O som das ondas quebrando suavemente na praia era a única melodia que preenchia o ar. Alan estava sentado na areia, os pés descalços enterrados nos grãos quentes. Ao seu lado, Olívia observava o horizonte, um sorriso contido brincando em seus lábios. Pela primeira vez em meses, havia uma sensação de leveza entre eles, como se o peso das mentiras e dos conflitos finalmente tivesse se dissipado. — Parece que o mundo finalmente parou de girar tão rápido — disse Olívia, quebrando o silêncio. Alan riu, lançando-lhe um olhar carinhoso. — Talvez esteja apenas nos dando um tempo antes da próxima curva. Olívia virou-se para ele, os olhos brilhando sob a luz dourada do pôr do sol. — Não vamos estragar isso com previsões sombrias. Hoje... hoje, é só paz. Eles compartilharam um olhar que dizia mais do que palavras poderiam expressar. Depois de tudo que enfrentaram, aquele momento parecia uma vitória. Na mansão Becker, Bianca estava na varanda, observando o jardim com uma xícara de chá n
O relógio no escritório de Eloísa marcava quase meia-noite quando a realidade da nova ameaça começou a se desenrolar como um quebra-cabeça complexo. A carta anônima encontrada anteriormente não só havia confirmado a existência da Valhalla, mas também dado um nome e um rosto ao homem que liderava suas operações regionais: Victor Lars. Victor era um estrategista OTWAN, conhecido por sua habilidade em penetrar estruturas empresariais aparentemente impenetráveis. Desde sua chegada à cidade, ele havia estabelecido uma presença que passava despercebida para muitos, mas Eloísa sabia que cada movimento dele era calculado. Naquela manhã, um pequeno restaurante familiar no centro da cidade recebeu uma visita inesperada. Victor Lars entrou, acompanhado por dois homens de aparência intimidadora. O dono do restaurante, um homem de meia-idade chamado Manuel, percebeu a tensão que a presença deles trazia. — Sr. Manuel, ouvi dizer que o aluguel do seu imóvel está prestes a ser renegociado — com
O sol da manhã entrava suavemente pelas janelas da mansão Becker, trazendo uma sensação momentânea de calma que contrastava com a turbulência das últimas semanas. Eloísa estava no escritório, revisando os documentos dos negócios da família, quando ouviu passos rápidos no corredor. Ana entrou apressada, com uma expressão de surpresa. — Eloísa, Bianca está aqui — anunciou, hesitante. Eloísa levantou os olhos dos papéis, surpresa. Bianca havia partido semanas atrás, dizendo que precisava se afastar de tudo para se redescobrir. A última coisa que Eloísa esperava era vê-la de volta tão cedo. Bianca entrou na sala com passos firmes. Seu porte havia mudado: a fragilidade de antes havia dado lugar a uma postura confiante. Seus olhos, embora cansados, estavam determinados. — Bianca — disse Eloísa, levantando-se. — Não sabia que você voltaria. — Eu precisava voltar — respondeu Bianca, direta. — Há coisas que preciso resolver, e não posso fazer isso de longe. Mais tarde, Bianca estav
A chuva caía fina sobre a cidade, criando uma melodia suave contra as janelas da mansão Becker. Bianca estava sentada no pequeno escritório que Eloísa havia disponibilizado para ela. Rodeada por documentos e anotações, seus olhos estavam fixos em um ponto distante, enquanto revivia mentalmente os eventos das últimas semanas. A descoberta de que Finn havia usado seu nome para atividades ilícitas ainda pesava sobre ela como uma nuvem sombria.Bianca suspirou e se levantou, tentando encontrar clareza em meio ao caos. Foi nesse momento que seu telefone vibrou. A mensagem era curta e enigmática: "Srta. Ventura, creio que possamos ajudá-la a limpar seu nome. Encontre-me no café La Bohème às 15h. — V.L."Bianca franziu a testa. O nome não lhe era familiar, mas a promessa implícita era tentadora. Ela sabia que precisava compartilhar isso com El
