Depois de um mês muita coisa mudou, minha rotina na qual eu dormia na minha casa na Terra para poder continuar estudando na escola, às tardes o Loton me buscava e eu passava o resto do dia terrestre em Mahina, isso equivalia a uma semana, enquanto eu estava por lá, eu estudava e aprendia encantamentos e fui desenvolvendo meu corpo para a magia, demorei esse mês inteiro para desenvolver a Visão Absoluta, nesse momento eu estava no corredor da escola foi quando eu vi uma Herecorn passando correndo, era uma animal de Mahina, seu nome verdadeiro é Licorne, mas eu gostava de apelida-los . A Licorne ou Harecorn era uma lebre com um chifre semelhante ao que nos vemos nas várias imagens de unicórnios.
Fiquei assustado e feliz por ter conseguido, contei para o Loton assim que o vi me esperando no portal.
- Então você finalmente conseguiu a Visão Absoluta? - ele pergunta assim que atravessamos o portal.
- Sim, não é legal?
- É muito, mas tem muitos mais animais para você conhecer aqui, o Licorne e os outros que você já viu só é o começo.
- Estou ansioso.
- Mas lembre, a Visão Absoluta não serve só para ver o que está escondido dos outros olhos, logo você vai descobrir suas outras utilidades.
- Mas porquê animais mahianos ficam escondidos dos olhos dos outros da Terra?
- Não são só animais mahianos, há animais de várias outras dimensões, principalmente de Puaponi, a fauna e flora de lá são vastas.
- Sim, mas porquê ninguém vê eles?
- Porque lá na Terra ninguém mais acredita em magia, havia um tempo que sim, até eles criarem as religiões onde buscavam explicações para tudo que era mágico, logo depois para os menos crentes em magia criaram a ciência. - ele me conta durante nossa caminhada.
- Sério?
- Sim, alguns deles até se camuflam como animais terráqueos que mais se aproximam com a forma verdadeira deles.
- Isso é muito legal, mas como eles passam de dimensões?
- São poucos que passam por portais principalmente se for um portal entre Mahina e a Terra, que são os animais, os Escolhidos e pessoas que tem permissão, eu sou uma das pessoas que tem permissão e aquele portal é só meu, só eu, você e seu pai temos conhecimento dele.
- E quem tem algum parente daqui ou de lá?
- Essas pessoas tem permissão especial por terem parentes, e eles podem encontrar um único portal na Terra que podem passar, mas só vê o portal quem tem permissão.
- Entendi, e quem são os Escolhidos?
- Em resumo são heróis escolhidos de tempos em tempos.
- Heróis? Soa maneiro.
- Mas chega de conversa porque você tem muito o que treinar. - ele diz assim que chegamos na cabana.
Durante 7 anos Loton me levou para várias dimensões onde eu fui conhecendo vários animais, vários lugares, os climas, as pessoas, as coisas diferentes de dimensões para dimensões, foram anos de estudos. Loton me ensinava de tudo um pouco, desde história interdimensional e até mesmo biologia de seres mágicos.
Com 10 anos eu já consegui ler e entender tudo que estava no livros e já sabia todas as magias fáceis e algumas médias.
Quando eu tinha 14 anos ele me apresentou os perigos de cada dimensão, e até os perigos das criaturas mágicas. Foi então que em certo dia Loton me levou ao quarto dele no qual eu era proibido de entrar, ele abriu uma porta que tinha no seu quarto que dava entrada pra um cômodo cheio de armas.
- Você nem sempre vai poder contar com magia, então é melhor te ensinar a se defender com armas.
- Uau, elas todas são suas? - dou uma volta pelo cômodo observando atentamente cada uma delas.
- Sim, mas quando você terminar seu treinamento você vai ter seu próprio arsenal.
- Mas acha que já estou pronto para isso?
- Quanto mais cedo o treinamento, mas forte você fica.
- Eu posso escolher qualquer uma?
- Hoje você vai aprender a lutar com espada, espadas são sempre necessárias.
