Um mês

Rafael

Quando acordo, a sensação de vazio é como um soco no estômago. A noite foi interminável, e o peso das palavras de Beatriz ainda ressoa na minha cabeça. Olho para o lado da cama onde ela deveria estar, mas, claro, está vazio. Levanto, com um nó na garganta e a determinação de tentar conversar. Não posso deixar que isso acabe assim.

A encontro na cozinha, com um café preto nas mãos e os olhos fixos em algum ponto além da janela. Ela está impecável, como sempre, mas seu rosto está duro, inabalável. A frieza dela me destrói.

— Bia... podemos conversar? — começo, a voz ainda rouca pelo sono e pela tensão.

Ela não responde de imediato. Apenas dá um gole no café, como se estivesse ponderando o peso da minha presença. Finalmente, ela se vira para mim, e o olhar dela é cortante.

— Não tem nada para conversar, Rafael. Já tomei minha decisão.

— Beatriz, pelo amor de Deus. Não podemos resolver isso assim, como se fosse... — faço um gesto vago, tentando encontrar as palavras certas — ... de
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