Lua Nova: Jack

          Minha infância não foi fácil, meu pai não era um pai presente, isso causou um abalo na relação dele com a minha mãe e quando eu tinha somente 7 anos minha mãe foi assassinada brutalmente.

          Era uma noite normal, na sala de estar, eu e minha mãe estávamos assistindo Star Wars, ela adorava, dizia que era o favorito do meu pai, até que ouvimos batidas fortes na porta, achamos que fosse meu pai, mas ela achou estranho, disse que teve um mal pressentimento, sem pensar ela pegou na minha mão e corremos para meu quarto, ela ordenou que eu me escondesse e assim fiz, fui para de baixo da cama, minha mãe não teve tempo, pegaram ela na porta e eu vi eles chutando a cara dela e ouvi ela gritando desesperadamente, gritos de dor, eu fiquei paralisado, queria ajudar, mas ao mesmo tempo eu sabia que se eu saísse dali eu seria morto também, em seguida um dos homens pegou um machado e cortou os pés dela, os dedos e as mãos, por fim cortaram a cabeça dela, depois daquele dia não fui mais o mesmo.

          Eles saíram para a minha sorte não se importaram comigo, fiquei horrorizado ao vê-la naquela situação, cai de joelhos e comecei a chorar, chorei por alguns minutos até que ouvir um voz chamar meu nome.

- Jack, você está ai? - ouço a voz distante.

- Quem é você? - pergunto.

- Não tenha medo, vim para te ajudar.

- Estou aqui em cima.

- Ainda bem que você está a salvo! - ele entra no meu quarto e se vê aliviado.

          O dono da voz era um homem de meia idade, com cabelo castanho e somente uma mecha grisalha do lado direito, seu cabelo estava preso em um rabo de cavalo, ele tinha olhos azuis, tinha aproximadamente 1,70 de altura, usava um sobretudo preto. Ele olhou para o corpo e ficou tão horrorizado quanto eu com o que ele estava vendo.

- Eu sinto muito. - ele disse por fim.

- Eu também sinto. - digo limpado as lágrimas que ficaram em meu rosto.

- Não se preocupe, vou te levar até o seu pai. - ele pega na minha mão e me guia.

          Ele me levou até uma cabana estranha, quase escondida dentro de uma floresta, parecia ser antiga, a madeira no chão rangia a cada passo, a decoração da casa na sua maioria era armas para todo o lugar. Ele não me disse nada em todo o caminho, apenas nos sentamos em duas cadeiras nem um pouco confiáveis em volta da mesa e ele me ofereceu um chá, mas o chá estava meio amargo.

- É, eu sei que é ruim, mas é só para destravar a sua mente.

Depois disso eu apaguei, não faço ideia de por quanto tempo, só ouvi a voz do meu pai que conversava com o outro homem.

- Por que você fez isso? - ele perguntou com a voz alterada.

- Era preciso. - o homem respondeu calmamente.

- Mas é meu filho, eu escolho a hora!

          Depois disso eu apaguei de novo. Na manhã seguinte o meu pai estava do meu lado, estava com uma cara preocupada, eu estava com muita dor de cabeça, meio tonto sem saber o que estava acontecendo.

- Jack, você está bem? - ele me perguntou.

- Estou, tirando a dor de cabeça forte.

- Calma, já vai passar. - ele passa as mão pelo meu cabelo.

          O homem estranho entra no lugar e senta ao meu lado no colchão.

- Você quer aprender uma mágica?

- Eu quero! - respondi animado.

- Meu nome é John Loton. - ele foi direto.

          Em seguida Loton me entregou um livro velho, com uma capa de couro, o título estava em uma língua que eu desconhecia, tinha desenhos, era todo escrito a mão.

- O que é isso? - perguntei confuso.

- É um livro de magia, escrito a séculos atrás pelo maior mago que já vimos, e ele agora é seu.

          Quando olhei mais atentamente, vi que o livro estava com parte em alemão, outras em russo e por fim umas estavam escrita no que me parecia ser latim.

- Não consigo ler nada aqui. - digo a ele.

- Não se preocupe, logo você vai ler e entender tudo que está escrito aí.

          Quando olhei para meu pai ele não estava com uma cara muito feliz, mas ele assentiu com a cabeça.

