Ellen
Como todas as manhãs sentar-me a mesa de café da manhã está sendo praticamente um martírio. Não está sendo fácil receber os olhares ansiosos dos meus pais e olhar acusador da minha irmã, e sempre que estou me servindo recebo as mesmas enxurradas de perguntas.
— Como estão indo as coisas com o Collin? — Mamãe pergunta enquanto me sirvo de uma xícara de café.
— Bem! — respondo evasiva e sem olhá-la nos olhos, até porque eu ainda não consegui fazer o que eles esperam de mim. Com uma respiração profunda, porém, sutil segura uma faca de mesa e corto uma fatia de bolo no centro da mesa.
— Bem, é só isso que tem para dizer? — Ruby cobra irritada, cruzando os seus braços e indignada desisto de comer.
— O que você quer que eu diga, Ruby? — Não seguro um tom rude na minha voz.
— Eu não sei! Que tal se você dissesse que ele fez sexo com você e que o bebê já está a caminho…
— Ele está usando camisinha! — A corto bruscamente, falando logo de uma vez. Os olhos do meu dos nossos pais me encaram com perplexidade.
— O que você disse? — Papai questiona incrédulo. — Por que Collin faria algo assim? — Cansada de todas essas cobranças fico de pé e olho de um para o outro.
— Ele disse que não quer ter filhos, acho que falei sobre isso ontem.
— Oh! — Ruby resfolega, levando uma mão ao peito.
— Que droga, Ellen, ele não tem de querer! — Papai brada, esmurrando a mesa e eu bufo, cruzando os meus braços.
— Pelo amor de Deus, vocês estão casados há um ano e nos devem um herdeiro! — Mamãe ralha revoltada.
— Ok, e o que vocês querem que eu faça?! — rosno. — Querem que eu o amarre na cama e o faça ejacular dentro de mim?
Eu. Não Aguento. Mais. Essa. Droga!
Ela respira fundo e troca olhares para papai e depois volta a me fitar. No entanto as sobrancelhas da minha irmã se erguem e logo ela solta um som apreciativo, seguido de um sorriso sabichão
— Eu já sei o que fazer! — Seu sorriso se amplia e eu juro que isso me assusta.
— No que está pensando, querida? — Papai inquire.
— Você vai drogá-lo, Ellen. — Arregalo os olhos.
— O QUE? — grito a indagação.
— Eu mesma irei providenciar algo para o próximo encontro de vocês.
— Eu não vou fazer esse absurdo! — rosno furiosa.
— Sim, você vai! — Ela rebate consternada.
— Deus, dai-me paciência! — resmungo. — Escute bem, eu já aceitei fazer toda essa loucura de ir para a cama com o seu homem, mas drogá-lo, não! Eu não vou fazer isso.
— Mas, Ellen…
— Já basta, mamãe! Por Deus, quem vocês pensam que eu sou? Como podem pensar que eu sou capaz de fazer tal atrocidade?
— Nós não temos outra escolha, filha e você sabe, é pelo…
— Bem da nossa família? — Completo a sua frase usando um tom irônico. — Qual bem isso pode me trazer? Estou deixando de viver a minha própria vida para viver a vida da sua filha!
— Nossa, quanto drama, Ellen Axel! — Ruby ralha impaciente. — Não será nada demais, só algumas gotinhas na bebida dele e ele fará tudo que você quiser, querida. — Meneio a cabeça em um não cheio de indignação.
— Vocês são uns monstros, sabiam?
— Nossa, fala com ela, mãe! Eu não aguento esse senso ridículo de puritana que ela tem. — Ruby rosna saindo da sala. Mamãe abre a boca para dizer algo, mas ergo um dedo em riste para ela.
— Não diga nada! — rebato rudemente. — Eu não vou drogá-lo e se o Senhor Hill não quer ter um filho, isso não é problema meu! — rosno, saindo da sala de jantar imediatamente.
Dentro o meu quarto, tenho o cuidado de fechar a porta e vou direto para o closet pegar um diário que mantenho guardado dentro de uma pequena caixa nos fundos de um compartimento. Em seguida vou para o meu lugar secreto dentro de um jardim escondido atrás de uma enorme cerca de congeias, que agora apresentam lindas flores amarelas e que esconde um pequeno portão de ferro um tanto enferrujado entre os seus ramos. Cuidadosamente abro o portão e passo por ele sentindo-me segura. Com um suspiro aliviado me dirijo para um balanço de cordas grossas que tem algumas folhagens se arrastando por elas e me acomodo confortavelmente nele. Meu coração se aquece quando abro o diário e só então entro no meu mundinho mágico.
Eu tenho um sonho, algo que com certeza seria repudiado pelos meus pais. Acredite, Grace e Marlon jamais aceitariam que sua filha se tornasse dona de uma livraria um dia e pior ainda, que ela se transformasse uma escritora de romances. Com certeza isso se tornaria o cúmulo da minha tolice diante dos seus olhos e definitivamente se eles descobrissem esse meu prazer secreto, seria arrancado brutalmente de mim.
