Kamilla Lopez
Enquanto o carro percorre o trânsito eu me perguntava o que havia acontecido minutos atrás. Nick Ross pelo que soube é dono de várias empresas, fora cassinos que ele tem e os hotéis com seu nome. Não conseguia acreditar que dormi em sua propriedade. Não me lembro muito bem da noite anterior, as lembranças ainda estão distorcidas, mas graças a Deus nada aconteceu. Estou frustrada e arrependida por ter ido aquela boate com Bianca, ela me prometeu ficar ao meu lado, deveria saber que não seria capaz de cumprir algo tão simples, fui tola em deixar ela me persuadir e me tirar da onde estava protegida.
Boate não é para mim, é um ambiente que não me vejo nele, embora senhor Ross tenha dito aquelas palavras para não sair a noite como ordens, encaro como um conselho, ele quem me salvou e nas circunstâncias em que eu estava me levou para sua casa, ele fez um ato genuíno, espero que o tal Denver esteja nessa altura preso.
— Chegamos, senhorita. - o motorista avisou.
Saio dos meus pensamentos e olhei para a janela do carro, estava em frente a minha casa, não recordo de ter dito o endereço, mas rapidamente saí do veículo e agradeci ao motorista. Após que o veículo se afastou eu subi as escadas e abri a porta, assim que entrei dona Carolina que estava no sofá desviou seus olhos da televisão e me encarou.
— Menina onde estava? - perguntou se levantando do sofá.
— E-eu sai ontem a noite.
Decidi esconder o que de fato aconteceu, não quero deixá-la preocupada, nem tocar nesse assunto. Quando ela escutou minhas palavras seus olhos brilharam, sua boca estava aberta mostrando estar chocada com o que disse.
— A senhora está b...
— Fique aí, não mova um músculo!
Assustada com sua atitude inesperada fiquei onde estava, de repente ela surge com uma câmera fotográfica em mãos e apontou para mim.
— Sua primeira noite fora garota, diga X!
Fiz biquinho e deixei que ela tirasse a foto, eu não estava no clima mas não estragaria sua felicidade temporária. Dona Carolina sempre me incentivou a ser como outros jovens da minha idade, sair para boates, beber, transar, mas não me encaixo nesse tipo de vida, gosto da maneira que estou, não me vejo em boates alcoolizada como na noite anterior, aquilo para mim foi uma lição, uma que não ouso repetir.
— Quando chegou? - perguntei.
— A alguns minutos, pensei que te encontraria dormindo como sempre, mas me enganei. - sorriu maliciosa.
Dona Carolina andou até a geladeira e pôs a foto em frente a porta, fiquei constrangida por chegar no estado em que estou, descabelada, sem calcinha e com sapatos em minhas mãos.
— Me desculpe por chegar dessa maneira.
— Não tem que se desculpar, não seja tola menina. - ela se aproxima de mim e pega em minhas mãos. —Se eu tivesse a sua idade sairia todas as noite e voltaria para casa com um homem diferente.
— Mas a senhora ainda é muito nova, pode fazer isso.
— Não sou tão nova quanto aparenta ser.
Dona Carolina sempre me diz essas palavras, ela queria ter seguidos elas, mas deixou ser dominada pelo luto após o seu marido morrer.
— Como foi o cruzeiro? - perguntei trocando de assunto.
— Minha amiga e eu desistimos do cruzeiro, fomos para um hotel e de lá marcamos para ir a uma boate, tenho até um encontro marcado.
Ficamos conversando por vários minutos até ir para o quarto e tomar um banho, dona Carolina era um anjo, me sinto sortuda por tê-la agora em minha vida. Depois do banho coloquei o vestido de Bianca para lavar, coloquei roupas confortáveis e passei o resto do dia deitada dormindo.
Na manhã seguinte os primeiros raios de sol iluminou o meu rosto, se iniciava mais uma semana. Me levanto da cama ainda sonolenta e vou para o banheiro, faço minhas higiene e tomo um banho. Enquanto o fazia lembrava daquele homem, Nick Ross, algo nele me chamou atenção, além de sua beleza intrigante e cheia de mistério, ele me causa medo e ao mesmo tempo me deixa curiosa. Prometi ao seu filho que voltaria a vê-lo, mas algo me diz que eu não deveria fazer isso, ele é apenas uma criança e não se lembrará de mim, eu acho.
Depois do banho eu vesti meu uniforme de trabalho e saí do quarto, o cheiro de café desço logo invadiu meu nariz, me aproximei da cozinha e rapidamente parei ao encarar Bianca sentada em uma cadeira conversando com dona Carolina.
— Bom dia Kami. - ela me cumprimenta assim que me ver.
