Terceira Parte: 28

O som era familiar. O ar pressurizado que movia o trem pela linha férrea. Aproximava-se aos poucos.

Do mesmo modo, sua consciência voltava à tona.

Há quanto tempo Demitre vinha olhando o cenário adiante? Estava no banco do carro de Lexia, com ambas as mãos no volante, contemplando através do para-brisa. Estacionado num antigo valão desativado, no túnel por onde um dia o esgoto correra, só sabia sua localização devido ao monstruoso barulho do trem que agora passava por sobre a ponte. As recurvas paredes cobertas de limo que alicerçavam os trilhos, onde enormes dutos abandonados serviam de domicílio para roedores, tremeram. A conhecida melodia das ruas o trazia de volta, como quando ele embarcava em direção ao ferro-velho. Sombras eram projetadas pelas luzes nos vagões; fantasmagorias descendendo do céu noturno.

Não fazia ideia de como havia chegado ali. Era a primeira vez que um de seus lapsos o transportava para longe.

Lexia…

Soltou o

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