigando-o a me encarar. Seus olhos estavam inundados de lágrimas, o rosto contorcido em desespero absoluto.
— Você teve azar ao pedir dinheiro para mim. — Continuei, minha voz impregnada de perversidade. — Porque eu não sou alguém que dá chances. Sou um sádico, Leandro. Sou um psicopata e adoro ver pessoas como você se fodendo.
Ele estava convulsionando de medo, agarrando-se ao meu paletó numa última tentativa patética de se salvar.
— Sinto muito. — Disse, soltando seus cabelos com desprezo. — Seus órgãos serão vendidos no mercado negro e sua dívida será paga. Mas, como sou generoso, darei a você uma morte rápida, já que conseguiu um pouco de dinheiro.
Leandro soluçava incontrolavelmente, agarrando-se a mim com mais força enquanto sua voz falhava em apelos sem sentido. Sem pressa, ajustei meu paletó enquanto ele afundava ainda mais no desespero.
Sentei-me novamente no sofá, fazendo um gesto discreto para Sérgio. Sem hesitar, ele sacou a arma e atirou na cabeça de Leandro. O som do disparo ecoou, e o corpo caiu no chão com um baque surdo, o sangue espalhando-se pelo carpete.
Observei a cena, um sorriso satisfeito desenhando-se nos lábios. Mas um barulho repentino interrompeu meu momento de prazer. Um ruído do lado de fora da sala VIP.
Jack reagiu imediatamente, abrindo a porta com agilidade e puxando alguém para dentro. Um jovem foi jogado aos meus pés, o choque estampado em seu rosto. O impacto o fez cambalear e ele caiu de joelhos, os olhos arregalados fixos no cadáver de Leandro, envolto em uma poça de sangue.
— Ora, ora, o que temos aqui. — Minha voz saiu suave, quase divertida. — Um bisbilhoteiro.
O garoto tremia, incapaz de desviar o olhar do corpo. O medo dele era tão palpável que senti algo dentro de mim se acender. Isso me agradava mais do que deveria.
Inclinei-me, agarrando seu maxilar com força, sentindo seu corpo enrijecer como uma presa encurralada.
— P-Por favor... — Ele murmurou, a voz trêmula e quebrada. — N-Não me mate... Eu não direi nada... Por favor...
Cada palavra dele intensificava minha satisfação. Algo no terror em seus olhos, na forma como ele tentava controlar os soluços... algo nele era diferente.
Nunca senti qualquer atração por homens, mas esse garoto... esse era intrigante.
Apertei seu maxilar, arrancando um pequeno gemido de dor que me fez sorrir.
Talvez eu tivesse encontrado um novo brinquedo.
— Qual é o seu nome? — Perguntei, minha voz firme, mas carregada de curiosidade maliciosa.
— A-Asher Bennett. — Ele respondeu, gaguejando, a voz embargada pelo medo.
— Asher Bennett... — Murmurei, deixando o nome rolar na minha língua. Parecia bom. Meus olhos o devoraram, registrando cada detalhe. Seus olhos castanhos claros reluziam sob a luz fraca, os lábios carnudos e trêmulos. Algo nele me provocava de um jeito que nenhuma outra pessoa jamais havia feito.
Por um instante, o pensamento de tomá-lo para mim, aqui e agora, cruzou minha mente como um relâmpago. Sentia uma necessidade crescente, uma luxúria que pulsava em meu sangue. Não era comum. Nunca senti desejo por um homem.
Soltei seu maxilar, permitindo que respirasse, e sorri. Um sorriso carregado de intenções sombrias.
— É melhor não dizer nada a ninguém, Sojung. — Minha voz era baixa, mas afiada como uma navalha.
Vi seus olhos arregalados de confusão, o cenho franzido por um breve instante. Ele não entendeu a palavra, mas o terror era tanto que apenas assentiu freneticamente, como se sua vida dependesse disso.
— S-Sim, senhor... Eu... Eu prometo...
Inclinei-me levemente para frente, mantendo meus olhos fixos nos dele, devorando cada expressão de pavor.
— Pode ir. Mas logo nos veremos de novo. — Deixei as palavras escorrerem da minha boca como um veneno doce.
Asher cambaleou ao se levantar, as pernas tremendo tanto que quase caiu. Assistir a sua fuga patética me divertiu mais do que deveria. Vi seu corpo desaparecer pelo corredor e um sorriso preguiçoso se formou em meus lábios.
Meus olhos se voltaram para Jack e Sérgio, que continuavam em seus lugares, impassíveis como sempre. No entanto, por um breve momento, vi algo raro em seus rostos: surpresa. Eles sabiam que eu nunca deixava testemunhas. Nunca.
Mas aquilo não era da conta deles.
