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Lua Crescente: Academia dos Escolhidos

          Mahina é fascinante em cada centímetro, eu estava encantada, mas não deu para ver muitas coisas de lá, pois já estávamos em Printemps uma vila bem grande, muito grande mesmo, as ruas e as casas de pedras ficavam organizadas como em uma cidade, Printemps era uma mini cidade, mas segundo meu pai era uma das maiores vilas de Mahina, pois no alto de um relevo ficava o castelo do rei.

          Nosso destino estava um pouco longe das casas, mas ainda dentro das muralhas de Printemps, estava na Academia dos Escolhidos, que ficava um pouco afastada do castelo. Era um lugar cercado por um muro alto. Quando chegamos no portão um homem veio ao meu encontro.

- Senhorita Arsen, quem bom que chegou a tempo, só faltava você. - o homem sorri pra mim.

- Ah, oi. - fico sem jeito com tanta formalidade.

- Sou Adam e vou te guiar até se juntar com os outros. - ele novamente sorri pra mim.

- Obrigada. - sorrio.

- Vou indo, filha. Ligue pra sua mãe, apesar de não existir celular aqui, quem é de outra dimensão consegue se comunicar com a família, e me ligue, sempre vou te ver quando eu estiver em Mahina. - ele me abraça.

- Ok, mas vou ficar muito tempo fora, minha mãe vai estranhar.

- Não vai, nem vai perceber. - ele desfaz o abraço.

- Ok, pai. - dou um beijo na sua bochecha. 

- Estuda direito. Te amo, filha. - ele me dá um beijo na testa e se afasta pra ir embora.

- Também te amo, pai. - aceno pra ele enquanto ele se distanciava.

- Vamos, Srta. Arsen? Deixa que eu levo suas coisas ao seu quarto. - Adam disse assim que terminei minha despedida.

- Vamos, obrigada. - então ele pega minhas coisa e eu sigo ele. 

- Ali é os alojamentos. - ele aponta para três casas de tamanho mediano.

- E ali? - aponto para um lugar um pouco pequeno.

- Uma cozinha... Vocês farão suas refeições no salão principal na vila, mas caso perder a refeição ou querer algo diferente vocês podem cozinhar.

- Isso é bom. - começo a olhar tudo em volta.

- Ali é o campo de treinamento. - ele aponta para a área onde só consegui ver os alvos pois fica um pouco distante.

- E ali? - aponto para mais casinhas iguais a que vi na vila.

- Onde os professores ficam quando tem alunos, é mais seguro ficarem aqui, e ali é a sala de aula. - ele aponta para mais um lugar.

          Tudo lá era de pedra alguns lugares eram maiores que outros, mas não deu tempo de reparar em tudo, Adam estava me levando para a sala, porque pra variar eu estava atrasada. Quando chegamos a sala haviam seis pessoas sentadas em cadeiras que estava na frente do que na Terra se chamaria de balcão de concreto, mas lá eu acho que era mesa. Estava tudo indo muito bem até que eu a vejo, a única pessoa que atormenta minha vida, a minha prima Lucy.

- Oi, prima. - ela disse alegre quando me vê.

- Acho que você já tem uma amiga. - Adam sussurra.

- Tá mais pra inferno na minha vida. - dou um sorriso forçado.

- Senhor, eu trouxe a senhorita Cecília Arsen. - Adam me anuncia e quem não estava olhando desde que Lucy chamou a atenção pra mim agora estava.

- Mais uma Arsen? Mas é sempre uma Arsen para se atrasar. - um homem que aparentava tem entre 30 anos, moreno e que vestia uma espécie de farda com o brasão real veio até mim.

- Oi... - é só o que eu consegui responder, aquele homem era intimidador de mais.

- Sente-se antes que eu me lamente pela segunda vez o fato do pingente amar os Arsen. - ele aponta para o lugar ao lado de um garoto.

- Ok.  - vou para meu lugar e fico sem jeito quando sento perto do garoto.

- Agora que todos estão aqui, tá na hora de eu conhecer vocês e vocês me conhecerem, eu sou Albert o inferno da vida de vocês durante o tempo que for preciso... - ele solta um sorriso maligno. - Quem quer ser o primeiro a se apresentar?

- Eu. - Lucy ergue a mão.

- Bem, qual seu nome? - ele se aproxima e olha fixamente pra ela.

- Lucy Hall. - ela diz com orgulho na voz.

- Senhorita Hall, pelo que percebi no seu jeito você é uma filhinha de mamãe e aqui não aceitamos gente fraca.

- Não sou fraca, Albert. - ela diz ainda tentando acreditar no que ouviu.

- Não me chame de Albet, não somos amigos, aqui eu sou o Superior de vocês e é assim que quero ser chamado.

- Desculpe. - ela abaixa a cabeça.

- E você quem é? - ele se aproxima do garoto que estava do lado de Lucy.

- Jack Cooper. - o garoto responde parecendo não estar intimidado.

- Adolescente traumatizado e rebelde, vejo a raiva em seus olhos senhor Cooper. - ele se aproxima mais de Jack na tentativa de intimidá-lo.

- Tire suas próprias conclusões. - ele responde com um ar de sarcasmo.

- Audacioso, vamos ver até quando... - ele analisa a menina do seu lado. - Quem é você?

- Sou Jane Perry. - a garota tenta manter a serenidade.

- Tenta manter a pose de durona, mas no fundo é uma bebê chorona, não é verdade senhorita Perry? - ele a olha bem nos olhos para piorar ainda mais a situação.

- É... - ela abre a boca pra dizer algo e depois desiste.