— Oi menina, sente aqui, vou te servir. - dona Carolina apontou para uma cadeira vazia.
Enquanto comemos todas juntas em um silêncio ensurdecedor, Bianca fez barulho com a garganta e falou:
— Kami, eu..
— Conversamos depois. - cortei-a enquanto acabava de comer.
Dona Carolina percebeu que algo estava errado, mas resolveu ficar calada, ela sabia que em algum momento contaria. Depois de acabarmos o café da manhã nos despedimos e descemos as escadas, próximo ao seu carro, parei brutalmente e lhe estendi a bolsa onde estava seu saltos e seu vestido.
— O quê..
— O que aconteceu com você? - perguntei frustrada.
— Kami, poe favor entra no carro, a gente conversa sobre isso depois, está bem?
— Não, vamos conversar agora! Não, na verdade não temos nada o que conversar.
— Por fav..
— Você me deixou sozinha na boate, enquanto eu estava acompanhada por um abusador, que me embebedou e tentou me estuprar!
Ela me olha abismada sem conseguir acreditar com o que acabei de falar, a sua boca abria e fechava sem conseguir dizer nada.
— Isso só não aconteceu porque um homem muito de bom coração me ajudou.
— Kami, eu..
— Você sabia que era minha primeira vez em uma boate, nunca bebi, ao menos sabia que bebidas podiam ser doce, me prometeu estar ao meu lado.
— Me desculpa baby boo, jamais desejei que isso acontecesse, eu sinto muito por isso.
— Não sinta!
Virei meu corpo e comecei a andar em direção oposta de onde ela estava junto ao seu carro.
— Você não vai comigo para o trabalho?
— Não! - gritei.
— Kami volta aqui!
— Vou de ônibus!
Kamilla LopezJá havia se passado alguns dias que eu não falei mais com Bianca, ela tentava me procurar e fazer com que eu a escutasse, mas eu não queria. Dona Carolina percebeu que algo estava errado, afinal Bianca havia deixado de ir a nossa casa, ela não me obrigou a falar, estava esperando a minha boa vontade para me abrir a ela. Deveria ter contado tudo para ela desde aquele dia, mas eu não queria preocupa-la com isso, já estava resolvido e era isso que importava.Depois de chegar de mais um dia de trabalho pude me jogar sobre o sofá, estava ficando mais difícil de ir e voltar do trabalho de ônibus, na maioria das vezes era Bianca quem me trazia. Escuto um pigarrear acima da minha cabeça, a o os olhos e encaro dona Carolina.— Boa noite menina.— Boa noite dona Carolina.— Como foi o seu dia?— Cansativo, e o seu?— Muito produtivo, comecei algumas plantas para enfeita
Kamilla LopezDepois que Bianca me trouxe de volta para casa, contei tudo para dona Carolina, ela me escutou atentamente. No fim ela me abraçou orgulhosa e me abraçou meu ato de bondade, não lhe contei sobre o ocorrido, achei desnecessário deixá-la preocupada por um assunto já resolvido. Depois de conversarmos segui para o quarto, me livrei das roupas e tomei um banho bastante demorado. Enquanto lavava meus cabelos abaixo da água lembrei-me da mensagem desconhecida, aquelas palavras ficaram martelando na minha cabeça, não.. Impossível que tenha sido aquele homem.Os dias foram se passando, depois da nossa reconciliação Bianca e eu ficamos mais grudadas do que nunca. Saíamos quase todas as noites para o cinema. Parecíamos adolescentes, nos divertindo e passando vergonha. Sempre que estávamos em lugares como o cinema, me sentia observada, procurava pelo par de olhos que estava me deixando desconfortável, mas não encontrava, ta
Kamilla LopezSou despertada com um ronrom próximo ao meu ouvido, abri os olhos e me deparei com Zeus olhando para mim, sorri por vê-lo tão fofinho com seu pelo arrepiado, ele miou e se aproximou do meu pescoço se encolhendo. O coloquei em minhas mãos e encarei aquela preciosidade pequena, o aproximei dos meus lábios e beijei sua cabeça.— Obrigada por acordar sua mamãe. - o deixei na cama e saí dela.Depois do banho vesti o meu uniforme e sai do quarto com Zeus nos meus braços, chegar na cozinha vi dona Carolina em frente ao fogão assando ovos e bacon.— Bom dia! - cumprimentei. — O cheiro está ótimo!Ela virou-se pronta para me cumprimentar, mas seus olhos descerá e focaram o que estava em minhas mãos.— Mas que pitchulinha.. - ela desligou o fogão e se aproximou.— Lindo não é? Se chama Zeus, ele entrou aqui na noite passada, posso ficar com el
