E se eu for o próximo?

Rafael

Estou parado no meio da sala, encarando o silêncio opressor ao meu redor. O relógio na parede marca as horas como um lembrete cruel de que o tempo continua, mesmo quando tudo dentro de mim parece ter parado. Não consigo me sentar. Não consigo descansar. Cada passo que dou pela casa parece um peso, como se meus pés estivessem presos ao chão por correntes invisíveis.

Beatriz está no quarto das crianças, e eu sei que ela não quer me ver. Sei que meu lugar é longe dela agora. Mas isso não torna o peso da distância mais fácil de suportar. Fecho os olhos e vejo de novo o momento que me trouxe aqui. O beijo de Cassia.

Ela foi tão firme, tão segura. Nem hesitou. Como se já tivesse decidido antes mesmo de eu abrir a boca. Isso me apavora. Não é só raiva; é convicção. Ela acredita que não há mais nada a salvar.

Não foi só um beijo. Foi um golpe. Um desrespeito não só a ela, mas a tudo que construímos juntos. Minha esposa. Minha parceira. A mulher que amo mais do que qualquer coisa. E eu
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