- Tem nem coragem de dizer o que quer... - ele olha com um olhar de reprovação e passa para o próximo garoto. - Quem é você?

- Alan Taylor. - o garoto responde quase em um sussurro.

- Desculpe, mas sussurrando que nem mulherzinha eu não vou conseguir te ouvir. - o Superior provoca.

- ALAN TAYLOR. - ele quase grita dessa vez.

- Agora te escutei, mas pra mim ainda é mulherzinha, senhor Taylor! - ele olha para a garota do lado e se aproxima dela - Qual seu nome?

- Violet Martínez. - ela diz de cabeça baixa.

- Está com medo, senhorita Martínez? Pessoas frágeis e medrosas são péssimos soldados. - ele tenta um contato visual, mas ela continuava de cabeça baixa.

- Não, senhor. - ela diz demostrando medo na voz.

- Veremos... - ele se aproxima do garoto ao meu lado. - Como você se chama?

- Nick Collins. - o garoto responde tranquilamente.

- Um playbozinho, são a pior espécie, você também não acha, senhor Collins? - ele o encara, mas o garoto continua tranquilo.

- Pois é, ainda bem que não me encaixo nesse padrão. - ele diz sarcasticamente com um sorriso na cara.

- Logo você vai se arrepender de ser engraçadinho... - aí ele olhou pra mim.  - Qual seu nome?

- Cecília Arsen, você já sabe disso. - digo mantendo a calma.

- Cecília Arsen, como eu odeio os Arsens. - ele suspira.

- Desculpa, mas posso saber o motivo? - pergunto cautelosamente.

- Marcela Arsen, esse é o motivo. - ele me encara.

- Desculpa, Albert. Mas você nem me conhece e nem conhece ninguém aqui e já tira suas conclusões e nos intimida, devia nos conhecer antes que querer saber nossos pontos fracos. - me levanto do meu lugar.

- Olha como fala comigo...

- Olha como você fala com nós, não estamos no exército e você fica bancando a superioridade, o machão inabalável, isso que vejo de você, podia pelo menos ser educado e esconder o fato de que não nos suporta, não sei seu objetivo, mas nada se alcança assim. - vários olhares incrédulos se fixam em mim.

- Quem você pensa que é? - ele fica muito irritado.

- Cecília Arsen, alguém que você só sabe o nome e mesmo assim quer tirar conclusões.

- Você tá achando que tá no comando, senhorita Arsen? - ele bate as mãos na mesa.

- Acalme-se vocês dois por favor, o que está acontecendo aqui? - uma mulher alta, morena de belos olhos castanhos e cabelos cacheados entrou na sala.

- Nada Meg, é só uma Escolhida rebelde.

- Já tá tentando por medo neles? - a mulher olha seriamente para ele.

- Não exatamente. - ele tenta disfarçar.

- Você prometeu ser menos rígido, se isso chegar na diretora da Academia você está ferrado. - ela o repreende.

- Tem razão. - ele responde contrariado.

- Deixa comigo então e vai beber algo. - ela sorri pra ele.

- Ok. - ele sai da sala.

- Oi, pessoal. Sou Margareth, mas podem me chamar de Meg, vou ensinar a vocês tudo sobre o pingente, como pode ser usado, entre outras coisas. - ela sorri analisando cada um de nós.

- Eu tenho uma pergunta. - Lucy levanta a mão.

- Pergunte. - ela olha para Lucy.

- O que o Albert é?

- Responsável por vocês, ele é duro com vocês porque lá fora não vai ser fácil, ele pega os seus pontos fracos e os elimina para não haver falhas. - ela começa a andar pela sala.

- Duro? Ele é mal educado. - Lucy resmunga.

- É tudo pensando no bem de vocês. - ela sorri.

- Mas ele nem gosta de nós. - Violet reclama.

- Mas ele gosta de Mahina e se vocês foram chamados quer dizer que algo ruim que pode tirar a paz da magia vai acontecer. - ela suspira.

- Meg? - chamo ela.

- Fale.

- Qual é nossa verdadeira missão?

- Proteger o mundo mágico, os pingentes selecionam pessoas para isso, elas são mandadas pra missões especiais, tudo que for preciso para proteger nós, nenhuma dimensão está segura e sabendo disso o grande mago criou os pingentes que escolheram seus donos, mas isso tudo é coisa da primeira aula, hoje é só uma apresentação e o contrato.

- Contrato? - Violet pergunta surpresa.

- Sim, tem um contrato a ser selado com o pingente, assinando o contrato vocês podem fazer uso da magia fornecida por ele.

- Como é feito esse contrato? - Nick pergunta.

- Primeiro quem tem o pingente da lua levanta a mão. - eu, Violet, Nick e Jane levantamos as mãos - usem a ponta do pingente para cortar o polegar e deixe o sangue cair.

- É necessário fazer isso com sangue? - Violet pergunta.

- Sim, onde já se viu um contrato mágico não ser selado com sangue? Um de cada vez. - ela diz como se fosse normal para pessoas que não tinham conhecimento do mundo mágico.

- Eu começo então. - Violet toma a iniciativa, então ela pingou o sangue e uma luz  violeta saiu do pingente e seu cabelo automaticamente ficou da mesma cor até a luz parar de brilhar.

- O cabelo muda de cor com o uso da magia do pingente, suas cor tem significados que logo descobriram. - Meg tomou a frente antes de questionarmos.

- Eu agora. - Jane repete o mesmo procedimento e seu cabelo ficou lilás.

- Próximo. - Nick disse sorrindo e fez o mesmo liberando uma luz vermelha e cabelos da mesma cor.