Kamilla LopezEstava em estado letárgico, eu andava pelas ruas me encostando sobre a parede controlando a minha respiração. Estava com raiva, frustrada e nervosa. Ele teve o que mereceu, minha vontade ainda era de voltar e acabar com a vida dele, porém eu me controlei, enxuguei meu rosto e apertei a minha bolsa voltando a andar. Parei próxima a um mercado, comprei algumas coisas para casa e ração para Zeus, também vasilhas para colocar água e sua comida.Depois de comprar eu deixei o mercado e comecei a andar pelas calçadas em direção ao ponto de ônibus, antes de me aproximar, um carro parou ao meu lado, sutilmente apertei as sacolas nas minhas mãos, olhei para o vidro e não consegui ver ninguém, assustada por um momento pensei ser aquele desgraçado, aumento meus passos na intenção de chegar a esquina, porém, o carro parou abruptamente e vi aquele homem sair do carro. Nick me encara com um sorriso provocante nos lábios, suspirei alivia
Kamilla LopezJá se passou um mês depois do que aconteceu, já estava tocando a minha vida a procura de um trabalho, mas cada vez estava difícil de arranjar. Durante um mês tentei de todas as formas, dona Carolina percebia que eu estava preocupada, muitas vezes ela tentava me tranquilizar, dizendo que havia necessidade para tanta preocupação e que sua aposentadoria nos sustentaria sem nenhum problema, mas não posso me aproveitar disso, não posso deixar que ela lide com as despesas sozinha.Sentada sobre a cama, navego no site a procura de um anúncio de emprego, todos que haviam disponíveis precisavam de experiências em áreas que eu nunca exerci, só havia concluído o ensino médio, não tive a oportunidade de entrar em uma faculdade, minha única escolha após sair do orfanato foi trabalhar no meu agora antigo emprego que ainda por cima foi dona Carolina quem me ajudou. Ouço uma batida na porta, vejo ela passar com um copo de leite e uma caixa de bi
Kamilla LopezOrganizo a minha postura, verifico o horário do relógio que estava em meu pulso, suspiro algumas vezes e lanço um último olhar no espelho antes de sair do quarto. Segurei a minha bolsa e apertei entre meus dedos, estou nervosa, nunca cuidei de uma criança, nem mesmo no orfanato, muitos de lá surgiam com mais de 10-13 anos. Me despeço de dona Carolina e passo pela porta da frente, logo, vejo um veículo se aproximar e parar em frente a minha casa, um homem vestido de terno desce do carro e abre a porta para que eu entre, após entrar e agradecer pela gentileza o homem fechou a porta e assumiu o volante.Enquanto estávamos no trânsito eu apertava meus dedos nervosa, estou insegura, medo de que a criança que irei cuidar não se agrade de mim, muitas vezes olhei para o motorista querendo perguntar em como a criança era, mas optei por ficar calada. O carro passou por portões enormes onde via-se seguranças em frente a e
Kamilla LopezSentada sobre o gramado do imenso jardim, observo Erick se balançar em seu balanço, seu olhar está vago, ele aparenta está triste e não mostra nenhum entusiasmo. Já havíamos almoçado, e enquanto estávamos sobre a mesa percebi que ele estava inquieto, olhava para a uma cadeira vazia e desde então ele está assim. Depois do almoço o ajudei nos deveres da escola, o liberei para brincar no jardim, mas obviamente que ele não queria brincar sozinho, e agora que sou sua babá, considerada como mamãe, resolvi lhe fazer companhia.— Então Erick, você tem amigos? - perguntei puxando conversa.— Na escola eu tenho alguns colegas.— Eles não te visitam?— O papai não permite.— E por quê?— Não sei, nunca perguntei, ele não gosta que eu questione nas decisões dele.Percebi que Erick sente falta de outras crianças ao seu redor, afinal ele é uma criança e gosta de brincar co
Nick RossEstou sentado na minha poltrona do escritório revisando os papéis do meu mais novo negócio, mais um bordel foi inaugurado no Egito, lá contenho inúmeros negócios fora o tráfico que rola solto pelo país. Observo os níveis altos de meta anfetamina e heroína, estão altos, revela que as vendas estão excelentes e os lucros estão indo diretamente para minha conta, dou um breve sorriso satisfeito. Pego a minha caneta e assino a provação para que transfiram mais drogas para o país, expandir meus "negócios" está me rendendo pilhas de dinheiro.Encaro o meu monitor, observo as câmeras de segurança que estão voltadas dentro da minha organização, conhecida como submundo, lá crio armas letais e drogas das mais boas e viçosas do mundo. Armas e drogas são vendidas e enviada para outros países, nos quais revendem para facções de cidades pequenas. Sou rei de uma organização criminosa localizada em Costa Rica, além de liderar membro