— Descubram tudo sobre ele. Quero cada detalhe de sua vida. Onde mora, com quem anda, seus hábitos... tudo. Não me escondam nada. — Ordenei, minha voz cortante como gelo.
Jack disfarçou sua expressão intrigada e rapidamente pegou o rádio, passando as instruções para os outros. Sérgio apenas assentiu, sem questionar.
Encostei a cabeça no encosto do sofá, fechei os olhos e respirei fundo. O rosto de Asher voltou a minha mente, aquela expressão aterrorizada, o brilho vulnerável em seus olhos. Meus dedos tamborilaram no couro macio do estofado enquanto imaginava outras expressões nele... algo mais rendido, mais entregue.
Passei a língua pelos lábios, um sorriso selvagem se espalhando pelo meu rosto.
— Irei tê-lo, queira ele ou não. — Murmurei para mim mesmo. — Ele já é meu.
Sojung: Significa precioso.
Asher Bennett.21:15 - Balada - Castellano City.Sexta-Feira.O táxi parou na frente da balada e, assim que descemos, minha expressão se contorceu ao ver o tamanho da fila.— Isso vai demorar. — Murmurei, olhando para o Nick, que parecia ainda mais nervoso ao encarar o grande número de pessoas.— Acho que dá tempo de voltarmos e assistirmos um filme. — Ele brincou, mas apenas revirei os olhos.Foi então que avistei Liam e os outros no meio da fila, acenando com as mãos.— Nick, eles estão ali. Vamos. — Falei, puxando-o pelo braço, enquanto cortávamos caminho entre as pessoas. Algumas reclamaram baixinho, mas não dei atenção.Chegamos aos meus amigos, e Liam abriu um sorriso largo.— Até que enfim! E dizem que quem sempre chega atrasado sou eu. — Ele brincou, colocando as mãos na cintura com um tom exagerado de acusação.— Engraçadinho. — Respondi, empurrando-o de leve no ombro, arrancando risadas dele.Notei que Sophia estava estranhamente quieta, seus olhos fixos em Nick. Um sorriso
Asher Bennett.O som dos meus passos ecoava alto, apesar da tentativa de correr silenciosamente. A escuridão ao redor era sufocante, iluminada apenas pelas luzes piscantes dos postes quebrados. Meu peito ardia, o coração disparado, enquanto os passos pesados atrás de mim se aproximavam cada vez mais.Eu sabia quem era. Não precisava olhar para trás. Aqueles olhos negros, frios como a própria morte, estavam cravados em minha mente. Ele estava me caçando.— Corre, Sojung. — A voz dele era grave, carregada de uma ameaça sombria.Tropecei em uma pedra e caí de joelhos no chão áspero. Tentei me levantar, mas meu corpo parecia travado pelo medo. Antes que pudesse reagir, uma mão forte agarrou meu ombro com brutalidade, seu toque gélido penetrando minha pele.— Não há escapatória. — Murmurou no meu ouvido, e um calafrio percorreu minha espinha.Meus olhos se arregalaram e, quando me virei, esperando encarar a morte, tudo mudou.Subitamente, não estava mais fugindo. O ambiente ao redor se tra
Dominic Castellano.10:50 - Mansão do Dominic - Castellano City.Cinco dias depois. Quarta-Feira.Foram cinco longos dias desde que meus olhos encontraram aqueles castanhos claros, cheios de pavor. Desde que senti a pele quente e trêmula sob meus dedos. Desde que ouvi sua voz falha, implorando por sua vida.E, nesses cinco dias, minha paciência tem sido testada de todas as formas possíveis.As operações de drogas exigiram minha atenção constante, as importações e distribuições de armas precisavam de ajustes, e as casas de prostituição resolveram criar problemas, achando que tinham direito a algo além do que eu permito. Mantive-me ocupado, lidando com cada questão, controlando cada detalhe, porque nada nesse maldito país acontece sem que eu saiba.Mas, mesmo com todas essas distrações, minha mente sempre voltava para ele.Asher Bennett.Seu rosto tem me assombrado como uma droga viciante, impossível de ignorar. Nunca, em toda a minha vida, senti essa atração incontrolável. O fato de s
Asher Bennett.11:51 - Lanchonete- Castellano City.Quarta-Feira.O pano úmido deslizava sobre a superfície das mesas, limpando os últimos vestígios de migalhas do turno da manhã. O relógio na parede marcava poucos minutos para o meio-dia, e logo fecharíamos para o intervalo de almoço.Mesmo assim, minha mente estava longe dali.Por mais que repetisse inúmeras vezes que aquele homem não me encontraria, que tudo ficou no passado, o medo rastejava dentro de mim, corroendo pouco a pouco.Cada vez que alguém entrava pela porta da lanchonete, sentia o peito apertar e o corpo entrar em alerta. As mãos suavam, o coração disparava, e eu precisava de alguns segundos para lembrar que era apenas mais um cliente qualquer… e não ele.Mas o pior não era o medo.O pior era a lembrança.Aqueles olhos negros, frios e penetrantes. Mesmo com o terror correndo em minhas veias, havia algo profundamente perturbador naquela imagem. Meu corpo se lembrava do toque firme em meu maxilar, da voz grave chamando-m