Contudo, escrever é a minha alma, é o que me dá prazer e é o que transforma o mundo chato e entediante em algo alegre e apaixonante.
Bufo em frustração quando penso que nascer no seio de uma família nobre e ter que seguir à risca as suas tradições e exigências é uma grande droga.
Se desligue, Ellen! Digo para mim mesma, fechando os meus olhos e respiro fundo, sentindo o suave aroma das flores, e não demora para eu ser absorvida pelo universo mágico da escrita.
“Portanto, Adam olhou com afinco nos olhos da linda e estonteante mulher, sentindo o seu coração saltar dentro do seu peito. O seu sangue fervia dentro de suas veias e ele ansiava por beijar os seus lábios que tinha um tom suave vermelho. Ele se mexeu dando a devida atenção a voz do seu coração, segurou-a em seus braços e os seus lábios se tocaram…”
— Ellen? — Uma voz grossa e firme e grossa me despertou dos meus sonhos acordados e sorri, sentindo as batidas do meu coração acelerarem dentro do meu peito.
Daniel. Pensei ampliando o meu sorriso, quando ele apareceu na minha frente. Imediatamente fechei o diário e saí do balanço para ir recebê-lo.
— Dani! — sibilei chegando mais perto dele e logo estava nos seus braços. Contudo, ao me afastar, Daniel analisou o meu rosto em silêncio.
— Você está bem?
Uma coisa sobre Daniel Carter, ele me conhece como ninguém e sabe lê os meus pensamentos. Portanto, não importa o que eu faça, eu nunca consigo me esconder dele.
Ellen — Estou. — Forço um sorriso para ele. — Tem certeza? — Me afasto do meu amigo e volto para o balanço. — Pode me balançar um pouco? — Recebo um sorriso largo em resposta. — É claro! Por que não apareceu nosso encontro na noite passada? Porque eu estava transando com o meu cunhado! Meu cérebro ironizou uma resposta. — Eu não pude, sinto muito! — Seus pais não deixaram, não é? Bufo mentalmente. — Você os conhece. — Sim, sei bem como eles são. Eu fiquei preocupado com você. — Comigo? — Você não me parece bem. — Mas eu vou ficar. — Dani para o balanço e se encaixa no meio das minhas pernas, a fim de olhar-me nos olhos. — O que está acontecendo, Ellen? Droga, pensar no que tenho feito ultimamente me faz desviar os meus olhos dos seus. Como posso olhar nos olhos do homem que eu amo, quando estou me deitando com outro homem? E o que eu posso dizer diante de tal questionamento? “Então, Dani me desculpa, mas estou dormindo com o meu cunhado porque eu preciso fazer um herdei
Ellen O que eu posso dizer diante dessa pergunta tão inusitada quanto inesperada? Estou com medo! E se ele estiver tendo alguma lembrança de nós dois entre aquelas quatro paredes? E se de repente ele teve algum vislumbre de mim dentro daquelas roupas estupidamente sensuais? Tudo é possível. Um gesto, um olhar, a maneira de falar, qualquer coisa pode me denunciar para esse homem agora. Malditos olhos avaliadores! Calma, respira, Ellen! Ele não te reconheceu, é claro que não! Como poderia, você está fora do seu disfarce agora. — Algo em você parece familiar. — Eu duvido, Senhor Barão de Luxemburgo. Olhe para mim, sou uma pessoa de hábitos simples, não costumo ir a festas da alta sociedade a não que os meus pais me obriguem. Como ver, uso roupas simples e não misturo com os esnobes. Ele sorri. Céus, que sorriso lindo! — Esnobes? — Me pego sorrindo. — Olhe para eles, não parecem esnobes para você? — peço e ele faz. Hill faz um gesto desdenhoso com a boca. — Você tem razão, eles
Ellen — Quem é você? — Collin repete a indagação com um tom firme na voz, pressionando-me ainda mais contra o seu corpo. Contudo, o indivíduo continua apontando a m*****a arma na nossa direção. — Acredite, Barão, isso não importa nesse momento. — Ele ralha um tanto desafiador, destravando-a e temo por nossas vidas. Contudo, Collin me faz afastar para o lado e dá alguns passos decisivos na direção do bandido, que leva um dedo para o gatinho. Sinto que o meu coração vai sair pela boca a qualquer momento. — Collin, por favor! — Tento impedi-lo de seguir com essa loucura, porém, não ouso alcançá-lo. — Eu perguntei quem é você?! — Meu cunhado insiste com um tom mais rígido agora e amedrontada me encolho em um canto de parede. — Eu tenho um propósito, Senhor Hill, tirá-lo do meu caminho e não sairei daqui sem cumprir com o meu objetivo. De onde estou o vejo levar o dedo para o gatilho e pressioná-lo. Nervosa, penso em fechar os meus olhos. No entanto, Collin age tão rápido quanto os m
