O Grande Salão do Hotel Sapphire estava iluminado de forma exuberante, com lustres de cristal pendendo do teto alto e mesas elegantemente decoradas com flores frescas. Alan chegou ao evento acompanhado de sua irmã Aline, o ambiente estava repleto de convidados, muitos dos quais ele conhecia desde a infância. Havia risos e conversas animadas, mas ele se sentia como um estranho em seu próprio mundo. O peso do compromisso iminente o seguia como uma sombra.
— Você vai se divertir, irmão. Prometo! — Disse Aline, animada, enquanto se afastava para cumprimentar alguns amigos. Alan forçou um sorriso, mas sua mente estava longe.
Enquanto Aline se afastava, Alan avistou a família Ventura em uma mesa à frente. O patriarca, Ethan Ventura, conversava com alguns parceiros de negócios, enquanto Bianca, a noiva de Alan, estava cercada por amigas. Mas o que realmente chamou sua atenção foi a presença de Olívia.
Ela estava de pé perto da mesa, sua postura imponente e um vestido preto elegante que ressaltava sua figura esbelta. O cabelo liso e preto caía sobre seus ombros, e os olhos na cor damasco brilhavam sob a luz suave. Olívia tinha uma aura de confiança e mistério que a tornava irresistível. Alan se sentiu atraído, não apenas pela beleza dela, mas pela força que emanava.
Com um esforço, ele se dirigiu até a mesa da família Ventura. Assim que se aproximou, Olívia levantou os olhos e encontrou os de Alan. O tempo pareceu desacelerar, e ele sentiu um frio na barriga. Havia algo nos olhos dela, uma intensidade que o fazia sentir que a conhecia de alguma forma. Em um instante, toda a tensão do casamento e das obrigações familiares pareceu dissipar.
— Alan Becker, não é? — Perguntou Olívia, seu tom de voz suave, mas firme. — Ouvi muito sobre você.
— Imagino que não seja nada bom, — Alan respondeu, tentando quebrar o gelo, um sorriso nervoso se formando em seus lábios.
— Você subestimou suas qualidades. Sua família deve estar orgulhosa de você, — ela comentou, e Alan notou que havia um toque de sarcasmo em suas palavras. Aquela postura desafiadora o intrigava ainda mais.
— E você deve ser Olívia Ventura, — ele respondeu, consciente de que cada palavra contava. —É um prazer finalmente conhecê-la.
— O prazer é meu, — ela disse, observando-o com um sorriso enigmático. — Então, você está realmente se casando com a Bianca?
— Parece que não tenho escolha, — Replicou Alan, sua voz mais grave do que pretendia. — Mas sou otimista. Afinal, o que poderia dar errado em um casamento arranjado, não é? —
Ela riu, uma risada que soou como música para seus ouvidos. —Depende de quem você pergunta. Para alguns, pode ser um sonho; para outros, um pesadelo.
— Pelo que ouvi, você não é uma grande fã de casamentos arranjados, — Disse Alan, tentando conhecer melhor suas opiniões.
— Nem um pouco, — Respondeu Olívia, seu olhar penetrante não se desviando do dele. — Acho que as pessoas deveriam ter o direito de escolher com quem querem passar a vida. Mas, claro, cada um tem sua própria visão do amor.
— É uma visão válida. E você, como vê o amor? — Perguntou Alan, intrigado.
Olívia hesitou por um momento, e ele percebeu que havia uma vulnerabilidade por trás de sua fachada confiante. — Acredito que é um risco. E que muitas vezes, a paixão é confundida com amor. Mas quando você encontra a verdadeira conexão, vale a pena o risco.
Alan sentiu seu coração acelerar. A intensidade da conversa os envolvia, e ele percebeu que estava atraído por ela de uma forma que nunca havia experimentado. O mundo ao redor deles parecia se desvanecer, com vozes e risadas se tornando um eco distante.
Bianca, que havia se aproximado sem que eles percebessem, interrompeu o momento. — Alan! O que você está fazendo aqui? Estava procurando por você! — A energia dela era radiante, mas a presença de Olívia fez sua expressão mudar ligeiramente. Alan sentiu que a tensão entre as irmãs era palpável.
— Estávamos apenas conversando, — Disse Alan, desviando o olhar para Bianca. — Sobre… amor e casamentos. — Ele sentiu uma onda de culpa, mas ao mesmo tempo, não conseguia afastar o olhar de Olívia.
— Olha, o pessoal está chamando todos para a primeira dança, — Disse Bianca, puxando Alan pelo braço. — Vamos! Você não pode fugir de mim agora!
— Claro, — Respondeu Alan, mas lançou um último olhar para Olívia, que estava observando a cena com uma expressão neutra, mas seus olhos traziam um profundo entendimento.