- E qual dessas cinco espadas eu posso pegar? - aponto para as espadas penduradas na parede.
- Você escolhe.
- Então eu quero essa! - apontei para uma espada que tinha a empunhadura de couro de um vermelho um pouco escuro, tinha um rubi incrustado no meio entre a empunhadura e a lâmina comprida e fina, seu pomo tinha um formato de sol.
- Boa escolha, era a preferida do seu pai.
Fiquei uma semana para aprender o básico, depois disso passei um bom tempo treinando com bonecos, só depois disso que o Loton pegou uma espada e começou a lutar comigo, e nisso já havia se passado três meses do meu treinamento.
- Você aprende rápido. - disse ele um dia no final do nosso treinamento.
- Como está meu desempenho? - seco o suor que descia pelo meu rosto.
- Ótimo, está mais forte do que quando eu te encontrei um tempo atrás, você transformou toda sua raiva pela morte da sua mãe em determinação, você parece muito com ela. - ele pousa uma de suas mãos no meu ombro.
- É o que todos dizem.
- Acho que você teve um trabalho duro para ensinar ele, Loton. - meu pai surge atrás de nós.
- Ele foi um dos meus melhores aprendizes, ele tem um talento especial.
- Oi, pai. - digo feliz em vê-lo.
- Oi, filho. Então é verdade que você já tá ficando melhor que o Loton na espada?
- Lute comigo e tire suas conclusões. - digo destemidamente.
- Então vamos lá. - ele pega a espada do Loton e me estende a mão.
- Você vai perder. - digo segurando a mão dele como suporte para levantar.
Lutamos, de três vezes eu ganhei duas, meu pai era tão bom quanto eu, e quando anoiteceu entramos na cabana para jantar. Quando estávamos na mesa eu fico integrado com uma coisa e decido perguntar.
- Por que você demorou tanto tempo para voltar?
- Tive muitos problemas com o trabalho.
- Até agora você não me contou no que trabalha, sei que é algo relacionado com o rei William, mas o que você exatamente faz?
- Eu... - ele suspira - Caço pessoas perigosas, do tipo assassinos, psicopatas e ladrões de um nível superior que a Guarda Real que não consegue lidar.
- Esse tempo todo eu achei que você fosse um soldado da Guarda. - fico surpreso.
- É um trabalho difícil, principalmente quando o criminoso resolve fugir por dimensões.
- Mas como pessoas como vocês são chamadas?
- Rastreadores do rei. - ele dá um gole na sua bebida.
- Por que nunca me contou a verdade?
- Você era uma criança, nem conhecia Mahina, não queria que ficasse confuso e com medo, era para você ter uma vida normal, meu trabalho traz perigo para as pessoas próximas a mim, depois que sua mãe morreu não tinha mais jeito de você ter uma vida normal, é por causa desse perigo Loton te treina. - ele suspira.
- Ter um pai ausente não é ter uma vida normal. - digo ironicamente.
- Foi para a proteção de vocês.
- Do que não adiantou de nada porque minha mãe está morta mesmo assim.
- Pare de me acusar, eu fiz o melhor que pude principalmente indo atrás dos culpados.
- Pelos menos capturou eles? - digo irritado.
- Infelizmente não, tem algo a mais envolvido nisso. - ele suspira.
- Tipo o que? - pergunto secamente.
- Uma vingança que não está envolvida comigo.
- Por que seria uma vingança contra minha mãe?
- Mais para frente você vai saber da verdade.
- Para variar, sempre sou o último a saber da minha própria vida, e agora até mesmo da morte da minha mãe. - levanto furioso da mesa.
- Quanto menos você souber mais seguro você está. - ele olha fixamente para mim.
- Mentir para mim é me manter seguro? - rio sarcasticamente.
- Jack, sua vida está em perigo o tempo todo, você não tem mais idade para bater a porta do seu quarto na minha cara e dá uma de irritadinho. - ele diz com a voz firme.
- Então eu não posso ficar irritado por meu pai ser ausente e ainda esconder coisas de mim?
