Trinta e Cinco

— Bem... eu... eu... não sou médica. 

Ryan me encara estarrecido. Imagino que ele esperou que eu fosse correndo arrumar as malas e ir até sei lá onde junto dele, para acudir a mulher que me abandonou. 

— Você não pode estar falando sério.

Pela primeira vez desde que batera à minha porta, Ryan estava triste. Pelo visto ele tinha total convicção de que eu faria o que ele quisesse.

— Olha, Ryan, Ingrid nunca foi a minha mãe. Ela pode ter sido incrível para você, mas não foi pra mim. — digo, com um suspiro no final. — Então eu não posso simplesmente aparecer, como se nada tivesse acontecido.

Sem nenhum convite, ele se senta no sofá e passa a mão pelo cabelo brilhante e sedoso.

— Entendo o seu ponto de vista. Claro que entendo, mas você precisa ouvir o lado dela. Talvez as

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