- Sobrou eu. - Repito o mesmo é sinto como se o colar e eu fossemos um só, era uma sensação boa, ele emitiu uma forte luz e tanto a luz quando meu cabelo ficaram azul marinho.

- Agora os de Sol, um de cada vez façam o mesmo. - Meg disse.

- Vou primeiro. - Jack disse fazendo o contrato e ficando com o cabelo branco.

- Agora eu. - Lucy disse animadamente e seu cabelo ficou vermelho escuro.

- Último. - Alan disse repetindo o ato e ficando com o cabelo azul claro.

- Contrato feito,  então vocês tem uma semana para se adaptar ao ambiente novo, vejo vocês na primeira aula, todas as informações necessárias estarão na casa de vocês.

- Como sabemos que casa é a nossa? - Lucy pergunta.

- Vão estar com o nome de vocês na porta espero que se dêem bem, a divisão foi feita por sorteio, agora tenho uma reunião, até mais! - ela acenou e saiu.

          Então seguimos até às casas, os nomes estavam pregados na porta de madeira. Eu terei que dividir a casa número 1 com a Violet, a casa 2 ficou com Nick e Jack e a casa 3 que era um pouco maior ficou com Lucy, Jane e Alan.

           Quando eu e Violet entramos na casa ela estava imunda, mas suas paredes eram de pedras e o chão e o teto eram de madeira, meio estranho, mas ela tinha dois quartos, que tinham uma cama, um guarda-roupas, uma mesa com um tipo de abajur e uma janela

que tinha vista a um campo de flores. Havia um banheiro que pelo menos tinha banheira e um espelho grande. Uma sala onde tinha dois sofás, uma mesa no centro e nossas malas.

- Cecília, tem uma recado aqui. - Violet pega um papel em cima da mesa.

- Leia então.

- "Essa casa é o lar de vocês, então terão que cuidar, se quiserem quaisquer móveis é só irem na loja, vão ver que não precisam de mohans  para isso, não esqueçam de comprar roupas que melhor se encaixem em Mahina. Atenciosamente Academia de Escolhidos." - ela joga o papel no ar - Não estou acreditando nisso!

- Independência, mas vai ser divertido, vamos escolher os quartos e depois vemos isso, com qual quer ficar? - pego minhas coisas pronta para deixá-las no meu quarto.

- Os dois são iguais, mas vou ficar com aquele que é na frente do bainheiro. - ela pega as coisas dela e vai até ele.

- Sobrou o que fica na sala. - arrasto minhas coisas até ele.

- CECÍLIA? ELES FIZERAM O FAVOR DE DEIXAR OS INSTRUMENTOS PARA O TRABALHO ESCRAVO. - ela diz um pouco alto, as paredes era bem grossas.

- Então vamos pegar, limpar, comprar as coisas e depois comer. Que tal esse planejamento para o dia? - sugiro assim que entro no quarto dela.

- Acho uma boa ideia. - ela sorri e pega as coisas.

- Limpamos nossos respectivos quartos e depois dividimos o trabalho. - pego alguns instrumentos de tortura.

- Acho justo.

           Fizemos todo o trabalho dos quartos no mínimo de tempo possível. Fiquei imaginando como minha prima estava lidando com isso, pois como Albert disse ela era uma filhinha de mamãe, além de mimada ela passava dos limites de frescura, mas ela era linda, loira com um cabelo liso, tinha uma tonalidade chamativa de azul nos olhos e tinha um corpo todo moldado, alta, cintura fina... Tudo que eu claramente não tinha. Ela sempre implicou comigo, mas nunca entendi o motivo, uma hora eu simplesmente cansei das provocações dela e fiz o ódio ser recíproco.

          Quando íamos começar a limpar a sala ouvimos alguém batendo na porta e eu fui atender.

- Olá, Nick. - digo assim que o vejo.

- Olá, senhorita Arsen. - ele sorri.

- Pode me chamar de Cí, já que vamos ter que conviver juntos e termos uma amizade. - sorrio para ele e faço sinal pra ele entrar.

- Ok, Cí. - ele sorri de novo e entra.

- Oi, Nick. - Violet o cumprimenta.

- Prefere senhorita Martínez ou só Violet?

- Violet, estou cansada de formalidade.

- Se é assim que deseja, Vossa Alteza. - ele dá de ombros.

- Espera, você sabe? Como? - sua cara estava espantada.

- Princesa Violet de Puaponi, sou um amante de história dimensional. - ele sorri.

- Isso fica entre nós, quero ter uma vida sem ser chamada de Vossa Alteza o tempo todo. - ela suspira.

- Sem problemas, e você de onde é Cecília? - ela olha pra mim.

- Terra.

- O lugar sem magia? Incrível? Como sobrevivem lá? - ele fica boquiaberto.

- Existe um negócio chamado tecnologia lá. - me sento no sofá, pois não era tão já que a faxina ia continuar.

- E você Nick, de onde é? - Violet pergunta.

- Sonneria - ele se senta no outro sofá.

- Isso explica sua pele bronzeada. - ela senta ao lado dele.

- Pois é, a fama de lá é o calor. - ele tinha uma pele mais ou menos bronzeada, cabelos cacheados, castanhos claros e olhos da mesma tonalidade.

- Eu realmente estou viajando na conversa. - digo confusa.

- Olha, deve ser difícil não saber de nada do mundo mágico, deve está muito perdida, mas eu posso te emprestar meus livros que tem mais do que o básico. - Nick dá de ombro.

- Sério, Nick? Ajudaria muito, estou completamente perdida. - suspiro.

