Terceira Parte: 34

A rua ficava para além da divisa de Porto Áureo. Após algumas horas de viagem, as construções pararam de passar fora das janelas do carro, e os pneus começaram a levantar poeira. Chegaram a ver pastos extensos, mas quase não havia terras cultiváveis. Os derredores se consistiam em barrancos, árvores de aspecto ressequido e arbustos.

Demitre tivera razão em acreditar que logo sua memória o sabotaria. Alguns passos para fora do orfanato e ele já mal conseguira descrever à Lexia o que havia visto. Mas a amiga memorizara o nome: Beco de Tomás. Uma estradinha estreita, ainda de barro, abandonada no interior de lugar nenhum; um local onde, ao que parecia, a civilização não fazia questão de chegar.

As estradas que vinham desbravando eram um emaranhado que conectava pequenas comunidades. Chegaram a parar numa delas para arranjar algo para comer. Os banheiros eram cabines sobre fossos, as casas eram madeira e argila. As pessoas os olhavam com curiosidade, mas falavam baixo en

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