Kamilla Lopez
Pousei a mão em cima da outra tentando controlar o meu nervosismo, não entendo do porquê estou assim, o olhar desse homem me intimida, ainda mais agora pelas palavras da criança, como uma criança pode decidir algo assim? Enquanto a criança fala eu sentia os olhos do homem sobre mim, eu tentava prestar a devida atenção, mas saber que ele estava me olhando ficava tensa.
— Você tem filhos? - o garoto chamado Erick perguntou.
— Não.
— Você é muito bonita, sabia?
— Obrigada, você também é muito bonito.
— Poderíamos brincar qualquer dia. - sugeriu.
— Sinto muito, mas não podemos, sempre estou trabalhando.
— Mas isso não seria um problema, pode larga-lo.
Sorri sem humor, para ele é algo simples e fácil, não entende que trabalhamos por obrigação e não porque queremos.
— Gostaria que visse todos os meus carrinhos.
— Devem ser muito bonito.
Assim que Erick terminou de comer ele despediu-se de mim, ele foi embora acompanhado por aquele homem e os demais seguranças. Suspirei e voltei ao trabalho, assim que me aproximei da lanchonete Bianca se aproximou de mim com um olhar suspenso.
— O que foi aquilo?
— Não sei, fiquei tão assustada.
— Você viu quem era?
— Não o conheci.
— É o empresário mais rico de Costa Rica.. E o mais gato.
— Como se chama?
— Nick Ross.
— Acredita que aquela criança me deu ordens? E quando eu neguei esse Nick também ordenou?
— Devem ter gostado de você.
— Chega por hoje, eu vou pra casa.
Depois do expediente acabar Bianca me levou para casa, no momento meu único desejo era me jogar na cama e viajar no mundo dos livros. No trânsito, Bianca me perguntou:
— Pretende fazer alguma coisa hoje a noite?
— Sim.
— O quê?
— Comer e dormir.
Depois de parar em frente a casa eu sai e me despedi, ainda era cinco da tarde, a casa estava em silêncio, é nessas horas que sinto saudades de dona Carolina, nessas horas ela deve estar se divertindo em seu cruzeiro. Assim que entrei na casa eu encarei a bagunça que estava.
Amarrei meus cabelos e liguei uma música, comecei a limpar a casa e acabei era 18 da noite. Depois que terminei eu fui para meu quarto e andei em direção ao banheiro, me livrei da roupa, entrei debaixo do chuveiro e deixei que a água lavas se meu corpo e alma, aproveitei e lavei meus cabelos deixando-os hidratados e brilhosos.
Depois de encerrar o banho, vestir uma camisola e pentear os cabelos eu fui para a cozinha, estava faminta, precisava me alimentar ou a qualquer momento desmaiaria. Abri a geladeira e separei os ingredientes para fazer panqueca. Depois de comer me aproximei do sofá e sentei-me, enquanto comia assistia algum filme na TV, já não sabia quais horas eram, as horas foram se passando e enquanto estava acompanhada por um pote de sorvete ouço a campainha tocar.
Levantei-me do sofá e me aproximei da porra, ao abrir observo o meu pesadelo noturno parada em minha porta, ela estava lindamente arrumada e em suas mãos havia uma bolsa.
— O que faz aqui?
— Vim te convidar para sairmos.
— Eu não estou afim.
— Me desculpa babyboo mas você vai.
— Hoje é sábado Bianca.
— Por isso mesmo, é final de semana e amanhã não iremos trabalhar. Arrume-se.
— Você sabe que não gosto de sair à noite. - cruzei os braços. — Para onde quer ir?
— Boate Pulsie! - ela diz e passa pela porta de entrada.
— Odeio boates.
— Não pode odiar algo que nunca provou, agora vai se arrumar.
— Eu não vou.
— Prefere ficar em casa com roupa de dormir, assistindo filme e comendo besteiras?
— Sim!
— Toma! - ela me estende a bolsa que estava em suas mãos.
Olhei para o seu rosto, percebi que ela não mudaria de ideia, suspiro e pego a bolsa, ao abrir me deparei com um vestido preto pequeno. Me direcionei para o quarto e ouvi ela murmurar vitoriosa, minha vontade era de esgana-la. Depois de tomar outro banho me direcionei para o guarda roupa a procura de peças íntimas, procurava por uma mais fina e sexy, mas não havia nenhuma. Nunca gostei de calcinhas tão finas, rendas ou fio dental, acho muito desconfortável, eu adorava as famosas calcinhas tampa tudo, são maravilhosas.
Depois de secar o corpo eu vesti o vestido, me olhei no espelho e contemplei a peça em meu corpo, havia caído como luva, justo e curto, era um vestido tubinho de alinha preto, a peça realçou minhas curvas, com ele em meu corpo não necessitava que eu usasse sutiã, meus seios estavam quase pulando do vestido, nunca usei uma peça assim em toda minha vida.
