Capítulo 2: Duvidas

O Grande Salão do Hotel Sapphire estava iluminado de forma exuberante, com lustres de cristal pendendo do teto alto e mesas elegantemente decoradas com flores frescas. Alan chegou ao evento acompanhado de sua irmã Aline, o ambiente estava repleto de convidados, muitos dos quais ele conhecia desde a infância. Havia risos e conversas animadas, mas ele se sentia como um estranho em seu próprio mundo. O peso do compromisso iminente o seguia como uma sombra.

— Você vai se divertir, irmão. Prometo! — Disse Aline, animada, enquanto se afastava para cumprimentar alguns amigos. Alan forçou um sorriso, mas sua mente estava longe.

Enquanto Aline se afastava, Alan avistou a família Ventura em uma mesa à frente. O patriarca, Ethan Ventura, conversava com alguns parceiros de negócios, enquanto Bianca, a noiva de Alan, estava cercada por amigas. Mas o que realmente chamou sua atenção foi a presença de Olívia.

Ela estava de pé perto da mesa, sua postura imponente e um vestido preto elegante que ressaltava sua figura esbelta. O cabelo liso e preto caía sobre seus ombros, e os olhos na cor damasco brilhavam sob a luz suave. Olívia tinha uma aura de confiança e mistério que a tornava irresistível. Alan se sentiu atraído, não apenas pela beleza dela, mas pela força que emanava.

Com um esforço, ele se dirigiu até a mesa da família Ventura. Assim que se aproximou, Olívia levantou os olhos e encontrou os de Alan. O tempo pareceu desacelerar, e ele sentiu um frio na barriga. Havia algo nos olhos dela, uma intensidade que o fazia sentir que a conhecia de alguma forma. Em um instante, toda a tensão do casamento e das obrigações familiares pareceu dissipar.

— Alan Becker, não é? — Perguntou Olívia, seu tom de voz suave, mas firme. — Ouvi muito sobre você.

— Imagino que não seja nada bom, — Alan respondeu, tentando quebrar o gelo, um sorriso nervoso se formando em seus lábios.

— Você subestimou suas qualidades. Sua família deve estar orgulhosa de você, — ela comentou, e Alan notou que havia um toque de sarcasmo em suas palavras. Aquela postura desafiadora o intrigava ainda mais.

— E você deve ser Olívia Ventura, — ele respondeu, consciente de que cada palavra contava. —É um prazer finalmente conhecê-la.

— O prazer é meu, — ela disse, observando-o com um sorriso enigmático. — Então, você está realmente se casando com a Bianca?

— Parece que não tenho escolha, — Replicou Alan, sua voz mais grave do que pretendia. — Mas sou otimista. Afinal, o que poderia dar errado em um casamento arranjado, não é? —

Ela riu, uma risada que soou como música para seus ouvidos. —Depende de quem você pergunta. Para alguns, pode ser um sonho; para outros, um pesadelo.

— Pelo que ouvi, você não é uma grande fã de casamentos arranjados, — Disse Alan, tentando conhecer melhor suas opiniões.

— Nem um pouco, — Respondeu Olívia, seu olhar penetrante não se desviando do dele. — Acho que as pessoas deveriam ter o direito de escolher com quem querem passar a vida. Mas, claro, cada um tem sua própria visão do amor.

— É uma visão válida. E você, como vê o amor? — Perguntou Alan, intrigado.

Olívia hesitou por um momento, e ele percebeu que havia uma vulnerabilidade por trás de sua fachada confiante. — Acredito que é um risco. E que muitas vezes, a paixão é confundida com amor. Mas quando você encontra a verdadeira conexão, vale a pena o risco.

Alan sentiu seu coração acelerar. A intensidade da conversa os envolvia, e ele percebeu que estava atraído por ela de uma forma que nunca havia experimentado. O mundo ao redor deles parecia se desvanecer, com vozes e risadas se tornando um eco distante.

Bianca, que havia se aproximado sem que eles percebessem, interrompeu o momento. — Alan! O que você está fazendo aqui? Estava procurando por você! — A energia dela era radiante, mas a presença de Olívia fez sua expressão mudar ligeiramente. Alan sentiu que a tensão entre as irmãs era palpável.

— Estávamos apenas conversando, — Disse Alan, desviando o olhar para Bianca. — Sobre… amor e casamentos. — Ele sentiu uma onda de culpa, mas ao mesmo tempo, não conseguia afastar o olhar de Olívia.

— Olha, o pessoal está chamando todos para a primeira dança, — Disse Bianca, puxando Alan pelo braço. — Vamos! Você não pode fugir de mim agora!

— Claro, — Respondeu Alan, mas lançou um último olhar para Olívia, que estava observando a cena com uma expressão neutra, mas seus olhos traziam um profundo entendimento.

A dança começou, e Alan fez o possível para se concentrar. Ele não conseguia parar de pensar em Olívia e nas conversas que tiveram. Ela era tão diferente de Bianca. Enquanto a irmã parecia superficial e focada na aparência, Olívia tinha uma profundidade que o atraía de forma irresistível. Ele se perguntava se essa conexão poderia significar algo mais do que apenas um momento fugaz.

Enquanto girava Bianca pelo salão, seu coração estava em outro lugar. Ele se sentia preso, mas ao mesmo tempo, a presença de Olívia o encorajava a questionar seu destino. Quando a música terminou, Alan se despediu de Bianca e se afastou, sentindo que a festa estava perdendo seu significado. A única coisa que ele queria era encontrar Olívia novamente.

A noite continuou, mas a mente de Alan estava repleta de pensamentos sobre o que poderia ser. Ele se sentia dividido entre suas obrigações familiares e o desejo de explorar algo que poderia ser extraordinário. E, sem perceber, a atração por Olívia crescia a cada instante. O futuro parecia incerto, mas uma coisa era clara: Alan estava prestes a embarcar em uma jornada que mudaria sua vida para sempre.

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