A noite caiu pesada sobre a cidade, trazendo uma sensação de tensão que parecia penetrar o ar. No alto de um edifício abandonado, Finn Correia aguardava com paciência inquieta. Ao seu lado, Olívia estava amarrada a uma cadeira, seus pulsos e tornozelos presos com fita adesiva. Seu rosto mostrava uma mistura de raiva e determinação, mas o brilho de pânico em seus olhos era inegável. — Você acha que isso vai te salvar, Finn? — Olívia perguntou, a voz firme apesar da situação. — Todos já sabem quem você é. Isso só vai piorar as coisas para você. Finn inclinou-se para frente, seus olhos cheios de uma calma perturbadora. — Não se trata de me salvar, Olívia. Trata-se de garantir que, se eu cair, todos caiam comigo. Ele se afastou, observando a vista da cidade através de uma janela quebrada. Do lado de fora, o som de sirenes distantes se misturava ao vento. — Você sempre foi uma peça importante, Olívia. Não apenas por quem você é, mas pelo que significa para certas pessoas. — Finn
O amanhecer trazia um frescor renovador à cidade, tingindo os prédios de tons dourados e prometendo um futuro menos turbulento. Após o confronto final com Finn e a revelação de segredos que redefiniram as dinâmicas familiares, as famílias Becker e Ventura se viam em um território desconhecido. Não havia mais um vilão a enfrentar, mas os danos deixados para trás ainda pediam reparação. Bianca encarava o reflexo no espelho de seu quarto, onde uma mala semiaberta repousava na cama atrás dela. Os últimos meses haviam sido um turbilhão de emoções, mas ela finalmente sentia que estava reencontrando seu equilíbrio. Ao longo dos dias que se seguiram à queda de Finn, Bianca passou por um processo interno doloroso. Ela reconheceu o quanto havia sido manipulada, não apenas por Finn, mas também por suas próprias expectativas e pelo legado da família Ventura. Com um suspiro determinado, ela fechou a mala e pegou o telefone. Uma mensagem simples para uma antiga amiga da faculdade foi o sufici
O som das ondas quebrando suavemente na praia era a única melodia que preenchia o ar. Alan estava sentado na areia, os pés descalços enterrados nos grãos quentes. Ao seu lado, Olívia observava o horizonte, um sorriso contido brincando em seus lábios. Pela primeira vez em meses, havia uma sensação de leveza entre eles, como se o peso das mentiras e dos conflitos finalmente tivesse se dissipado. — Parece que o mundo finalmente parou de girar tão rápido — disse Olívia, quebrando o silêncio. Alan riu, lançando-lhe um olhar carinhoso. — Talvez esteja apenas nos dando um tempo antes da próxima curva. Olívia virou-se para ele, os olhos brilhando sob a luz dourada do pôr do sol. — Não vamos estragar isso com previsões sombrias. Hoje... hoje, é só paz. Eles compartilharam um olhar que dizia mais do que palavras poderiam expressar. Depois de tudo que enfrentaram, aquele momento parecia uma vitória. Na mansão Becker, Bianca estava na varanda, observando o jardim com uma xícara de chá n
O relógio no escritório de Eloísa marcava quase meia-noite quando a realidade da nova ameaça começou a se desenrolar como um quebra-cabeça complexo. A carta anônima encontrada anteriormente não só havia confirmado a existência da Valhalla, mas também dado um nome e um rosto ao homem que liderava suas operações regionais: Victor Lars. Victor era um estrategista OTWAN, conhecido por sua habilidade em penetrar estruturas empresariais aparentemente impenetráveis. Desde sua chegada à cidade, ele havia estabelecido uma presença que passava despercebida para muitos, mas Eloísa sabia que cada movimento dele era calculado. Naquela manhã, um pequeno restaurante familiar no centro da cidade recebeu uma visita inesperada. Victor Lars entrou, acompanhado por dois homens de aparência intimidadora. O dono do restaurante, um homem de meia-idade chamado Manuel, percebeu a tensão que a presença deles trazia. — Sr. Manuel, ouvi dizer que o aluguel do seu imóvel está prestes a ser renegociado — com
