Ellen
— Estou. — Forço um sorriso para ele.
— Tem certeza? — Me afasto do meu amigo e volto para o balanço.
— Pode me balançar um pouco? — Recebo um sorriso largo em resposta.
— É claro! Por que não apareceu nosso encontro na noite passada?
Porque eu estava transando com o meu cunhado! Meu cérebro ironizou uma resposta.
— Eu não pude, sinto muito!
— Seus pais não deixaram, não é?
Bufo mentalmente.
— Você os conhece.
— Sim, sei bem como eles são. Eu fiquei preocupado com você.
— Comigo?
— Você não me parece bem.
— Mas eu vou ficar. — Dani para o balanço e se encaixa no meio das minhas pernas, a fim de olhar-me nos olhos.
— O que está acontecendo, Ellen?
Droga, pensar no que tenho feito ultimamente me faz desviar os meus olhos dos seus. Como posso olhar nos olhos do homem que eu amo, quando estou me deitando com outro homem? E o que eu posso dizer diante de tal questionamento?
“Então, Dani me desculpa, mas estou dormindo com o meu cunhado porque eu preciso fazer um herdeiro para fortalecer a minha família.”
Isso é ridículo, Ellen Axel!
— Não está acontecendo nada! — Me forço a olhá-lo olhos outra vez, mas dessa vez abrindo um sorriso espontâneo. Então ele sorrir para mim e eu sei que esse assunto acabou.
— Voltou a escrever? — Meu sorriso se amplia.
— Estava no meio de uma declaração de amor.
— E eu atrapalhei tudo?
— Um pouquinho. — Faço um gesto com o meu polegar e indicador.
— E, eu posso ver?
Pronto, logo estávamos envolvidos no meu mundo preferido. Daniel Carter é um típico de leitor tagarela. Ele é adorável e gosta de comentar sobre as minhas cenas. Isso me ajuda com a minha criatividade e me faz ficar perdida nessa conversa por tanto tempo, que nem percebi as horas avançarem.
— Você escreve muito bem, Ellen! — Ele sibila e eu me pego sorrindo para esse seu comentário, embora eu saiba que uma crítica vinda dele não deve ser levada a sério, a final, ele é quase um cúmplice das minhas ideias. Contudo, devo dizer que receber elogios me deixa envergonhada.
— Obrigada, Dani, mas você é o meu fã de carteirinha. Portanto, o seu comentário é um pouco suspeito — ralho com humor o fazendo rir.
***
Alguns dias depois…
Uma festa na alta sociedade é para mim como uma festa qualquer, com o diferencial das pessoas esnobes passeiando como gazelas, conversando sobre a vida alheia, enquanto bebericam as suas bebidas caras. Tem muito luxo, muita bebida, além de uma decoração extremamente luxuosa e garçons espalhados por todo o lugar. Normalmente esses eventos reúnem muitos empresários importantes e muitas mulheres elegantes. É um prato cheio para os homens de negócios como o meu pai fazer o que eles sabem de melhor, ou seja “os melhores contratos,” e no caso das mulheres, pôr as fofocas em dia.
— Que droga, Dani, cadê você? — resmungo baixinho, porém, um tanto nervosa, afastando-me dos convidados que estão espalhados pelo enorme jardim da mansão Hill. E assim que alcanço um píer de madeira, resolvo me sentar e aguardar o meu acompanhante. Daqui é possível observar o reflexo da lua cheia mergulhada nas águas profundas, porém, calmas do rio que fica nos fundos da casa.
— Oi, desculpe a demora! — Dani fala assim que se aproxima de mim. No ato, ele me estende a sua mão e eu a seguro, para ficar de pé no segundo seguinte. O beijo calidamente no rosto e sorrio.
— Tudo bem! — ralho e olho para a sua roupa. Um terno amarrotado e uma calça jeans com um par de tênis que ele costuma usar no seu dia a dia. Ele sorri e dá de ombros.
— Foi o melhor que eu consegui — ralha como se quisesse justificar algo.
— Você está perfeito, querido! — sibilo, o beijando calidamente no rosto outra vez. Entretanto, ele me oferece o seu braço e eu enlaço o meu braço no seu sem hesitar.
— A propósito, você está linda! — Ele sussurra.
— Oh, obrigada cavalheiro!
Dançar não era uma opção, a final, isso seria um ultrage para o Senhor e Senhora Axel diante de tantos convidados ilustres. Isso no mínimo renderia alguns péssimos comentários nos tabloides e a Senhora Grace seria capaz de me aprisionar na mais alta torre de um castelo por séculos a fio. Portanto, apenas ficamos encolhidos em um canto fazendo algumas críticas engraçadas e rindo dos esnobes convidados do barão e suas gafes.
— Não é a sua irmã? — Dani interpele, apontando para uma direção e eu fico rapidamente de pé quando percebo que ela está vindo na nossa direção.