- Sua vida é mais importante que sua curiosidade ou seu sentimento de abandono, então ao invés de fazer perguntas que eu não posso responder trate de focar no seu treinamento para que se algum dia acontecer algo com você possa se defender.
- Vou treinar sem saber os outros motivos que eu teria que me defender.
- Quer outro motivo? Um dia nem eu e nem o Loton vamos estar perto de você, não estaremos para sempre do seu lado. - ele se levanta da mesa e fala com uma voz firme.
- Eu sei, mas eu tenho direito de saber a verdade. - recuo.
- Você tem, mas não agora, é mais complicado do que você pensa. - ele se acalma e volta a se sentar.
Continuamos o jantar em silêncio, no fim das contas ele estava certo em partes, mas isso não justificava ele esconder as coisas de mim, era perigoso ser parte da família de um Rastreador, eu sabia, mas isso não explicava totalmente o que havia acontecido com a minha mãe, e desde a morte dela eu ficava me perguntando porque haviam feito aquilo com ela.
O dia estava correndo normalmente, mas tinha o terrível fato de que era meu aniversário, estava torcendo para nem meu pai e nem Loton lembrassem, odiava receber felicitações até porque nenhuma era da minha mãe, e já fazia 10 anos que eu não recebia mais os parabéns da única pessoa com a qual eu queria receber, lembro-me claramente da ótima vez. Sábado às 7h00, estava frio, o cheiro de chocolate invadia meu quarto, sua cantoria na cozinha invadia meus ouvidos, minha cama estava aconchegante eu eu não queria levanta.- Bom dia, meu príncipe. - ela acaricia meus cabelos.- Eu quero dormi, hoje é sábado. - resmungo.- Não é um sábado qualquer, é seu aniversário.- É mesmo, o que t
Desde que aquele velório aconteceu eu sentia que meu pai escondia alguma coisa de nós, tentei perguntar diversas vezes, mas ele não contava nada, dava desculpas esfarrapadas ou simplesmente mudava de assunto, então eu resolvi deixar quieto, mas teve um momento que isso não dava mais certo.- Cí, onde você comprou esse colar? - Katherine perguntou assim que acabou a aula.- Minha vó que me deu. - digo sorrindo.Eu sei que não devia dizer nada para ninguém, mas Kath era de confiança e saberia se eu mentisse.- É realmente muito lindo, nunca vi um igual a esse. - ela disse recolhendo suas coisas.- Nem eu, vamos? - peguei minha mochila e já fui saindo da sala.- Sim. - ela pegou sua mochila e me seguiu.- Tem provas amanhã, né? - perguntei enquanto desviava das pessoas que estavam passando pelo
Já havia se passado alguns dias desde que fui condenado a ser um Escolhido, mas não tinha nenhum chamado ainda então eu torcia pra não ter nenhum, especialmente porque eu ainda queria ser um Rastreador, mas não tinha como brigar ou argumentar contra isso, eu já achava que as coisas estavam virando de cabeça pra baixo, mas tudo sempre piora. Eu estava passeando com Lock meu Wilk de estimação. Wilks são espécies de lobos gigantes, não era só a altura que os faziam diferentes dos lobos da Terra, mas também o fato de existir de diferente cores e poderem falar. Lock era meu companheiro fiel e meu meio de locomoção, ele era mais rápido e mais resistente que um cavalo da Terra. Eu tinha ido a Hiver comprar algumas coisas que Loton pediu e quando eu estava
Mahina é fascinante em cada centímetro, eu estava encantada, mas não deu para ver muitas coisas de lá, pois já estávamos em Printemps uma vila bem grande, muito grande mesmo, as ruas e as casas de pedras ficavam organizadas como em uma cidade, Printemps era uma mini cidade, mas segundo meu pai era uma das maiores vilas de Mahina, pois no alto de um relevo ficava o castelo do rei. Nosso destino estava um pouco longe das casas, mas ainda dentro das muralhas de Printemps, estava na Academia dos Escolhidos, que ficava um pouco afastada do castelo. Era um lugar cercado por um muro alto. Quando chegamos no portão um homem veio ao meu encontro.- Senhorita Arsen, quem bom que chegou a tempo, só faltava você. - o homem sorri pra mim.- Ah, oi. - fico sem jeito com tanta formalidade.- Sou Adam e vou te guiar até se juntar com