- Passa na minha casa depois que eu te empresto, mas eu vim aqui pra saber se esse negócio de limpar a casa é pegadinha.

- Parece ser bem sério, Cecília e eu já estamos quase terminando. - Violet disse.

- Eu não sair de Sonneria pra ser faxineira aqui. - Nick resmunga.

- Então Albert estava certo na parte do playbozinho. - Violet provoca.

- Não tá, mas nem sei o nome daquilo ali. - ele aponta para a vassoura que estava escorada na parede ao lado.

- O nome disso é vassoura, ela serve para varrer, quando você a coloca no chão e começa a puxar a sujeira você está varrendo. - explico.

- Obrigada, professora. Acho que vou ensinar o mesmo para o Jack. - ele se levanta.

- Estão se dando bem? - Violet pergunta.

- Um pouco, ele é muito caladão, fica lendo um livro o tempo inteiro e até agora trocamos poucas palavras. - ele caminha para a porta.

- Logo vocês acostumam com a presença um do outro.

- Ou não, Cecília passa lá depois para pegar os livros. - ele abre a porta.

- Ok, obrigada. - digo sorrindo.

- Sem problemas, tchau meninas. - ele se despede e vai embora antes de receber uma despedida.

- Espontâneo ele, né? - Violet se levanta e pega a vassoura para voltar ao trabalho.

- Ele não tá nem aí, tá levando tudo na diversão.

- E isso te incomoda? - ela franze o cenho.

- Um pouco, pode dificultar com algo em grupo. - levanto para ajudá-la.

- Relaxa, divirta-se por enquanto. - ela dá de ombros.

- Vou tentar.

          Então limpamos tudo, fomos para a cidade, onde compramos alguns móveis, uns itens de decorações, mas o que não podia faltar era a estante para meus livros que ficou ótima no meu quarto. A loja era que nem todos os locais de lá que parecia ter um padrão, só que era enorme, cheio de móveis de madeira. Mas o que surpreendeu foi na hora de pagar, parece que ser um Escolhido traz vantagens, quando fomos pagar a mulher teve quase um infarto quando viu os nossos pingentes pendurados nos nossos colares. Disse que Escolhidos não precisavam pagar nada, que éramos heróis e não quis soltar as minhas mãos. Não achei nada justo, afinal não éramos nada de especial, deveríamos pagar como todo mundo, mas não tinha nem discussão.

- Nossa, eu não sabia que seríamos tratadas como celebridades. - Violet diz assim que saímos da loja.

- Nem eu, mas essa atenção demais me dá medo. - rio.

- Pois é, assustador não ter que pagar por nada. - ela ri junto comigo.

           Então fomos comprar roupas que não chamasse atenção, como as nossas chamavam, por incrível que pareça não tinha só vestidos, mas tinha calças, e camisetas, nada de short pois como a vendedora disse era considerado indecente, pelo menos não encontraríamos homens sem camiseta e de peito peludo nas ruas. Mahina com certeza era um mistura louca de épocas, era o novo misturado ao velho e era isso que eu mais gostava lá.

- Não estou sentindo meus braços. - Violet diz soltando as sacolas com as roupas no chão.

- Finalmente chegamos em casa. - suspiro aliviada, soltando as sacolas.

- Estou com fome. - ela resmunga.

- Segundo as informações deixadas o jantar acontece às 19h00 no salão e segundo nosso relógio onde os números estão em algarismos romanos agora são 17h30.

- Muito tempo ainda, vou tirar um cochilo. - ela boceja.

- Ok, vou lá  pegar os livros com o Nick.

- Tá bom, só não faz barulho. - ela se dirige para seu quarto.

          Fui até a casa 2, estava ansiosa para entender como as coisas funcionavam lá, então fui o mais rápido que pude. Quando cheguei lá bati na porta três vezes, quando eu ia dar a quarta batida a porta abriu.

- Oi. - Jack diz assim que abra a porta.

- Olá. - sorrio.

- Cecília, não é?

- Sim, e você é o Jack certo? - pergunto mesmo sabendo a resposta.

- Sim, o Nick disse que viria pegar os livros, então entre ele deixou separado em cima da mesa. - ele dá passagem.

- Obrigada! - entro e me deparo com uma pilha com 10 livros muito grossos.

- Você é da Terra né? - ele perguntou.

- Sim, como sabe?

- Para precisar desses livros é porque está perdida, e os únicos que ficam perdidos são os terráqueos. - ele solta um sorriso descontraído.

- Sim, muito perdida. - suspiro.

- Não vai ser difícil se acostumar, todas as dimensões seguem um padrão e com a Terra não é diferente. - ele se aproxima de mim.

- Vou conferir esse padrão. - sorrio.

- Quer ajuda para levar essa pilha? - ele percebe minha cara de quem não estava afim de fazer força física.

- Sim, adoraria. - sorrio pegando quatro livros que era o que eu conseguia.

- Disponha. - ele pega o restante dos livros e me ajuda levá-los.

- São muito pesados! - deixo eles em cima da mesa na sala.

- Pois é, vocês vão jantar no salão hoje? - ele coloca a pilha dele ao lado da minha.

- Sim.

- Então te vejo lá. Até mais, Cecília. - ele se despede indo para a porta.

- Até, Jack. - o vejo saindo.

- Ele é lindo, você não acha? - Violet pergunta saindo do quarto.

- Você não estava dormindo? - reviro os olhos.

- Sono leve. - ela ri.

- Estou ferrada, mas respondendo a sua pergunta, não reparei nada demais.