—Senhor e Senhor Hill! — Cumprimento-os com formalidade, evitando o olhar rígido do Barão de Luxemburgo que parece querer penetrar a minha alma. Entretanto, ele me responde apenas com um sutil aceno de cabeça.
— Oi, Ellen! — Ruby fala atraindo a minha atenção. — Os nossos pais já chegaram? — Olho para os lados, dando de ombros.
— Eu não os vi por aqui ainda — falo. Ela abre um sorriso estravagante, porém, o Senhor Hill permanece sério e seu olhar gélido percorre de mim para o meu acompanhante. Dani parece sem graça e eu... bom, queria poder fugir desse lugar.
— Ah, esse é o Daniel Carter. — Apresento o meu acompanhante. — Dani esse é o…
— Barão de Luxemburgo, eu sei. — Daniel lhe estende a sua mão, mas o malvadão apenas a olha.
Grosso!
— Ah, você quer beber alguma coisa? — Dani oferece tentando afastar o clima um tanto estranho.
— Eu quero um refrigerante, por favor! — peço completamente sem graça.
— Ah, querido eu preciso ir ver uma coisa, eu volto logo! — Ruby avisa repentinamente. Tento pedir para ela não ir, mas tenho não chance e quando fico a sós com o meu cunhado não sei o que dizer. Constrangida, olho para todos os convidados alheios a minha situação.
Respiro fundo determinada a ir ao encontro do meu amigo.
— Ah... é... eu acho que já vou indo também — digo, apontando o meu polegar para uma direção e me viro para me sair.
— Espere! — Collin pede, segurando no meu braço e inevitavelmente os meus olhos voltam a encontrar os seus. — Ellen, não é? — Faço um sim com a cabeça. — Eu tenho a impressão de que já nos vimos antes. — Meu coração para uma batida e eu mal consigo respirar.
— Deve ser pelo fato de sermos gêmeas idênticas. — Forço um sorriso para ele.
— Na verdade, não. — Engulo em seco. — Você me lembra alguém bem… diferente. Tem certeza de que não nos vimos antes?
Sim, nos vimos na sua cama,mas creio que isso é irrelevante no momento. Ralho mentalmente e encaro o céu escuro.
Deus me ajude!
Ellen O que eu posso dizer diante dessa pergunta tão inusitada quanto inesperada? Estou com medo! E se ele estiver tendo alguma lembrança de nós dois entre aquelas quatro paredes? E se de repente ele teve algum vislumbre de mim dentro daquelas roupas estupidamente sensuais? Tudo é possível. Um gesto, um olhar, a maneira de falar, qualquer coisa pode me denunciar para esse homem agora. Malditos olhos avaliadores! Calma, respira, Ellen! Ele não te reconheceu, é claro que não! Como poderia, você está fora do seu disfarce agora. — Algo em você parece familiar. — Eu duvido, Senhor Barão de Luxemburgo. Olhe para mim, sou uma pessoa de hábitos simples, não costumo ir a festas da alta sociedade a não que os meus pais me obriguem. Como ver, uso roupas simples e não misturo com os esnobes. Ele sorri. Céus, que sorriso lindo! — Esnobes? — Me pego sorrindo. — Olhe para eles, não parecem esnobes para você? — peço e ele faz. Hill faz um gesto desdenhoso com a boca. — Você tem razão, eles
Ellen — Quem é você? — Collin repete a indagação com um tom firme na voz, pressionando-me ainda mais contra o seu corpo. Contudo, o indivíduo continua apontando a m*****a arma na nossa direção. — Acredite, Barão, isso não importa nesse momento. — Ele ralha um tanto desafiador, destravando-a e temo por nossas vidas. Contudo, Collin me faz afastar para o lado e dá alguns passos decisivos na direção do bandido, que leva um dedo para o gatinho. Sinto que o meu coração vai sair pela boca a qualquer momento. — Collin, por favor! — Tento impedi-lo de seguir com essa loucura, porém, não ouso alcançá-lo. — Eu perguntei quem é você?! — Meu cunhado insiste com um tom mais rígido agora e amedrontada me encolho em um canto de parede. — Eu tenho um propósito, Senhor Hill, tirá-lo do meu caminho e não sairei daqui sem cumprir com o meu objetivo. De onde estou o vejo levar o dedo para o gatilho e pressioná-lo. Nervosa, penso em fechar os meus olhos. No entanto, Collin age tão rápido quanto os m
Ellen O segurança apenas acenou um sim e se afastou da entrada, arrastando o bandido desnorteado para longe de nós. Do lado de fora ele fez um gesto para alguém e logo mais dois homens surgiram arrastando o estranho para dentro de um carro. E quando a calmaria finalmente chegou, senti-me relaxar. Contudo, observo o meu cunhado ainda de costas para mim. Ele está extremamente ofegante e nitidamente irritado também. No entanto, ele se vira para me olhar nos olhos. — Você está bem, Ellen? — Sua pergunta soa um tanto baixa, porém, áspera. No entanto, ainda estou bem assustada e notoriamente surpresa com tudo o que aconteceu aqui. Então, apenas meneio a cabeça fazendo um sim para ele. — Você não está machucada, está? — Ele insiste. — E-eu acho que… não — gaguejo uma resposta e só então percebo que estou praticamente colada na parede. Cuidadosamente Collin se aproxima da cama e me estende a sua mão. Confesso que hesito um pouco em segurá-la, mas me forço a fazer e logo estou perto dele out