Asher Bennett.Apertei as mãos contra a calça, suando frio. O pânico rastejava dentro de mim como uma serpente apertando meu peito.A voz saiu trêmula, mal conseguindo formar palavras coerentes.— V-Vai me matar? — Gaguejei, a garganta seca. — Eu juro… J-Juro que não contei nada a ninguém…Senti as lágrimas se formarem, o desespero tomando conta. Antes que pudesse processar qualquer coisa, uma mão firme agarrou meu maxilar.Engoli em seco, o coração martelando contra as costelas.Minha pele arrepiou ao perceber que ele havia retirado a luva. A mão quente e firme contrastava com o frio que me envolvia por dentro.Levantei os olhos lentamente, encontrando os dele. Negros, intensos, despindo-me camada por camada, sem piedade.Ele sorriu de leve, um sorriso sem qualquer traço de conforto.— Matar você? — A voz saiu suave, mas carregada de algo perigoso. — Está enganado, meu Sojung.Meu estômago revirou ao ouvi-lo dizer aquilo com tanta posse.— O motivo de eu estar aqui é para convidá-lo
Dominic Castellano.Assim que Asher saiu do carro, Jack e Sérgio entraram silenciosamente, fechando as portas com um clique suave. Jack não perdeu tempo e deu a partida, afastando-se calmamente da lanchonete.Senti seus olhares sobre mim, discretos, mas curiosos. No entanto, não me dei ao trabalho de oferecer explicações. Eles não precisavam saber de porra nenhuma.Peguei um cigarro do bolso interno do paletó e o acendi, tragando profundamente enquanto encostava a cabeça contra o couro macio do assento. A fumaça encheu meus pulmões, trazendo uma ilusão passageira de controle.Mas minha mente estava longe.Por que diabos eu disse meu verdadeiro nome para ele?Soltei a fumaça lentamente, observando-a se dissipar no ar. Não fazia sentido. Ninguém, além dos meus homens mais próximos, sabia meu nome real. Nunca permiti que me chamassem de outro nome além de Dominic Castellano. Um título herdado, forjado em sangue e medo, imposto pelo velho bastardo que um dia governou esta cidade com punho
Dominic Castellano.18:50 - Mansão de Dominic - Castellano CityO carro deslizou silenciosamente pelos portões imponentes da mansão, adentrando a longa alameda iluminada que levava à entrada principal. As luzes suaves projetavam sombras contra as paredes de pedra, destacando os detalhes da arquitetura clássica misturada ao moderno.Traguei lentamente o cigarro, deixando a fumaça escapar pelos lábios. Meus olhos acompanharam o movimento familiar dos serviçais apressados, assumindo suas posições antes mesmo de minha chegada.Assim que o carro parou, Sérgio saiu rapidamente e abriu a porta para mim.Joguei o cigarro fora antes de sair, ajustando o sobretudo, e caminhei em direção à entrada.O mordomo já me aguardava, postura impecável, olhos baixos. Como deveria ser.— O jantar será servido às oito horas, meu senhor. As cozinheiras já estão preparando os pratos conforme suas instruções. O vinho escolhido foi o Chateau Margaux, e a mesa está sendo montada com porcelanas italianas.Sua voz
Olá, leitor(a)Antes de tudo, quero agradecer por dedicar seu tempo a esta história. Você escolheu mergulhar em uma narrativa sombria, intensa e completamente sem moralidade, e por isso, sou imensamente grata.Este livro é um romance gay dark, e isso significa que ele é pesado. Aqui, não há heróis para salvar o dia, e o amor pode ser tão destrutivo quanto a obsessão. A relação explorada nesta história é marcada por posse, controle e um desejo distorcido.A manipulação é um dos pilares desta narrativa. Ela está presente em cada escolha, em cada palavra e em cada olhar. Nada aqui é puro ou inocente. Além disso, quero reforçar que a cidade e os eventos descritos são completamente fictícios, criados pela autora para construir um mundo onde a moralidade não existe e a corrupção domina. Apesar de muitos elementos parecerem reais, esta é apenas uma obra de ficção.Quanto à escrita, peço desculpas antecipadamente por qualquer erro ortográfico.Todos somos humanos, e cada livro é uma jornada d