- Ok, você não reparou naquele lindos cabelos pretos todo bagunçado, ou naqueles olhos penetrantes, ou naquele sorriso suave, nem mesmo no estilo dele? - ela pergunta tentando achar alguma expressão no meu rosto que me entregue.

- Não, acho ele um garoto normal. - dou de ombros sem me entregar.

- Cecília, você não é normal, ele é tão lindo quanto o Nick, e você nem repara nele? - ela revira os olhos.

- Não estou aqui para reparar Violet. - pego alguns dos livros e levo pro meu quarto na tentativa de escapar do assunto.

- Não acredito, você tá tentando disfarçar.

- Não... - na verdade eu estava. - Quer ver? Eu reparei só agora que você também tem cabelos pretos que fica ondulados nas pontas, que seus olhos são verdes e que se você for mais branca você some.

- Reparou que a Jane tem a pela morena, o cabelo cacheado e os olhos a são bem escuros? Ou que o Alan é loiro e tem os olhos azuis?

- Na Jane sim, no Alan não. - pego mais um pouco dos livros e levo ao me quarto, mas minha estratégia não funciona, Violet continua me importunando.

- Aí está o problema, você está evitando de reparar nos garotos ou tá querendo negar que achou eles lindos.

- Nada disso, eu só não estou com cabeça para reparar em nada. - com certeza era a segunda opção, não tinha como dizer que eles não eram bonitos.

- Mas você reparou que o Jack gostou de você? - ela insinua.

- Que??? - dessa vez ela conseguiu.

- Parece que ele gosta de você...

- Parando aí mesmo, de onde você tirou isso?

- Bem, antes de você chegar ele estava quietão, não falava com ninguém, nem mesmo com aquela menina esquisita que te cumprimentou e que estava enchendo o saco dele tagarelando sem parar, aí quando você chegou ele reparou muito em você e eu acho que você é a pessoa que mais falou com ele, até mais que o Nick. - ela solta um sorriso de quem estava conseguindo me abalar.

- É a cara da Lucy isso. - reviro os olhos.

- Vai negar que ele gosta de você?

- Eu não sei é de nada, não vi nada incomum. - pego um livro e começo a ler para ver se minha segunda estratégia da certo.

- Ok, veremos isso no jantar. - ela desiste por enquanto e sai do quarto.

          Violet com certeza era doida, apesar de ter reparado que realmente eles são lindos e tudo mais, eu achava que a parte do Jack gostava de mim era exagero, não via nada de incomum naquilo, só uma pessoa tentando ser legal.

          Deparei-me com um tremendo livro sobre Mahina, então fui lendo cuidadosamente, tinha todos os dados sobre Mahina e dizia que Mahina era a primeira dimensão já existente, era dela que saiu todas as outras dimensões, realmente tinha um padrão, os dias da semana, os meses, as horas era tudo igual com a diferença que um dia em casa mês era noite, o sol e lua deles eram diferentes, eram um só. Quando estava dia o sol estava lá depois a lua ia o escurecendo até que ficava de noite, segundo a lenda isso acontece quando a lua fica brava com o sol, não o deixando aparecer, mas era impossível saber qual dia seria, mas todo mês acontece. Parecia que o tempo em Mahina corria mais rápido também, pelo menos o tempo, mas a evolução era bem lenta.

          Quando eu ia começar a parte de animais a Violet me tirou a concentração com sua cantoria de que estava prestes a achar ouro, ou melhor esmeralda era o que mais valia em Mahina. Então como eu não me concentrava mais eu decidir saber mais sobre Mahina através dela.

- Ei, Violet? - vou até o quarto dela onde ela estava pra lá e pra cá se arrumando.

- Sim? - ela para por um momento e me encara.

- Como funciona o dinheiro aqui em Mahina? - sento na sua cama.

- Olha, aqui eles tem o mohan que é tipo uma moeda com a cara do rei de um lado e o valor de outro. - ela se senta junto comigo.

- Igual na Terra em tempos passados, mas de que material é feito?

- Depende, tem 5 e 10 mohan, 5 é o valor mais baixo e é feito de ouro, mas também tem 50 e 100 mohan que é feito de prata.

- Por que a prata vale mais? - pergunto confusa.

- É mais fácil se ver ouro do que prata aqui em Mahina, entendeu?

- Acho que sim, e enquanto ao idioma, todas as dimensões tem suas línguas como eu estou entendo o que estão falando? Ou como estou entendendo o que estou lendo?

- Por causa do pingente, existe vários objetos que traduzem e até mesmo transmitem na outra língua o que você quer dizer, tudo é traduzido automaticamente, exceto as palavras que não existem no seu idioma.

- Muito útil isso. - levanto da cama e olho pela janela.

- O que está tentando ver?

- A mudança de sol pra lua que está acontecendo exatamente agora. - o sol estava escurecendo e a lua estava assumindo sua forma minguante, eram mesmo um só, não demorou muito para ficar tudo escuro.

- É lindo né? Tem dimensão que nem existe a lua, fica escuro com o desaparecimento do sol e tem dimensão quem nem sol tem... Tudo é tão mágico. - ela suspira e solta um sorriso.

- Acho que vou adorar conhecer as outras dimensões. - me afasto da janela.

- Ok, mas por hora você vai conhecer o salão e nem tá arrumada. - Violet disse.

- Esqueci completamente do jantar. - me apavoro e corro para me arrumar.