Eu tinha caído em um sono profundo, estava dormindo que nem uma pedra, foi um sacrifício para a Violet me acordar.- CECÍLIA, ACORDAAAAA! - ela chacoalhava de um lado para o outro, mas eu ainda estava meio inconsciente. - Seu pretende está ai, o Jack está te esperando!- O que? - acordei rapidinho com aquilo.- Falou do pretendente e você acordou. - ela ri.- Não tem nenhum pretende. - reviro os olhos.- Então o Jack que você jura que não é seu pretendente, mas eu sei que é, está te esperando lá fora.- Oh não, o passeio com ele... Já estou atrasada para variar. - bati com minha mão na testa.- Um passeio com o Jack? - ela insinua de novo.- Ele só vai me mostrar o lugar fora de Printemps. - me levanto para me arrumar.- Ele te trouxe ontem, falou mais com você do que com qualquer um e agora t
Eu estava odiando cada segundo naquela sala, havia eu e mais cinco pessoas lá, apesar de ter chegado em Printemps junto com a garota dos cabelos ruivos, ela ainda não tinha chegado, soube de cara que ela era uma Escolhida assim que atravessou o portal.Assim que chegamos na entrada de Printemps Loton percebeu a garota.- Olha lá se não é a menina do velório. - ele disse.- É por isso que estavam olhando pra ela? Por ser uma Escolhida? - pergunto pra ele.- Eu e seu pai suspeitamos que fosse. - ele ri.- Por que? - pergunto confuso, não tinha como saber de cara.- Ela é idêntica a vó dela, a última Escolhida.- Como tem tanta certeza que a vó dela é a última Escolhida?- Por causa do pai dela, aquele é o Rodrigo o melhor guarda da Guarda Real, ele é filho da Marcela a última Escolhida.- Agora faz s
Se passaram alguns dias desde o meu passeio com o Jack, não falei mais com ele, na hora das refeições ele não falava quase nada, acho que ele voltou pro seu isolamento, devia ter sido difícil pro Jack, uma vez eu senti o que era perder alguém e me tranquei no meu próprio mundinho, para não conhecer pessoas e para não perder elas, claro que o vagabundo do Simón ainda está vivo, mas foi uma sensação de perda muito grande, quem terminou o namoro fui eu, mas eu tinha perdido ele quando ele perdeu o pai, ele se tornou outra pessoa, um babaca, eu não podia culpar ele, eu não sabia direito o que era ter um ente querido morto, fui saber a sensação quando minha vó morreu. Simón culpou o mundo pela morte do pai, começou a se drogar e a me tratar mal, até que ele me traiu, na minha frente, meu coração nunca mais foi o mesmo, ele at&eac
Cecília era surpreendente, apesar de eu ter me isolado para não mete-la em toda a minha confusão, ela bateu na porta da minha casa em pleno sábado.Depois do nosso último passeio eu evitava ficar perto dela, então eu ficava em casa, na maioria das vezes no meu quarto para evitar olhar pra cara do Nick que conseguia me tirar do sério, mas no sábado ela estava lá na porta da minha casa, ouvi sua voz falando com Nick e de imediato eu sai do quarto, quando entrei na sala o Nick estava com uma cara de decepção.- Cecília tá aí pra te ver. - ele diz com uma voz de desgosto.Passei por ele, minhas mãos tremeram um pouco antes que eu conseguisse abrir a porta, eu estava nervoso.Eu fiquei surpreso quando ela disse que queria ver um Fluoreszierend, ela tinha realmente estudado muito e como eu gostava da companhia dela eu aceitei levá-la.Quando ch