O sol se punha lentamente atrás dos arranha-céus de Nova York, banhando a cidade em tons dourados e alaranjados. No topo de um dos edifícios mais imponentes da cidade, um homem contemplava a vista do seu luxuoso apartamento, situado no andar mais alto. As luzes da cidade começavam a brilhar como estrelas na Terra, mas a beleza do momento parecia distante, como se não tivesse nada a ver com sua vida.Ele era Alan Becker, um homem de 25 anos, que tinha tudo o que muitos considerariam o sonho americano: uma carreira promissora, um apartamento magnífico e uma família influente. No entanto, ele se sentia preso em uma armadilha feita de expectativas e obrigações familiares. Ele se lembrava da infância, das histórias de coragem e poder que seu pai contava, mas o que antes parecia emocionante agora se tornara um fardo pesado. Ele não queria ser o sucessor da família Becker, uma das famílias mais poderosas da máfia.Na verdade, Alan sonhava em abrir sua própria galeria de arte. Ele tinha um ta
O Grande Salão do Hotel Sapphire estava iluminado de forma exuberante, com lustres de cristal pendendo do teto alto e mesas elegantemente decoradas com flores frescas. Alan chegou ao evento acompanhado de sua irmã Aline, o ambiente estava repleto de convidados, muitos dos quais ele conhecia desde a infância. Havia risos e conversas animadas, mas ele se sentia como um estranho em seu próprio mundo. O peso do compromisso iminente o seguia como uma sombra.— Você vai se divertir, irmão. Prometo! — Disse Aline, animada, enquanto se afastava para cumprimentar alguns amigos. Alan forçou um sorriso, mas sua mente estava longe.Enquanto Aline se afastava, Alan avistou a família Ventura em uma mesa à frente. O patriarca, Ethan Ventura, conversava com alguns parceiros de negócios, enquanto Bianca, a noiva de Alan, estava cercada por amigas. Mas o que realmente chamou sua atenção foi a presença de Olívia.Ela estava de pé perto da mesa, sua postura imponente e um vestido preto elegante que ressa
O dia do casamento chegou, e o grande salão da mansão dos Ventura estava em plena preparação. Os floresceres brancos e dourados adornavam cada canto, criando uma atmosfera de conto de fadas que contrastava com a realidade sombria que Alan sentia em seu peito. Ele se olhou no espelho, ajustando a gravata e tentando esconder o nervosismo. O terno estava impecável, mas a sensação de opressão era inegável.Bianca apareceu na porta, radiante como sempre. O vestido de noiva, uma criação deslumbrante, realçava suas curvas e ela parecia uma verdadeira princesa. — Alan! Venha ver como estou! Não estou linda? — Ela girou, exibindo seu vestido em um movimento dramático.— Você está maravilhosa, Bianca, — ele disse, forçando um sorriso. Mas em seu coração, havia uma sensação de desconexão. Ele admirava sua beleza, mas não conseguia se sentir feliz. Em seu íntimo, a ideia de estar se casando com alguém que mal conhecia o deixava inquieto.— Você deveria estar mais animado! Estamos prestes a nos ca
A festa estava em pleno vapor, mas Alan sentia que, a cada risada que ouvia, uma parte dele se distanciava ainda mais da realidade. Ele caminhou pela mansão, tentando encontrar um pouco de espaço para respirar, mas sua mente estava consumida por imagens de Olívia. A força dela, a segurança que emanava, era isso que ele desejava para sua própria vida.Enquanto isso, na mesa dos Ventura, Olívia observava o casamento de Bianca e Alan. Ela estava cercada por familiares e amigos, mas sua mente estava longe dali. Para ela, o evento era um lembrete constante do peso que carregava desde a infância. Sem que ninguém percebesse, ela mergulhou em pensamentos que a transportou para um tempo muito diferente.A cena se desenrolou em um amplo jardim na mansão Ventura, anos atrás. Olívia, uma criança de apenas oito anos, estava em meio a flores coloridas e arbustos bem cuidados. A brisa suave balançava seu cabelo preto, enquanto ela tentava acalmar Bianca, que chorava por ter perdido uma boneca.— Irm