           Depois de tanto pensar, decidir ir parecida com algumas meninas que vi na vila, já ia chamar muito atenção e apesar de querer ir com minhas roupas costumeiras, eu não estava afim de ser um outdoor. Puis um vestido simples, um pouco pra baixo do joelho que não tinha estampa nenhuma para chamar atenção e era de um azul marinho bem sutil, perfeito para tentar passar despercebida, puis uma sandália pois aqui o tênis que estou acostumada a usar ainda não havia chegado, diferente do vestido que eu havia comprado a sandália eu havia trazido da Terra, mas não se diferenciava muito das sandália usadas em Mahina, as sandálias pretas foram presentes da minha mãe que até agora deve tá esperando minha ligação, mas não faria muita diferença já que o tempo em Mahina é mais rápido. Fiz uma trança lateral meio desajeitada, mas eu estava sem tempo para fazer algo melhor e meu cabelo não havia acordado de bem comigo para deixá-lo solto.

- Como estou? Quero causar uma boa impressão. - Violet pergunta ansiosa assim que eu saio do meu quarto já arrumada.

- Está linda. - ela estava com uma camiseta violeta, um jeans escuro, pois lá havia chegado os jeans, estava com uma sapatilha que por algum motivo eu via que combinava com o que ela estava vestindo.

- Obrigada, acho que o pingente influência até nas cores das nossas roupas, você se arrumou rápido, mas mesmo assim  ficou linda. - ela ri.

- Obrigada, também acho que influencia, azul marinho sempre foi minha cor favorita, mas parece que o violeta é influência até no seu nome.

- Meu nome é muito influenciado porque Puaponi é dimensionalmente conhecida por suas belas flores violetas.

- Acho que vou pra lá. - saímos da casa e trancamos as portas.

- Senhorita Martínez e Senhorita Arsen, vim acompanhar vocês até o salão, seus colegas já estão lá. - Adam aparece no meio das sombras.

- Obrigada, Adam. - agradeço e seguimos ele.

O céu de lá parecia ter o dobro de estrelas que vemos na terra, era uma imensidão escura com vários pontinhos de luz, conforme fui andando eu percebi que não se via mais ninguém é que havia bolinhas flutuantes iluminando as ruas.

- Aqui estamos, tem uma mesa que é só de vocês. - ele diz assim que paramos na frente da imenso lugar, onde dava para sentir o cheiro da comida.

- Então vamos. - Violet disse e entramos.

           Passamos pelas pesadas portas de madeira e nos deparamos com um monte de pessoas sentadas em um monte de mesas espalhadas pelo lugar, foi difícil passar despercebidas, foi cochichos e olhares para lá e para cá, chegou a ser desconfortante, mas nossa mesa tinha que ser lá no final, mas era um pouco afastada das outras mesa. Eram duas mesas uma com quatro lugares onde nela já estavam o Jack e o Nick e outro com três lugares onde estava o Alan, a Jane e a Lucy.

- Aqui está a mesa de vocês, pessoas da casa 1 sentam com as da casa 2. - Adam diz assim que chegamos.

- Obrigada, Adam. - agradeço e me despeço dele sentindo olhares pesados em mim.

- Vocês estão lindas. - Nick nos elogia assim que sentamos.

- Obrigada. - sorrio.

- Muita gentileza sua. - Violet fica corada.

-Jack, não vai cumprimentar as meninas? - Nick cutuca ele que estava olhando para um mesa afastada de nós.

- Sim. Olá, Cecília e Violet? - ele pergunta com uma cara de quem estava tendo acertar o nome.

- Sim, olá. - Violet diz.

- Oi, Jack. - cumprimento em seguida.

- Desculpem minha indelicadeza, estava perdido nos meus pensamentos. - ele sorri amigavelmente.

- Sem problemas. - respondo.

- Cecília, atrasada como sempre. - Lucy provoca na mesa ao lado.

- Lucy, cuidando da vida dos outros como sempre. - repondo a sua provocação e ninguém nas duas mesas conseguiu segurar a  risada então ela ficou calada.

- O que vocês são? - Nick pergunta.

- Primas. - reviro os olhos.

- Que azar hein, sua prima não parece ser nem um pouco legal. - Violet a encara.

- Vocês são sempre assim? - Nick continua com o interrogatório.

- Só quando ela resolve provocar o que infelizmente não é muito raro, mas não tem como fazer nada a respeito.

- Parece até minha relação com a minha irmã. - Nick ri.

- Com a minha irmã mais velha é a mesma coisa, minha irmã do meio é a única com quem me dou bem. - Violet se entusiasma na conversa com Nick.

- Eu não tenho irmã, mas em compensação tenho minha prima. - digo olhando para ela que estava calada na outra mesa.

- E você Jack, tem alguém assim na sua vida? - Violet pergunta.

- Na verdade não. - seu olhar se esvazia.

- Sorte a sua. - Nick brinca enquanto Jack volta a se distrair com a outra mesa.

- Quem são aqueles caras fardados? - Violet pergunta sobre as pessoas das duas mesas para onde Jack tá olhando.

- Os de cinza são da Guarda Real, os de preto são Rastreadores do rei. - Jack responde.

- Rastreadores, já ouvi histórias das suas perseguições por criminosos fugitivos, são quase como heróis. - os olhos de Nick brilham ao vê-los.

- Então eles realmente são reais? Que legal. - Violet fica animada e não para de olhar.

- Isso é bem interessante. - digo olhando para eles e depois para a Guarda Real, onde vejo meu pai sentado junto, quando ele me vê ele acena e eu aceno de volta.

- Seu pai é da Guarda Real? - Nick pergunta ainda com brilho nos olhos.

- Sim, mas como sabe quem é meu pai? - olho para ele confusa.

