Capitulo 8

Kamilla Lopez


Depois que Bianca me trouxe de volta para casa, contei tudo para dona Carolina, ela me escutou atentamente. No fim ela me abraçou orgulhosa e me abraçou meu ato de bondade, não lhe contei sobre o ocorrido, achei desnecessário deixá-la preocupada por um assunto já resolvido. Depois de conversarmos segui para o quarto, me livrei das roupas e tomei um banho bastante demorado. Enquanto lavava meus cabelos abaixo da água lembrei-me da mensagem desconhecida, aquelas palavras ficaram martelando na minha cabeça, não.. Impossível que tenha sido aquele homem. 

Os dias foram se passando, depois da nossa reconciliação Bianca e eu ficamos mais grudadas do que nunca. Saíamos quase todas as noites para o cinema. Parecíamos adolescentes, nos divertindo e passando vergonha. Sempre que estávamos em lugares como o cinema, me sentia observada, procurava pelo par de olhos que estava me deixando desconfortável, mas não encontrava, talvez depois do ocorrido na boate tenha me deixado traumatizada.

Era 23h da noite, Bianca e eu estávamos saindo da sala de cinema quando recebi uma notificação no meu celular, suspendia o dispositivo e vi uma mensagem de dona Carolina, nele estava avisando que iria dormir fora, pois havia um encontro de última hora. Naquele instante me lembrei daquela mensagem que recebi duas atrás, abri a mensagem e reli novamente, estava me pedindo para não sair a noite, por um momento aquele homem surgiu em meus pensamentos, ele havia me ordenado a não sair a noite, constato que tenha sido ele, mas algo me diz que não.

— Kami! - Bianca gritou chamando a minha atenção. 

Vejo ela subir em um carro de compras e fazê-lo de patinete, mas antes de chegar até a parede vejo-a cair junto com carrinho, as pessoas que também estavam saindo do shopping olharam para aquela cena chocados com tamanha vergonha gratuita. Um rapaz se aproximou dela e ajudou se levantar, ela segurou nos braços fortes do homem e fez sensação de desmaio, céus.. Que vergonha! 

— Bianca! - chamo ela. 

O homem solta ela é se despede com um sorriso nos lábios, ela se abana com as mãos e se aproxima de mim. 

— Você viu a beldade? Que homem!

— Deixe de dar encima do rapaz, ele deve estar te chamando de doida. 

— Doida pra sentar nele. 

Bati em seu ombro e caminhamos para o seu veículo, ela destranca a porta e entra, antes de fazê-lo senti uma queimação pelo meu corpo, um frio gélido fez minha pele se arrepiar severamente, abracei o meu corpo e virei-me para o estacionamento que já se encontrava totalmente vazio, as únicas éramos nós. 

— Aconteceu alguma coisa? - Bianca pergunta. 

— Não.. - entrei no veículo ignorando aquela sensação. — Apenas dirige, estou louca para chegar em casa. 

Ela me olhou por alguns segundos e logo virou o veículo. Assim que passei pela porta da casa, caminhei até o quarto e joguei a minha bolsa sobre a cama. Sorri por lembrar-me que estou sozinha em casa, dona Carolina tem uma vida sexual mais ativa que a minha. Depois de me livrar da roupa eu tomei um banho quente, optei por não lavar os cabelos por estar tarde, em seguida eu voltei para o quarto e vesti uma blusa minúscula e apenas uma calcinha. Assim que apaguei quase todas as luzes e deixar apenas o abajur eu me deitei na cama, senti uma pequena curiosidade em Stalkear Nick Ross. Comecei a ver fotos suas, admirando seu rosto belo, seus olhos sedutor me transmitem diversas emoções, não sabia quais descrever de uma maneira mais “correta”, observei fotos ontem estava sem camisa, céus..Que homem! 

Desci meus dedos tímidos por baixo da calcinha e constatei estar lubrificada, sim, muitas vezes me toquei por curiosidade, não sou uma santa que nunca sequer tocou em seu próprio corpo, explorando e descobrindo onde possivelmente gostaria de ser tocada, e agora, me sinto tentada em estimular meu clitóris me lembrando daquele Deus do Olimpo. Imaginei ele nu encima de mim com aquele olhar sério e intimidador cheio de sedução e luxúria, reprimi o gemido e joguei a cabeça para trás. Quando estava próximo de gozar o meu abajur apagou-se, me levantei da cama e olhei para a janela, percebi que havia faltado energia. 

De repente, ouço algo cair fora do quarto, sutilmente me retirei da cama e me aproximei da porta, abri a madeira e encarei a penumbra da escuridão a minha frente, antes de resolver sair me aproximei do guarda roupa e peguei uma lanterna. Comecei a andar pela sala, algumas vezes batia nos jarros de planta de dona Carolina. Parei próximo a um jarro e fixei a luz da lanterna e o afastei, senti algo correr pelas minhas pernas e gritei alto pelo susto inesperado, virei-me e me deparei com um pequeno gatinho assustado e trêmulo, ri da minha cena vergonhosa, me abaixei próximo dele e o coloquei em meu colo 

— Como é seu nome bichano? 

Meneei a cabeça e sorri sem graça, por um momento esqueci que gatos não falam. Assim que voltei para o quarto as luzes voltaram, o gatinho estava em minhas mãos, seu pelo estava um pouco molhado e percebi que sua patinha estava machucada, o enrolei em um pano e verifiquei se havia alguma coleira, para minha surpresa ele não tinha. 

— Eu acho que vou te adotar. - fiz carinho sobre a sua cabeça. — Seu nome agora é Zeus.

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