CAP-15

Saí da mansão e fui para as ruas.

Caçei qualquer desgraçado que estivesse devendo para a Trindade, qualquer verme que pudesse me dar uma desculpa para descontar a raiva que estava me consumindo por dentro.

Encontrei dois traficantes que deviam meses para o Dom. Não dei chance para eles falarem nada. Só parti para cima, com os punhos e a violência transbordando pelos poros.

Eu queria sentir dor.

Queria apagar Cecilia da minha cabeça nem que fosse à base de sangue.

A cada soco, eu pensava nela.

A cada chute, eu via o sorriso dela.

E quanto mais eu batia, mais a imagem dela se misturava com os gritos.

Ela, rindo.

Ela, me olhando com ternura.

Ela, gemendo meu nome.

Ela, correndo de mim.

Quando terminei, estava coberto de sangue — dos outros e meu.

Joguei os corpos no rio, voltei para o galpão e me tranquei no escritório.

Mas não adiantou.

O cheiro de sangue não apagou o cheiro dela que estava impregnado na minha pele.

Eu não consegui arrancar ela de mim.

E, no silêncio da madrugada, quand
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