- Você se parece com ele. - ele sorri e volta a olhar pro meu pai.

- Nunca achei que fossemos parecidos. - aquilo me pegou de surpresa, sempre achei que era mais parecida com minha vó do que com meus pais.

- O seu pai é da Guarda Real, o pai da Violet é alguém muito importante e o seu pai, Jack? - Nick o cutuca de novo.

- Rastreador aposentado. - seu olhar volta a se esvaziar.

- Acho que só meu pai tem uma profissão chata e que não é tão importante. - Nick suspira.

- O que seu pai faz? - pergunto.

- Dono de uma empresa que fabrica produtos para a pele, vende que nem água já que estamos em Sonneria. - ele sorri.

- Fiquei sabendo que em Sonneria é calor na maior parte do ano, verdade? - Violet pergunta.

- Sim, mas somos acostumados.

- Como funciona as estações aqui em Mahina? - pergunto.

- Tem naquele livro que emprestei, mas em resumo são bem definidas, 3 meses de primavera, 3 meses de verão 3 meses de outono e 3 meses de inverno, muito definido, no verão só faz calor e no inverno só neva. - Nick explica.

- Estou gostando cada vez mais daqui. - sorrio.

           Às19h00 em ponto o jantar começou a ser servido, então o falatório foi cessando. Eu estranhei muito quando no meu prato só tinha salada, o que para todos os outros parecia muito normal, deixou eu, Violet, Jane, Lucy e Alan boquiabertos.

- Como assim só salada?! - Lucy diz de uma maneira muito escandalosa assim que a moças que estavam nos servindo afastaram-se com o carrinho.

- Fala mais baixo, isso soa como um desrespeito. - Jack adverte ela.

- Aqui em Mahina não tem o consumo de carne, matar animais é proibido até porque aqui eles são mágicos, então eles são respeitados. - Nick explica calmamente antes que ela chame a atenção para nós.

- Mas as refeições são só verduras? - ela pergunta ainda encarando o prato.

- Não, o cardápio é definido entre verduras legumes, leguminosas e frutinhas ou doces na sobremesa.

- Mas porquê é assim? - dessa vez ela retira sua atenção do prato para encará-lo.

- Depois de muitas pesquisas chegou nessa conclusão, tanto que não tem muitas pessoas doentes aqui.

- Entendi. - então ela deixa de frescura e enfrenta o prato saudável.

- Você estudou tudo mesmo, hein?! - Violet comenta sobre todas as explicações que Nick deu até agora.

- Fazer o que se eu gosto? Vai ser difícil acostumar, em Sonneria vegetais são um pouco ignorados, comemos carne que compramos na Terra. - ele pega e toma coragem para provar a comida.

- Espera... Vocês compram carne da Terra? - digo surpresa.

- Todas as dimensões que comem carne fazem isso, nossos animais são mágicos os da Terra deixaram de ser, então onde mais pegar carne? - ele dá de ombros.

- Faz algum sentido. - penso um pouco e começo a comer a minha comida.

- Eu não estou acostumada, em Puaponi os vegetais são substituídos por flores comestíveis. - Violet diz sendo a única que ainda não pois a comida na boca.

- Puaponi a dimensão conhecida pelas suas flores, suas flores comestíveis são muito gostosas, mas tenta comer esse alface e repolho que você também vai gostar, até eu que como mais carne do que não sei o que estou gostando disso. Nick incentiva Violet a comer.

- Então tá bem. - ela pega e come e faz uma cara de quem não era fã, mas também não achou ruim.

- Jack está bem acostumado com a comida. - observo o fato dele já ter comido praticamente tudo sem se importar.

- É que eu sou de Mahina mesmo. - ela finaliza sua comida.

- De Printemps mesmo? - pergunto logo após a moça deixar os sucos na nossa mesa.

- Não, sou de Hiver é um pouco longe daqui. - ele olha rapidamente para aquela mesma mesa e volta seu olhar pra mim.

- Isso é muito legal, tipo estar adaptado a tudo. - dou um gole no suco que tinha gosto de manga, mas era um pouco mais adocicado dos que eu estava acostumada.

- Tem suas vantagens. - ele olha em volta procurando algo.

- Por que suco e não refrigerante? - Lucy resmunga novamente.

- Lucy, você não pode parar de reclamar um minuto que seja? Sempre reclama de tudo, se não gosto do suco não toma, mas também não espera te servirem um refrigerante só porque você tá reclamando. - digo já irritada com o fato da Lucy não está gostando de nada, Mahina era quase perfeita para mim.

- Ok senhorita " Implica com tudo o que eu falo" me diz, Cecília o porquê de você não ficar simplesmente quieta curtindo seu mundo mágico e deixar eu reclamar do que eu quiser? - ela me olha furiosa.

- Quando você parar de ser irritante e desrespeitosa eu penso no caso, é melhor você acostumar com o lugar onde você vai te que morar, acho que a fama você já se acostumou, né? Adora ser o centro das atenções. - reviro os olhos.

- Cuida da sua vida, Cecília. - ela bate com as mãos na mesa de madeira.

- Também penso nisso se você parar de reclamar de tudo.

- Ei Cecília, se acalma que a atenção tá toda voltada pra cá. - Jack pousa a sua mão na minha, se estica passando pela Violet e cochicha para mim, que em um impulso olho ao redor e vejo olhares curiosos para nós.

- Ok. - suspiro me acalmando e vejo Jane cochichando algo para Lucy que a faz ficar quieta.

- Já percebi que sua prima é irritante, mas tenta evitar as provocações dela. - Violet me aconselha.

- Vou tentar. - tomo um gole do meu suco.

