O dia estava correndo normalmente, mas tinha o terrível fato de que era meu aniversário, estava torcendo para nem meu pai e nem Loton lembrassem, odiava receber felicitações até porque nenhuma era da minha mãe, e já fazia 10 anos que eu não recebia mais os parabéns da única pessoa com a qual eu queria receber, lembro-me claramente da ótima vez.
Sábado às 7h00, estava frio, o cheiro de chocolate invadia meu quarto, sua cantoria na cozinha invadia meus ouvidos, minha cama estava aconchegante eu eu não queria levanta.
- Bom dia, meu príncipe. - ela acaricia meus cabelos.
- Eu quero dormi, hoje é sábado. - resmungo.
- Não é um sábado qualquer, é seu aniversário.
- É mesmo, o que temos pra hoje? - levanto em um pulo.
- Por enquanto tem biscoitos te esperando lá embaixo, só para você.
- E o que mais?
- O dia está cheio de surpresas, feliz aniversário, Jack. Sua mãe te ama muito! - ela me abraçou e eu senti seu doce cheiro.
Todo aniversário eu me lembrava desse dia e agradecia os parabéns dela mentalmente, mas nunca mais foi a mesma coisa.
Loton estava lá pontual como sempre, estava me esperando para irmos para Mahina, a essa altura eu sentia que Mahina era mais minha casa que a Terra.
- Não pense que porque é seu aniversário que vou pegar leve no seu treinamento. - ele diz assim que me aproximo.
- Mal posso esperar pelo treino especial de aniversário. - digo sarcasticamente.
- Pode ter certeza de que vou pegar pesado. - ele abre o portal.
- Por que o portal não pode ser perto da sua casa? - pergunto assim que ele atravessa.
- Também quero uma resposta pra isso.
- O que vou ter que fazer hoje?
- Magia em campo.
- Mas e aquele papo de que não se pode confiar na magia o tempo todo? - interrompi meus passos.
- Você também não vai poder contar com armas o tempo todo.
- Não pensei por esse lado. - volto a caminhada e alcanço ele.
- Então acho bom começar a pensar.
Fomos até o campo de treinamento onde minha missão era acertar os alvos usando magia o que não estava sendo fácil.
- Jack, a magia não é só um instrumento, a magia faz parte de você é uma parte do seu corpo. - Loton diz depois do meu décimo erro.
- Fácil falar quando não é você que tá tendo acertar alvos que não param no lugar. - digo sarcasticamente.
- Respire e se concentre, deixa fluir, é fácil quando tem um encantamento para decorar e repetir, mas é difícil quando seu corpo é sua arma.
- Respirar e concentrar. - murmurei.
- É isso mesmo, Jack. Se concentre.
- Última tentativa. - digo mirando e acertando o alvo que vinha voando em minha direção.
- Até que enfim. - ele disse batendo palmas três vezes.
- Mas isso custou o dia todo, já tá escurecendo.
- Ótimo, hoje você vai jantar aqui.
- Não tem necessidade.
- Não é um convite é uma ordem. - ele diz e volta para a cabana.
Guardei as coisas e fui para a cabana em seguida, me preparei para o jantar que eu nem sabia que teria até eu ser obrigado a participar. Quando voltei para a sala meu pai estava lá.
- Poxa, John... Vejo que pegou pesado com meu filho. - ele diz assim que me vê.
- Nem tanto.
- Oi, pai. - me junto a eles no sofá.
- Feliz aniversário, filho! - ele me abraça.
- Obrigado.
Fomos para a mesa que o Loton colocou em um canto da sala assim que me mudei para lá, antes ele não precisava de um cozinha, pois comia no refeitório na aldeia de Hiver, mas com a minha presença ele teve que fazer modificações, menos em relação a comida, já que não era ele quem fazia.
- Jack, tenho uma coisa para você. - Loton pousa o garfo no prato.
- Eu disse que não teria nada disso, não queria nem que lembrasse. - digo.
- Eu sei, mas isso pertence a você. - ele entrega um pingente e formato de sol.
- Por que seria meu? - peguei o pingente que começou a brilhar.
- Isso mostra que ele pertence a você. - Loton deu um ligeiro sorriso.
- Um dos pingentes do Escolhidos? - meu pai pergunta após quase engasgar com a comida.
- Sim. - Loton apoiou o queixo sobre as mãos.
- Calma... Então eu sou um Escolhido? - pergunto tentado digerir tudo aquilo.
- Exatamente. - Loton disse calmamente.
- Como isso foi parar com você, John? - meu pai perguntou o encarando.
- Richard, o pingente sempre dá um jeito de ir parar na mão do dono. - ele pega seu copo e começa a bebericar sua bebida.