A dança começou, e Alan fez o possível para se concentrar. Ele não conseguia parar de pensar em Olívia e nas conversas que tiveram. Ela era tão diferente de Bianca. Enquanto a irmã parecia superficial e focada na aparência, Olívia tinha uma profundidade que o atraía de forma irresistível. Ele se perguntava se essa conexão poderia significar algo mais do que apenas um momento fugaz.
Enquanto girava Bianca pelo salão, seu coração estava em outro lugar. Ele se sentia preso, mas ao mesmo tempo, a presença de Olívia o encorajava a questionar seu destino. Quando a música terminou, Alan se despediu de Bianca e se afastou, sentindo que a festa estava perdendo seu significado. A única coisa que ele queria era encontrar Olívia novamente.
A noite continuou, mas a mente de Alan estava repleta de pensamentos sobre o que poderia ser. Ele se sentia dividido entre suas obrigações familiares e o desejo de explorar algo que poderia ser extraordinário. E, sem perceber, a atração por Olívia crescia a cada instante. O futuro parecia incerto, mas uma coisa era clara: Alan estava prestes a embarcar em uma jornada que mudaria sua vida para sempre.
O dia do casamento chegou, e o grande salão da mansão dos Ventura estava em plena preparação. Os floresceres brancos e dourados adornavam cada canto, criando uma atmosfera de conto de fadas que contrastava com a realidade sombria que Alan sentia em seu peito. Ele se olhou no espelho, ajustando a gravata e tentando esconder o nervosismo. O terno estava impecável, mas a sensação de opressão era inegável.Bianca apareceu na porta, radiante como sempre. O vestido de noiva, uma criação deslumbrante, realçava suas curvas e ela parecia uma verdadeira princesa. — Alan! Venha ver como estou! Não estou linda? — Ela girou, exibindo seu vestido em um movimento dramático.— Você está maravilhosa, Bianca, — ele disse, forçando um sorriso. Mas em seu coração, havia uma sensação de desconexão. Ele admirava sua beleza, mas não conseguia se sentir feliz. Em seu íntimo, a ideia de estar se casando com alguém que mal conhecia o deixava inquieto.— Você deveria estar mais animado! Estamos prestes a nos ca
A festa estava em pleno vapor, mas Alan sentia que, a cada risada que ouvia, uma parte dele se distanciava ainda mais da realidade. Ele caminhou pela mansão, tentando encontrar um pouco de espaço para respirar, mas sua mente estava consumida por imagens de Olívia. A força dela, a segurança que emanava, era isso que ele desejava para sua própria vida.Enquanto isso, na mesa dos Ventura, Olívia observava o casamento de Bianca e Alan. Ela estava cercada por familiares e amigos, mas sua mente estava longe dali. Para ela, o evento era um lembrete constante do peso que carregava desde a infância. Sem que ninguém percebesse, ela mergulhou em pensamentos que a transportou para um tempo muito diferente.A cena se desenrolou em um amplo jardim na mansão Ventura, anos atrás. Olívia, uma criança de apenas oito anos, estava em meio a flores coloridas e arbustos bem cuidados. A brisa suave balançava seu cabelo preto, enquanto ela tentava acalmar Bianca, que chorava por ter perdido uma boneca.— Irm
Após a cerimônia, o grande salão estava repleto de luzes cintilantes e risos, mas, para Alan, a atmosfera estava carregada de uma tensão palpável. Ele estava cercado por amigos e familiares, mas a sensação de ser um espectador em sua própria vida aumentava a cada momento. Enquanto ele tentava se misturar à festa, sua mente vagava, lutando com os pensamentos de Olívia e a pressão que sua família exercia sobre ele.A certa altura, Alan percebeu sua mãe, Eliza, atravessando a multidão em sua direção. Com sua presença majestosa, Eliza era uma força a ser reconhecida. Seu vestido elegante e postura firme exalavam autoridade, mas havia também uma preocupação visível em seu rosto.— Alan, precisamos conversar, — ela disse, puxando-o para um canto mais reservado da sala. A expressão dela era séria, e ele sabia que esse momento não seria fácil.— Mãe, não é hora para isso. Estou tentando…, — Alan começou, mas ela o interrompeu.— É exatamente a hora. Olhe ao seu redor. Esta união é mais do que