O sol da manhã entrava suavemente pelas janelas da mansão Becker, trazendo uma sensação momentânea de calma que contrastava com a turbulência das últimas semanas. Eloísa estava no escritório, revisando os documentos dos negócios da família, quando ouviu passos rápidos no corredor. Ana entrou apressada, com uma expressão de surpresa. — Eloísa, Bianca está aqui — anunciou, hesitante. Eloísa levantou os olhos dos papéis, surpresa. Bianca havia partido semanas atrás, dizendo que precisava se afastar de tudo para se redescobrir. A última coisa que Eloísa esperava era vê-la de volta tão cedo. Bianca entrou na sala com passos firmes. Seu porte havia mudado: a fragilidade de antes havia dado lugar a uma postura confiante. Seus olhos, embora cansados, estavam determinados. — Bianca — disse Eloísa, levantando-se. — Não sabia que você voltaria. — Eu precisava voltar — respondeu Bianca, direta. — Há coisas que preciso resolver, e não posso fazer isso de longe. Mais tarde, Bianca estav
A chuva caía fina sobre a cidade, criando uma melodia suave contra as janelas da mansão Becker. Bianca estava sentada no pequeno escritório que Eloísa havia disponibilizado para ela. Rodeada por documentos e anotações, seus olhos estavam fixos em um ponto distante, enquanto revivia mentalmente os eventos das últimas semanas. A descoberta de que Finn havia usado seu nome para atividades ilícitas ainda pesava sobre ela como uma nuvem sombria.Bianca suspirou e se levantou, tentando encontrar clareza em meio ao caos. Foi nesse momento que seu telefone vibrou. A mensagem era curta e enigmática: "Srta. Ventura, creio que possamos ajudá-la a limpar seu nome. Encontre-me no café La Bohème às 15h. — V.L."Bianca franziu a testa. O nome não lhe era familiar, mas a promessa implícita era tentadora. Ela sabia que precisava compartilhar isso com El
A mansão Becker estava mais agitada do que o habitual. A volta de Bianca, agora mais confiante e cheia de energia, parecia ter renovado o ambiente. Na sala de estar, risadas ecoavam enquanto Ana e Luís se envolviam em uma animada competição de tabuleiro com Bianca. Eloísa, no entanto, permanecia em uma cadeira próxima, com um sorriso discreto, observando a cena como uma espectadora silenciosa, mas claramente satisfeita com a rara leveza que tomava conta da casa. — Não, Luís! — Ana gritou, segurando a cabeça com as mãos. — Você não pode mover essa peça para ali! Isso vai me ferrar completamente! — Exatamente, Ana, é o meu plano! — Luís respondeu com um tom triunfante, movendo sua peça com toda a confiança do mundo. Bianca, que observava a situação, não conseguiu conter a gargalhada. — Luís, você é terrível em jogos estratégicos, mas eu preciso admitir que essa jogada foi... interessante. Luís bufou, fingindo indignação. — Interessante? Isso é uma obra-prima! Vou vencer todos
O sol se punha lentamente atrás dos arranha-céus de Nova York, banhando a cidade em tons dourados e alaranjados. No topo de um dos edifícios mais imponentes da cidade, um homem contemplava a vista do seu luxuoso apartamento, situado no andar mais alto. As luzes da cidade começavam a brilhar como estrelas na Terra, mas a beleza do momento parecia distante, como se não tivesse nada a ver com sua vida.Ele era Alan Becker, um homem de 25 anos, que tinha tudo o que muitos considerariam o sonho americano: uma carreira promissora, um apartamento magnífico e uma família influente. No entanto, ele se sentia preso em uma armadilha feita de expectativas e obrigações familiares. Ele se lembrava da infância, das histórias de coragem e poder que seu pai contava, mas o que antes parecia emocionante agora se tornara um fardo pesado. Ele não queria ser o sucessor da família Becker, uma das famílias mais poderosas da máfia.Na verdade, Alan sonhava em abrir sua própria galeria de arte. Ele tinha um ta