          Depois disso Lucy não abriu mais a boca, ficamos jogando conversa fora, falando sobre nossas vidas e esperando a sobremesa ser servida. Enquanto todos comiam frutas, nós estávamos comendo bolo, simples com certeza, mas estava de bom tamanho, foi por cortesia da Academia.

           Descobri que o lugar ficava aberto até as 22h00 para que as pessoas pudessem se socializar e meu pai estava se socializando com os amigos dele dando altas risadas, ele não me disse nada, nem acenou depois, estava dando um espaço para que eu pudesse conhecer meus novos colegas sem causar constrangimentos.

- Gente eu já vou indo. - anuncio já cansada.

- Mas tão cedo? Ainda temos muito que nos conhecer. - Nick reclama da minha sonhada saída de lá.

- Fica mais um pouco, Cí. - Violet pede me olhando com uma cara de cão sem dono.

- Nem pensar, tenho pouco tempo para aprender tudo que preciso saber antes das aulas começarem, vou me enfiar nos livros que o Nick me emprestou. - sorrio me levantando da mesa.

- Se é assim, mas vai sozinha? - Nick pergunta.

- Eu acompanho ela, já dei meu dia como finalizado. - Jack se levanta.

- Então está mais segura, até amanhã, Cí! - Nick se despede com um aceno.

- Até! - digo sorrindo e saindo de lá.

           Mesmo depois de tudo aqui as poucas pessoas que ainda estavam lá continuavam me olhando com olhares curiosos enquanto eu passava pelo corredor com Jack do meu lado.

- O que está achando de Mahina? - Jack pergunta assim que saímos do salão.

- Fantástica, sempre foi meu sonho e acabou sendo real. - sorrio.

- Você já sabia da existência de Mahina? - ele pergunta depois de por as mãos nos bolsos da calça e focar seu olhar no céu.

- Minha vó contava histórias quando eu era criança e eu amava, mas depois que eu cresci achei que era só um conto de fadas e olha onde eu estou agora. - observo as estranhas bolas flutuantes que iluminavam a rua.

- Você ainda não viu lá pra fora. - ele aponta para fora dos muros.

- Estou esperando muito pra ver. - imagino o que mais teria lá.

- Eu posso te levar para um passeio amanhã se quiser. - ele olha para frente.

           Seu semblante me lembrava alguém, mas não conseguia achar na minha memória quem lembrava, eu analisei por segundos até que ele me tira da minha análise.

- O que você acha? - ele olha pra mim.

- Eu... - tento me lembrar da pergunta -  Acho ótimo! - respondo sorrindo.

- Pode ser de manhã?

-  Claro. - atravessamos os portões da Academia.

- Se precisar de algo é só me falar, deve ser assustador estar em um lugar diferente sem conhecer nada. 

- É sim, se eu precisar eu te procuro. - chegamos na frente da minha casa.

- Chegamos, então é isso até mais, Cecí. Posso te chamar assim? - ele pergunta sem jeito.

- Claro que pode, prefiro assim... Então até. - sorrio e fecho a porta.

- Até. - ele se vira para ir embora.

- Jack, espera! - interrompi seus passo.

- Que foi? - ele pergunta assustado.

- Por acaso já nos conhecemos? Você me parece muito familiar. - analiso seu rosto.

- Tenho certeza que não. - ele sorri.

- Então me desculpa. - fico sem graça.

- Sem problemas, até amanhã, Cecí. - ele sorri e vira de novo.

- Até. - despeço e fecho a porta.

           Entro em casa e aperto o botão do abajur que abriu e de lá saiu uma bolinha flutuante, igual as que eu vi nas ruas, mas era um pouco menor e iluminava todo o ambiente, sentei no sofá e então liguei para minha mãe e a chamada foi normal, sem chiados e nem nada. Ela não parou de fazer perguntas sobre o que eu estava achando de tudo, se eu estava me interessando... Tudo para saber se agora eu queria o futuro que ela queria para mim, então fui concordado, contando meias verdades até que uma amiga dela chegou e ela teve que desligar. Sempre serei grata as amigas da minha mãe por me tirar de diversas situações.

           Fiquei focada no livro por um bom tempo, até depois da Violet chegar e se jogar na cama murmurando algo que eu entendi como um boa noite.

           O cansaço me venceu, eu estava fechando os olhos aos poucos, então eu fechei o livro e me joguei na cama, mas antes eu peguei o livro que minha vó me deu, como estava conectado comigo eu sempre sabia a hora de ler.

           Se está aqui é porque está no final do seu primeiro dia em Mahina, já deve ter feito o contrato e conhecido o Albert, e assim provavelmente quis matar ele, mas vai por mim, não vai adiantar muito já que ele é imortal... Tenho dó da Meg até hoje por ter que aturar ele para sempre. Posso chutar que sua cor é azul marinho, desde que criança foi sua cor favorita e eu tive certeza quando você apareceu com aquela mecha do cabelo pintada da mesma cor.

Sei que deve ter achado meio esquisito a falta de carne, mas você vai ver o quanto a falta dela faz bem, confesso que muitas vezes eu também senti saudades, afinal não tinha como fazer eu parar de gostar da comida da Terra.

Espero que já tenha feito amizades com seus colegas, eles serão muito importantes e a amizade é fundamental.

Assim que der faça um passeio por Mahina você vai adorar os animais e acho que vai até querer um Licorne para você.

Boa sorte nos seus próximos dias!

          Então eu fechei os olhos e dormi ansiosa pelo passeio de amanhã e por tudo que eu conheceria de Mahina.

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