— Está pronta?
Bianca entrou no quarto sem avisar, assustei-me ao vê-la atrás de mim.
— Bate na porta, e se eu estivesse nua?
— Deixa de besteira Kami, não gosta da mesma fruta que a minha. - seus olhos desceram pelo meu corpo e me contemplaram. — Mas pra você eu abriria uma exceção, tá muito gostosa.
— Estou me sentindo nua.
— Você não é acostumada a usar roupas assim.
— Não sei...
— Você está linda, sua bunda deu uma levantada, sia cintura é incrivelmente fina e os seus seios são fartos, você está uma Deusa nesse vestido.
— Você é exagerada.
— Eu sou realista, você é linda, babyboo, deveria se vestir mais vezes assim.
Bianca aproximou-se de mim e olhou para baixo, ela estreitou os olhos e perguntou:
— Não está usando calcinha?
— Minhas calcinhas não são fio dental.
— Você parece uma velha usando fraldas.
— São confortáveis.
— Está bem.. Senta aqui, eu vou te maquiar. - ela aponta para a borda da cama.
Com as maquiagem que eu tinha Bianca começou a me maquiar, pedi para que ela não me reproduzir-se tanto, não queria que me deixasse igual um palhaço de circo.
— Você está mais linda. - ela fecha o blush.
Me levantei e aproximei do espelho, fiquei surpresa com a maquiagem que ela fez, eu estava linda, sorri por me encarar daquela maneira, em meus lábios havia um batom nude, meus olhos estavam levemente marcados e um delineado bem feito.
— Falta os saltos.
— Não sei andar nisso.
— Você aprende rápido.
Ela sacou de uma bolsa o saltos altos, depois de coloca-los nos pés eu comecei amaciar até pegar o jeito, depois de pronta e com uma sensação de insegurança, seguimos para o seu carro em direção a boate.
Kamilla Lopez— Não ouviu o que disseram? Está lotado!Estávamos em frente a boate enfrentando uma fila imensa, éramos as última da fila e para piorar o segurança acaba de falar que não é possível entrarmos.— Eu sabia que deveria ter ficado em casa.— Calma Kami, eu vou dar um jeito.Observo Bianca ir para o beco da boate, vemos dois seguranças na saída de emergência, ela diz algo próximo aos ouvido deles, mostrou ser algo pelas expressões de seus rostos, logo, Bianca acenou para mim e me chamou. Comecei a andar até ela me sentindo um inseto por estar naquele lugar, e ainda por cima estou sem calcinha, a noite está fria e a coitada está congelando.— O que você fez?— Prometi uma suruba.Passamos pela porta dos fundo
Kamilla LopezMe espreguiço da cama sentindo meu corpo todo dolorido, o tecido fino e liso da cama macia arrepia minha pele, não se parece nada com meus lençóis, esses são tão macios que não se compara com os meus. O sol toca em meu rosto e faz-me escondê-lo entre os lençóis. Pulo da cama em um sobressalto, com a visão ainda embaçada por acabar de acordar, observo o quarto em que estou, com as pernas doloridas e a cabeça girando como carrossel, caminhei pelo cômodo enorme e luxuoso.Me aproximei de um enorme espelho, eu estava com o mesmo vestido da noite anterior, naquele instante as lembranças voltaram como avalanche, as bebidas, aquele homem asqueroso, o meu Salvador, tudo! Como fui tão ingênua? Por um triz não fui abusada, se não fosse por aquele homem de olhos azuis eu não sei em que estado estaria nesse momento. Meu salvador quando me tirou da boate e me colocou em seu veículo eu não lembro de mais nada do que pode ter acontecido.<
Kamilla LopezEnquanto o carro percorre o trânsito eu me perguntava o que havia acontecido minutos atrás. Nick Ross pelo que soube é dono de várias empresas, fora cassinos que ele tem e os hotéis com seu nome. Não conseguia acreditar que dormi em sua propriedade. Não me lembro muito bem da noite anterior, as lembranças ainda estão distorcidas, mas graças a Deus nada aconteceu. Estou frustrada e arrependida por ter ido aquela boate com Bianca, ela me prometeu ficar ao meu lado, deveria saber que não seria capaz de cumprir algo tão simples, fui tola em deixar ela me persuadir e me tirar da onde estava protegida.Boate não é para mim, é um ambiente que não me vejo nele, embora senhor Ross tenha dito aquelas palavras para não sair a noite como ordens, encaro como um conselho, ele quem me salvou e nas circunstâncias em que eu estava me levou para sua casa, ele fez um ato genuíno, espero que o tal Denver esteja nessa altura preso.