Ellen — Ellen? — Escuto a voz animada de Daniel atrás de mim e procuro secar as minhas lágrimas rapidamente. Puxo a respiração assim que o vejo correr na minha direção e forço um sorriso para ele, levantando-me da cadeira no mesmo instante. — Por Deus, eu estava morto de preocupação por você! — Ele fala me abraçando e eu sinto o quanto está preocupado comigo. E Deus, como é bom estar nos seus braços e poder sentir o seu calor, e o seu cheiro outra vez! É angustiante pensar que o amo com todas as minhas forças e que por trás o estou traindo da forma mais sórdida possível. Pensar assim me faz querer chorar outra vez, porém, engulo essa vontade e aproveito para me aconchegar nos seus braços. Esse gesto me acalma, aplaca toda a agitação dos últimos acontecimentos. Então me lembro dos tiros e do alvoroço, no fato de que quase morri afogada e no resgate de Collin também. Penso nos seus cuidados sem pretensão alguma e por fim, no ataque deliberado de Ruby contra mim. — Ei, não chore, meu
EllenAlgumas horas depois...O barulho de água caindo em algum lugar me faz abrir uma brecha de olhos sonolentos e percebo o seu termo está descansando no encosto da pequena poltrona. Com uma respiração profunda me espreguiço em cima do colchão e o meu olhar cai em cima do relógio digital em cima do criado mudo.Uma da madruga.Solto um resmungo preguiçoso e me sento no colchão, encontrando os seus sapatos lustrosos largados em um canto de uma parede.Ele chegou. Penso me despertando do meu estado de sonolência.Ele chegou! Repito mentalmente e desperto de uma vez, saltando para fora da cama e sentindo o meu pobre coração se agitar dentro do meu peito.... É bem simples, engravide, tenha o meu bebê e suma da minha frente!A voz enraivecida de Ruby me faz respirar fundo e hesitante me aproximo da porta do banheiro, proteland
EllenO que eu posso dizer? Droga, como eu pude ser tão burra e me esquecer desse corte no meu ombro?— Ruby? — Collin volta a cobrar uma resposta, dessa vez ele segura firme nas laterais dos meus braços, encostando o meu corpo contra o seu e no ato, ele fita o meu rosto.Me pergunto como a Ruby reagiria a esse seu questionamento. Portanto, permito-me relaxar no seu tronco e sedutoramente levo uma mão para a sua nuca o atraindo para mais perto da minha boca, o beijando calidamente a princípio e quando penso em aprofundar o nosso beija, ele simplesmente para e olha dentro dos meus olhos.Não, não há como fugir disso. Penso e decido agir naturalmente,— Que pergunta é essa, querido? — Um som doce sai da minha boca, que não para de dar-lhe minúsculos beijos na lateral do seu pescoço.— Acontece que esse ferimento
Ruby— Não vai sair essa noite, filha? — Mamãe pergunta assim que ponho os meus pés na ampla sala de estar. Ela está sentada em um dos sofás retrátil lendo uma revista de moda e o papai está em um canto mais afastado falando ao telefone.— Não. Depois do que aconteceu essa noite é melhor ficar em casa e a Ellen, onde ela está? — pergunto.— Ela saiu já tem um tempo.Bufo audível.— Ótimo, espero que ela consiga fazer logo o que precisa! — ralho me afastando.— Para onde você vai, querida? — Ela questiona, porém, não lhe dou atenção e saio de casa logo em seguida.O ar frio da noite me abraça assim que ponho os meus pés do lado de fora e olho para a extensão do jardim agora completamente silencioso, enquanto desço os poucos degraus
RubySuas mãos ávidas envolvem a minha cintura e me puxam para mais d=perto de si. — Tudo parece tão frio quando você não está lá, Ruby. — O seu nariz rala na lateral do meu pescoço e no ato ele aspira profundamente o meu cheiro.— Fala logo, Julian. Foi você ou não foi? — insisto o empurrando outra vez. Em resposta, ele fechar as mãos em punho.— Que droga, Bonitinha, eu aqui cheio de saudades e você aí fazendo doce pra mim?! — resmunga irritadiço e logo estou nos seus braços outra vez. — Você é tão cheirosa, Ruby e eu não aguento saber que está perto daquele homem!— Acontece que aquele homem é o meu marido, Julian, mas que droga!— Você sabe que eu posso resolver isso rapidinho, não é? Hum? — Ele segura em cada lado do meu ros