Ellen O segurança apenas acenou um sim e se afastou da entrada, arrastando o bandido desnorteado para longe de nós. Do lado de fora ele fez um gesto para alguém e logo mais dois homens surgiram arrastando o estranho para dentro de um carro. E quando a calmaria finalmente chegou, senti-me relaxar. Contudo, observo o meu cunhado ainda de costas para mim. Ele está extremamente ofegante e nitidamente irritado também. No entanto, ele se vira para me olhar nos olhos. — Você está bem, Ellen? — Sua pergunta soa um tanto baixa, porém, áspera. No entanto, ainda estou bem assustada e notoriamente surpresa com tudo o que aconteceu aqui. Então, apenas meneio a cabeça fazendo um sim para ele. — Você não está machucada, está? — Ele insiste. — E-eu acho que… não — gaguejo uma resposta e só então percebo que estou praticamente colada na parede. Cuidadosamente Collin se aproxima da cama e me estende a sua mão. Confesso que hesito um pouco em segurá-la, mas me forço a fazer e logo estou perto dele out
Ellen — Ellen? — Escuto a voz animada de Daniel atrás de mim e procuro secar as minhas lágrimas rapidamente. Puxo a respiração assim que o vejo correr na minha direção e forço um sorriso para ele, levantando-me da cadeira no mesmo instante. — Por Deus, eu estava morto de preocupação por você! — Ele fala me abraçando e eu sinto o quanto está preocupado comigo. E Deus, como é bom estar nos seus braços e poder sentir o seu calor, e o seu cheiro outra vez! É angustiante pensar que o amo com todas as minhas forças e que por trás o estou traindo da forma mais sórdida possível. Pensar assim me faz querer chorar outra vez, porém, engulo essa vontade e aproveito para me aconchegar nos seus braços. Esse gesto me acalma, aplaca toda a agitação dos últimos acontecimentos. Então me lembro dos tiros e do alvoroço, no fato de que quase morri afogada e no resgate de Collin também. Penso nos seus cuidados sem pretensão alguma e por fim, no ataque deliberado de Ruby contra mim. — Ei, não chore, meu
EllenAlgumas horas depois...O barulho de água caindo em algum lugar me faz abrir uma brecha de olhos sonolentos e percebo o seu termo está descansando no encosto da pequena poltrona. Com uma respiração profunda me espreguiço em cima do colchão e o meu olhar cai em cima do relógio digital em cima do criado mudo.Uma da madruga.Solto um resmungo preguiçoso e me sento no colchão, encontrando os seus sapatos lustrosos largados em um canto de uma parede.Ele chegou. Penso me despertando do meu estado de sonolência.Ele chegou! Repito mentalmente e desperto de uma vez, saltando para fora da cama e sentindo o meu pobre coração se agitar dentro do meu peito.... É bem simples, engravide, tenha o meu bebê e suma da minha frente!A voz enraivecida de Ruby me faz respirar fundo e hesitante me aproximo da porta do banheiro, proteland
EllenO que eu posso dizer? Droga, como eu pude ser tão burra e me esquecer desse corte no meu ombro?— Ruby? — Collin volta a cobrar uma resposta, dessa vez ele segura firme nas laterais dos meus braços, encostando o meu corpo contra o seu e no ato, ele fita o meu rosto.Me pergunto como a Ruby reagiria a esse seu questionamento. Portanto, permito-me relaxar no seu tronco e sedutoramente levo uma mão para a sua nuca o atraindo para mais perto da minha boca, o beijando calidamente a princípio e quando penso em aprofundar o nosso beija, ele simplesmente para e olha dentro dos meus olhos.Não, não há como fugir disso. Penso e decido agir naturalmente,— Que pergunta é essa, querido? — Um som doce sai da minha boca, que não para de dar-lhe minúsculos beijos na lateral do seu pescoço.— Acontece que esse ferimento
Ruby— Não vai sair essa noite, filha? — Mamãe pergunta assim que ponho os meus pés na ampla sala de estar. Ela está sentada em um dos sofás retrátil lendo uma revista de moda e o papai está em um canto mais afastado falando ao telefone.— Não. Depois do que aconteceu essa noite é melhor ficar em casa e a Ellen, onde ela está? — pergunto.— Ela saiu já tem um tempo.Bufo audível.— Ótimo, espero que ela consiga fazer logo o que precisa! — ralho me afastando.— Para onde você vai, querida? — Ela questiona, porém, não lhe dou atenção e saio de casa logo em seguida.O ar frio da noite me abraça assim que ponho os meus pés do lado de fora e olho para a extensão do jardim agora completamente silencioso, enquanto desço os poucos degraus