Invasão e confronto

Parte 8...

Vlad

O armazém que os Petrov usavam como base de operações estava logo à frente, uma construção velha e desgastada, cercada por cercas enferrujadas e pilhas de entulho.

Mas algo estava errado. Antes mesmo de nos aproximarmos, o cheiro de fumaça já era forte no ar.

— Chefe, parece que tem algo queimando lá dentro - disse Sergei, meu braço direito, franzindo o cenho enquanto olhava em direção ao armazém.

— Merda! - murmurei. — Vamos, rápido! - disse entre entes, segurando o cabo da arma.

Enquanto nos aproximávamos, o cenário ficava cada vez mais caótico. Havia gritos e o som de tiros ecoando pelo local.

Um grupo rival havia invadido o território dos Petrov, e agora uma guerra entre gangues estava em andamento.

Era um caos total, com homens atirando uns nos outros enquanto as chamas começavam a se espalhar pelo armazém.

— Fiquem atentos e não hesitem - ordenei, puxando minha arma enquanto liderava meus homens em direção à entrada.

Assim que invadimos o armazém, o calor intenso das chamas nos atingiu em cheio. A visão era apocalíptica: caixas estavam em chamas, o teto ameaçava desabar, e os homens dos Petrov lutavam desesperadamente para conter os atacantes e salvar o que podiam.

No meio da confusão, vi um dos soldados inimigos tentando fugir. Sem hesitar eu mirei e disparei. O homem caiu no chão como um saco de carne, o sangue se misturando à sujeira no piso imundo e escuro.

— Ninguém sai vivo daqui - rosnei mais para mim mesmo do que para meus homens.

Foi então que a vi.

No fundo do armazém, acorrentada a uma coluna de metal, estava uma jovem. Ela estava coberta de fuligem e machucada, com os olhos arregalados de terror enquanto as chamas se aproximavam cada vez mais. Ela estava presa, sem chance de escapar.

— Aquela garota… - murmurei, estreitando os olhos. — Ela é importante para eles - se não fosse, não estaria presa ali e eu tenho a sensação de que já a vi antes.

— O que fazemos, chefe? - perguntou Sergei, a voz tensa, cobrindo o nariz com um lenço.

— Vamos pegá-la. Se os Petrov a mantêm presa, é porque ela sabe de algo. E vou descobrir o que é.

Atravessamos o armazém, desviando de detritos e passando por homens feridos e mortos. O calor era sufocante, e o rugido das chamas quase abafava os sons de tiros e gritos que iam diminuindo.

Quando nos aproximamos da garota, um dos homens dos Petrov tentou nos impedir, mas Sergei o derrubou com um tiro certeiro.

A jovem olhou para mim, seus olhos brilhando de medo e desespero. Ela estava tremendo, as roupas rasgadas e a pele suja e ferida. Sua boca um pouco inchada e seu cabelo desgrenhado.

— Por favor… Me ajude… — ela sussurrou, a voz quebrada.

— Fique quieta - disse friamente, enquanto cortava as correntes que a prendiam. — Se quiser sair viva daqui, faça exatamente o que eu mandar. Entendeu bem? - fechei a cara.

Ela assentiu, mas estava tão fraca que suas pernas cederam assim que foi solta. Sem perder tempo, a puxei para cima, segurando-a pelo braço enquanto a arrastava em direção à saída.

As chamas estavam por toda parte, lambendo as paredes e o teto. O fogo havia se espalhado rapidamente, e o calor era quase insuportável. A jovem tossia violentamente, a fumaça espessa entrando em seus pulmões.

— Vamos, precisamos sair daqui agora! - gritei, forçando-a a continuar.

Ela estava fraca e suas pernas se arrastavam. Iria nos atrasar e isso poderia ser um erro para mim. A peguei pelas pernas e a joguei por cima de meu ombro, andando com ela dessa forma. Ela até que era leve.

Até os ratos corriam para escapar do fogo e das coisas que caíam por todos os lados.

Chegamos à saída, mas o caminho estava bloqueado por destroços em chamas. Não havia tempo para pensar; precisava encontrar outra saída antes que o lugar todo desmoronasse.

— Por aqui! - Sergei apontou para uma janela quebrada do outro lado da sala. — Vamos ter que pular!

Sem outra opção, corri em direção à janela, levando a garota comigo. O som do teto desabando atrás de nós foi como uma explosão, e por um momento, pensei que não conseguiríamos.

Mas chegamos à janela a tempo. Sergei quebrou os cacos restantes com a coronha da arma, e eu passei a garota primeiro, seguido pelos meus homens.

Do lado de fora, o ar frio da noite nos envolveu como uma lufada de alívio. A garota caiu de joelhos, respirando com dificuldade enquanto tentava se recuperar do choque.

Olhei para trás, vendo o armazém em chamas, uma coluna de fumaça negra subindo ao céu. Logo os bombeiros e a polícia iriam aparecer na área.

— Verifiquem se tem mais alguém por perto e se acharem algum do grupo, podem terminar o serviço - ordenei e os homens saíram correndo em diferentes direções.

A garota treme tanto que até parece que vai quebrar. Seu corpo tem espasmos e ela tosse e puxa o ar de uma forma descoordenada.

— Quem é você? - perguntei, a voz baixa e perigosa. — Por que os Petrov estavam com você?

Ela levantou a cabeça, os olhos marejados e cheios de uma dor que claramente ia além dos ferimentos físicos.

Começou a tossir muito e parecia que ia vomitar também. Seu rosto mesmo sujo, mostrava que estava vermelha pelo esforço e não respirava bem. Ela pisca muito, os olhos vermelhos pela fumaça que a atingiu.

— Fale! Quem é você?

Eu olho em volta, atento se mais alguém fora de meu grupo se aproxima. Já consigo ouvir as sirenes se aproximando.

Logo isso aqui vai estar cheio de polícia e não vai ser bom que eu também esteja. Tenho que decidir logo o que fazer com a garota.

Me abaixo ao lado dela e seguro seu braço, mas ela se encolhe e vira a cara para o lado. Me parece estar muito assustada realmente e algo me diz que não foi apenas pelo incêndio.

Talvez ela seja só mais uma das putas que atendem ao homens da máfia ou aos seus viciados. De repente deve dinheiro a eles ou roubou suas drogas. Não dá pra saber realmente, sem antes ela falar comigo.

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