           Quando eu melhorei, saímos da cabana e Loton nos guiou até a floresta, a expressão do meu pai estava inquieta, seus olhos azuis pareciam ter perdido as cores, sua expressão era profunda, acho que ele estava sofrendo com a morte da minha mãe tanto quanto eu, mas ele disfarçava uma vez ou outra, tentava ajeita o cabelo louro bagunçado, ele ajeitava as mangas do sobretudo preto, tentava se recompor, ajeitava a postura e voltava seu olhar sério.

           Chegamos em frente a dois pinheiros, Loton passou a mão no pinheiro do lado direito, em seguida a árvore começou a brilhar em um tom amarelo, o brilho criou uma luz que se ligou ao outro pinheiro, na luz apareceu algumas letras, e depois a visão de um lugar.

- Vamos garoto, você primeiro. - ele sinaliza para eu entrar no portal.

- Eu? - pergunto assustado.

- Vai, filho, você na frente. - meu pai me mostrou um sorriso encorajador.

          E eu fechei os olhos e entrei, e logo eu estava em um dos lugares mais lindos que eu já vi, uma vastidão de verde, o céu parecia ser de um tom bem mais claro do céu que eu estava acostumado, eu estava maravilhado com tudo aquilo.

- Onde estamos? - pergunto boquiaberto.

- Estamos em uma dimensão chamada Mahina. - Loton pousou sua mão esquerda em meu ombro.

- Esse é seu novo lar, filho. - meu pai diz sorridente.

          Mahina era realmente incrível, era tão natural, havia árvores de folhas coloridas de todos os lados, haviam várias flores, dava para sentir seus aromas de longe, mas não pude aproveitar muito, pois logo chegamos ao nosso destino.

- Essa aldeia se chama Hiver, vai ser uma parte do seu segundo lar. - Loton apresenta o lugar.

- Sério?

- Sim, vamos mostrar sua casa. - meu pai diz.

           A aldeia era algo que se podia chamar de medieval, pequenas casas de pedras, ruas feitas de pequenas pedrinhas, as casas ficavam despesas em circulo pela aldeia e no meio tinha um poço artesiano, onde haviam algumas mulheres pegando água, vestidas com vestidos longos, algumas com o cabelo trançado e outras com lenços na cabeça, ao redor não havia muita cor tirando as flores que haviam na frente de algumas casas, a aldeia não era extremamente grande, mas também não era extremamente pequena, tinha espaço para circular, e para várias casas.

           Depois de olhar tudo saímos da aldeia, e andamos até nos distanciamos da aldeia e chegarmos a uma floresta, onde eu fiquei olhando as diversas cores das folhas até chegarmos há uma cabana, foi aí que percebi como eles adoravam cabanas no meio da floresta, mas essa era maior e estava conservada, sua madeira chegava a reluzir, e o chão não rangia com os passos, era dividida em um enorme sala havia um sofá antigo de couro em frente a uma lareira, um tapete de pele se urso que parecia legítimo e não como os falsificados que eu estava acostumado a ver nas lojas, havia uma mesinha do lado do sofá, em cima dela tinha uma espécie de abajur com uma pequena bolinha que ficava flutuando, mas iluminava a sala inteira, perto desse abajur mágico havia alguns papéis e a sala ficava por isso mesmo. O lado direito da sala dava em um corredor que de um lado tinha um quarto o maior quarto no qual eu fui proibido de entrar, e do outro lado havia outro quarto que era meu e um banheiro. 

           Meu quarto era um pouco pequeno e muito simples só tinha um cama enorme e um guarda-roupas.

- Se quiser mais alguma coisa no seu quarto nós compramos assim que formos a Hiver e compramos junto com as suas roupas. - Loton sugere.

- Acho uma grande ideia! - respondo entusiasmado.

- Espero que cuide bem dele Loton. - meu pai diz o encarando.

- Sempre cuido dos meus aprendizes, Richard, não se preocupe com seu filho.

- Por que, pai? Você não vai ficar comigo nem depois da morte da minha mãe? - pergunto.

- Não posso, meu trabalho é muito importante.

- Mas do que seu filho. - entro no meu quarto e bato a porta.

- JACK! - ele grita.

- Deixa ele, logo ele vai entender o motivo do seu trabalho ser tão importante, mas por enquanto deixa ele superar o luto, não tá sendo fácil para ninguém, Lina era importante para todos nós. - Loton fala em seguida.

- Eu sei. - escuto seus passos saindo da casa.

           Fiquei agachado na porta, abraçando meus joelhos e me lamentando por minha mãe ter sido morta e meu pai continuar ausente como sempre.

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