As semanas seguintes ao casamento passaram-se como um borrão para Alan. Ele se viu preso em uma rotina de compromissos e obrigações, mas sempre havia um momento furtivo, uma oportunidade de se encontrar com Olívia em eventos sociais que as famílias organizavam. Cada encontro se tornava um refúgio, uma chance de escapar das expectativas que o cercavam.Naquela noite, um coquetel elegante estava sendo realizado em uma das casas de campo da família Ventura. O ambiente estava cheio de luzes suaves, risadas e música, mas para Alan, havia um certo vazio na atmosfera. Ele se sentia como um espectador, até que seus olhos se cruzaram com os de Olívia, que estava em uma conversa distante, mas ele notou a forma como ela o observava, quase que procurando por ele.Ele se aproximou, seu coração acelerando com a expectativa. Olívia estava deslumbrante, vestindo um vestido vermelho que acentuava suas curvas e realçava sua beleza natural. O cabelo preto caía em ondas suaves sobre seus ombros, e seus o
Alan dirigiu pela estrada deserta, as luzes da mansão Ventura desaparecendo em seu retrovisor. A brisa noturna entrava pelas janelas abertas, mas a sensação de liberdade que experimentara ao lado de Olívia logo se dissipou, dando lugar à ansiedade pelo que o aguardava em casa.Assim que chegou à mansão Becker, ele sentiu uma mistura de emoções. O lugar, que deveria ser um refúgio, agora parecia uma prisão dourada, cercada por expectativas e responsabilidades. Ao abrir a porta, a atmosfera era estranhamente silenciosa. Ele encontrou Bianca na sala de estar, vestindo um robe leve, com o cabelo solto e desarrumado. Sua expressão, normalmente cheia de entusiasmo, estava agora tingida de preocupação.— Alan! Você demorou. Eu estava começando a ficar preocupada, — disse ela, levantando-se. A preocupação em seu olhar era genuína, mas Alan sentiu que havia mais do que isso.— Desculpe, a festa foi maior do que eu esperava, — respondeu ele, tentando desviar o olhar.Bianca caminhou até ele, se
Alan se levantou cedo naquela manhã, o peso das responsabilidades da família Becker ainda o acompanhando. Enquanto o sol surgia lentamente no horizonte, ele se preparava para um dia que prometia ser longo e desafiador. As operações da família estavam em uma fase crítica, e a recente aliança com os Ventura ampliava tanto as oportunidades quanto os riscos.Ele dirigiu-se à sede da família, um edifício imponente que exibia a marca do poder. Dentro, o ambiente estava repleto de tensão, com os membros da família e associados discutindo os próximos passos das operações criminosas. Alan respirou fundo, preparando-se para assumir o comando.Assim que entrou na sala de reuniões, foi recebido por olhares expectantes. Os rostos eram conhecidos, mas o peso da liderança agora parecia diferente. Ele não era mais apenas Alan, o filho, mas Alan, o líder da família Becker.— Precisamos falar sobre os próximos passos a dar, — disse Viktor, um dos conselheiros mais próximos da família Becker. — Com a fa
Alan hesitou por um instante antes de discar o número de Olívia. A estratégia era simples: Marcar um encontro para discutir a colaboração entre as famílias Becker e Ventura. Mas, no fundo, ele sabia que seu desejo de vê-la ia muito além das questões de negócios.— Alô? — A voz de Olívia soou como uma melodia suave aos ouvidos de Alan.— Oi, Olívia. Como você tem estado? — perguntou Alan, um pouco nervoso.— Alan! Que prazer ouvir sua voz. Estou bem, e você? — respondeu Olívia, irradiando alegria. Era como se Alan pudesse visualizar seu sorriso, mesmo a distância.— Estou bem, obrigado. Precisamos conversar sobre os próximos passos entre nossas famílias. Você teria um tempo para me encontrar hoje? — sua voz era firme, mas seu coração pulsava acelerado, cheio de expectativa.— Claro, vamos nos encontrar no café perto da sede. Que horas seria bom para você?— Que tal às três? — sugeriu Alan, aliviado ao ouvir sua confirmação. Ele precisava daquela conversa, não apenas pelo aspecto profis
Alan observava o rosto de Olívia enquanto o sol começava a descer no horizonte, refletindo nas vidraças do café. O encontro havia corrido de maneira mais fluida do que ele esperava, e a companhia dela o envolvia de uma maneira que ele tentava, sem sucesso, racionalizar. Eles estavam prestes a se despedir quando Olívia recebeu uma mensagem em seu celular, e o leve franzir de sua testa indicou que algo havia mudado no ar.— Preciso ir, Alan. Um compromisso inesperado, — disse ela, levantando-se de repente, o tom ainda leve, mas os olhos evitando os dele.— Está tudo bem? — Alan perguntou, notando a mudança sutil em seu comportamento.— Sim, nada com que se preocupar, — ela sorriu, mas parecia forçado. — Vamos conversar mais tarde sobre os detalhes da aliança.Alan assentiu, mas a partida repentina de Olívia deixou uma sensação estranha no ar. Ele a observou sair, e algo na pressa dela o incomodou. Seu instinto, afiado pelas pressões da liderança, lhe dizia que havia algo além dos negóci