Meu pai ficou em silêncio, apenas assentiu com a cabeça, mas assim como eu, ele desconfiava de algo é então ficamos em silêncio. Quando todos haviam terminado de comer eu quebrei o silêncio.
- Bom, como funciona esse negócio todo de pingente e Escolhido?
- Primeiro você tem que proteger isso com a sua vida, eles existem faz séculos, existem sete deles e eles sempre escolhem algumas pessoas, os motivos são sempre variados, mas as pessoas acabam se tornando heróis.
- De onde esses pingentes surgiram?
- Um mago a séculos atrás decidiu que não era segura nenhuma das dimensões e que precisávamos de heróis, com esse intuito ele foi para a Terra e pegou a magia da Lua e a dividiu em quatro pingentes em formato de lua minguante, depois ele pegou a magia do sol que não era tão grande quanto a da Lua e a dividiu em três pingentes de Sol, assim seus pingentes escolheram seus donos que tinham algo que os atraiam, e assim foi passando de gerações para gerações de Escolhidos.
- E como funciona a escolha?
- Depende, alguns casos passam pela família, em outros a escolha pode ser de qualquer pessoa mesmo que esteja em outra dimensão, mas sempre tem algo na pessoa que é necessário.
- Isso é muito confuso. - resmungo.
- E é muita responsabilidade, algo a ser levado a sério. - meu pai diz me encarando.
- Não sei como pode ser sério.
- São sete pessoas escolhidas entre bilhões de dimensões que podem existir e nem temos conhecimento, não é tão simples assim.
- Ser da Guarda Real é mais simples.
- Não leve na brincadeira, Jack. - ele altera seu tom de voz.
- Eu estava pronto para ser um Rastreador que nem você, eu quero ir atrás dos assassinos da minha mãe.
- Algo muito maior está te chamando Jack, quem sabe você encontre os assassinos mesmo se você não for da Guarda Real? - Loton interviu a favor do meu pai.
- Pode ser. - dei de ombros.
Quando eu deitei na cama aquela noite, eu odiei o fato de ser um Escolhido, nunca tinha visto grande coisa nisso, apesar de todos acharem, não queria ser tratado que nem um herói e não queria que nada atrapalhasse na minha busca pelos covardes que assassinaram a minha mãe, mas eu teria que dar um jeito de lidar com tudo isso.
Desde que aquele velório aconteceu eu sentia que meu pai escondia alguma coisa de nós, tentei perguntar diversas vezes, mas ele não contava nada, dava desculpas esfarrapadas ou simplesmente mudava de assunto, então eu resolvi deixar quieto, mas teve um momento que isso não dava mais certo.- Cí, onde você comprou esse colar? - Katherine perguntou assim que acabou a aula.- Minha vó que me deu. - digo sorrindo.Eu sei que não devia dizer nada para ninguém, mas Kath era de confiança e saberia se eu mentisse.- É realmente muito lindo, nunca vi um igual a esse. - ela disse recolhendo suas coisas.- Nem eu, vamos? - peguei minha mochila e já fui saindo da sala.- Sim. - ela pegou sua mochila e me seguiu.- Tem provas amanhã, né? - perguntei enquanto desviava das pessoas que estavam passando pelo
Já havia se passado alguns dias desde que fui condenado a ser um Escolhido, mas não tinha nenhum chamado ainda então eu torcia pra não ter nenhum, especialmente porque eu ainda queria ser um Rastreador, mas não tinha como brigar ou argumentar contra isso, eu já achava que as coisas estavam virando de cabeça pra baixo, mas tudo sempre piora. Eu estava passeando com Lock meu Wilk de estimação. Wilks são espécies de lobos gigantes, não era só a altura que os faziam diferentes dos lobos da Terra, mas também o fato de existir de diferente cores e poderem falar. Lock era meu companheiro fiel e meu meio de locomoção, ele era mais rápido e mais resistente que um cavalo da Terra. Eu tinha ido a Hiver comprar algumas coisas que Loton pediu e quando eu estava
Mahina é fascinante em cada centímetro, eu estava encantada, mas não deu para ver muitas coisas de lá, pois já estávamos em Printemps uma vila bem grande, muito grande mesmo, as ruas e as casas de pedras ficavam organizadas como em uma cidade, Printemps era uma mini cidade, mas segundo meu pai era uma das maiores vilas de Mahina, pois no alto de um relevo ficava o castelo do rei. Nosso destino estava um pouco longe das casas, mas ainda dentro das muralhas de Printemps, estava na Academia dos Escolhidos, que ficava um pouco afastada do castelo. Era um lugar cercado por um muro alto. Quando chegamos no portão um homem veio ao meu encontro.- Senhorita Arsen, quem bom que chegou a tempo, só faltava você. - o homem sorri pra mim.- Ah, oi. - fico sem jeito com tanta formalidade.- Sou Adam e vou te guiar até se juntar com