Kamilla LopezJá havia se passado alguns dias que eu não falei mais com Bianca, ela tentava me procurar e fazer com que eu a escutasse, mas eu não queria. Dona Carolina percebeu que algo estava errado, afinal Bianca havia deixado de ir a nossa casa, ela não me obrigou a falar, estava esperando a minha boa vontade para me abrir a ela. Deveria ter contado tudo para ela desde aquele dia, mas eu não queria preocupa-la com isso, já estava resolvido e era isso que importava.Depois de chegar de mais um dia de trabalho pude me jogar sobre o sofá, estava ficando mais difícil de ir e voltar do trabalho de ônibus, na maioria das vezes era Bianca quem me trazia. Escuto um pigarrear acima da minha cabeça, a o os olhos e encaro dona Carolina.— Boa noite menina.— Boa noite dona Carolina.— Como foi o seu dia?— Cansativo, e o seu?— Muito produtivo, comecei algumas plantas para enfeita
Kamilla LopezDepois que Bianca me trouxe de volta para casa, contei tudo para dona Carolina, ela me escutou atentamente. No fim ela me abraçou orgulhosa e me abraçou meu ato de bondade, não lhe contei sobre o ocorrido, achei desnecessário deixá-la preocupada por um assunto já resolvido. Depois de conversarmos segui para o quarto, me livrei das roupas e tomei um banho bastante demorado. Enquanto lavava meus cabelos abaixo da água lembrei-me da mensagem desconhecida, aquelas palavras ficaram martelando na minha cabeça, não.. Impossível que tenha sido aquele homem.Os dias foram se passando, depois da nossa reconciliação Bianca e eu ficamos mais grudadas do que nunca. Saíamos quase todas as noites para o cinema. Parecíamos adolescentes, nos divertindo e passando vergonha. Sempre que estávamos em lugares como o cinema, me sentia observada, procurava pelo par de olhos que estava me deixando desconfortável, mas não encontrava, ta
Kamilla LopezSou despertada com um ronrom próximo ao meu ouvido, abri os olhos e me deparei com Zeus olhando para mim, sorri por vê-lo tão fofinho com seu pelo arrepiado, ele miou e se aproximou do meu pescoço se encolhendo. O coloquei em minhas mãos e encarei aquela preciosidade pequena, o aproximei dos meus lábios e beijei sua cabeça.— Obrigada por acordar sua mamãe. - o deixei na cama e saí dela.Depois do banho vesti o meu uniforme e sai do quarto com Zeus nos meus braços, chegar na cozinha vi dona Carolina em frente ao fogão assando ovos e bacon.— Bom dia! - cumprimentei. — O cheiro está ótimo!Ela virou-se pronta para me cumprimentar, mas seus olhos descerá e focaram o que estava em minhas mãos.— Mas que pitchulinha.. - ela desligou o fogão e se aproximou.— Lindo não é? Se chama Zeus, ele entrou aqui na noite passada, posso ficar com el
Kamilla LopezEstava em estado letárgico, eu andava pelas ruas me encostando sobre a parede controlando a minha respiração. Estava com raiva, frustrada e nervosa. Ele teve o que mereceu, minha vontade ainda era de voltar e acabar com a vida dele, porém eu me controlei, enxuguei meu rosto e apertei a minha bolsa voltando a andar. Parei próxima a um mercado, comprei algumas coisas para casa e ração para Zeus, também vasilhas para colocar água e sua comida.Depois de comprar eu deixei o mercado e comecei a andar pelas calçadas em direção ao ponto de ônibus, antes de me aproximar, um carro parou ao meu lado, sutilmente apertei as sacolas nas minhas mãos, olhei para o vidro e não consegui ver ninguém, assustada por um momento pensei ser aquele desgraçado, aumento meus passos na intenção de chegar a esquina, porém, o carro parou abruptamente e vi aquele homem sair do carro. Nick me encara com um sorriso provocante nos lábios, suspirei alivia
Kamilla LopezJá se passou um mês depois do que aconteceu, já estava tocando a minha vida a procura de um trabalho, mas cada vez estava difícil de arranjar. Durante um mês tentei de todas as formas, dona Carolina percebia que eu estava preocupada, muitas vezes ela tentava me tranquilizar, dizendo que havia necessidade para tanta preocupação e que sua aposentadoria nos sustentaria sem nenhum problema, mas não posso me aproveitar disso, não posso deixar que ela lide com as despesas sozinha.Sentada sobre a cama, navego no site a procura de um anúncio de emprego, todos que haviam disponíveis precisavam de experiências em áreas que eu nunca exerci, só havia concluído o ensino médio, não tive a oportunidade de entrar em uma faculdade, minha única escolha após sair do orfanato foi trabalhar no meu agora antigo emprego que ainda por cima foi dona Carolina quem me ajudou. Ouço uma batida na porta, vejo ela passar com um copo de leite e uma caixa de bi