Eu tinha caído em um sono profundo, estava dormindo que nem uma pedra, foi um sacrifício para a Violet me acordar.- CECÍLIA, ACORDAAAAA! - ela chacoalhava de um lado para o outro, mas eu ainda estava meio inconsciente. - Seu pretende está ai, o Jack está te esperando!- O que? - acordei rapidinho com aquilo.- Falou do pretendente e você acordou. - ela ri.- Não tem nenhum pretende. - reviro os olhos.- Então o Jack que você jura que não é seu pretendente, mas eu sei que é, está te esperando lá fora.- Oh não, o passeio com ele... Já estou atrasada para variar. - bati com minha mão na testa.- Um passeio com o Jack? - ela insinua de novo.- Ele só vai me mostrar o lugar fora de Printemps. - me levanto para me arrumar.- Ele te trouxe ontem, falou mais com você do que com qualquer um e agora t
Eu estava odiando cada segundo naquela sala, havia eu e mais cinco pessoas lá, apesar de ter chegado em Printemps junto com a garota dos cabelos ruivos, ela ainda não tinha chegado, soube de cara que ela era uma Escolhida assim que atravessou o portal.Assim que chegamos na entrada de Printemps Loton percebeu a garota.- Olha lá se não é a menina do velório. - ele disse.- É por isso que estavam olhando pra ela? Por ser uma Escolhida? - pergunto pra ele.- Eu e seu pai suspeitamos que fosse. - ele ri.- Por que? - pergunto confuso, não tinha como saber de cara.- Ela é idêntica a vó dela, a última Escolhida.- Como tem tanta certeza que a vó dela é a última Escolhida?- Por causa do pai dela, aquele é o Rodrigo o melhor guarda da Guarda Real, ele é filho da Marcela a última Escolhida.- Agora faz s
Se passaram alguns dias desde o meu passeio com o Jack, não falei mais com ele, na hora das refeições ele não falava quase nada, acho que ele voltou pro seu isolamento, devia ter sido difícil pro Jack, uma vez eu senti o que era perder alguém e me tranquei no meu próprio mundinho, para não conhecer pessoas e para não perder elas, claro que o vagabundo do Simón ainda está vivo, mas foi uma sensação de perda muito grande, quem terminou o namoro fui eu, mas eu tinha perdido ele quando ele perdeu o pai, ele se tornou outra pessoa, um babaca, eu não podia culpar ele, eu não sabia direito o que era ter um ente querido morto, fui saber a sensação quando minha vó morreu. Simón culpou o mundo pela morte do pai, começou a se drogar e a me tratar mal, até que ele me traiu, na minha frente, meu coração nunca mais foi o mesmo, ele at&eac
Cecília era surpreendente, apesar de eu ter me isolado para não mete-la em toda a minha confusão, ela bateu na porta da minha casa em pleno sábado.Depois do nosso último passeio eu evitava ficar perto dela, então eu ficava em casa, na maioria das vezes no meu quarto para evitar olhar pra cara do Nick que conseguia me tirar do sério, mas no sábado ela estava lá na porta da minha casa, ouvi sua voz falando com Nick e de imediato eu sai do quarto, quando entrei na sala o Nick estava com uma cara de decepção.- Cecília tá aí pra te ver. - ele diz com uma voz de desgosto.Passei por ele, minhas mãos tremeram um pouco antes que eu conseguisse abrir a porta, eu estava nervoso.Eu fiquei surpreso quando ela disse que queria ver um Fluoreszierend, ela tinha realmente estudado muito e como eu gostava da companhia dela eu aceitei levá-la.Quando ch
Esperei o Jack no café da manhã, mas ele não apareceu, fiquei pensando se era mesmo a pior das hipóteses que veio a minha mente.Como sempre Violet ficou mais um pouco se socializando lá no salão e Nick se ofereceu pra me acompanhar, não neguei, ficar pensando naquilo não me faria bem.- Cí, estou amando aqueles livros que você emprestou, literatura terráquea é mesmo muito interessante. - Nick me desperta de alguns segundos de pensamentos.- Que bom que está gostando, qual você menos gostou?- Daquele em que a garota finge que tá morta e o garoto acha que ela tá morta e se mata e depois ela realmente morre porquê ele tá morto, muito dramático.- Por que acha dramático?- Porque não acho que exista um amor que te faça se matar por achar que não consegue viver sem a pessoa. - ela dá